Percy Jackson - Uma Nova Profecia escrita por Contadora de Histórias


Capítulo 25
XXIII - L’Empire Paris Hotel


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelas 500 visualizações e desculpem a demora ; D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/790381/chapter/25

 

  Annabeth me disse uma vez que levava cerca de nove dias para cair da terra até o tártaro, vocês podem até achar que como passamos por essa experiência pessoalmente podemos confirmar essa teoria, porém sinto lhes informar que eu nunca parei para contar.

  Na verdade, não tínhamos noção das horas, e mesmo meus sonhos começassem com a minha queda eu ainda não descobri quanto tempo ficamos caindo...

  Depois do que pareceu uma eternidade ouvi o som de água.

 -Percy. O rio.

  Sem que dissesse qualquer outra coisa, gritei com todo o resto da minha força e imediatamente senti a água escura nos cobrir completamente.

  A cena mudou e agora estávamos no elevador das portas da morte, os monstros atacavam todos de uma vez e com os cantos dos olhos pude ver o gigante Damásen lutando contra o próprio Tártaro para nos ajudar.

  Bob se afastou da batalha cambaleando, com o tigre-dentes-de-sabre ao lado. Fiz veias no chão explodirem uma atrás da outra. Controlei os rios, dando um banho em qualquer monstro que se atrevesse a chegar muito perto do Titã. Ele foi mancando até as Portas, icor dourado escorria dos ferimentos em seus braços e peito. O uniforme de zelador estava em farrapos. O titã estava retorcido e curvado. E mesmo assim ainda sorria com os olhos prateados brilhando de satisfação.

 -Vão! -Ordenou ele. -Eu vou segurar o botão.  

  O olhei preocupado. -Bob, você não está em condições de...

 -Percy... -A voz de Annabeth estava trêmula. -Precisamos ir.

 -Não podemos simplesmente deixar os dois!

 -Você precisa fazer isso, amigo. -Bob deu um tapinha em meu braço e quase me derrubou. -Ainda consigo apertar um botão. E tenho um bom gato para cuidar de mim.

 -Bob Pequeno dentes-de-sabre rugiu, concordando. -Além disso, é seu destino retornar ao mundo e pôr um fim nessa loucura de Gaia.

  Eu queria protestar e encontrar outra maneira, mas ates que pudesse dizer qualquer coisa, Tártaro grunhiu, parecendo mais irritado com o ferimento que Damásen lhe causou.

  Virou seu rosto, o redemoinho de vácuo, na direção do gigante, mas ele saiu do caminho bem a tempo. Uns dez monstros foram sugados para o interior do vórtice e se desintegraram.

 -Bob, não! -Supliquei. -Ele vai destruí-lo para sempre. Sem volta. Sem regeneração.

  Bob deu de ombros. -Quem sabe o que vai acontecer? Vocês precisam ir agora. Tártaro tem razão sobre uma coisa: Nós não podemos derrotá-lo. Só podemos ganhar tempo para vocês.

  As Portas tentaram fechar, mas o pé de Annabeth estava no caminho.

 -Doze minutos. Posso dar isso a vocês.

 -Percy... Segure as portas. -Annabeth deu um pulo e jogou os braços em volta do pescoço do titã.

  Minha cabeça estava girando, não conseguia acreditar que aquele seria o fim, não podia aceitar isso, era algo cruel, tinha que pensar em outra coisa, mas o cansaço e a dor estavam me alcançando novamente e eu não conseguia raciocinar.

  Bob esfregou os cabelos de Annabeth. Um sorriso fez surgirem rugas em torno de seus olhos.

 -Isso é bom. –Ele respondeu á algo que Annabeth havia lhe dito. -Até lá, amigos, digam oi ao sol e às estrelas por mim. E sejam fortes. Este pode não ser o último sacrifício que terão que fazer para deter Gaia.

  Ele a empurrou com delicadeza. -Não há mais tempo. Vá.

  Annabeth agarrou meu braço nos levando para o elevador. Pude ver uma ultima vez o Drakon Maeônio sacudindo um ogro como se fosse um fantoche e Damásen atacando as pernas de Tártaro. Bob piscou para Annabeth.

