A chuva começara a cair, e todos estavam correndo pra não se molharem mais; eu de frente pra ele notei que a chuva a deixava mais bonita. Nossos olhares se cruzaram por alguns instantes, ela estava vindo em minha direção, até que ela decide quebrar o encanto hipnótico.

- Desculpe, eu estava tentando chegar ao ponto de ônibus.

Seu embaraçamento era notável, ela ficou vermelha como sangue. Era uma moça jovem, aparentava ter 20 anos e parecia do tipo que não se aproxima de garotos facilmente.

Sorri com seu jeito tímido, e ela tentou esconder um meio sorriso.

- Sem problema, acidentes acontecem.

Estávamos agora lado a lado, debaixo da cobertura de um ponto de ônibus, ela evitava me olhar, mas mesmo assim eu não conseguia deixar de admirá-la.

Num gesto inesperado forcei-a a me olhar.

- Não tenha medo, não vou te machucar.

- O que? Me solta, por favor!

- Olha moça, isso não vai ser possível, você roubou meu coração, e não posso pega-lo de volta se não estiver ao seu lado.

A chuva ainda caía agora mais forte, a garota com os lábios entreabertos ia dizer alguma coisa, mas não dei chance, colei meus lábios aos dela, beijei-a como se esperasse por isso há anos. Senti ela me abraçar timidamente, e corresponder ao beijo.

O ar nos faltou, e olhando nos olhos dela não conseguia dizer mais nada. Aquele brilho, a inocência e a crença no verdadeiro amor podiam ser vistos. Apaixonei-me ainda mais.

Ela me olhava com um misto de surpresa e euforia, então mais uma vez sob a chuva nos beijamos.

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Eu estava saindo da lanchonete e do nada começou uma chuva forte, então fui correndo em direção ao ponto de ônibus, onde tinha uma cobertura, poderia esperar lá até que a chuva passasse.

Porém no meio do caminho esbarrei de frente com um rapaz, não conseguia descrever sua beleza, era algo surreal.

- Desculpe, eu estava tentando chegar ao ponto de ônibus.

Ele então me olhou como se quisesse dizer algo, corei na mesma hora.

- Sem problema, acidentes acontecem.

Caminhamos em silencio até chegar ao ponto, algo em torno de cinco minutos.

Eu estava parada ao seu lado pensando em como tinha tanta sorte e azar ao mesmo tempo, esbarrei no rapaz mais lindo que já vi, mas ele não disse mais nada depois de aceitar meu pedido de desculpa; mas me surpreendi com meus braços sendo puxados com certa força, e quando vi quem os puxava fiquei com medo. Só faltava o belo rapaz ser um psicopata!

- O que... Me solta, por favor!

Fiquei nervosa, as palavras mal saiam da minha boca.

- Olha moça, isso não vai ser possível, você roubou meu coração, e não posso pega-lo de volta se não estiver ao seu lado.

Eu ia tentar dizer algo, mas ele me beijou. Senti-me tão envolvida, era como se minha boca sempre tivesse esperado por aquele beijo, senti que minhas mãos involuntariamente o abraçavam, já não tinha mais o controle de mim mesma, então apenas desfrutei desse tão inesperado momento.