Shinku no Kogoro escrita por NortheastOtome1087


Capítulo 20
Saga do Clâ Sakuma - Uma oferta que não se deve recusar




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[Cenário: Bairro de Kabukicho, Tóquio]

[Em Kabukicho, várias pessoas caminham felizes da vida. Enquanto isso, na parte mais sombria do bairro, três homens mal-encarados estão discutindo um assunto.]

Homem 1: E então rapazes, qual é o plano?

Homem 2: O mesmo de sempre. Você sabe que o chefe conta com a gente para concluí-lo.

Homem 3: Hmph. Ainda essa mesma coisa?

Homem 2: Vocês sabem muito bem como o chefe é em relação aos fracassos. Um passo errado e a gente tem um dos dedos cortados. Ou na pior das hipóteses, morre.

Homem 1: É. Nós até esquecemos o quão insano nosso chefe é.

Homem 3: Eu que não quero provocar a ira dele.

Homem 2: Então o negócio é o seguinte... A gente vai ter que convencer aquele homem a abrir um novo casino.

Homem 1: E como vamos fazer isso?

[Um dos homens pega uma mala cheia de dinheiro.]

Homem 2: Com a boa e velha magia do dinheiro.

Homem 3: Você acha que isso será o suficiente para pagá-lo?

Homem 1: É claro! Você sabe muito bem que aquele homem é uma grande influência no mundo dos negócios! Com esse monte de ienes eu posso até comprar uma limusine!

Homem 3: Ainda assim, eu ainda acho que ele não vai aceitar essa oferta.

Homem 2: Hmph. Quem disse que ele vai aceitar essa oferta?

[O homem dá um sorrisinho malicioso. Ele estala os dedos e vários rufiões aparecem para os três mal-encarados.]

Homem 2: Esse dinheiro não foi a única coisa que eu emprestei de um amigo meu. Ele foi tão generoso que até me deu alguns guarda-costas para me proteger.

Homem 3: Alguns guarda-costas? Fala sério...

Homem 2: Mas chega de papo. Amanhã nós vamos convencer aquele homem a construir o novo casino, goste ele ou não.

Homem 1: Pensando bem, eu até que estou gostando do seu tom.

[Os três homens e seus múltiplos capangas dão um sorrisinho malicioso, cientes de que seu plano de convencer um homem de negócios a construir um novo casino vai dar certo.]

 [Cenário: Ruas de Tóquio]

[Alguns dias depois do rodízio no Jiraiya Goketsu, Kogoro está caminhando nas Ruas de Tóquio para fazer uma visita a Atsushi. O smartphone do delinquente toca e ele vai atender.]

Kogoro: Quem fala?

Kenta: E aí, Kogoro? Tudo belê?

Kogoro: Kenta? O que você tá fazendo?

Kenta: Só to fazendo as minhas tarefas de casa. Mano, é impressão minha ou os professores estão fazendo múltiplas tarefas semana passada?

Kogoro: Eu não acho que isso é impressão não. Daqui a alguns dias vai sair as primeiras provas do bimestre.

Kenta: É, também me contaram.

Kogoro: Kenta-san, eu tenho uma dica pra você.

Kenta: Sério, qual dica?

Kogoro: Para de jogar aquele joguinho do dragão! Isso não vai te ajudar em nada nas provas!

Kenta: É sério! Kogoro-san, tem mais uma coisa que eu gostaria de contar.

Kogoro: O quê?

Kenta: Eu completei a party toda! Ok, não a party toda, ainda falta um personagem, mas...

Kogoro: Pera, pera, o quê? Quantas horas de videogame você joga todo dia?

Kenta: Depois da janta e só desligo na hora de dormir.

Kogoro: Nossa, são quase cinco horas de jogo. Não acha que isso é coisa de mais?

Kenta: Porque você acha que eu faço minhas tarefas de casa durante a manhã?

Kogoro: (Pelo menos ele ainda não perdeu o senso de responsabilidade...)

Kenta: Aliás, o que você está fazendo?

Kogoro: Vou visitar o Atsushi. É que ele me convidou para ajudá-lo nas tarefas de casa dele.

