Assim que estacionam o carro, Wilson vai ao seu encontro:

—Boa tarde, chefes!

—Wilson! que bom revê-lo! -cumprimenta Betty, com sorriso nos lábios

Wilson abraça Betty

—Olha, não exagere, está bem?   _Armando, normalmente, ciumento

—É que estou muito feliz em revê-los! -abraça de novo Betty

—Grata, Wilson!

—Quer me abraçar também, Wilson?

—Ah não! Não sou da turma do Hugo Lombardi não! (esperto, hein¿)

—Ah que que tem?  -Betty perguntou

—Está bem, abraço os dois!

—Já está bom, Wilson! -resmunga Armando  -Toma as chaves!

Enquanto isso, no andar da Presidência, uma faixa é estendida na entrada do setor executivo da Ecomoda:

“Sejam bem-vindos de volta, queridos chefes”

—Ai, que isso! O que é isso? -Hugo dá um ataque. Ai, que já voltei há semanas!

—Mas não é para você seu Hugo! -avisa Sandra

—É para Betty e Armando!

—Ai, pelo menos o ogro e a transformada são mais apresentáveis que o tal do nerd ex-dela! Ninguém aguentava mais ele mandando e vendo as modelos no ateliê!

—Acontece que o Dr. Mora não era o ex... -Bertha começou a falar o que não devia

—Bertha!

(Bertha coloca um salgadinho na boca)

—Continua, comilona, já que começou!

—Eu não!

Bertha sai correndo para o banheiro

—E aí?  Vocês sabem de alguma coisa?

—Sim, sabemos que temos que trabalhar!

—Isso aí!

“Tem coisa aí! Como pode depois de namorar aquele feioso fisgar do nada o solteiro mais cobiçado da Colômbia? Está certo que ele é um grosso, insensível, nada romântico, gritador, mas que é lindo é!” -pensou Hugo

—Ai, nem vou sair de meu ateliê!

O quartel agradeceu em silêncio

Quando Betty e Armando adentram a recepção da Ecomoda, Aura María os cumprimenta

—Olha só acabou nossa folga! O bom filho à casa torna. -Freddy cantarola

—Oi, Freddy! Animadinho, hein? -pensou armando

—Sejam, bem-vindos, chefinhos!  -Aura María cumprimentou com um sorriso

“Chefinho, eu?”

Mas esboçou um sorriso. Afinal, sua Betty o deixava assim, contente.  Abraçou-a.

—Vocês voltaram ainda mais, papacito e mamacita! -Aura María, suspirando pela a cor levemente bronzeada do casal   -Ai ai, desculpem!

—Tudo bem! -Betty e Armando são só sorrisos

—Porque o sol da Caribe me tocou...- continua cantarolando Freddy -... e me queimou como torrada...

—E a Mariana? Não era para ela estar aqui?

—Ela foi ao banheiro e como tinha terminado meu serviço... -mentiu-lhe - quer dizer, agora, com sua volta, Betty devo ter mais algum serviço para fazer.

Betty e Armando sobem pelo elevador, se beijando, como se tonaria rotina daqui para frente.

Freddy e Aura María deixam a moça do café na portaria e sobem as escadas correndo.

Ao saírem do elevador, o Casal Ecomoda encontra tudo abandonado, na penumbra.

—O que acontece?  Onde está todo mundo? -assustou-se Betty

—Tudo às escuras, por que? Ninguém trabalha aqui?    -Armando, bravo, acende as luzes:

—Surpresa! -gritam todos do quartel, mais Nicolás, Gutierrez e Catalina.

—Ai, não acredito! -Betty, admirada

—Sejam bem-vindos, queridos chefes!

—Mas que bagunça é essa aqui?

—Ai, Seu Armando! Mas nem de Lua-de-mel fica de bom humor!

—Ninguém trabalha aqui?

Todos ficam assustados com os gritos dele:

Betty não sabe como reagir, ele estava tão bem-humorado estes dias, mas parecia que só chegar à Ecomoda seu velho temperamento aflorava:

—Ai, Betty você não deu um jeito neste homem? -resmungou Sofia

—Calma, Armando! -pediu Catalina

 Até Hugo veio correndo do ateliê com Jenny e outras modelos penduradas.

—O que acontece aqui? O ogro voltou?

—Festa! Festa!  (Armando levanta Betty) Estamos de volta! Não dá para ficar bravo com esta mulher do lado! -beijos em Betty

—Ai, que horror! -reclamou Hugo- Ainda por cima se torraram!  Vamos embora, meninas!

