Na Sua Pele escrita por Hermione Cullen


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!
Comentem!



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POV Débora

Quando acordei naquela manhã 6h e 15 min, não achava que ia aparecer alguma coisa especial no meu dia. Meu quarto apenas oco, silencioso e vazio. Desci da cama com desanimo, tentando não tropeçar nos próprios pés. AH, chegará a pior hora do meu dia. Hora de se olhar no espelho, Debs. Porcaria. Entrei no meu banheiro, e me olhei no grande espelho atrás da porta.  Como sempre, uma verdadeira droga! Meus cabelos, se é que aquilo poderia ser chamado de cabelo mesmo (uns tufos de cabelo embaraçado cacheado, espalhados de um lado para o outro). Os mesmos olhos cinza, agora tão fechados e diminuídos pelas olheiras que os deixavam mais horrendos. Os dentes cobertos pelo aparelho. Não dei trégua para o cabelo não. Amarrei-o, em um rabo de cavalo torto e bagunçado. Ficou ridículo, admito. Mas não tinha o que fazer. Arranquei as roupas, evitando a figura nua no espelho. Se ver-me com roupas já era ruim imagine sem elas. Eu não era digamos o que se poderia chamar de gostosa. E os seios eram PEQUENOS demais para o gosto de qualquer garota. Um lixo.

Liguei o chuveiro e deixei a água me banhar. Feliz pela água existir. Respirei algumas vezes, pensando no motivo do porque eu tinha que ser eu, e tomei o banho às pressas.

Quando vesti o uniforme ele me deixou mais gorda do que uma das minhas outras roupas deixaria, mas eu ignorei. Tentei traçar meus olhos com o lápis da minha mãe, mas acabei desistindo e lavei cara de novo para ver se as olheiras sumiam. Negativo. Ó droga. Uma presilha no cabelo não ajudou em nada quando se tratava de controlar minha juba. Ficou pior do que sem. Ignorei. Vesti a jaqueta, e sai do meu quarto.

O café da manhã estava na mesa da cozinha apertada do meu apartamento. Comi tentando evitar os pães, afinal eu não queria correr o risco de engordar, mas não adiantou nada. Beijei o rosto da minha mãe que comia comigo. Fui para o banheiro principal da casa e escovei os dentes, por causa do aparelho.

—Mãe, já vou para escola. –Alertei, pegando a chave do apartamento e colocando a mochila nas costas enquanto abraçava o fichário.

—Tudo bem Debs, querida, estarei te esperando para o almoço! – Exclamou ela da lavanderia.

Enfiei a chave na fechadura, e girei a maçaneta em seguida. Depois fechei. Desci os dois lances de escada, rápida.

“Mais um dia de luta.” Consolei-me por pensamento, enquanto saia do condomínio para ir para escola. Objetivo, Sorocaba. O primeiro ano do Médio.

*~~*

Débora Richelli era uma garota de 15 anos, tímida e doce, mas com um coração meio invejoso e perverso, resultado das feridas ao longo da vida. Morava sozinha com a mãe, pintora, o pai havia morrido há anos atrás. Vivia em Sorocaba,  num condomínio fechado, e não tinha nenhuma amiga na escola.

*~~*

POV Annabelle

O sol que entrava pela fresta da janela foi o suficiente para me acordar naquela manhã gostosa. Ainda era cedo, 6h e 15 min. Me espreguicei na cama, mas tinha sede pelo dia que teria. Acabara de me mudar para Sorocaba, e seria meu primeiro dia no colégio, a diferença é que eu entraria em agosto. Mas isso não fazia muita diferença. Meus olhos percorreram todo o meu quarto. Agradeci à Deus por tudo de bom que ele me dava, todas as crianças sem teto, e eu com um quarto gigante, que poderia abrigar umas 20.

Vesti minha pantufa cor de rosa e dei uma longa caminhada até o meu banheiro, ainda de pijama. Sorri para mim mesma no espelho. Eu gostava do meu sorriso. Tinha covinhas bonitinhas. Meus olhos azuis cintilaram com o tanto de sol que entrava pelo banheiro. Deixei o cabelo preso, para que eu pudesse tomar banho. Já que estava com tempo, enchi a banheira. Seria mais emocionante. Os sais de banho deixavam o ar cheiroso. Fui tirando o pijama, lentamente, e me olhando no espelho. Eu realmente tinha sorte com isso pois por mais que eu comesse ainda permanecia com um corpo saudável, bonito.