Kenta: Estranho, normalmente não é ao contrário?

Kogoro: É, só que desta vez ele precisa mesmo da minha ajuda.

Kenta: Acho que ele realmente gosta de ter a sua companhia. Na moral, desde o dia em que você veio para a Rekka, Atsushi sempre olhava pra você como um irmão mais velho.

Kogoro: Bem...

Kenta: É sério. Vocês dois foram feitos um para o outro. Vocês são como o protagonista e o Degel, amigos inseparáveis!

Kogoro: Esse joguinho te pegou, não é?

Kenta: Sim. Como eu disse agora pouco, eu consegui completar toda a party do jogo.

Kogoro: Legal. Você deve ter sentido orgulho disso.

Kenta: Meu orgulho foi tanto, mas tanto que eu tive até vontade de postar nas redes sociais. Eu até recebi um absurdo número de likes.

Kogoro: Realmente, você tem potencial para ser um grande gamer.

Kenta: Mas eu já tenho. Wyvern’s Journey 11 não é o único jogo que eu tenho no meu Pretendo Change. Também tenho vários jogos, mas estou me dedicando ao meu Wyvern’s Journey 11 por que é um jogo muito longo. Já estou quase no fim do primeiro ato.

Kogoro: Espere um instante, primeiro ato?

Kenta: Sim. O jogo tem três atos. Quando eu terminar o primeiro ato, que não vai demorar tanto, eu vou me desligar um pouco do jogo.

Kogoro: Aí sim. Finalmente você vai levar seus estudos muito a sério.

Kenta: É que eu soube que no final do primeiro ato ocorrem alguns bagulhos sinistros, que eu não posso contar porque é spoiler. Prefiro tentar manter a mente fresca por um bom tempo.

Kogoro: Por quanto tempo, aproximadamente?

Kenta: Bem, pelo menos até o final das provas. Eu vou ficar estudando manhã e noite e ralar para não ficar em recuperação. Prova na Rekka não é brincadeira.

Kogoro: Não é mesmo.

Kenta: Vou desligar agora. Tenho que terminar minhas lições de casa. Aproveite e dê-uma olhada nas minhas postagens das minhas jogatinas. É uma experiência fascinante.

Kogoro: Tá certo. Até mais Kenta.

Kenta: Tchau Kogoro.

[Kogoro desliga o smartphone.]

Kogoro: (Tomara que ele consiga encerrar o tal primeiro ato de uma vez por todas...)

[Cenário: Casa dos Nagano, fachada]

[Kogoro chega a casa de Atsushi e vai bater a porta.]

Voz feminina: Quem é?

Kogoro: Kogoro Minazuki.

[Uma mulher abre a porta e vê Kogoro.]

Kogoro: Bom dia senhora. Onde está o Atsushi?

Noriko: Permita que eu me apresente. Meu nome é Noriko Nagano, mãe do Atsushi. Meu filho está esperando por você.

Kogoro: Certo.

[Kogoro entra na casa de Atsushi.]

[Cenário: Casa dos Nagano, sala de estar]

[Kogoro está sentado no sofá observando as coisas da casa do Atsushi]

Kogoro: (Onde será que ele está...)

[Atsushi e sua mãe chegam até a sala de estar e encontram Kogoro.]

Atsushi: Kogoro!

[Atsushi se senta no sofá bem entusiasmado.]

Noriko: Kogoro! Você sabe muito bem que sofás não são camas elásticas!

Atsushi: Oh, me desculpe mamãe.

Kogoro: Essa é a sua mãe?

Atsushi: Sim. É ela a responsável por tudo nessa casa, e não me refiro apenas ao fato dela ser dona de casa.

Noriko: Isso mesmo. Eu sou pai, mãe, irmã, a família toda.

Kogoro: Nossa.

Noriko: E então, você quer comer alguma coisa?

Kogoro: É claro.

[Cenário: Casa dos Nagano, sala de jantar]

[Atsushi, Kogoro e Noriko estão comendo nikumans.]

Kogoro: São deliciosos.

Noriko: Sim. Fui eu mesma que fiz.

Atsushi: Minha mãe gosta de cozinhar nikumans para mim nas horas vagas.