As modelas dão de ombro mortas de inveja de Betty.

Mas os amigos- funcionários ficam felizes e dão um abraço coletivo nos chefes.

—Olha, chefa! Cuidei de tudo direitinho, a empresa está de boa!

—Eu sei! Eu te conheço, Nicolás! -Eles dão o conhecido giro

—Para isso você não é nada molenga!

—Olha, cabeção, vou te perdoar porque está fazendo minha amiga feliz e ela está ainda mais bonita!

—E vou perdoar este elogio, pois sei que é um irmão para ela! -batem as palmas -Betty os abraça.

Mariana aparece com um bolo.

—Ai, não vai me dizer que Mariana sabe fazer bolo!

—Sei sim, meninas!

—Pois se tiver gostoso como parece, já era, meninas! -suspirou Bertha

—Calma, Bertha! É para nossos chefes!

—Ah, queridos! É para compartilhar com todos! -sorriu, Betty

—Seu Armando, tem uma surpresa para o senhor na Presidência. -cochichou Inesita, no ouvido de Armando

—Mas o que é?

—O senhor vai gostar!  -Armando virou os olhos

—Eu vou lá!

Ao chegar na sala, Armando abre a porta da Presidência e encontra uma jovem senhora de uns 37 anos:

—Olá, Armandito!

—Camila! Não acredito! -Armando dá um pulo e abraça sua irmã, os dois não se viam há uns cinco anos, embora se comunicassem sempre

—Sim, querido, sim! Mas olhe para isso! Como você está lindo! Mais bonito que nas fotos!

—Ah, mana, são seus olhos! Olha, como estou torrado de sol!

—Esta foi a Lua-de-mel!

—E onde está sua escolhida?

—Está com as meninas do quartel!

—Quartel?

—É como são conhecidas um grupo de meninas daqui, digamos, injustamente, pois elas estão bem bonitonas agora.  Até desfilaram. Quartel das feias.

—Ai, que horror!

—Imagine! Foi o Hugo que colocou este nome!

—Aquele estilista?

—Conhece?

—Pelos informes da empresa. Mas feio é isso! Imagine, colocar apelidos nas funcionárias...

—Elas nem ligam mais!  Precisa ver o que fazia com Betty, muitas vezes tive que defendê-la.

—Vamos lá vê-la! 

—Ah, Mila! -dá outro abraço forte- Estou tão contente que esteja aqui! Você vai amar conhecer minha Betty! Ela é como você:  é tão doce, paciente, inteligente, um anjo!

—Armandito, preciso conhecer mesmo esta moça! Quando você falava de uma moça jamais usava estes adjetivos, primeiro era: a mais linda da escola, a mais popular. Mas pelo que vi nos informes da Ecomoda e nas Revistas de Moda ela é muito bonita também!

—Sim, Betty é muito bonita, mas não só por fora, principalmente, por dentro!

—Nossa,  esta moça te mudou mesmo! Você nunca ligou para estas coisas de “beleza interior”

—É que Beatriz, é diferente de todas que conheci! Quando a conhecer, vai ver do que estou falando. E meu sobrinho?

—Brincando com uns meninos!

—Ah! Criança é assim mesmo!

—Betty!

—Sim, mí amor?

—Quero que conheça uma pessoa!

—Olá, Beatriz!

—Dona Camila?

—Ah,       que isso! Não sou tão velha assim!

—Betty! -repreendeu Armando

—Ai, desculpe-me, Do... Camila! É falta de costume!

—Mila, é que minha Betty ainda não se acostumou com o fato de ter se casado com o chefe! -Armando riu  -Ela era minha assistente, como te contei.

—Ai, Betty! Posso te chamar assim?

—Sim, claro! Estava doida para conhecer a se... você!

—E eu, Betty! Imagina! -abraços e beijos   -Uma pena não ter podido vir ao casamento de vocês!

—É que foi meio corrido...

—Sim! Mas você não está grávida, está?

—Não. É que não conseguíamos mais ficar separados, mana! -beijo -Não consigo mais viver sem ela!

—Olha, Betty! Não sei o que você fez, mas você mudou meu maninho mesmo! Ele é outra pessoa! Nem nunca imaginei que fosse se casar! Nem mesmo com a Ma (Marcela). Apaixonado assim, então, nunca vi...

Armando a olha, apaixonado.

—Seu irmão é muito especial e doce, Camila!

—É a primeira que diz que ele é doce também! Justo o neurótico mimado do Mandito. Te amo, mano, mas é verdade, desde pequeno.    Venha, Betty! Quero falar com você, conversar.

