Formatura - Itahina escrita por kelly chan


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Eu estava divagando nessa quarentena e me veio a ideia de criar essa oneshort do meu casal favorito.
A história se passa no mundo real.
Espero que gostem!



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Hoje era o dia mais feliz da minha vida!

Eu estava sentada em uma das poltronas do auditório da vivência da universidade. Os nomes dos alunos estavam sendo chamados um por um. A cada nome falado mais eu mexia na fita azul da beca. O nervosismo aumentava a cada segundo. Daqui a alguns segundos, eu estaria concluindo minha graduação em engenharia civil. 

O nervosismo se misturava com a sensação de felicidade. Esse momento era indescritível de tanta emoção que eu sentia. Principalmente, por ter sobrevivido durante o tempo na universidade. A partir do momento em que eu decidi fazer aquela graduação a minha vida havia mudado radicalmente, tornando-se o momento mais difícil da minha vida. Sou uma órfã que nunca conseguiu ser adotada. Então, depois de sair do orfanato, tive que fazer tudo sozinha. No entanto, nunca desisti do meu sonho de ser uma engenheira. O mundo das obras me encantava. Ver como um projeto, desenhado no papel poderia ser trazido a realidade, era como magia.

Sai de meus pensamentos quando os nomes dos alunos da engenharia civil começaram a ser chamados. Logo, logo, eu estaria subindo naquele palco, recebendo o meu diploma. Meu coração explodia de emoção só de imaginar a cena. Não podia esperar por aquele momento. Só alguns segundos me separavam de realizar o meu sonho e depois disso, eu me dedicaria mais ainda para passar no concurso federal e assim seguir a minha vida tranquilamente. Sorri com as coisas que pensei. A ansiedade me corroía por dentro.

Se acalma Hinata! Ordenei para mim mesma. Nesse momento, o nome da garota que antecede à mim foi chamado. Meu corpo tremeu. Eu sentia meu queixo trêmulo e meu coração parecia ter saído de uma geladeira. Não demorou muito e meu nome foi pronunciado. Soltei um suspiro forte e me levantei. 

Andei com cuidado para não cair, porque estava usando salto alto e não conseguia controlar a súbita tremedeira que eu tinha. No meio do caminho, encontrei com meu padrinho de formatura, meu professor de topografia, Kakashi. Ele me ofereceu o braço e eu aceitei, dando-lhe um sorriso. Fomos, juntos, para o início da escada. Tê-lo ao meu lado acalmou meu interior.

“Estou muito orgulhoso de você.” Kakashi falou enquanto posicionava sua mão em cima da minha.

“Obrigada, professor.” Sorri para ele. “Eu agradeço por tudo que o senhor fez por mim e por ter aceitado ser meu padrinho.”

“É uma honra para mim, Hinata.”

O professor Kakashi foi uma das pessoas que me ajudaram a concluir o meu sonho. Principalmente, nos momentos em que eu pensei em desistir. Ele veio e conversou comigo. De todos os professores, era com ele e Kurenai os quais eu tinha maior afinidade. Kakashi era inspirador e, com certeza, amava o que fazia.

Ao me aproximar do centro do palco, pude ver os coordenadores de todos os cursos, inclusive a de civil, a Kurenai. Ela me direcionou um grande sorriso que eu logo retribuo. Também estavam presentes o vice-reitor e a reitora. Aproximamo-nos dela e eu pude vê-la segurando o canudo em suas mãos. Ela estendeu-o para mim e eu o peguei. Uma lágrima quase caiu dos meus olhos. Demos apertos de mão e a reitora falou algo que não entendi direito, porque eu estava perdida no mundo dos meus sonhos onde todo o esforço que eu fiz tinha valido a pena. Depois dos cumprimentos, tirei algumas fotos com meu padrinho e retornei ao meu lugar.

Quando sentei na poltrona, eu sorri. Agora, eu era oficialmente uma engenheira civil.

Após a cerimônia, nós , os formandos e seus convidados, fomos para a área da vivência para festejar a formatura. Eu fui tirar a beca para ficar com o traje de gala que a minha amiga Tenten havia me emprestado. Depois disso, fui para vivência com Kakashi. Eu havia convidado a Tenten e outros dois amigos próximos que eu tinha, mas nenhum deles pôde comparecer, então, tirando o meu professor e Itachi, eu estava sozinha. 