Kogoro: Legal.

Noriko: Então esse é o garoto que vive te defendendo na escola dos valentões?

Atsushi: Sim. Desde o dia em que ele me salvou daqueles valentões nós nos tornamos grandes amigos. Kogoro é como se fosse um irmão mais velho pra mim.

Noriko: Não me diga... Você também é um delinquente, certo?

Kogoro: Mais do que isso. Sou bancho do colégio Rekka agora.

Noriko: Bancho? Oh, pelo amor de... Atsushi, você não me disse que seu melhor amigo é um bancho, disse?

Atsushi: Calma, mãe. Kogoro é diferente. Ele pode ser violento, mas tem um bom coração.

Kogoro: Como todo bom bancho.

Noriko: Garotos...

Kogoro: Sua mãe parece ser uma pessoa cheia de problemas.

Atsushi: Bem, assumir o trabalho do meu pai não é nem de longe a tarefa mais fácil do mundo...

Kogoro: Falando nisso... O que aconteceu com o seu pai?

Atsushi: Ele está bem. Acontece que ele é uma pessoa muito distante.

Kogoro: Distante?

Noriko: Meu marido trabalha com construção. Ele passa o dia e a noite supervisionando e monitorando os colegas da indústria no qual ele trabalha.

Kogoro: Ele trabalha com construção?

Atsushi: Claro que sim. Meu pai é arquiteto. Ele é responsável pelo design de boa parte das construções não apenas em Tóquio, mas em boa parte do Japão.

Noriko: Por causa disso ele não aparece tanto em casa. Ele sai muito cedo e volta lá para as 6:30 da tarde. Mesmo aqui ele fica se concentrando apenas em criar a construção a qual ele chama de perfeita. Ele não é um perfeccionista, mas se preocupa demais com detalhes.

Atsushi: Felizmente, ele não trabalha nos finais de semana. Ainda assim...

Kogoro: Vocês tem uma vida dura, não é mesmo?

Noriko: Sim. E ainda tenho que lidar com os problemas do Atsushi. Tem certeza que você o protege?

Kogoro: Bem, eu...

Atsushi: Kogoro-kun. Quando terminarmos esse lanche, você quer me ajudar em uma coisa?

Kogoro: É claro. Foi por isso que eu estou aqui.

[Atsushi, Kogoro e Noriko continuam comendo os nikumans.]

[Cenário: Casa dos Nagano, quarto do Atsushi]

[Kogoro ajuda Atsushi com as suas tarefas de casa.]

Atsushi: As montanhas são formas de relevo que apresentam elevações e altitudes superiores em comparação com regiões imediatamente vizinhas. Alguns autores afirmam que uma elevação no relevo só pode ser considerada como formação montanhosa se possuir mais de 300 metros de altitude em relação ao relevo que se encontrar ao redor. Esse tipo de relevo geralmente é caracterizado por ser geologicamente recente, possuindo essa forma mais acidentada por ter sofrido por menos tempo a ação dos agentes modeladores da superfície terrestre.

Kogoro: Pelo que eu sei, um exemplo de montanha é o Monte Fuji. Você acha que algum dia a gente o colégio irá permitir uma excursão ao local?

Atsushi: Uhh... Kogoro.

Kogoro: Sim?

Atsushi: O Monte Fuji não é uma montanha. É um vulcão. Melhor citar um outro exemplo.

Kogoro: Hmmm... Deixa eu ver... Será que o Monte Everest serve?

Atsushi: Monte Everest... Esse sim é um exemplo de montanha.

Kogoro: Bem, essa é a única montanha que eu consigo me lembrar.

Atsushi: Você não tem cérebro, não tem?

Kogoro: Ainda bem que você é inteligente...

Atsushi: Não tanto quanto o Shuichi.

[Kogoro e Atsushi riem]

Kogoro: E então, não vamos continuar com o assunto?

Atsushi: Oh sim. Vamos continuar. Onde estávamos...

Kogoro: (Atsushi pode não ser o garoto mais forte do mundo, mas ele é muito inteligente e dá seu melhor me ajudar nos momentos mais difíceis.)