 -Mantenham as portas fechadas do seu lado. -Disse ele. -Elas vão resistir à sua passagem. Segurem...

  As portas deslizaram e fecharam. A última coisa que lembro foi de gritar o nome de Bob até perder a consciência...

  O sonho mudou novamente, mas não estava pronto para enfrentar outra lembrança dolorosa, porém eles tinham outros planos e senti meu olhos lacrimejarem pelo ar ácido, mesmo sendo um sonho, as emoções eram muito realistas.

  Esse foi um dos motivos que insisti para Quiron e Reyna me ensinarem aquelas técnicas que naquele momento não estava ajudando em nada.

  Quando consegui focar minha vista, estava no Mundo Inferior, nos campos de Punição, a cena era a mesma de antes. Annabeth e Thalia presas por um fio e Luke acorrentado, a diferença era que não conseguia vê-lo, pois um pequeno grupo de monstros estava á sua volta, pelos gritos e gemidos eu sabia que não era algo bom, mas mesmo assim sabia que não poderia interferir, porem aquilo era insuportável.

  Fechei os olhos e tentei novamente me concentrar nas coisas boas que haviam acontecido comigo. Como o meu primeiro verão no acampamento meio-sangue, as aventuras que tive ao lado de Grover e a Sra. Oleary. As noites de fogueira em que ficava conversando até tarde com Tyson e depois tínhamos que fugir das harpias. O casamento da minha mãe e de Paul (Todos estavam presentes e eles estavam tão felizes que era impossível não se alegrar também)...

  Meu primeiro beijo aquático com Annabeth, nosso jantar no Torre Eiffel e os meses que se seguiram antes de eu ser sequestrado. O quase caça a bandeiras no acampamento Júpiter, o banho romano e todas as nossas aventuras no Argo II (tirando as partes em que estávamos quase mortos, todo o resto foi inesquecível).

  Com todas essas lembranças em minha mente os sons da tortura desapareceram e foram substituídos por o de um rio.

  Abri os olhos e vi que me encontrava na entrada do acampamento Júpiter, Reyna estava de costas para mim e mesmo quando se vestia apenas com a camiseta roxa e a calça jeans, sua postura não a deixava se passar por uma simples campista.

 -Sei que está ai. –Olhei ao redor procurando por outra pessoa, mas não havia ninguém. –É com você mesmo Percy, estou feliz que conseguimos nos comunicar.

  Fiquei do seu lado e encarei o pequeno Tibre que dava a volta pelo acampamento. –Estamos sonhando?

 -Você sim, já eu estou exatamente neste local.

  Olhei para o céu, ele estava começando a clarear. –Já está de dia? Preciso acordar...

 -Acalme-se, não se esqueça que você está do outro lado do Atlântico e as horas são um pouco diferentes. Além do mais, não temos muito tempo.

  Concordei e a encarei. –Já sabe o que está acontecendo?

 -Frank e Hazel contaram sobre a missão de vocês, confesso que ainda tinha receio do que isso poderia significar...

  Ela me encarou esperançosa e contei tudo que havia acontecido, incluindo os meus sonhos que antecederam ao nosso encontro.

  Reyna ouviu cada detalhe e não fez perguntas.

 -Isso me deixa mais tranquila, pelo menos estão próximos. –Ela suspirou e voltou a encarar o rio.

 -Mas não foi só por isso que você me chamou não é?

 -Infelizmente não tenho tempo para detalhes, mas admito que também tive os meus encontros com os deuses e tudo me leva a crer que terei uma missão para cumprir, estava apenas esperando pelo outro Pretor para seguir viagem e...

 -Como assim? –A interrompi. -Que missão é essa? Não está pensando ir sozinha né?

  Ela sorriu com a minha expressão. –Não se preocupe, antes de partir eu preciso ter certeza de que sua missão não falhará, pois só assim terei sucesso.

  Semicerrei os olhos.  -Então você está dizendo que a sua missão depende da nossa?

 -Quase isso. Como disse, alguns deuses também conversaram comigo em sua forma romana e há algo que está com você e irei precisar. Ainda não sei o que é, mas...

  Sua voz foi falhando e o sonho tremeluziu. Ela me olhou. –Não há mais tempo, você está acordando.

