CRASH – UMA BATIDA A MAIS escrita por Bubuh 2008


Capítulo 2
Capítulo 2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/790396/chapter/2

—Eu? Você que está no banheiro feminino e me agarrando por sinal!

—Banheiro feminino? Façaa-me rir!!!! Ninguém mereece!

—Não é banheiro de mulher?

—Claro que não! Se não eu não estaria aqui, né?

—Sei lá! Vai ver que você é um tarado!

—Não, eu não sou um tarado pode ficar calminha!-ele me soltou. -Sou o baterista da banda que vai tocar agora ou ia!

—Hm…Ia? Por quê? O que aconteceu?-cruzei os braços olhando para o vulto.

—O vocalista não vai cantar! Disse que não pode continuar com essa farsa!-o vulto balançou a cabeça.-Não entendi nada!

—E agora? O que vocês vão fazer?

—A gente não pode tocar sem vocalista! Se bem que… Era você quem tava cantado, né?

—Acho que sou a única mulher nesse banheiro, haha!

—Você quer cantar hoje com a gente? Te daremos uma porcentagem do que recebermos! É só por hoje, é o nosso último show mesmo!

—Não sei!!!!

—Você canta bem!

—Se é assim, então canto!

—Vamos lá então!

—Só deixe eu ir ao banheiro! Haha

—Falarei com o resto da banda e te encontrarei lá em cima! Ah, qual é o seu nome?

—É Dulce María!!!!

—Ok!!!!-Que cabeça a minha, nem perguntei o nome dele! Oops, I did it again! Britney tinha razão, –‘!

Voltei ao bar, ainda meio atordoada com os últimos acontecimentos. Tentando assimilar tudo o que tinha se passado.

—Nossa demorou! Pensei que tivesse ido embora!-disse González, “o barboy”.

—Que nada! Entrei no banheiro errado e agora vou cantar com a banda.-cocei minha cabeça, meio confusa.

—O quê?-ele também não acreditou mas eu não tinha tempo para contar melhor o ocorrido.

—Depois te explico! Beijos

Voei até o palco, subi pela escada lateral e a banda já estava em suas devidas posições.

—Hey, menina! Você é a Dulce María?-um careca esquisito perguntou.

—Sim!!!

—Ah, que bom que você chegou! Poncho nos falou que você vai cantar com a gente! Cara, muito obrigado!-ele apertou minha mão.

—Poncho?-perguntei.

—O baterista! Eu sou Charlie!-o cabeludo se apressou em responder.

—E eu sou Guido!

—Prazer em conhecê-los e eu agradeço a vocês pela oportunidade! Haha.

Ficamos um tempo em silêncio. Olhando um pra cara do outro. Confesso que não gostei do Careguido.

—Dulce, você conhece essas canções aqui?-Charlie me mostrou uns papéis.

—Sim, sim!!!! São as minhas preferidas, por sinal!!!-o medo me invadiu. -Vocês tem certeza de que querem que eu cante?

—Se o Poncho sugeriu você é porque tem conceito. Ele é muito chato pra essas coisas.-disse o careca bem sereno.

—Mas vocês nem me ouviram cantar!-insisti.

—Ah, beleza!!! Em cinco minutos a gente inicia, dá pra passar uminha!!!-disse Charlie.

—Ok!!!!

—Ponchão, a gente vai passar uma!-gritou o baixista careca.

—Qual?-amei a voz do baterista a primeira ouvida, *-*. Na segunda, sua voz parecia mais triste e pesada. Mesmo assim, não perdeu sua beleza.

—Anything.

Não demorou muito e o que eu temia aconteceu. O show começou! E, junto com ele, a minha vontade de ir ao banheiro, de colocar toda a bebida pra fora…

Olhar pra frente, ver aquela “gentaiada” ali esperando o meu primeiro mico acontecer era muito assustador. Eu olhava para o lado e o careca sorria junto do cabeludo. Mas foi ao olhar pra trás que toda a calmaria e segurança, que eu precisava, encontrei.

Quando o Poncho deu as quatro batidas nos pratos pra começar a música, me senti aliviada.

Minha voz fluiu como um simples respirar. A única coisa chata foram aquelas luzes na minha cara. Sem perceber o show acabou… Olhei pra bateria e ele já não estava mais lá! Aquilo me doeu no coração. E eu só sabia que seus olhos eram esverdeados. Conversei um pouco com os outros músicos e voltei pro bar. Assim que vi González o interroguei.

—Quem é Poncho?

—O baterista!!!!

—Tá, isso eu já sei mas.. Esse não é o nome dele, né?-apoiei meus cotovelos na bancada e cruzei os braços, olhando o menino.

—Verdade!-ele riu. -Alfonso Herrera! Pra dizer a verdade, ele é o fundador da The Heartbeats!

—Hum… Eu queria agradecê-lo pessoalmente pela oportunidade!-disse querendo saber mais. -Até agora não vi a cara dele!

—Normalmente, ele sai daqui correndo depois do show!

—Foi o que Guido e Charly me disseram!

—Mas você já vai também?

—Olha, essa noite eu já bebi, cantei… e nem dancei! Haha-disse me levantando. -Tenho que aproveitar isso aqui!

—Guarda uma dança pra mim?-ele segurou minha mão.

—Vou pensar no seu caso!-sai aos risos, andando em direção a pista.