Atsushi: Quando grupos de montanhas ou serras localizam-se paralelamente uns aos outros, formando uma espécie de “parede” em grandes extensões, há o que se chama de cordilheira. Kogoro, você sabe sobre algum tipo de cordilheira?

Kogoro: Hmmm... O monte Everest?

Atsushi: Não, não. Kogoro, estamos falando de um grupo de montanhas.

Kogoro: Bem, tente citar um exemplo desse tal de cordilha...

Atsushi: Cordilheira... Uhh... Dois exemplos de cordilheira são a Cordilheira dos Andes na América do Sul e a Cordilheira do Himalaia que fica na Ásia.

Kogoro: Muito obrigado.

Atsushi: (Ainda bem que meu amigo não é um fracote...)

[Cenário: Ruas de Tóquio]

[Um homem adulto está caminhando na cidade enquanto está falando ao smartphone]

Homem adulto: Olha, chefe. Eu não sei se eu vou aceitar essa oferta, mas...

[O homem ouve vários insultos e reclamações do seu chefe]

Homem adulto: Eu sei, mas eu tenho sensos morais. Eu faço tudo o que eu posso, mas não tudo o que quero.

[O chefe continua discutindo com o homem.]

Homem adulto: Se você acha que eu vou deixar uma construção irregular ser construída naquela cidade, tenha certeza da minha resposta.

[A discussão continua]

Homem adulto: Olha chefe, eu tenho que ir. Mais tarde a gente se encontra.

[O homem desliga o telefone. Ele acaba encontrando com três caras mal-encarados, os mesmos que apareceram discutindo anteriormente.]

Homem 2: Olá, Kazuhiko.

Homem 3: Você achava que ia se livrar da gente tão facilmente?

Kazuhiko: Vocês... O que fazem aqui?

Homem 1: Não se preocupe, nós só estamos aqui para um acordo.

Kazuhiko: Eu não quero um acordo! Especialmente com pessoas como vocês!

Homem 2: Hmm... Você não mudou em nada.

Kazuhiko: Se pensam que eu vou aceitar seu pedido de construir aquele casino para aqueles bastardos, podem tirar o cavalinho da chuva!

Homem 3: Eu sabia que você iria recusar esse mesmo pedido... Como da última vez.

Kazuhiko: Eu conheço muito bem vocês... O jeito como vocês agem... O jeito que vocês manipulam as pessoas... Vocês não são negociantes, vocês são criminosos!

Homem 1: Não somos apenas meros criminosos, nós somos o clã Sakuma.

Homem 2: E dentre todos os clãs da Yakuza, o clã Sakuma é o clã mais perigoso de todos.

Kazuhiko: Não irei fazer o trabalho sujo de vocês!

Homem 3: É sério? Será que esse dinheiro irá convencer você?

[Um dos homens mostra uma mala cheia de dinheiro para Kazuhiko. Kazuhiko observa o dinheiro.]

Homem 1: Você pode ter esta grande quantidade de dinheiro com uma condição...

Homem 2: Que você aceite o nosso pedido de construir um casino para a nossa família.

[No entanto, Kazuhiko resiste a tentação e recusa o dinheiro.]

Kazuhiko: Não! Não importa quantos montes de dinheiro vocês me tragam, eu e meus membros da indústria no qual eu trabalho não vamos nos aliar com a máfia japonesa!

Homem 1: Eu sabia que você finalmente iria recusar nossa oferta... Pela última vez.

[O homem estala os dedos e vários rufiões aparecem para cercar Kazuhiko.]

Kazuhiko: Mas... Mas o quê?

Homem 2: O dinheiro que nós recebemos não é nosso. Ele é de um clã no qual recentemente formamos uma aliança.

Homem 3: Eles foram tão generosos que até nos emprestaram alguns de seus guarda-costas. E eles não tem apenas a cara de poucos amigos, eles são genuinamente perigosos se você os irritarem.

Kazuhiko: Droga...

Homem 1: E então.. Você vai aceitar o nosso acordo, ou não?

Homem 2: Escolha... Por que das duas opções... Apenas uma delas vai te salvar.