Ao chegarmos, eu comecei a olhar por todos os lados do local. Eu procurava por Itachi, mas não o encontrava. Aliás, eu havia visto ele pegar o diploma um pouco depois de mim e ele estava feliz tanto quanto eu. Escutei o som de uma música lenta tocar. Isso sinalizou que a valsa estava prestes a começar. Olhei para meu professor e ele levantou a mão e a direcionou a mim. Eu simplesmente a peguei e assim seguimos até o centro do salão de festas improvisado da universidade.

“Desculpe por isso, professor.” Falei um pouco envergonhada. Eu tive que pedir ao Kakashi para me acompanhar na valsa inicial, pois não tinha com quem dançar.

“Não se preocupe com isso.” Ele falou enquanto se posicionavam para a dança. “Como já disse, é uma honra participar desse momento com você, hoje.” Depois disso, ele levou a mão esquerda a minha cintura e continuou a falar:

“Aceitei seu convite porque tenho muito apreço por você.” Falou enquanto me girava, fazendo o passo como o ensaiado. “Você é uma aluna muito dedicada e merece isso mais que qualquer um aqui.”

“É uma pena que não vou poder ficar por mais tempo.” Comunicou quando a mão esquerda dele agarrou a cintura de Hinata, aproximando-os para continuar a dança.

“O senhor já fez muito…” Parei de falar repentinamente. Mesmo sabendo que fazia parte da coreografia, fiquei envergonhada pela proximidade entre nós.

Fui girada mais uma vez e, por já ter de cor a coreografia em minha mente, soube que já estava perto de acabar. A música finalizou e nós dois nos afastamos assim como todos os outros casais que ali dançavam.

“Bom Hinata, estou indo. Aproveite sua formatura.” O professor disse, sorrindo.

“Eu vou sim.” falei também sorrindo. “Obrigada por tudo mais uma vez.”

Então, o professor acenou e saiu. Fiquei parada, observando Kakashi ir embora. Não vou esquecer todo o apoio que me deu. Enquanto pensava, senti uma mão pousar em meu ombro, seguido de uma voz aguda e rouca que falou:

“Você está muito bonita, Hinata.” Reconheci o dono da voz e virei para vê-lo.

“É mesmo, Itachi?” Vi-o. Estava lindo, como sempre foi, devo confessar. Aquele traje de gala o fazia ficar ainda mais atraente. Mas, eu nunca iria dizer isso para ele, já que ele tem um ego enorme e que não deve ser alimentado.

“É, sim! A cor lilás te deixa mais linda, sabia?” Comentou sorrindo e eu o abracei forte.

Itachi é o meu melhor amigo da universidade. Nos conhecemos no primeiro período e nunca mais nos desgrudamos. Ele foi muito importante também, o único que me ajudou quando fiquei sem trabalho. Ele me indicou para uma vaga na construtora na qual ele estagiava na época. Foi muito legal da parte dele.

“Venha, quero te mostrar minha família.” Não consegui negar, porque, antes que pudesse protestar, ele pegou a minha mão e me arrastou consigo.

Passamos por entre as pessoas até que ele parou e me puxou para ficar ao seu lado. Na minha frente, existiam três pessoas. Era uma mulher e dois homens, apesar que um deles tinha mais cara de adolescente. Observei-os rapidamente para poder escutar o que Itachi falava.

“Hinata, esses são meus pais. Mikoto e Fugaku. E aquele é meu irmão, Sasuke.” Ele disse, apontando a pessoa ao seu respectivo nome. “Essa é a Hinata. A amiga de quem eu havia dito.”

“Muito prazer em conhecê-los.” cumprimentei e fui retribuída da mesma forma. Porém, senti que o irmão do Itachi não ficou muito contente ao me ver. Bom, foi essa a impressão que tive. Mas, fui interceptada de minhas reflexões ao ver o pai de Itachi falar comigo.

“Diga-nos, Hinata. O que pretende fazer depois de formada?” O senhor Uchiha me olhou, parecendo muito interessado no que eu teria a dizer.

“Bom… Eu estou me preparando para um concurso federal daqui a dois meses.” 

“Hum… Interessante.” comentou o pai de Itachi e eu já estava me perguntando, porque a conversa estava seguindo esses caminhos. Olhei para Itachi para buscar alguma resposta, mas nada.