  Havia mais coisas que eu queria perguntar, estava preocupado com ela e precisava saber se estava tudo bem. –Espere. Reyna... Como...

  Minha voz também começou a sumir. A Pretora sorriu. –Até logo Percy, iremos nos encontrar em breve. Diga a Annabeth e Thalia que mandei um oi. Boa sorte.

  Sentei-me um pouco tonto no sofá. Olhei ao redor, estava tudo em silêncio, fui para o banheiro refrescar minha mente.

  Não havia ninguém na cozinha, desci para o porão para ver se ainda dormiam. As portas de Annabeth, Thalia, Júlio e Tainara estavam abertas e as camas arrumadas, até suas mochilas haviam sumido.

  Franzi a sobrancelha e fui para o quarto de Tobias, mas parei na porta. As imagens de Luke ainda eram muito claras e perturbadoras e o sonho que tive não ajudou em nada... Afastei esses pensamentos e entrei.

  O garoto dormia tranquilamente como se nada tivesse acontecido. O deixei lá e voltei para a cozinha.

  Era 07h30min. Já devíamos estar no local indicado, caminhei para o convés. Porém não tinha nem sinal dos outros e comecei a me preocupar...

  Annabeth não sairia sem avisar, antes que eu pudesse pensar em fazer algo, meus olhos focaram em seis pessoas que vinham na direção do barco, respirei aliviado e me encostei na grade esperando por eles.

 -Bom dia Cabeça de alga. Dormiu bem?

  Dei um beijo em Annabeth e cumprimentei os outros, incluindo Larissa e Carlos que estava junto com eles.

 -Onde vocês foram? E por que não me acordaram?

 -Relaxa Percy, não aconteceu nada, nós quatro acordamos cedo e fomos dar uma volta.  -Thalia explicou como se fosse algo óbvio.

 -E por que não me acordaram ou avisaram? Poderia acontecer alguma coisa com vocês e...

 -Tudo bem, você desse jeito parece até que não somos semideuses e não servimos pra nada. –Júlio falou rindo. –Sei que ficou preocupado com as garotas estarem saindo com um cara de visual maneiríssimo. –Ele apontou para si mesmo. –Mas relaxa, elas são muito fortes e eu estava mantendo tudo sob controle.

  Revirei os olhos. -Claro, fico bem mais relaxado em saber disso, obrigado.

  Ele concordou com a cabeça e inflou o peito para dar ênfase na sua frase. Nós rimos e Annabeth disse:

 -Só não te acordamos porque você parecia exausto depois da experiência de ontem à noite e era para ser algo rápido, Júlio precisava comprar alguns materiais que serão necessários em seus feitiços. -O garoto ergueu as mãos que estavam cheias de sacolas. –E no caminho de volta encontramos Larissa e Carlos vindo até o barco.

  Passei o braço por seu ombro a puxando mais para perto. -Ok, mas da próxima vez me acorde, sabe como eu adoro uma aventura, nem que seja para uma loja.

  Ela riu e me deu um beijo na bochecha. –Pode deixar. Agora temos que nos apressar, porque estamos atrasados.

— - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

  Foram necessários dois carros para nos levar até a estação que era um pouco longe do cais, o primeiro era conduzido por Carlos que levava Júlio, Tainara e Tobias (ele ainda não havia acordado então sua amiga teve que segurá-lo no banco), logo depois estava o carro de Larissa. Thalia ficou no banco da frente e eu e Annabeth sentamos juntos no de trás.

  Eles nos deixaram dentro do ônibus e depois voltaram para o cais, onde iriam seguir viagem de barco com sua tripulação particular de volta para os Estados Unidos. Larissa assegurou que chegaríamos em dez minutos.

  Com um veiculo comum, iriamos demorar mais ou menos 14h e 55 minutos para chegar, claro que o trajeto passaria por pedágios e iria atravessar a fronteira (pelo menos foi o que Annabeth me disse), mas até aquele momento não parecia possível que chegássemos antes das 08h10min, porém assim que foram ligados os motores, não deu para ver nem mesmo a paisagem.

  Sua velocidade perdia apenas para a de Arion (o cavalo boca-suja da minha amiga Hazel). Foi tão rápido que nem mesmo conversamos sobre o que iriamos fazer quando chegássemos.