—Não deixe a fama subir a sua cabeça!

—Pode deixar! Vou me lembrar disso, kkkkkkkkk

Eu me uni aos meus primos na pista.

—Tu mandou muito bem lá em cima!-um deles berrou.

—Fiquei nervosa no início, mas depois foi moleza!-comentei.

—Parabéns!!!!!

—E aí, só levo toco!-um dos meus primos voltava de mais uma tentativa frustada de sair dali desencalhado. Ele sempre mandava umas pérolas do tipo “Deixe-me ser a azeitona da sua empada?”. E eu sempre ria de suas tragicômicas cantadas.

—Vai com calma, peixão!

Enquanto eu curtia mais uma música agitada. Um ser desconhecido me abordou.

—Olha quem está aqui! Dulce María!!!-ele riu de olhos fechados.

—Como você sabe meu nome???-perguntei desconfiada. Mas assim que vi seus olhos…

—Eu sou o cara do banheiro, o que tocou bateria no The Heartbeats!

—Alfonso!-sorri toda contente e abobada.

—Tá bem informada, gata!-ele se juntou a mim dançando.

—Tento fazer o meu melhor, sério mesmo! E aí, gostou do show?-perguntei inocentemente.

—Foi o melhor que já fiz, a vocalista colaborou muito!-ele deu um sorriso fofo que quase me levou ao chão mas eu não podia fraquejar, a investida estava boa.

—Haha… Conta outra!!!-fiz charminho.

—O pessoal estava até animado pra continuar com a banda mas eu não posso…-seu sorriso sumiu.

—Aé? Por quê?

—São outros projetos de vida! Família.. e um monte de outras coisas!-ele parecia não querer tocar naquele assunto.

—Que chato!!! Eu gostei de cantar com você e não me importaria de fazer isso mais vezes!-nossa conversa já estava no “pézinho da orelha”.

—Quem sabe?!!! Mas você não é daqui! Nunca te vi aqui…-sua mão segurava minha cintura e só faltava uma coisa pra tudo ficar perfeito.

—Só venho quando estou com meus tios e primos…-passei meu braço pelo seu pescoço.

—Saquei!!!-ele riu.

Ainda tento entender o destino mas nele não se pode mandar, certo?!

Na hora em que paramos para nos olhar e ceder, a música mudou. O clima que estava de um jeito sensual, ficou calmo e lento. Como o beijo que ocorreu em seguida.

Seus lábios se aproximaram dos meus buscando o consentimento que dei ao beijá-lo. Nossas bocas se uniam de forma perfeita, como se tivessem sido feitas uma pra outra. A satisfação veio quando sua língua encontrou a minha, toda ousada, me dando sensações que jamais tinha tido. Do meu coração bater descompassado á forte onda de calor dentro de mim. Ele era experiente, fazendo eu entender que não sabia nada sobre beijos. E assim, nos separamos quando já não havia fôlego.

Poncho desceu suas mãos em minhas costas e ali as deixou. Fiz o mesmo com ele. Abraçados, dançamos a música lenta que ainda tocava. Não sei ao certo se era pra me acalmar ou se era pra me deixar mais louca, ficar colada a ele me trazia inquietação. Sentir o seu perfume, o seu cabelo com longos cachos que batiam na minha testa, os seus braços fortes e como eram fortes. “Que homem é Poncho?” -me perguntava sentindo ainda a confusão do nosso beijo. “O baterista”, era o que aparecia na minha cabeça, eu ri.

—Do que está rindo, Dulce?-“CRASH-TURU TURU TURU TURU TURU TURU TU”, músicas agitadas voltaram a dar o seu brilho. Cheguei perto de seu ouvido.

—A música lenta já acabou e ainda estamos dançando abraçados!-ri de novo. Quando eu olhava seu par de olhos esverdeados, a única vontade que tinha era essa. De sorrir, sorrir sempre.

—Você é boa de canto, boa de dança… Nem percebi a música acabar!-ele também riu meio desconsertado.

—Alfonso, você estava me balançando de um lado pro outro, eu não fiz nada!

—Modesta, kkkkk!-ele alisou o meu rosto com sua mão macia. Eu pensava que bateristas tivessem a mão áspera por causa das baquetas mas me enganei. Olhando o relógio, ele balançou a cabeça em sinal de negação.

“Tenho que ir agora!”-foi o que li em seus lábios embaixo daquela música alta. “Poncho era uma versão moderna de Cinderela?”

—Já? A festa mal começou, está cedo ainda!-ele riu e se aproximou sua boca da minha.

Em um segundo, já estava de volta ao mar de sensações doidas. Poncho já tinha estabelecido esse poder em mim. De me deixar confusa, aérea, quente… Muito quente, com vontade de quero mais. “Mais o quê, sua loca?”-me perguntei. A voz boa de mim dizia pra eu tinha que aproveitar aquele momento, aquele instante. E eu não precisava de mais nada pra me deixar contente naquela hora.

Ele parou o beijo me deixando sedenta, carente… “Pra onde foi o meu beijo?”

—Tenho que ir mesmo, Dulce!-beijou minha testa. -Foi ótimo te conhecer,. Você é linda, muito linda!-eu fiquei besta, o olhando se despedir de mim.

—A gente se vê depois, então!

—Talvez! haha- ele se foi, deixando uma incerteza no ar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "CRASH – UMA BATIDA A MAIS" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.