Percy Jackson - Uma Nova Profecia escrita por Contadora de Histórias


Capítulo 11
X - Reencontro minha quase ex.


Notas iniciais do capítulo

Fico feliz de saber que ainda não desistiram dessa jornada = )

Como falei no começo, ela já está concluida há muito tempo, porém devido a alguns contratempos acabei não conseguindo postar os capitulos, mas irei recompensá-los pela demora ; D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/790381/chapter/11

  Argos nos deixou na estação de ônibus, que era o limite máximo que ele poderia ir, depois seguiríamos por conta própria. Entramos em uma lanchonete próxima e nos reunimos para rever o que faríamos.

  Annabeth começou:

 -Muito bem, Quiron não nos deu um limite de tempo, mas se for levar em consideração que os ataques estão ficando cada vez maiores e os filhos de Hécate não irão aguentar tanto assim...

 -Mais três ataques. –Júlio falou enquanto olhava no cardápio. –Eu analisei as condições dos campistas e, sinceramente? Irão durar mais três ataques, se não forem monstros muito poderosos claro, porém sabemos que isso é meio impossível.

 -Ou seja, se for levar em consideração que os ataques estão piorando e a barreira dura entre dois á três dias, temos no máximo uma semana arriscada para completarmos a missão, voltarmos e torcermos para que o feitiço dê certo.

 -OK. Então o que falta para podermos prosseguir? –Thalia falou em um tom determinado.

 -Precisamos saber para onde exatamente devemos ir. –Annabeth encarou Júlio como se soubesse que ele teria a resposta, o que era verdade.

  Ele pegou sua mochila e de lá tirou um kit de agulhas e um envelope lacrado com um monte de folhas verdes; depois chamou a garçonete e lhe pediu um x-burguer e um copo d’água.

  Após alguns minutos com todos intrigados demais para falar qualquer coisa, seu pedido chegou, ele agradeceu e esperou que a garota se afastasse, então pegou uma agulha do kit e a jogou dentro do copo, sua atenção se voltou para o envelope pegando apenas uma e a cobrindo com as mãos, enquanto falava algumas palavras em uma língua que não reconheci. Imediatamente no lugar da folha uma escama verde apareceu, que acabou sendo jogada dentro do copo também. Finalmente ele olhou para cada um de nós e disse em um tom muito sério:

 -Se alguém rir na próxima parte, vai ter que lidar com um feiticeiro muito irritado.

  Todos concordaram com a cabeça e ele prosseguiu.

  Júlio começou a falar um monte de palavras tão rápido que era difícil decifrá-las, e conforme o copo ia tremendo seu cabelo ficava cada vez mais verde e os olhos em tom roxo penetrante, brilhavam muito.

  Em questão de segundos uma luz branca saiu de dentro do copo e a imagem de um monstro marinho (que deduzi ser a serpente) apareceu, ela foi diminuindo até ser substituído por um longo rio, mostrando logo em seguida uma ponte com alguns cadeados, antes que a imagem pudesse diminuir mais eu já imaginava aonde teríamos que ir, foi então que a Torre Eiffel apareceu, e com a mesma velocidade que a luz surgiu no copo, ela sumiu sem deixar vestígios.

  Júlio voltou ao normal e olhou para todos nós com um sorriso satisfatório e convencido no rosto. Olhei em volta para ter certeza de que ninguém havia notado o que ocorrera, eu não sabia o quanto a névoa estava cobrindo e nem fazia ideia o que as pessoas presenciaram.  Percy ficou boquiaberto.

 -Como foi que você fez isso?

 -O que? Ah, isso não foi nada, o feitiço ainda poderia ter fornecido quantos quilômetros falta, qual o caminho mais curto e a descrição exata não só do monstro como também do local.

  Todos (menos eu e Tainara) ficaram de boquiabertos com o que Júlio era capaz; confesso que no começo eu também ficava bem impressionado, mas depois de um ano a gente se acostuma.

 -Uau! Não reclamando nem nada, mas por que não aconteceu o que você disse?