[Kazuhiko fica com medo, mas decide encará-lo com olhos firmes]

Kazuhiko: Minha resposta ainda é não!

Homem 3: E isso não nos surpreende. Garotos!

[Um dos homens estala os dedos.]

Homem 1: Façam o que vocês fazem com todos aqueles que recusam os pedidos da Yakuza.

[Os rufiões espancam Kazuhiko sem piedade enquanto os três homens observam a tortura com um sorriso no rosto. Sangue e ferimentos saem do corpo do pobre trabalhador.]

Kazuhiko: Vocês não vão... Sair daqui... Impunes... Disso...

[Kazuhiko cai no chão inconsciente, e ainda assim os rufiões continuam espancando o pobre homem. Mayoi, que estava observando tudo isso acontecer, se esconde e vai atender o smartphone.]

Mayoi: Alô? É do Hospital Metropolitano de Tóquio? Aqui é uma emergência.

[Os rufiões terminam de espancar Kazuhiko e um deles termina quebrando as costas do homem. Sangue sai da boca de Kazuhiko, e ele é jogado no chão.]

Homem 1: Hmph. Parece que já deu por hoje.

[Os três homens olham para Kazuhiko com um sorriso malicioso]

Homem 2: Hoje você pode voltar pra casa. Mas deixe claro que essas feridas que você recebeu é o preço que se paga quando você recusa um pedido da Yakuza, especialmente aqueles do clã Sakuma.

Homem 1: Dá próxima vez que nós nos encontrarmos de novo, nós não teremos compaixão.

[Kazuhiko tenta se levantar, mas desmaia]

Kazuhiko: Vocês... Nunca... Tiveram...

Homem 2: Vamos rapazes. Temos uma reunião para participar.

[Os três homens do clã Sakuma e seus capangas saem, deixando Kazuhiko pra trás. Depois dos eventos, Mayoi faz outra ligação.]

[Cenário: Casa dos Nagano, quarto do Atsushi]

[Depois de um longo dia de estudos, Kogoro e Atsushi estão descansando.]

Atsushi: Valeu por me ajudar nos estudos hoje, Kogoro.

Kogoro: Que nada. Quem me ajudou foi você.

Atsushi: Pode ter certeza.

[Atsushi e Kogoro riem]

Kogoro: E então, como você acha que estão nossos amigos?

Atsushi: Não sei. Vamos aproveitar para dar uma olhada.

[Kogoro e Atsushi vão pegar seus smartphones para acessarem as redes sociais.]

Atsushi: Como já era de se esperar, Kenta e suas postagens de Wyvern’s Journey 11.

Kogoro: Não estou surpreso com isso. Desde o dia em que ele ganhou aquele joguinho de RPG, Kenta fica postando imagens e fanarts do game como se não houvesse amanhã.

Atsushi: Pode ter certeza. Em um dos posts, ele ficou completamente exaltado com o fato de que ele conseguiu completar toda a sua equipe. Kenta até chegou a digitar palavras de baixo calão.

Kogoro: Eu achava que só os delinquentes falavam esse tipo de palavreado.

Atsushi: E tem mais. Hoje mesmo ele ficou reclamando de boa parte do roteiro. Tipo, um dos posts diz para o Rei “Corno” tomar naquele lugar que eu não posso falar.

Kogoro: Rei Corno?

Atsushi: E ainda tem outro mostrando a raiva que ele sente pelo tal rei mal: “Cornelius, seu filho de uma meretriz sanguinária. Você me acusou de ser o filho do demônio, me botou na cadeia, destruiu a minha terra natal e ainda tem a audácia de mandar seus guardas para me perseguir. Tomara que você vá para o Makai, seu tirano sem vergonha.” Bem, pelo menos esse não tem palavrões.

Kogoro: Cara, ele tá tão revoltado.

Atsushi: Fala do Kenta ou do protagonista?

Kogoro: Uhh...

[O smartphone do Atsushi toca]

Atsushi: Com licença Kogoro, eu tenho que fazer uma ligação aqui. Já já eu volto.

[Atsushi sai do seu quarto.]

Kogoro: Rei Cornelius... Será que ele é corno?