“Você é muito simpática, minha querida.” A mãe do Itachi falou comigo e eu só consegui sorrir e agradecer o elogio. A mãe dele era tão feminina. Parecia uma boneca de tão delicada.

A princípio, não havíamos encontrado algo em comum para conversar. Mas, quando descobri que o pai do Itachi já fora um concurseiro, a conversa fluiu mais. Por isso, trocamos dicas e informações sobre bancas e concursos.

“Mãe, pai.” Itachi interrompeu. “A Hinata e eu vamos ali rapidinho, daqui a pouco nós voltamos.”

Eu olhei para Itachi sem entender porcaria nenhuma. Como assim, ir ali rapidinho? O que ele estava tramando dessa vez? Se os pais dele não estivessem ali, com certeza, eu já teria pedido satisfação sobre isso, mas como eles estavam, eu apenas tentei mostrar o meu olhar desconfiado de forma discreta.

“Vamos.” Itachi falou e entrelaçou as nossas mãos e me puxou, arrastando-me consigo.

“Itachi, o que você está fazendo?” Agora, um pouco mais distante da família dele, perguntei com um tom sério na voz. Porém, ele não me respondeu e continuou me puxando.

A coisa começou a ficar séria mesmo quando notei que estávamos nos afastando demais da multidão. Prestei atenção em Itachi, ele não pareceu demonstrar nada além de sua expressão habitual. Quando enxerguei a saída da vivência, eu pude entender o que ele estava fazendo. Ele queria conversar comigo sobre alguma coisa. Então, quando saímos da vivência, ele parou. O lugar só estava iluminado graças às luzes de dentro do salão e além disso, dava para escutar a música que tocava lá dentro.

    Fiquei preocupada. O que tanto Itachi queria me falar? Ele largou a minha mão e virou para mim. A primeira coisa que percebi foi o olhar dele. As íris negras estavam brilhando, um brilho intenso que eu nunca tinha visto antes, quero dizer, não para mim. 

“Eu já te disse que está muito bonita com esse vestido?” Itachi disse dando um sorriso de canto. Ah, sim… Aquele tão famoso sorriso conquistador… Espera! Como é que é?!

“Por que você está sorrindo desse jeito?” Minha boca soltou assim que desconfiei das ações dele. 

“Eu sempre sorrio desse jeito.”

“Não para mim.”

“Sorrio sim.” Ele falou em tom brincalhão. Que história é essa agora? pensei.

“Que história é essa?” Deixei minha boca falar.

“Que história?”

“Não se faça de tonto.” Cruzei os braços.

“Mas, eu não disse nada de mais.”

O silêncio reinou entre nós dois. Meus braços ainda se encontravam cruzados e minha cabeça estava virada. Eu observava as plantas perto da parede para desviar a minha atenção de Itachi. Porém, não me aguentei por muito tempo e acabei olhando para Itachi e meus olhos encontraram os dele. Fiquei a olhá-lo por alguns instantes e algo nas íris ônix me intrigou. Estavam com o mesmo brilho de quando chegamos ali. Um brilho diferente. Tentei entender o porquê de tudo aquilo. O motivo dele me arrastar para cá sem mais nem menos e o que ele queria olhando-me daquele jeito.

O que ele queria, poxa! Suspirei e esfreguei meu rosto. Caramba! O que estava acontecendo ali? Foi nesse momento que senti as mãos de Itachi segurarem meus ombros.

"Dança comigo?" Ele perguntou e eu relutei um pouco, mas quando a mão dele tentou segurar meu braço para descruza-los, eu não pude resistir mais. 

Sendo assim, entrei em posição para a dança. Prestei atenção ao ritmo do som que tocava na festa. Era uma música um tanto quanto agitada. Senti as mãos dele tocarem a lateral da minha cintura e eu encostei as minhas em seus ombros, perto de seu peitoral e começamos a nos mexer. Um passo para a esquerda e um para a direita. Como a música era um pouco agitada, nós não nos aproximamos muito e os passos eram mais rápidos. Às vezes, eu não conseguia acompanhar o ritmo que ele realizava, me fazendo errar. Era claro que ele fazia de propósito! Eu era muito boa dançando!

