No dia seguinte, Seu Hermes vai novamente para Ecomoda, levando Betty em seu carro, Armando resolve só passar rapidinho para cumprimentá-la e depois leva pai e filha para almoçarem fora.  À tarde,  ele decide que vai dar permissão para Betty ir à Venezuela já que a menina foi bem criada e ajuizada, mas que antes falará, pessoalmente, com Dona Catalina. Betty aproveita para falar-lhe que a fada-madrinha visitará a Ecomoda sexta-feira para acertar os detalhes das inaugurações das franquias. Hermes fica satisfeito.  

Betty passa na sala da Vice-presidência:

—Hum... A que devo a honra da visita de minha doutora nesta sala?

—Quer saber da novidade? Meu pai permitiu que eu vá à Venezuela!

—Jura, mí vida?

—Sim! -beijo profundo -De modo que poderíamos aproveitar e comemorar hoje, meu amor!

—Betty, adoraria, meu amor! Sabe que estou louco para te ter novamente em meus braços de forma plena, mas...

—Mas?

—O que passa é que temos muito trabalho antes de irmos à Venezuela, preciso separar coisas. Provavelmente iremos seguir para o Equador, logo após...

—Ai, Doutor! E desde quando isto impediu que ficássemos juntos? Sempre tivemos muito, muito trabalho na Ecomoda! -beijo- O que acontece é que estou com muita saudade de você! Tenho sonhado muito com você!

—Ah é? Então, conte-me tudo!

—De forma alguma, tenho vergonha!

—Pois vai ter que contar para ver se coincide com os que tenho com você! - Armando morde os lábios 

—Não posso contar até que se realizem! Sabe que sempre sonhei com você?

—É? -Armando lembrou-se que também vivia sonhando com Betty, uma vez estavam em um parque, e outra que faziam amor. Por vezes estava ao lado de Marcela, e acordava gritando, pensando ser pesadelo, mas que nunca contou à Marcela o a Mário sobre tais sonhos.  -Ainda bem! Acho que pode ter razão! Melhor que façamos tudo o que vimos! 

—Também sonha comigo, doutor?

—Sempre! Principalmente depois que fomos ao meu apartamento. Para mim sempre sinto que está em meus lençóis, te sinto ali comigo.

—E por quê não me leva para casa hoje?

—Betty, pretendia seguir trabalhando, mas sim, podemos ir!   

Beijos

O telefone toca.

—Ai, doutor! Não queria atrapalhar, mas é a ligação urgente de Caracas! - Sandra não querendo atrapalhar, mas...

—Ah, deve ser a Alejandra! Pode passar!

Betty franziu a testa.

—Sim, Alejandra! Está tudo certo! Estamos muito animados! Já peço que minha secretária te passe a lista de quem irá, já fizemos as reservas!

—Com licença, vou para minha sala para que conversem à vontade!

 Armando joga um beijo e continua a conversar animadamente,   deixando Betty muito louca de raiva.

—Ah mas o que foi, Betty? -perguntou Aura Maria

—Nada, Aura Maria, nada!

—Mas você está com uma cara!

É o cansaço. Aura Maria, venha até minha sala! - Betty acomoda-se  em sua mesa- Então, irei sim à Venezuela!

—Ai que bom, Betty! E eu vou contigo?

—Sim. Peça à Sandra que confirme nossas reservas! Ficará no quarto comigo, ao lado do de Dona Catalina!

—Ai que bom que vai ser, Betty!

—Mas você vai para trabalhar, Aura Maria!

—Ai mas para quê mais iria? Para ir de rumbia?  Não!

—Espero que todos possam estar centrados e pensando mesmo no trabalho!

—Como assim?

—Nada não.

—De forma que irei te passar um tratamento para que saiba o que fazer, como agir, o que uma secretária, uma assistente faz nestes eventos.  

—Ai, estou animada, Betty!

—Já avisou ao Freddy?

—Não! Mas ele compreenderá, pois não posso ficar aqui com o Dr. Gutiérrez!

—Sim!

—Preciso que anote tudo e não falhe em tudo que te pedirmos! Irá receber um adicional para isso, por ser externo!

—Ai, Betty! Nem precisava!

—Sim, precisava! -Sorriu enfim - Eu teria que contratar uma pessoa, então, prefiro que seja você que conheço e precisa, pois tem o Jimmy!

—Sim.  Mas sua cara não está bem, Betty!

—Já disse que estou um pouco cansada. Estes dias serão de correria! Mas vai ficar tudo bem! Temos apenas dez dias. Sexta Dona Catalina virá e vou pedir que te dê algumas dias sobre o que vestir e como portar-se. Assim, só irei te ensinar o que fazer! Está bem?

—Ai, calma Betty! Desculpe!

—Desculpe-me, Aura María! É que está correria, e tudo está me deixando nervosa!

—Tem certeza que é só isso, Betty?

—Sim. Pode voltar só trabalho!