[Cenário: Casa dos Nagano, sala de estar]

[Atsushi e Mayoi estão falando ao telefone]

Atsushi: Como assim? Explique tudo!

Mayoi: Pelo que eu sei, uns caras maus espancaram o seu pai e mano, foi horrível.

[Atsushi, ao ouvir o que aconteceu, treme de medo.]

Mayoi: Mano, ele foi torturado e não pude fazer nada para ajudá-lo. E pra piorar, os homens que o espancaram fazem parte da Yakuza.

Atsushi: Yakuza?

Mayoi: O mínimo que eu pude fazer foi chamar uma ambulância para tentar salvar o seu pai. Tomara que ele não perca muito sangue até ele chegar ao hospital...

[Atsushi fica apenas calado.]

Mayoi: Atsushi-kun, você está bem? Atsushi-kun...

Atsushi: Mayoi-san...

Mayoi: O quê?

Atsushi: Eu tenho que desligar.

Mayoi: Mas... Atsushi-kun...

[Atsushi desliga o smartphone.]

Atsushi: (Não... Não pode ser... Meu pai... Ele foi...)

[Cenário: Casa dos Nagano, cozinha]

[Noriko está preparando o almoço quando vê um Atsushi extremamente ansioso.]

Atsushi: Mamãe!

Noriko: Filho, o que aconteceu?

Atsushi: Mamãe, é o papai! Ele tá... Ele tá...

Noriko: Filho, eu to muito ocupada preparando o almoço. Você não pode conversar comigo outra hora?

Atsushi: Mas é urgente... O meu pai... Ele tá...

Noriko: Seu pai está muito ocupado com as coisas do trabalho. Sei disso. Todo dia a mesma coisa...

Atsushi: Meu pai foi atacado!

[Noriko, ao saber disso, deixa a concha cair no chão e quase cai em cima do fogão]

Noriko: Atsushi! Não me surpreenda deste jeito!

Atsushi: Mas é verdade!

Noriko: Quem foi que disse isso?

Atsushi: Mayoi. Ela disse que o meu pai foi levado para o hospital.

Noriko: Ah não. Querido...

[Noriko pega o seu smartphone para ligar para o seu marido. Atsushi vê tudo o que está acontecendo.]

Atsushi: (Papai... O que aconteceu com você?)

[Noriko tenta ligar para o seu marido, mas o telefone só dá ocupado]

Noriko: Anda... Anda!

[Depois de muito tempo sem falar, Noriko desliga o smartphone assustada.]

Atsushi: Mamãe?

Noriko: Kazuhiko...

[O smartphone de Noriko cai. Noriko começa a chorar.]

Noriko: Kazuhiko...

[Noriko se ajoelha e continua chorando]

Atsushi: Mamãe...

Noriko: Saia...

Atsushi: Mamãe...

[Com lágrimas nos olhos, Noriko ordena que seu filho saia da cozinha]

Noriko: Saia daqui agora!

[Atsushi então corre.]

[Cenário: Casa dos Nagano, corredores]

[Atsushi corre para o seu quarto quando ele acaba tropeçando em Kogoro.]

Kogoro: Atsushi, o que está acontecendo?

Atsushi: Kogoro, isso é horrível. O meu pai... Ele...

Kogoro: Seu pai? O que aconteceu com ele?

Atsushi: Meu pai tá no hospital. Ele foi espancado por caras maus...

Kogoro: Espancado? Por quem?

Atsushi: Eu não sei. Mas ele está no hospital recebendo tratamento.

Kogoro: Atsushi.

Atsushi: Kogoro?

Kogoro: Vamos.

Atsushi: O quê?

Kogoro: Eu disse vamos. Vamos ao hospital.

Atsushi: Certo.

[Cenario: Hospital Metropolitano de Tóquio, quarto 5]

[Kogoro e Atsushi entram no quarto onde está o pai de Atsushi.]

Atsushi: Papai!

Enfermeiros: O quê?

Atsushi: Papai, você está bem?

Kazuhiko: A-Atsushi...

Enfermeiro 1: Sinto muito, mas ele ainda está sendo tratado.

