Gravity Falls: Um Verão Nunca Esquecido escrita por Sweet Aeryn


Capítulo 4
Capítulo 4: A Confissão de Pacifica


Notas iniciais do capítulo

Não sei se se tornou um hábito escrever com música, provavelmente sim, mas, outra vez, recomendo ouvir músicas ao ler o capítulo. Dessa vez recomendo músicas românticas e de ritmo lento. Deixo novamente sugestões: Thousand Years (Christina Perri), Let Her Go (Passenger) e When You're Gone (Avril Lavigne).

Boa leitura!



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A música seguia muito animada ao passo que a festa ficava cada vez mais cheia. A seleção musical e a decoração da festa, principalmente o globo de luz retrô, funcionavam perfeitamente. A maioria dos convidados estava fantasiado, mas não fantasias tão infantis, muitas delas eram inclusive muito provocantes. Dipper e Pacifica não se importavam muito com o restantes das pessoas pois dançavam e divertiam-se juntos, como se estivessem sozinhos lá. Mabel estava tão distraída que ainda não percebera com quem o irmão estava.

Dipper se afastou um pouco da pista e parou de frente à mesa de bebidas e guloseimas. Seu coração palpitava, aquecendo todo seu corpo. Estava começando a entender um pouco o que acontecia, na verdade começava a aceitar pois, no fundo, sempre soube. Não era algo muito lógico para aquele garoto em específico, no entanto isso não o preocupava. Não acreditava que era o momento de ser racional ou lógico e então decidiu se deixar levar. Acreditava que essa era a primeira vez onde não ter o controle seria bom.

Olhou para Pacifica por um tempo, sem pressa, apreciando aquele momento e admirando sua beleza. Até mesmo para a Pacifica que ele conhecera em 2012 ele percebia que naquela noite em específico a herdeira Northwest parecia muito leve e diferente. Demorou alguns instantes mas ela finalmente percebera a atenção sobre si e reduziu o ritmo da dança, dando atenção aos olhos castanhos que a fitavam. Sorriu e acenou com a mão, indicando a Dipper que aguardava seu retorno. O rapaz correspondeu ao sorriso e apontou para os copos em sua mão. Serviu duas conchas de ponche e seguiu para a pista e dançaram mais duas músicas muito animadas. Já estavam ali a algum tempo e ambos dariam tudo para que aquele momento nunca acabasse. Uma transição sutil fez o ritmo desacelerar tornando aos poucos o clima mais romântico. Muitos pares começaram a se formar e, sem dizer uma palavra se quer, após uma simples e rápida troca de olhares Dipper segurou a mão de Pacifica e a trouxe para perto, passando a outra mão através de sua cintura. A loira apoiou sua cabeça no ombro dele. "Como ele cresceu" - Cada toque, o cheiro do perfume masculino, o ritmo da respiração e as batidas desgovernadas do coração dele tornavam aquele momento incrivelmente perfeito. Não podia mentir: era a melhor sensação de toda sua vida.

— Dipper... - Ela chamou a atenção dele, falando em um tom que apenas ele podia ouvir. Agora era possível conversar de forma confortável já que o barulho da música diminuira muito.

— Hm?

— Eu queria te pedir desculpas pela forma que te recebi no Solar Nothwest aquele dia. Sabe? O dia que você levou o convite da festa para mim.

— Ah... Está tudo bem.

— Não, não está tudo bem. Eu fui muito rude com você, como sempre fui minha vida inteira com todo mundo. Sei que não justifica, mas fui pega de surpresa aquele dia. Sua visita foi muito inesperada.

— Está tudo bem Pacifica - Ele apertou a mão que envolvia a cintura da jovem, trazendo-a cada vez mais perto, em um abraço envolvente - Eu fui embora cinco anos atrás e durante todo esse tempo não dei uma notícia se quer. Entendo que não sou alguém presente na sua vida, deve ter sido um baita susto mesmo. Naquela época já não era ninguém, entendo seu susto.

— Ei! Você não era ninguém... Quer dizer, no começo até era sabe, só o sobrinho estranho do Stanford Pines, quer dizer.. Stanley Pines, eu ainda fico um pouco confusa com tudo isso.

— Err... Pacifica?

— Ah, eu estou fazendo de novo, tá vendo? Às vezes acho que sou só mais uma Northwest sem salvação - Seu semblante mudara completamente, tornando-se preocupado e triste.

— Ei, ei, ei - O garoto se afastou um pouco e apoiou a mão, que antes guiava a dança, no queixo de Pacifica, erguendo o pequeno rosto dela à altura do seu - Todos nós cometemos erros, mas também somos nós que decidimos o que faremos depois de percebê-los. Aquele dia na sua casa, lembra, quando você contrariou seus pais e libertou sua família da maldição? Você me salvou de quebra, não esqueça. Mas o que importa é: aquele dia você me mostrou quem você realmente era. Sua verdadeira essência e que era capaz de ser uma versão melhor de si mesma. Não deixe os fantasmas do seu passado te assombrarem, Pacifica. Já nos livramos dos fantasmas que assombravam sua família, então é hora de se livrar do seu fantasma pessoal.

