Ao terminar de fazer amor, Armando relaxado, abraçou sua Betty e adormeceu ao seu lado, sorrindo. Sentia o ar voltando a seus pulmões. No entanto, sentiu-se culpada e com raiva. Começou a vestir-se com ódio e nojo de si mesma por ter cedido a ela, mesmo sabendo que tudo que provocava nele era apenas asco e nojo. Ela no entanto esfregava seu corpo para tirar a sensação de prazer e arrepios que ainda sentia ao vê-lo deitado na cama com sorriso nos lábios.

Armando acordou e ao não vê-la ao lado, começou a procura-la, mas ela já estava colocando sua meia-calça no banheiro. Prontamente, ele se vestiu e ofereceu-se para leva-la.

—Não, doutor! Eu vou de táxi!

—É perigoso andar de táxi estas horas sozinha!

—Pode ter certeza que o motorista não vai tentar nada quando ver que sou tão feia!

—Não fale assim, Betty!

—Sabe que é verdade!

—você tem uma beleza escondida, junto com sua sensualidade que é para ser descoberta!

Quando ele tenta abracá-la, ela se afasta.

—Vamos! Meu pai vai ficar preocupado!

Ao contrário das outras vezes, Betty fecha os olhos no carro, mas não para continuar sonhando e sim para olhar para dentro de si mesma e ver como consegue ser tão idiota de ceder aos caprichos de seu corpo e de seu coração.

Ao chegar, despede-se sem não olhar para ele, enquanto ele fica contemplando-a de longe, até que ela adentra sua habitação.

—Ela é um anjo!

Parte com o carro com o sabor de Betty em seus lábios, seu corpo e sua alma. Enquanto isso, seu Hermes espera Betty enrolado no cobertor e começa a falar o conhecido sermão que isso não é hora de ficar trabalhando, que vai falar com o Armando.

—O Senhor não precisa falar com ele, amanhã mesmo irei me despedir da Ecomoda!

—Tem certeza, filha¿ -preocupou-se Julia

—Sim! Estou decidida.

Depois disso, Betty põe-se a juntar os balanços e todo material da Terramoda. Agora sim, sabia que definitivamente teria que se afastar de Armando Mendoza. Se pudesse não voltara sequer ao escritório, mas pretendia ajudá-lo pela última vez, mesmo tendo certeza que iriam ser desmascarados por Daniel.

Adentra seu quarto, com lágrimas nos olhos, deita na cama e começa a escrever no diário:

“Hoje, terminaram-se as ilusões, os beijos, as noites de amor ou na visão dele, de horror. Os sonhos e os pesadelos dele. Esta noite, a Beatriz Pinzón Solano que se apaixonou por Armando Mendoza se despediu dele. E sim voltei a cair ante a tentação de seus beijos e abraços e mais uma vez deixe-me seduzir e fui traído por meu coração e o desejo de meu corpo de pertencer-lhe mais uma vez. Parecia tão frágil, tão doce. Não havia como resistir-lhe, mesmo sabendo tratar-se de um jogo tão ardilosamente arquitetado. Sabia que era nossa despedida, que aqueles seriam seus últimos beijos, sua última carícia, seu último toque, A última oportunidade de seguir o que pediam meu corpo e meu coração. Por isto, preciso me afastar, esquecer da empresa, do que vivemos, de toda a farsa. Farei pela última vez o que me pede, vou entregar o balanço falso e deixar que resolva da melhor forma, embora, quisesse realmente esclarecer tudo, mas isto é uma questão que ele tem que resolver e não eu.”