  O ônibus nos deixou na porta do hotel que possuía uma cor clara, tinha seis andares e logo acima da entrada havia a estátua da cabeça de uma mulher. Annabeth e Júlio foram na frente para falar com a recepcionista, pois não podíamos entrar com alguém desmaiado. Alguns segundos depois ela apareceu e nos levou até a entrada dos fundos, infelizmente era a área de serviço e não possuía elevador, então eu e Júlio tivemos que subir não sei quantos lances de escada carregando Tobias (que mesmo depois de tudo que fizemos ainda não havia acordado, isso nos deixava preocupados).

  Achamos um pouco estranho quando tivemos que passar por uma parede falsa, mas a recepcionista disse que era a parte separada para pessoas “especiais” como nós.

 -Para onde estamos indo? –Perguntei um pouco cansado.

 -Larissa e Carlos avisaram que vocês iriam vir, então achei que estava na hora de utilizar a área isolada. Hermes aprovou minha decisão, já que é um local fora do alcance dos “outros”.

  Ela deu ênfase na ultima parte, parei alguns segundos. A subida estava realmente ficando cansativa, olhei para trás e vi que Júlio nem mesmo ofegava, me recompus, e voltei a subir para acompanhar os outros.

  Finalmente chegamos ao topo, onde não havia absolutamente nada.

 -Que brincadeira é essa? -Falei um pouco irritado.

 -Sei que é longe, mas acredite, vale a pena. -A mulher se virou em minha direção, ela tinha o cabelo castanho que caia pelos ombros, com os olhos azuis bem claros, quase transparentes, olhei para o resto do corpo e vi que ela flutuava.

  -Você é uma ninfa dos ventos. –Falei o óbvio. Ela riu.

 -Me chame de Jasmim. É bom finalmente conhecer o famoso Percy Jackson e sua namorada inteligente Annabeth Chase. É claro que gostaria de ver os outros, principalmente o Leo Valdez. Méllie falou muito bem de todos e estava louca para conhecê-los.

 -Você conhece a esposa do treinador Hedge?

 -Claro, ela é uma grande amiga e foi um dos motivos que pedi permissão á Hermes que eu os levasse até a “área proibida”.

  Como não falei mais nada ela tocou na parede e a porta abriu em um elevador.

 -Sério que agora aparece um elevador? -Júlio resmungou os outros não ouviram, mas eu concordava plenamente com ele.

 -Pelo menos vamos poder descansar.

  Jasmim apertou o único botão que havia e o elevador foi para o lado, alguns segundos depois as portas se abriram e todos (menos a recepcionista) prendemos a respiração, estava praticamente sem palavras.

  A entrada do quarto (porem acho que não podia chama-lo assim) era maior que a sala da Casa Grande no acampamento. Haviam três sofás vermelhos com almofadas, uma mesinha de centro com uma caixa de chocolate em formato de barco (o que achei estranho), a televisão ocupava toda a parede e tenho certeza que teria todos os canais, incluindo a Tv Hefesto. No lado esquerdo havia um videogame 3D (que chamou a atenção principalmente da Annabeth). Colocamos Tobias no sofá.

  O balcão ficava do lado direito e separava a sala da cozinha, que era completamente moderna (daquelas que muitos chefes morreriam para ter) e possuía um enorme banquete nos aguardando. Fiquei tentado a pular o tour e ir direto para a comida, porem Annabeth me impediu.

  Jasmim nos levou até um corredor que dava para os quartos, eram no total nove (quatro de um lado e cinco do outro), todos com banheiro.

 -No inicio estava esperando pelos nove... –Ela admitiu.

  Annabeth levantou uma sobrancelha. –Nove?

 -Sim. Vocês dois, os quatro romanos, Piper, Nico e Leo... Mas então Carlos e Larissa avisaram que vocês estavam em missão e não viriam todos e que aconteceu um incidente com...

  Ela não terminou, nós dois abaixamos a cabeça, sabia de quem estava falando e me surpreendia o fato da noticia ter ido tão longe.

  Depois de alguns minutos ela continuou:

 -Mas estou contente de vocês estarem aqui, espero que estejam confortáveis e se precisarem de qualquer coisa é só falar meu nome que virei rápido como o vento.