— Dipper... - A jovem passou os braços por entre o corpo dele, abraçando-o com força - Existem algumas coisas que eu gostaria de te contar... Será que podemos ir lá fora um pouco?

— Claro, vamos para o telhado - Ele retribuiu o abraço carinhosamente.


***

A noite estava mais bonita do que costumava. Era o auge do verão então o céu estava completamente limpo. Ali na Cabana do Mistério, no meio da floresta e longe das luzes da cidade, era ainda mais incrível. As estrelas eram tantas que tingiam o céu com reflexos azul-safira e roxo-ágata.

— Isso ocorre devido à refração do brilho das estrelas, você sabia? Apesar de lindas as estrelas podem ser um tanto trágicas. Afinal, o brilho que vemos está a anos luz de distância e muito provavelmente enxergamos apenas uma luz antiga de estrelas já esvaídas e mortas. - O garoto pensou por um tempo - Acho que não devia ter dito isso, não é? Não parece uma coisa muito legal para se falar em um momento legal assim, acho que estraguei um pouco as coisas.

Pacifica apenas riu, deitada ao seu lado no telhado da Cabana do Mistério. Ela adorava ouvir Dipper falando sobre curiosidades científicas. Isso era muito característico dele e um dos pontos que o tornavam único.

— Eu poderia ficar aqui te ouvindo a noite inteira, Dipper.

— Isso me lembra... Viemos aqui por que você queria conversar comigo e no fim das contas eu só fiquei falando como uma matraca sem parar. Arg, preciso parar com isso.

— Você não pode parar. Se parar deixará de ser o Dipper que eu.. Err..

Os olhos castanhos dele procuraram os azuis dela, curioso com a súbita interrupção em sua fala. O silêncio pairou. Por mais curioso que estivesse entendia que devia dar espaço para Pacifica organizar seus pensamentos antes de expor. Permaneceu aguardando. Paciente como uma árvore, mesmo com a ansiedade explodindo em seu peito.

— Dipper você mencionou mais cedo aquela noite no Solar Northwest em 2012. A noite em que você me ajudou a livrar minha família da maldição.

— Uhum.

— Você me disse que aquela noite percebeu que eu era diferente, mesmo sendo uma Northwest. Viu que eu podia ser uma versão melhor de mim.

— É, mas ainda não entendi onde você quer chegar - Dipper se levantou, sentando com as pernas dobradas e apoiando os cotovelos sobre os joelhos, atento, olhando fixamente Pacifica que também se levantara, abraçando suas pernas próximas ao corpo.

— Naquela noite eu também abri meus olhos também. Graças a você. Desde então tenho pensado muito. Quando você foi embora no final das férias de verão, depois do seu aniversário... Depois que você foi embora repensei muito sobre várias coisas. Não consegui deixar ninguém se aproximar de mim, por mais que estivesse tentando ser melhor. Por isso eu queria muito te reencontrar, mas você não voltou no verão de 2013 e então... Não conseguia mais ter certeza se algum dia conseguiria te ver novamente.

— Ahn.. Pacifica... Eu ainda não estou entendendo onde você está querendo chegar.

— Todos esses dias, desde aquela noite, durante esses longos cinco anos eu sempre pensei em... Pensei em... - Seu rosto parecia um rabanete. O calor preenchia todo seu corpo, provocado pela aceleração em seu coração. A garota respirou fundo criando coragem - Eu estive sempre pensando em...

Repentinamente um forte estrondo seguido de sons agudos, que pareciam muito com uivos, tomou o ambiente. A Cabana do Mistério estremeceu de tal forma que parecia que desmontaria completamente. Pacifica se assustou e, com o abalo da estrutura, se desequilibrou. Dipper segurou seu pulso e a puxou. Outro estrondo poderoso e um novo tranco seguiram. Três criaturas quadrúpedes surgiram no gramado da frente da cabana após saírem forçadamente pela parede de madeira frontal da loja de lembranças. Tinham olhos negros, orelhas pontudas e uma pelugem curta marrom. Lembravam lobos, só que bem maiores. Deviam ter uns dois metros de altura ainda em quatro patas, em apoio bípede era melhor nem imaginar. Mesmo do telhado foi possível ver que duas das criaturas carregavam dois reféns.

— MABEL! SOOS! - Gritou Dipper em desespero ao perceber quem fora captuado.

— Dipper! O que são essas coisas? - Pacifica se apoiou na borda do telhado olhando assustada.

O rapaz suspirou.

— Lobisomens.  


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Notas finais do capítulo

Bom, mesmo sendo uma história de romance não seria uma história de Gravity Falls sem um pequeno momento de aventura com criaturas estranhas, não é? Tive acesso a algumas páginas do diário perdido de Gravity Falls de forma gratuita e não encontrei nas páginas que li nada sobre lobisomens, mas queria muito que fossem lobisomens (afinal, Dipper está vestido de vampiro, não é?) então tomei a liberdade de criá-los da minha maneira. Se tiver algo sobre lobisomens no livro ignorem,



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