—Imagina, Júlia e eu nunca tomamos banho juntos em todos estes anos de casados. E somos pobres. 

—Ai, Hermes.  Não queira comparar-se com Armandinho. -disse Júlia, encantada com o genro e como sua filha era querida. 

—Realmente, estes jovens de hoje. 

—Escute seu Hermes...

—Não, escute, papai! Armando e eu somos casados, temos uma vida em comum e é normal que façamos algumas coisas de casados. entre elas, dormir juntos na mesma cama e tomarmos banho juntos.   Gostamos de fazer tudo juntos, até trabalhar. Ojojo! 

—E nunca vou me enjoar! -disse Armando encantado dela ter coragem de enfrentar seu pai.

—Mas, mas... 

—OLha, papai, te quero muito, valorizo como me criou, com toda sua moral. O amo e sempre vou amar, mas tenho uma vida comum com Armando, um homem experiente e do mundo. 

—Está bem. Vou levar Camila para fora, ela está muito nova para ouvir estas coisas.  -disse Hermes, pegando a bebê no colo. 

—Minha filha te peço desculpas. 

—Não, dona Júlia, sei como é seu Hermes e o respeito, mas sou louco por sua filha e...  -disse agarrando ainda sua cintura. 

—Sei disso, Armandinho, E ela é louca por você desde que o conheceu. 

—Mamãe! 

—Sei que é verdade! -ele a beijou doce

—E sei que te faz feliz. 

—Nâo imagina uanto, mamãe. 

—Perdoe o que pensa Hermes. Ele é assim. O amo, mas... sei de seus defeitos. -falando mais baixo -Gostaria que ele fosse um pouquinho como Armadinho, mas sei que é impossível. 

Os dois riem tímidos com a confissão de Júlia. 

—Quem liga para as confissões de uma velha? 

—A senhora mão está velha! É linda! -dá um beijo na bochecha da mãe.

—Muito bela, mamá Júlia! -disse Armando, carinhoso com sua sogra. 

—Vocês são uns amores. Tão românticos e divinos, como diz Bettica. 

—Bem, temos que trabalhar.

Armando e Beatriz vão no carro dela, Hermes vai no seu, enquanto Júlia fica cuidando de Camila na casa. 

—Esta casa é tão boa. Não sei porque querem se mudar para o apartamento. 

—___

No caminho, Hermes pensava no que havia ouvido da filha e seu genro. Lembrava-se de outros momentos que os viu tão íntimos. Se imaginou usando as roupas de Armando, com seus óculos modernos e beijándo Júlia como havia visto eles se beijando. 

—Júlia, chegou seu amado Hermes -beijo. 

—Hermes, está tão cheiroso e elegante. 

—Armandinho me deu estas roupas e disse que ficaria mais bonito e este cheiro, Júlia, de uma loção aí. 

Júlia cheirava e podia reconhecer aquele cheiro das roupas de sua filha. Era a mesma que seu genro usava. 

—Gostou, Júlia?

—Divino, Hermes! 

Beijo

—Agora, vai ver, Júlia. Nâo queria um marido romântico e ardente como Armadinho com nossa filha.

—Ai, Hermes. 

De volta à realidade, Hermes balança a cabeça, dirigindo. 

—Para de bobagem, senhor Hermes Pinzón! Ao invés de colocar seu genro na moral e bons costumes, deixa-se guiar pelas ideias dele? Ele é jovem, de outra geração, criado no meio de libertinagem com as modelos. Ainda que ame sua filha e que lhe pareça fiel, tem coisas que não se muda!

—Pobre de minha filhinha, tão menina e inocente. Armandinho e´um bom homem, decente, mas protegerei minha neta para que não tenha o mesmo destino. 

(Pobre, Camila. Seu Hermes não aprende, não?)

 __________

Enquanto isso, no carro Betty olha para o lado de fora. Pensava no que seu pai havia dito. Armando era seu marido e seu homem, sabia que a amava, mas era um homem do mundo e experiente.  Amava-o e não podia deixar de segui-lo em suas fantasias, primeiro porque também sentia muito desejo por ele, segundo porque gostava de saber que era alvo do desejo dele. 

"Ao contrário, se percebe que mamãe está insatisfeita de papai não ser tão... como Armando."

—Do que ri, meu amor? 

—Sabe quê?  O amo! 

—Também a amo. -um beijinho. -minha vontade era parar o carro e começar a beijá-la e sabe quê mais. 

—Ai, Armando. Ojojo!

 -Que acha, hã, espertona? Nosso assunto foi interrompido pelos seus pais hoje de manhã, de modo que tem uma dívida comigo. 

—Pois vou ficar com esta dívida com juros ou não, pois temos reunião em Ecomoda. 

—Reunião? Ah não.  Não dá para adiar isto? Estou com umas vontades...

—O senhor mudou muito, doutor! Não deixava por nada de trabalhar por sua adorada empresa. 

—Da empresa cuida minha presidente e da presidente cuido eu!

—Ojojo! 

—Gostou da ideia, minha doce doutora?

—O senhor sabe aque sim, doutor, mas esta reunião é com uns empresários interessados em franquias e quem sabe daí podemos conseguir novos sócios. 

Armando vira os olhos. Há tempos, a empresa não é seu maior amor e interesse. 

—Nicolás não poderia cuidar disso? 

Betty olha feio para Armando

—Desculpe, foi só uma ideia.  De onde são estes empresários?

—Do Brasil!

—Brasil, Brasil, para mim, para mim; -cantarola Armando a mundialmente conhecida "Aquarela do Brasil". 

—Ai, Armando, você conhece o Brasil?

—Já fui duas vezes!

—E é tão bonito quanto dizem?

—Nossa Colômbia também é linda, Beatriz!

—Sim. mas você me apresentou quase tudo. É que tem tanto lugar que não conheço. A não ser quando saímos pelo Caribe e quando fomos à Venezuela, ai Armando. 

—Quer conhecer o Brasil, é isso?

—Sim. Fiquei curiosa desde que conheci... 

—Sei, a Taís Araújo, a atriz da novela Xica de Souza.

—É Xica da Silva!

—Que dsua mãe adora e que conheceu em Cartagena. 

—Já te contei esta história? 

—Muitas vezes!

—É que foi um dos melhores dias da minha vida!

—Sim, enquanto eu sofria, estava passeando com uma estrela da tv e o francês engomado!

—Ai, Armando! Não cansa de ter ciuminho de Michel? Ojojo!

—Ciuminho, eu? Não tenho ciuminho de você com o francês!

—Não?

—Na verdade fico louco de qualquer um que respire o mesmo ar que você! 

—Ai, Armando! Só você! 

—Só eu que posso sentir este teu cheiro. Ah! Doce! 

—Ojojo!

—E esta risadinha sexy. Tem certeza que temos esta reunião hoje? Quue não é amanhã?  

—Hoje! 

—Armando virou os olhos. 

—Mas prometo que à noite vou recompensá-lo muito por tanto trabalho duro, doutor. 

—E vou fazer hora extra trabalhando duro na minha chefe!  Faça o favor de me explorar! 

—Ojojo! Assim como o senhor,  doutor!