 -Bem, como vocês devem ter notado, tive que improvisar uma escama para poder rastreá-lo, e para que o feitiço ficasse 100% teria que ser algo mais concreto.

 -Então se você tivesse algum objeto relacionado ao que deseja rastrear, o feitiço teria mais chance de dar certo?

 -Na verdade ele daria completamente certo.

 -Entendi. E pra que o lanche?

 -Para o chefe aqui. –Ele apontou para si mesmo com um sorriso de escárnio. -Só porque sou um feiticeiro não posso comer?

  Percy ficou com uma cara de paisagem, Annabeth revirou os olhos, ela e Thalia estavam observando um mapa, então entraram em um acordo silencioso, e a loira começou a falar:

 -Tudo bem, já temos a localização, agora precisamos ir para a próxima parte.   Estamos em Manhattan, temos que chegar até Nova Jersey, alugar um barco e de lá podemos seguir até a França sem paradas.

 -Então vamos até a estação de trem e entrar no próximo que nos levara á Nova Jersey. –Percy falou enquanto comia o ultimo pedaço de seu pastel.

  Eu estava tão concentrado na conversa que nem havia notado a presença da garçonete que veio até a mesa varias vezes trazendo o pedido de todos. Até mesmo Tainara que não costumava comer muito, recebeu uma embalagem de lanche natural. Meu estômago roncou em resposta, apesar de fazer menos de duas horas que tínhamos almoçado.

  Todos concordaram com Percy, então começaram á juntar suas coisas, ele chamou a garçonete que em um piscar de olhos apareceu ao nosso lado.  

 -Pode trazer a conta, por favor.

  Percy começou a mexer em sua carteira, mas minha atenção estava voltada para a garçonete que vinha nos atendendo desde que chegamos. Seus cabelos encaracolados em tom chocolate estavam soltos em camadas sob o ombro, a pele da mesma cor fazia com que seus olhos, quase tão vermelhos quanto o batom que usava, brilhassem de uma forma cativante e feroz ao mesmo tempo, o que me causou calafrios assim que esse olhar caiu sobre mim.   

 -Já estão indo? Ainda é tão cedo, além do mais, Tobias ainda não comeu nada.

  O broche prata com o nome Kelli reluziu sobre o uniforme de garçonete que mais parecia de líder de torcida, franzi a sobrancelha enquanto um sorriso estonteante despontou de seus lábios e podia jurar que suas presas eram maiores que as habituais...

  No mesmo instante olhei para Thalia que também me encarava como se tivesse percebido todos os detalhes, incluindo meu nome, quer dizer... o atual. Me levantei já com uma mão em minha mochila e a outra na espada em minha cintura.

 -Não estou com fome. Vamos?

  Todos se levantaram, Thalia se colocou ao meu lado com um olhar desconfiado para Kelli. Ela soltou um som estranho da boca parecido com um rosnado e por um segundo seus olhos e cabelos ficaram em chamas, então com a mesma velocidade ela voltou ao normal com aquele lindo e ao mesmo tempo perturbador sorriso.

 -Tudo bem. Vou trazer a conta. –Kelli se virou, olhei para os outros na esperança que também tivessem visto aquilo, mas todos estavam agindo normalmente apenas eu e Thalia ainda a encarávamos assustados.

 -Thalia, você...

 -Sim.

 -E agora?

  Ela olhou em volta, depois pegou minha mão e me arrastou para mais perto do balcão onde Kelli estava escrevendo algo.

 -Com licença, mas o meu amigo gostaria de fazer um pedido. –A olhei sem reação, ela me mandou um olhar para que eu apenas seguisse com a conversa.

  A garçonete nos encarou, ainda sorrindo. -Eu imaginei que ele mudaria de ideia, até porque aqui é a melhor lanchonete de Manhattan, ninguém sai sem estar satisfeito. E então o que vai querer?

 -O que tem no cardápio? –Ela me entregou, eu pedi a primeira coisa que vi e no mesmo instante já me arrependi, mas não tinha como voltar atrás, pois Thalia chamou a atenção de Kelli.