O banho na banheira foi longo, e satisfatório. Porém me invoquei que tivesse molhado as pontas de meu cabelo. Tinha que ser tão grande. Alcançava a cintura, liso, louro-claro, e brilhante. Sequei com o secador roxo, as pontinhas. Envolvi-me na toalha e depois vesti o uniforme, que me deixou muito bem. Saí do banheiro e migrei para a penteadeira. Fiquei apreciando meus longos e grossos fios, e comecei a abrir todas as minhas caixas com tudo aquilo que mulher adora!

Maquiagem.

Um banho de rímel, pó, blush, sombra, glitter, batom.
E apesar de tudo isso ainda gostava de mim sem maquiagem. Mas tinha ficado bom.

Vesti uns sapatos de bolinha bonitinhos, e peguei a bolsa roxa com os materiais escolares, para combinar com o lilás de minhas unhas.
Desci a enorme escada da minha casa, e na sala de estar, Lurdinha, a empregada doméstica já tinha colocado a mesa do café.

—Bom dia, Lurdinha. – Cumprimentei, alegre com o dia que tinha tudo para ser perfeito.

—Olá, Srta. Annabelle. – Respondeu ela, com seu sorriso envelhecido e as rugas no rosto simpáticas.

—Eu já disse que é só Belle.

Ela sorriu calorosamente.

—Tudo bem senhorita, Belle. –Disse ela, pegando uma vassoura para lustrar ainda mais o chão.

—Hmmm...Isto tudo parece estar uma delícia. – Comentei. Servi-me de uma maçã com aveia, e um copo de suco. Não satisfeita, tomei um iogurte e comi metade de um pão francês com margarina.

—Senhorita Belle, mas tu é magra de azar, heim? Come que vixe Maria Santíssima. – Exclamou Lurdinha assim que eu terminei.

Eu ri.

—Eu sei Lu, vai ver eu tenho sorte. – Dei mais um sorriso palpitante.

Escovei os dentes no banheiro básico. E dei mas uma ajeitada no cabelo.

—Rubens, estou pronta para ir à escola nova. – Avisei ao chofer. – Lu, avise a mamãe quando ela acordar que estou bem e já fui para escola.

—Pode deixar, Senhorita Belle. – Certificou-me Lurdinha.

Acenei para ela, e saí pela grande porta branca. Rubens estava lá, todo - todo. Sorri para ele e entrei no carro.

Objetivo, lá vou eu.

*~~*

Annabelle Kouren é uma garota muito alegre e perfeccionista, que causa inveja a qualquer olhar humano por sua beleza anormal. Tem 15 anos. Seu pai é médico e sua mãe advogada. Ambos compraram uma mansão em Sorocaba, cidade que vieram morar recentemente. 

*~~*

POV Débora.

Eu estava praticamente convicta, pela milésima vez, que ele era o motivo de eu continuar respirando. Suportando as dores e sofrimentos da minha terrível vida. Era quase impossível de acreditar que num colégio como o Objetivo, a pessoa mais perfeita do mundo estudasse.
Eu sabia que era só mais um dia comum. Eu só o fitava à distância, e aquilo não poderia soar mais irresistível.

Daniel Moraes.

Simplesmente o garoto, mais lindo, perfeito, e inacreditável do mundo. Bem ali na minha frente,bom, na frente, quer dizer, há uns 10 metros de mim. Mas é claro que ele não tinha a mínima noção do quanto eu o observava.

Conversando com os amigos, sua voz que tinha um timbre tão agradável e ao mesmo tempo irritante, que provocava arrepios hiper constantes em cada extremidade do meu detestável corpo. Não estava ouvindo já que ele estava longe, mas era quase como se pudesse. Eu poderia ouvir reconhecer aquela voz dentro de uma multidão. Ela era o motivo de eu estar ali, viva.

Ele tirou o boné preto e vagabundo, que ele insistia em usar para cobrir o cabelo bagunçado. Eu daria tudo o que tinha para ter aquele boné para mim, só pelo fato do Dani usá-lo todos os dias. Ele ajeitou um pouco o cabelo da cor castanha mais magnífica que existe e depois recolocou-o. Sorrindo da forma mais doce e perfeita que consigam imaginar.

Dani andava sempre com um sorriso, sempre!