  Ela piscou para nós e saiu. Cada um escolheu seu quarto, colocamos Tobias no do meio para ficar de fácil acesso á qualquer um, caso ocorresse algo. Depois nos reunimos na cozinha para tomar café e bolarmos um plano.

 -Tudo bem, agora que estamos aqui, o que faremos? –Tainara perguntou ansiosa.

 -Sabemos que a serpente está no rio Sena, próximo à ponte Des Arts. –Júlio comentou. -Tudo que temos que fazer agora é arrumar um jeito de submergir ou atrair a atenção do monstro para cima.

 -Estamos falando de uma das pontes mais movimentadas de toda Paris, ela é um marco histórico pelo fato de ser o ponto de encontro de casais apaixonados. -Annabeth falou. –Não acho que seria uma boa ideia lutar com uma enorme serpente nesse local, seria perigoso para as pessoas.

 -E se nós tentássemos afastar os turistas? -Tainara perguntou.

 -Iriamos precisar de uma distração muito convincente para isso, eu poderia manipular a névoa e faze-los achar que a ponte está em reforma, mas isso iria atrair também as autoridades.

  Thalia falou enquanto se servia de mais chocolate quente que havia feito (foram às outras caçadoras que ensinaram essa bebida deliciosa á ela). 

  Ela aprendeu a controlar a névoa com nosso querido diretor Quiron há muitos anos atrás, já eu me considerava um caso perdido, por algum motivo meu cérebro não assimilava as informações necessárias para realizar essa proeza. Mesmo eu tendo os melhores professores, como minha amiga Hazel (que já salvou nossas vidas inúmeras vezes com esse poder), Quiron e até mesmo Thalia havia concordado em me ajudar e mesmo assim não fiz progresso algum. Poderia desistir, mas todos sabem que o impossível, pra mim é um desafio.

 -Não será necessário o controle da névoa. –Todos olharam para mim e me ajeitei. –Eu posso criar bolhas de oxigênio para todos, assim poderemos submergir sem problemas.

  Annabeth me olhou preocupada. –Percy, você tem certeza? Não estou dizendo que não consegue, mas nós somos cinco.

 -Sei disso. E pode ter certeza que irei conseguir, a pressão da água também não será um problema.

  Annabeth pareceu notar minha confiança, pois concordou com a cabeça imediatamente. 

 -E como pretende fazer isso garoto peixe? –Thalia que me encarava com um sorriso sarcástico, sorri de volta.

 -Simples, minha cara amiga. –Falei pausadamente para que ela entendesse. –Eu sou filho de Posseidon e tenho poder sob qualquer coisa liquida. A água já possui oxigênio, tudo que irei fazer é formar bolhas de ar para mantê-los vivos.

  Enquanto falava olhando diretamente para Thalia (que ainda me encarava), fiz uma bolha com o seu chocolate quente e o passei na frente de todos da mesa, pois se olhassem fixamente para o liquido veriam que não havia nada ocupando seu meio, além de oxigênio.

  Eles pareciam tão vidrados no que eu fazia que, quando Thalia levou sua xicara aos lábios, demorou um tempo para notar o vazio e aproveitando que ela havia desviado sua atenção, fiz a bolha vir até meu copo. Ela me fulminou com seus olhos eletrizantes.

 -Você vai ver só uma coisa Jackson.

  Sorri com o canto da boca. –O que vai fazer cara de pinheiro?

  Tainara prendeu a respiração e Thalia ainda me encarava furiosa.

  Um lembrete para que não conhece a Grace: NUNCA ROUBE SEU CHOCOLATE QUENTE.

 

  Á não ser que você seja suicida (no meu caso) então aproveite seus últimos segundos rindo da sua cara.

  Tomei um longo gole do liquido quente e esperei que ela fizesse alguma coisa, porem Annabeth bateu a mão na mesa para chamar a atenção.

 -Chega vocês dois. Temos assuntos mais importantes para resolver neste momento. Depois podem se matar.

 -Combinado. –Nós dois falamos juntos, apertando a mão um do outro.

  Annabeth revirou os olhos e Júlio riu, fizemos o mesmo, exceto Tainara que ainda parecia surpresa.