 -Com licença. Onde é o banheiro?

  Ela apontou para uma porta enferrujada atrás dela, Thalia agradeceu e antes de sair me deu uma ultima olhada, como quem diz se prepare.

  Meu pedido chegou e fiquei encarando aquele prato com o sanduiche de manteiga de amendoim. Meu estomago embrulhou.

 -Não vai comer seu lanche? –Olhei para Kelli que continuava com aquele sorriso encantador esperando por uma resposta, me inclinei mais a vontade sob o balcão e sorri para ela.

 -Kelli certo? –Ela acenou aumentando o sorriso. -Há quanto tempo trabalha aqui?

 -Mais tempo do que eu possa contar.

  Ouvi um leve barulho e minha visão me traiu antes que eu pudesse evitar, mas então ela prosseguiu enquanto olhava para a porta enferrujada também.

 –Não se preocupe a sua namorada só foi no banheiro.

 -Ela é apenas uma amiga. –Senti meu rosto esquentar e desviei o olhar.

 -Isso facilita bastante meu trabalho, vejo que não gostou do lanche, que tal irmos lá na cozinha pegar outra coisa?

 -Mas eu não trabalho aqui, pode acabar sobrando pra você e eu meus amigos já estamos indo.

 -Que amigos?

  Levantei a sobrancelha sem entender, até que me virei na direção em que ela olhava e meu coração parou.

  Não havia mais nada nem ninguém na lanchonete, ela estava completamente vazia sem vestígio algum de que antes houvesse realmente algo...

  Segurei a espada e imediatamente me virei acertando onde Kelli estava um minuto antes. Fiquei em posição de batalha olhando em todas as direções.

  Uma gargalhada ecoou por todo o local.

 -Errou.

 -Apareça e lute sua parasita horrenda!

 -Me ofende você falando assim, mas não se preocupe, logo, logo meu chefe dará um jeito em você...

  Antes que eu pudesse responder um vulto passou por mim e ficou na minha frente. Seu sorriso agora era assustador e ela estava em sua verdadeira forma, com as presas á mostra os cabelos em chamas, roupa de líder de torcida e suas pernas estranhas, uma de bronze e a outra de um burro.

 -Há quanto tempo, não é mesmo Luke Castellan?

 -Você me confundiu com outra pessoa, meu nome é Tobias.

  Por um breve segundo sua expressão mudou para duvida, tive esperanças de que o feitiço de Áqua estivesse funcionando, e antes que ela pudesse dizer alguma coisa, eu ataquei, mas Kelli percebeu e desviou, seu sorriso confiante voltou e suas garras entraram em ação.

  Consegui impedir que me rasgassem ao meio e investi com minha espada novamente, isso continuou por um tempo até que a derrubei no chão e á prendi com o joelho, minha lamina estava em sua garganta, porém cometi o erro de olhar em seus olhos que agora estavam azuis e seus cabelos pretos estavam presos em um rabo de cavalo...

  Aquela não era a empossai Kelli e sim Thalia!

 -O que esta esperando? Me mate logo de uma vez!

  Não sabia o que fazer, tinha que mata-la, mas não  conseguia. Pisquei varias vezes para ver se a imagem mudava, mas nada.

  Ainda era ela!

  Olhei ao redor tentando manter o aperto ao sentir que se soltava, então achei algo que poderia me ajudar. A encarei novamente e travei ao ver medo... medo genuíno em seus tempestuosos olhos azuis...

  Merda.

  Não podia matá-la sem antes ter certeza.

  Bati em sua cabeça com o cabo da espada e corri para a única porta que ainda estava visível.

  Havia um pequeno corredor pouco iluminado que dava acesso á três portas, entrei na do meio com a figura de uma menina, o cheiro era de banheiro químico, olhei para os box fechados.

 -Thalia!!!

  Comecei á chutar porta por porta e nada.

  Comecei a entrar em desespero ao pensar que realmente poderia quase tê-la matado...

  Chutei a ultima porta, mas ela estava emperrada, tive que parti-la ao meio com a espada, e então preferi que realmente fosse Thalia na outra sala.