—Mila, você não prefere que conversemos em casa? É que estamos em meio a uma festa!

 Poderia jantar conosco hoje no meu apartamento.

—Ai, hoje, temos que jantar com meus pais.   -lembrou-se Betty

—Então,  que tal, almoçarmos amanhã, aí vocês podem se conhecer melhor!

—Sim, combinado.

Betty apresenta Camila para as meninas do quartel, e depois todas ficam conversando.

Na festa, estão presentes também os filhos de Bertha, o de Aura María, Jimmy, os quais brincam com o filho de Camila.

Após a comemoração, Betty e Armando adentram a sala da Presidência.

—Eles são maravilhosos, não? Nossos amigos e funcionários?

—No que se refere à festa, sim! É com eles mesmo!

—Armando não seja tão mal-humorado!

—Não sou mais desde que conheci! -Beijo –Gostou da Mila?

—Sua irmã é um amor! Só não sei se ela gostou de mim...

—Não tem quem não goste de você! Até eu, que era um grosso gostava de você!

—Gostava nada! Me maltratava, resmungava: “Que cruz!”  -Betty riu de seu jeito

—Era um bobo! -beijo- No fundo eu gostava de você! Só te achava atrapalhada 

—Ah, ainda sou! -riso

—Hummm. Vamos namorar um pouquinho aqui?

—Um pouco! Estou meio cansada! Prefiro ir para nosso apartamento. Vim para trabalhar, mas fizeram uma festa! Pode me pegar um pedaço de bolo e um suco?

—Lógico, mí amor!

Armando sai da sala para buscar as coisas para Betty e Hugo vai atrás dele

—Ai, Armani, quero te falar um assunto!

—Agora não, Hugo! Amanhã! Hoje é festa! Faz favor, sim¿

—Está bem!

Hugo fica bravo, pois se julga acima de qualquer coisa.

Depois o casal Ecomoda dispensa o pessoal mais cedo e vai para casa.

Como a casa deles ainda não está pronta, ficam no apartamento de Armando. Ele havia deixado lá uns jarros e peças que Betty comprou com ajuda de sua mãe.

—É para dar um toque feminino, já que vai ser nosso lar,  por enquanto.

—Ficou lindo! Fico triste, pois você gosta do apartamento e vai vendê-lo!

—Vou alugá-lo! Assim no futuro podemos dá-lo de presente para algum de nossos filhos!

Betty leva um susto, pois nunca pensou que ele iria falar nisso.

—Sim, quero ter uma família com você -beijo -Não quer?

—Lógico, mí amor, é que nunca pensei que você...

—Eu também não pensava nisso, mas... -Te amo! E com você eu quero1

—Mas não agora! -risos

—Por enquanto, vamos só praticar!

—Armando, temos que ir na casa dos meus pais, lembra-se?

—Não pode ser amanhã?

—Não, pois minha mãe preparou um jantar especial hoje!

—Está bem!

Os dois se dirigem à casa dos Pinzón. Era estranho para Betty entrar naquela casa que foi seu lar desde que nasceu e não morar mais lá.

Os pais os recebem emocionados.  

Betty conta sobre a Lua-de-mel, e Armando fica maravilhado dela lembrar-se de tudo, pois nunca foi detalhista.

—Bem, Seu Hermes! Já está ficando tarde e amanhã temos trabalho na Ecomoda!

—Por que não ficam no quarto que era de Betty?

—Olha, papá! Prometemos vir outro dia! E quem sabe...

—Tem alguma coisa para levarmos?

—O Freddy levou umas malas com Nicolás para o apartamento.  Mas faltaram... -Hermes aponta para umas malas

—O que é isto?

—Algumas roupas, e esta mala com um monte de papeis. -comentou Hermes

—O que é?

—Ora, Armando! As lembrancinhas! Não queria que ficasse sempre no saco de lixo, não é? -beijo

Ao saírem...

—Olha, não é por nada... Mas não dá para ficarmos na casa de seus pais...

—Olha, até que seria interessante...

—Eu conheço esta cara... no que está pensando, espertona?

—No meu quarto! Onde costumava passar s noite inteira sonhando com você, onde revive cada momento quando fizemos amor.

—Hummm... não faz assim que volta para lá e passo a noite contigo no seu quarto nem que tenha que ouvir e repetir a história do tio Lázaro de có!

—Teria coragem?

—Somos casados, não? Acho que ele sabe que fazemos amor.

—Melhor sermos discretos.

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