Atsushi: Mas o papai...

Enfermeiro 2: Tentem voltar mais tarde.

[Kogoro é segurado pelos enfermeiros]

Kogoro: Ei, o que esta acontecendo?

Enfermeiro 3: O senhor Kazuhiko Nagano precisa de tratamento médico. Ele não pode receber visitas agora.

Enfermeiro 4: Ele perdeu uma grande quantidade de sangue naquela briga.

Kogoro: E daí? Eu não vou deixar que vocês separem o pai de um filho! Atsushi!

Atsushi: Papai, o que aconteceu com você?

Kazuhiko: Ya... Yakuza...

[Kogoro, ao ouvir a palavra “yakuza”, fica indignado]

Atsushi: Yakuza?

Enfermeiro 1: De acordo com o paciente, ele foi espancado por membros da máfia japonesa quando ele estava indo para o trabalho.

Enfermeiro 2: Ele teve parte do seu corpo todo quebrado. Ainda bem que se não fosse por aquela menina, as coisas teriam piorado.

Atsushi: Mayoi...

Kogoro: Então, o que aconteceu?

Kazuhiko: Membros da Yakuza me espancaram. Eles me deram uma oferta de construir um casino, mas eu recusei.

Atsushi: Ainda bem que você fez o que achou certo.

Kazuhiko: Atsushi...

Atsushi: Eu e a mamãe estávamos preocupados com você quando soubemos disso. Ela estava triste e com raiva...

Kazuhiko: Noriko... Eu a decepcionei...

Kogoro: Kazuhiko Nagano... Esse é o seu nome, não é?

Kazuhiko: Sim.

Kogoro: Bem, você sabe quais são os responsáveis por trás dessa tragédia?

Kazuhiko: Clâ Sakuma.

Kogoro: Sakuma?

[Cenário: Mansão do Clã Sakuma, sala do chefe]

Patriarca: E então, aquele bastardo aceitou a proposta?

Homem 1: Não. Ele ainda se mantém firme na sua decisão.

Homem 2: Um cachorro teimoso...

Patriarca: Hmph. Vocês falharam comigo de novo.

Homem 3:Por favor, patriarca Sakuma! Nos dê mais uma chance!

[O patriarca pega um rifle e atira na testa em dois de seus homens.]

Homem 3: Não! Espere! Nós pelo menos conseguimos espancar aquele filho da...

Patriarca: Seu tolo! O plano era convencer aquela empresa a construir o casino! E espancar um de seus funcionários não era parte do plano!

Homem 3: E daí! Existem outros trabalhadores melhores do que aquela mula teimosa!

Patriarca: Só que aquela mula teimosa fazia parte daquela indústria de construção! E graças a atitude e o fracasso de vocês, nós perdemos nossa chance de vencer!

Homem 3: Patriarca Sakuma...

[O patriarca atira no último homem que sobrou]

Patriarca: Vocês! Joguem os corpos no porão!

[O patriarca chama os guardas, que levam os três corpos para fora da sala do chefe]

Patriarca: Kazuhiko Nagano... Aquele bastardo ainda se recusa a aceitar minha proposta. Mas pelo menos aqueles três fizeram algo de bom. Sem aquele idiota no meu caminho eu posso convencer aquela indústria a construir o meu novo casino...

[O patriarca pega o seu charuto e vai fumar. Em cima da mesa, vemos o nome completo do homem: Unami Sakuma.]

Unami: O Clã Sakuma renascerá das cinzas!

[O capítulo acaba com uma visão da mansão do Clã Sakuma, esconderijo daqueles que são um problema para Kogoro no futuro.]


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Notas finais do capítulo

Dicionário:

Yakuza: Também conhecida como gokudō, a Yakuza são os membros de grupos de uma organização criminosa transnacional originária do Japão. A polícia japonesa e a imprensa, os chamam de bōryokudan, enquanto os membros da Yakuza chamam a si mesmos de "ninkyō dantai". Os membros são notórios por seus códigos de conduta estritos e natureza muito organizada. Eles têm uma grande presença na mídia japonesa e agem internacionalmente com um número estimado de 500 000 membros.



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