  No lugar da privada havia um aquário grande o suficiente para caber uma menina inconsciente de cabelos soltos, com as mãos e pés amarradas e a boca tampada.

  Sem pensar duas vezes golpeei o vidro com a espada, mas nada aconteceu, fiz isso milhares de vezes e uma rachadura apareceu e depois outra até que o aquário estava todo trincado e finamente ele se quebrou espalhando água e vidro por todo o banheiro, segurei Thalia antes que ela caísse no chão e á tirei do box, cortei suas amarras colocando ela no chão delicadamente.

  Chequei seu pulso. Não havia batimentos.

  Entrei em desespero.

  Tentei lembrar das aulas de sobrevivência do acampamento. Segurei seu nariz, levantei um pouco sua cabeça e fiz respiração boca á boca duas vezes depois pressionei minhas mãos em seu tórax fazendo massagem cardíaca, repeti essas operações até perder a conta, chequei sua respiração ela estava fraca, mas voltava aos poucos.

  Continuei á fazer os procedimentos até que ouvi um barulho do lado de fora do banheiro e logo em seguida a porta começou á tremer, ignorei e me concentrei em Thalia.

  Mas tudo começou a dar errado.

  Um pedaço da porta voou em minha direção e não me acertou por pouco, olhei para a frente e encontrei as garras de Kelli que arrancava pedaço por pedaço da madeira.

  Meu sangue começou á ferver e raiva tomou conta do meu corpo, peguei a espada e corri em direção á porta bem no momento em que ela conseguiu entrar, ataquei e á derrubei no chão desferindo um golpe em seu tórax, a última coisa que vi foi sua expressão de surpresa antes dela virar pó.

  Respirei fundo encarando o local com ódio, larguei a espada no chão e olhei para Thalia, me ajoelhei ao seu lado e continuei a fazer os procedimentos.

  Não conseguia pensar em mais nada, sabia que não havia sido inteligente da minha parte deixar a espada no chão, mas precisava salvá-la e meu tempo estava se esgotando.

 -Vamos lá...

  Pressionei seu tórax mais cinco vezes e novamente fiz respiração boca a boca.

 -Por favor Thalia...

  Quando estava perdendo as esperanças ela começou á tossir e cuspir água, fiz respiração boca á boca uma última vez e Thalia se sentou puxando ar com força, seus olhos estavam arregalados e parecia assustada.

 -Mas... Oque...

 -Thalia!!! –Fiquei tão aliviado que á abracei, mas então percebi o que estava fazendo e á soltei imediatamente. –Des-desculpe.

 -Tudo bem. –Ela estava corada, meu rosto devia estar pior. Mas sua atenção estava em volta. -O que aconteceu?

  Expliquei tudo para ela, tirando alguns detalhes que achei irrelevantes, como por exemplo, o modo como á salvei.

 Thalia me contou que quando passou pela porta ela foi para a cozinha e encontrou três monstros que cozinhavam, ela os matou, mas quando tentou voltar alguém á acertou e depois ela não se lembrava de mais nada.

  Corremos para a saída, achando que iriamos encontrar um local vazio, mas quando passamos pela porta enferrujada tudo estava como antes. Nos aproximamos dos nossos amigos que agiam normalmente, Annabeth foi a primeira notar o estado das nossas roupas e expressões.

 -Mas o que...

  Fizemos sinal de que explicaríamos tudo mais tarde e pegamos nossas coisas no mesmo instante em que as pessoas começaram a reclamar pela demora da comida e falta de funcionários, sabia que era questão de tempo até notarem o motivo daquilo. Olhei de esguelha para Thalia que apenas balançou a cabeça levemente.

  Ignorei completamente os meus instintos que praticamente gritavam sobre quem poderia estar por trás disso e segui para a saída.

  Fomos os primeiros á sair daquela lanchonete e prometemos á nós mesmos que nunca mais voltaríamos aquele lugar.     


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

★♡★



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Percy Jackson - Uma Nova Profecia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.