 Ele ficava tão lindo conversando ali com os amigos. Os olhos castanhos reluzentes ficavam melhor no sol, brilhantes, preciosos.

Mal pude reter meus suspiros.

Antes dele entrar no colégio, eu nunca achei que faria o tipo de garota que suspiraria atrás de um livro pelo garoto mais lindo e popular da escola. E mais velho, ele está no Segundo Ano. Eu era a nerd mais imperfeita do mundo. Só que nesse ano, mais uma novidade. A nerd mais imperfeita do mundo, apaixonada. ÓTIMO. Ainda só porque o garoto que eu amo, nem sabia o meu nome, me ignorava e minhas chances com ele, bom eram de aproximadamente 0,00000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000001%

Mas quem disse que eu ligava?

Daniel tinha se tornado todo o motivo da minha sobrevivência. De eu continuar me aturando. O meu único amor, para sempre.

D a n i & D é b s

Os nomes soam tão perfeitos! Mas, na realidade, eu perto dele, me sinto como...Bom, como você se sentiria ao lado da Gisele Bündchen? Ou do Leonardo Di Caprio?? MIL VEZES PIOR!!!!

Eu analisava-o, encostada no corrimão da escada do colégio. O boné vagabundo. Os olhos reluzentes e conquistadores. O sorriso intocável com algo de sarcástico...

Como eu queria ele para mim!

O físico PERFEITO escondido na camisa do colégio, o short escondendo parte de suas pernas atléticas. Tão incrivelmente lindo! Quase um Deus perto de mim.

Pelas minhas descrições toscas e vazias, ele nem parece tão PEFEITO!! Mas acreditem. Ele era o tipo de cara, mais popular e perfeito, que toda garota sonha todas as noites. O príncipe encantado que toda princesa quer...Hm, algumas gatas borralheiras, também.

Eu não conseguia tirar os olhos dele, quando ELA chegou. O motivo de toda a mudança no meu dia comum. O motivo dessa história.

Desviei um pouco o olhar de Dani, e reparei num aglomerado de alunos que apontava para uma Mercedes magnífica parada em frente da escola.
O carro não era do tipo que se via todos os dias. Era um carro lindo, comprido, preto, brilhante e importado. Estava parado na calçada, todo misterioso, com seu insufilme que eu provavelmente consideraria fora dos padrões da lei.

Aquilo foi suficiente para prender toda minha atenção. Eu tendo a ser muito curiosa. Não esperava que fosse um aluno ali dentro, pela classe do carro.

Mas eu estava enganada.

Segundos depois, eu enxerguei um pé. Incrível como só o formato concreto, mesmo que visto de longe, daquele pé coberto por um sapato de bolinhas fosse tão interessante e bonito. Logo após surgiu uma perna, não muito longa, ou curta. Na medida ideal. Coberta pela calça do uniforme do Colégio. A calça caia tão bem na pessoa que parecia até um manequim.

Depois, foi aparecendo a cintura impecável, com a camiseta do uniforme, na seqüência os braços da criatura que até o momento estava perfeita. Meus olhos observativos conseguiram ver os pelos fofos da cor loura que possuía no braço. As mãos pequenas e delicadas com um esmalte lilás, lindo, lindo. Envolviam um fichário da mesma cor. O eixo do contraste da camiseta com os seios da garota que saia do carro, tinham um caimento tão primoroso, que chegava a ser impressionante. Os fios agitados do cabelo, do tom do louro mais bonito que eu já havia visto, chegavam até a cintura da garota, e tinham um contraste exato com suas curvas. Eu já achava bonita, só pelo corpo, e olha que era muito difícil eu achar uma pessoa bonita só por seu físico. Eu já a achava sua beleza tão inacreditável antes mesmo de observar o rosto. Vi suas mãos batendo a porta do carro.

Até que finalmente vi o rosto. Com exceção do rosto perfeito de Dani, aquele era o rosto mais lindo que eu já tinha visto em toda a minha vida.

A beldade possuía as maças do rosto mais coloridas e fofas, que provocaria uma vontade imensa a qualquer um de apertá-las. O formato do rosto, era o mais desejado. A pele mais linda, que se estendia por todo o corpo também fazia questão de estar inigualável no rosto. Os cabelos esvoaçando louros e perfeitos em volta do semblante.

Os olhos. Ah. Aqueles olhos eram de por inveja em qualquer um. O tom
de azul, mais puro, completo dissolvido, doce, concreto, lindo e inimaginável. As orelhas, sobrancelhas. Tudo parecia ser perfeito naquele rosto.