 -Posso fazer novamente o feitiço de rastreamento para saber onde ela está exatamente, pois é uma serpente que se move a todo o momento, mesmo que sua toca esteja próxima á ponte, é sempre bom conferir.

   Annabeth concordou com a cabeça. -Faça isso um pouco antes de sairmos, para não ter duvidas.

 -Ok.

—Percy pode respirar debaixo da água não é? –Todos olharam para Tainara que parecia ter se recuperado da surpresa agora.

 -Sim.

  -Mas Annabeth falou que seriam cinco, então quer dizer que vamos esperar Tobias acordar? –Havia um pouco de esperança em sua voz e seus olhos brilhavam em expectativa.

 -Claro que vamos espera-lo. -Falei rapidamente. –Ele faz parte da equipe e iremos precisar de todos para enfrentar aquele monstro escamoso.

  Ela sorriu agradecida, Júlio também pareceu mais aliviado com a noticia. Fico imaginando tudo o que os três passaram juntos para serem tão próximos assim. Pareciam uma família e eu realmente admirava isso neles. A única coisa que me incomodava era que um deles poderia ser o traidor da profecia e não duvido que iriam ficar juntos sem nem mesmo pensar duas vezes.

 -Tudo que nos resta agora é saber como mata-la sem que ela evapore, para pegarmos seu coração. Alguém tem alguma sugestão? –Annabeth perguntou enquanto comia um pedaço de seu croissant.

  Por alguns segundos o silêncio reinou no local, mas então as ideias começaram a surgir com clareza na mente de cada um e depois de uma breve discussão, todos concordaram com o plano que parecia ser o único meio de conseguirmos o que precisávamos.

 -Agora que está tudo resolvido, precisamos tentar contatar os dois acampamentos para deixa-los informados sobre o que aconteceu.

 -Eles já sabem. –Todos me olharam e contei á eles sobre o sonho que tive, não disse tudo, algumas partes eram desnecessárias.

 -Tudo bem, Percy, porem há algo que Quiron precisa saber.

  Levantei a sobrancelha e ela fez sinal de que explicaria depois.

 -Eu irei mandar uma mensagem para meu irmão por meio das águias.

  Nós dois concordamos, mas Júlio parecia confuso. –Ainda existem pombos mensageiros?

 -Não. Essas águias são treinadas pelo acampamento Júpiter para enviar cartas urgentes de um local para o outro. –Thalia começou a explicar. -Elas ficam espalhadas em vários lugares do mundo e quando um romano precisa, ele á chama. Jason me mostrou como fazer isso e agora que as mensagens de íris não são tão seguras assim é algo bom de se aprender.

  Ele concordou com a cabeça e Annabeth o encarou. –Não entendi a sua surpresa quando perguntou se ainda existiam pombos mensageiros, você falou como se tivesse vivido nessa época.

  Ele deu um leve suspiro e sorriu de lado. –Você é uma garota muito observadora e acho isso muito legal e ótimo em uma batalha. Mas como eu disse, história era a minha matéria preferida.

  Ela concordou, porém não pareceu estar convencida.

 -O hotel está protegido de acordo com Jasmim. Mas todo cuidado é pouco. –Thalia olhou para Júlio. –Poderia se certificar disso?

 -Claro. Essa é minha especialidade.

  Ele pareceu feliz em mudar de assunto, Thalia assentiu e saiu para fazer a sua parte, Júlio fez o mesmo. Tainara foi checar se Tobias dava sinais de vida. Eu e Annabeth ficamos responsáveis pela limpeza. Quando terminamos fomos para a sala descansar um pouco.

  Sentamos no sofá de frente para a enorme televisão, ela encostou a cabeça no meu peito e segurou minhas mãos.

 -Então.... –Falei com um suspiro. –O que acha de me contar o que era tão importante Quiron saber?

  Ela respirou fundo e me olhou nos olhos, porem antes que pudesse dizer qualquer coisa, Thalia entrou correndo na sala. Nós dois levantamos procurando por perigo.

 -O que aconteceu? –Annabeth já estava com a sua espada de dente de Drakon.

  Thalia segurava um papel com uma mistura de espanto e alegria.

 -Há uma surpresa nos esperando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

★♡★



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Percy Jackson - Uma Nova Profecia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.