—Ai, Betty só mais uma coisa:  é que não tenho roupas, Betty, para estes eventos que vamos.

—Quanto a isso. Não se preocupe! Estamos na Ecomoda! Este é nosso negócio! Se preocupe em assimilar o necessário para fazer bem o que precisarmos

—Ai, o Dr. Deve ter ficado animado que vá viajar com ele juntinhos sem seu pai!

—É ficou! -Betty sorriu amarelo, ao lembrar-se de Alejandra -Espero que continue...

À noite, ele passa pelo escritório de Betty para buscá-la, suas intenções são levar Betty direto para a casa dela, pois ficou tão feliz que Seu Hermes aprovou a viagem e como confia nele, não quer dar motivos ao futuro sogro de implicar com algo. Mas Betty tinha outros planos...

Betty está muito a fim de Armando e quer demonstrar todo seu amor, beijando-o profundamente.

—Calma, Betty! Não podemos fazer isto aqui no carro!

—Eu sei! Mas...   -Beijo -Estou com saudades, doutor!  Te quero!-  Mas este é o caminho da minha casa, doutor!

—Estou te levando para sua casa!

—Como assim?  Entendi que iríamos para seu apartamento, ficarmos juntos... -beijo

—Betty, -beijo- Entendo que te quero tanto quanto me quer, mas teremos muito tempo para ficarmos juntos na Venezuela. Foi difícil convencermos seu pai e já que conseguimos, não quero problemas com ele!  Ele me fez garantir que te levaria cedo para sua casa!

—Sei...

—Não queria que desse bem com ele? Que fizesse bem o papel de genro perfeito?

—Sim, mas... é que queria ficar com você, doutor!

—Podemos parar um pouco antes, como fazemos e darmos uns beijos.

—Não vai te incomodar?

—Imagina,  Betty... Eu iria amar! Ou mesmo te beijar no sofá de sua casa...

—Em casa, não temos intimidade alguma.

—Está muito animada, hein, espertona?  -beijo

—Ai, Seu Armando! -beijo, ele corresponde algumas quadras antes da casa de seu Hermes.

Betty está, de fato, excitada, em razão de duas noites de sonhos com Armando. Não os contou nem mesmo a ele, de modo que queria que se realizassem. De acordo como ele correspondia seus beijos, sentiu-se ainda mais à vontade, de modo que seguiu beijando-o, dominada pelo desejo, no assento do motorista e afrouxando sua gravata, abriu os botões de seu paletó, acessando seu pescoço, continuou a beijá-lo

—Betty, não podemos fazer isto aqui!

Ela nem o ouviu

—Betty! Estamos na rua, no meu carro!

Assim Betty recuperou os sentidos estava no carro dele, agarrando-o em plena rua.

—Ai, que vergonha! Por um momento... – ruborizou-se- Por isso queria ir ao seu apartamento...

—Calma! Calma! Teremos tempo! Precisávamos que chegasse em casa cedo hoje.

—Está bem! Me deixe na minha casa!  Meu pai está me esperando!

—Betty! Não fique assim!

—Estou bem, Seu Armando! Se diz que hoje não! Hoje não! De qualquer forma, estou cansada! Muitos preparativos para a viagem.

Armando vira os olhos ao perceber que Betty ficou meio chateada com ele:

—Boa noite, Seu Hermes!

—Boa noite, doutor!

—Oi, filha!

—Oi, papá! Mamá!

—Oi, filha! Oi, meu filho!

—Oi, Dona Júlia!

—Acabei de passar um café! Sente-se!

Betty subiu para deixar suas coisas em cima, e ficou um tempo lá, retornando apenas para tomar o café, sentou-se um pouco no sofá, mas evitou olhar Armando que conversava com Seu Hermes.  Traçou imagens em sua mente dele e Alejandra se beijando no hotel da Venezuela, enquanto ela estava trabalhando ou no quarto com Aura Maria.

Quando Seu Hermes foi à cozinha, Armando deu-lhe um beijo e passou o braço em seus ombros, ela correspondeu com um beijo terno

—Vou subir! -bocejou- Eis que estou cansada! Foi um dia duro de trabalho e amanhã ainda teremos mais!

—Betty!

—Boa noite, doutor! Acho melhor ir para sua casa, se poupar! Teremos trabalho! -beijo curto, prolongado apenas porque ele segurou seu braço

Betty sobe deixando Armando sem entender nada e sem opções, vai para seu apartamento. Mas a verdade é que ela está com ciúmes de Alejandra e pensando que já deve estar enjoado dela.

—Pois bem, Dr. Mendoza! Vamos nos concentrar no trabalho, a sua presidente fará seu trabalho com muita competência na Venezuela, assim não precisa esquentar sua cabeçona (riu-se, pois Nicolas sempre dizia que ele tinha uma cabeçona)  com isso...

Depois de umas três horas, Betty conseguiu, finalmente dormir.

 ______________