 Nenhum excesso, uma verdadeira obra-prima.

Achei que eu estava babando. E POR UMA GAROTA AINDA POR CIMA!

Ela se movimentava. Percebi que muitos assim, como eu, a observavam, uns curiosos, outros meio hesitados, outros pervertidos. Quem ela era?

Bem, sem dúvidas, o centro das atenções. Olhei mais para o lado, e vi que Dani também parecia notá-la.

Há um segundo eu sentia admiração.

Agora, eu sentia inveja da perfeição da garota. A garota que caminhava como uma modelo.

Demorou alguns segundos, muito reflexivos, até eu notar que seus olhos azuis apreensivos, estavam um pouco aflitos, e que seus passos...Estavam na minha direção.

Ela estava caminhando até a mim!!!???

Era só o que eu precisava.

É, a vida às vezes é mesmo uma droga.

Aposto que ela vem me humilhar.

Vamos ver.

POV Annabelle

Eu não achei que ficaria tão nervosa quando saí do carro. Mas todos os rostinhos curiosos e impecáveis me fitavam, como se me condenassem. Alguns olhavam também o carro. Eu sabia que o carro era demais, mas nem isso os fazia parar e olhar para mim. Muito adventício.

Persegui cada um dos rostos, e fitei uma garota. Ela parecia não conseguir parar de me olhar, como todos os outros. Mas havia algo de diferente nela.

Ela não era feia. Foi como se eu pudesse enxergar uma beleza nela, que os outros não viam, por trás do jeito acabado e das expressões desgastadas que ela tinha. Eu gostei dela. Sim, ela era meio nerd. Mas eu gostava de amigos assim. São os mais sinceros. Eu talvez pudesse ajudá-la a se arrumar melhor. Estava claro que ela não era satisfeita com sua aparência. Apesar de ser uma garota relativamente bela.

Desviei os olhos dela um pouco, para me olhar num espelhinho. Estava bom. Olhei mais um pouco, o meu carro desaparecendo atrás de mim.  Rubens tinha se despedido e me desejado boa sorte. Motoristas eram bem conselheiros. Conforme olhava os alunos, comecei a andar em direção A GAROTA, encostada no corrimão.

Mas duas meninas me pararam antes que eu pudesse dar dois passos.

—Como você se chama? – Perguntou a garota ruiva, os cabelos alaranjados com contraste aos olhos verdes.

—Annabelle. – Respondi. Ela fez cara de chocada, e a outra deu um risinho medíocre. – Belle.

—Eu sou Bridget Ferracini. – Respondeu, insuportavelmente mesquinha, o nome estrangeiro me fez revirar os olhos. Apostava que os outros pronunciavam Bridejéti. HSAUIHSAIUSHAUISH. – Brid. E essa é Camila
Souza. – falou, apontando para a garota morena dos risinhos, que tinha a franja emo lhe tapando o rosto.

—Olá, Brid. –Cumprimentei por educação, me abraçando ao fichário. –Camila.

—Oi, Belle.

—Me chama de Kmi. – Pediu a Camila, pela primeira vez, com sua voz fina e irônica. Percebi que cerca de umas nove garotas as observavam, como se fossem um grupinho.

—Ok. – Respondi, pronta para dar o fora.

—Espera, Belle. – Solicitou a Bridget. –O que você faz aqui? Você NÃO é da escola. – Aquilo era uma afirmação. E também parecia uma ameaça.
Franzi as sobrancelhas.

—Matrícula atrasada. Agora também estudo aqui. – Pontuei, rígida.

—Sérriooo? –Perguntou Camila.

—ÉÉ.

—Que classe você está? – Inquiriu Brid.

—1ºC. – Respondi de imediato.

Camila e Bridget, se entreolharam, depois assentiram uma para outra.

—Que coincidência! Nós também. – Comentou Bridget, meio metida.

—Legal.

—Escuta Belle, se precisar de umas amigas, alguém para apresentar a escola...

—Já conheço a escola. Obrigada. – Para que eu precisaria de amigas tão falsas e incrivelmente toscas?

Desviei-me delas. Com um pouco de medo por causa dos olhares. Alguns masculinos me deixaram constrangida, mas prossegui.

A garota ainda estava lá, e continuei indo até ela.

**

 


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Notas finais do capítulo

Continua?



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