Estava ficando divertido. Demos risadas e tudo estava bem. Todavia, o toque da música ficava cada vez mais lento e para podermos acompanhar o ritmo, foi necessário aproximar mais nossos corpos. Com isso, Itachi me abraçou e eu compartilhei do ato. Ele enlaçou minha cintura e eu percorri os meus braços em seu pescoço. Estávamos tão próximos que meu rosto ardeu. Claro que eu já tive contatos assim com Itachi, mas, sei lá, agora tudo parecia diferente.

As mãos dele acariciavam minhas costas num carinho lento e acolhedor. Sua cabeça se mexeu e se aconchegou perto da curva do meu pescoço. Por conta disso, a respiração dele alcançou a pele daquela região e meu corpo se arrepiou. Junto disso, tinha meu coração que bateu com mais velocidade. O que estava acontecendo? Ele nunca tinha agido daquela forma comigo. E para piorar, eu não sabia o que eu própria estava sentindo? Nunca, durante esse tempo em que estivemos juntos havia reagido como reagi naquele momento.

Levei um susto quando o nariz de Itachi encostou em minha orelha. Ele soltou sua respiração e isso me causou cócegas. Não consegui aguentar e ri, pedindo para ele parar. Ele não o fez. Na verdade, ele deixou minha orelha de lado, mas fez seu nariz acariciar da minha nuca até a metade do meu ombro.

"Itachi, o que é isso?" Perguntei retoricamente. "Você está parecendo um gatinho manhoso."

Após o comentário, tirei o meu braço esquerdo de perto do pescoço dele, no entanto, para minha surpresa, Itachi pegou o meu braço e o recolocou em seu pescoço na mesma posição de antes. Depois, ele me apertou mais em seus braços e afundou mais o rosto na curva do meu pescoço. Aquilo não estava me cheirando nada bem. 

A música já havia acabado há alguns instantes e nós continuávamos abraçados. Toda aquela situação era estranha para mim. Nada parecido havia acontecido antes. De repente, notei as mãos de Itachi percorrerem até a lateral da minha cintura e, em seguida, descer até meus quadris. Afastou-se o suficiente para ter o seu rosto de frente para o meu. E, eu escutei as palavras mais improváveis saírem de sua boca.

"Hinata, eu te amo." Itachi declarou de olhos fechados e em tom baixo, mas mesmo assim, eu consegui ouvir.

"Eu te amo." Dessa vez, ele falou com os olhos abertos e neles o mesmo brilho intenso aflorava de suas íris.

E a única coisa que eu fiz foi ficar parada. Minha garganta travou e minha surpresa era tanta que eu achava que tudo aquilo não passava de algum tipo de ilusão. Eu nem queria me ver no espelho agora, porque havia a probabilidade de que a minha boca estivesse aberta.

Não acredito! Isso não estava acontecendo!

Tentei engolir a saliva, mas estava difícil. A única coisa que fiz foi permanecer olhando para Itachi. Ele me olhava também. Ambos parecíamos conectados um com o outro. Não demorou muito para ele segurar o meu rosto. Seus dedos alisavam minha bochecha e o dedo polegar percorreu o canto da minha boca. E, mesmo por um instante, vi-o olhar para minha boca. Essa não! Será que ele ia mesmo me beijar?

Minha garganta inchou, travando não só minha fala como a minha boca. Ele se aproximava devagar. Eu não pude fazer nada. Estava paralisada pelo momento e só conseguia enxergar a aproximação dele. Cada vez mais e mais perto. Minha barriga ficou gelada e, repentinamente, minhas mãos seguraram os braços dele. Esse meu ato o fez parar e ele ficou a me observar.

Era o momento perfeito para afastá-lo. Porém, não sei como, minhas mãos, que seguravam os braços dele, se movimentaram, trazendo Itachi mais para perto de mim. Com esse pequeno empurrãozinho que dei, ele desfez a distância entre nós e juntou nossos lábios.

Sentindo a maciez da boca dele, meu corpo relaxou. Eu não me sentia mais nervosa ou tensa. Por incrível que fosse, eu simplesmente fechei os olhos, deixei que ele comandasse o ritmo daquele beijo e me entreguei. A língua dele tocou meu lábio inferior e, sem pensar duas vezes, eu me abri para experimentar o seu sabor.

Eu só esperava que tudo o que estávamos fazendo fosse a coisa certa.

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler!
Beijos de luz e até a próxima!



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