É só uma coisa implícita escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 42
Capítulo 42 – Vormir


Notas iniciais do capítulo

Essa é oficialmente a maior fanfic que eu já escrevi. Eu pensava que ela acabaria rápido, mas tem tanta coisa que ainda quero escrever sobre a história de Starmora e dos Guardiões. O buraco no meu coração com o filme patético que James Gunn mandou pra o cinema ainda dói horrivelmente, e acho que jamais vai sumir. Os Guardiões da Galáxia são uma parte enorme, muito forte, e importantíssima de quem eu sou hoje, por motivos que não posso falar publicamente por enquanto, e ver a destruição absurdamente desnecessária da família deles é algo que só alguém muito mal amado e sem coração seria capaz de fazer.


Espero que goste do capítulo. Se você for fã de Natasha Romanoff, a partir desse capítulo há algumas surpresas felizes pra você. Peço que comentem pra eu saber o que vocês estão achando, os comentários quase que evaporaram depois que Gamora e Peter se reencontraram. Boa leitura!



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Capítulo 42 – Vormir

— Por que não posso ir?

— Por que não temos certeza do que vai acontecer lá. Nas duas vezes em que alguém de nossa família e amigos foram, algo ruim aconteceu – Peter explicou à filha.

— E pra que vocês vão?

— Pra buscar tia Nat – Gamora lhe disse – Ela está lá. Nós vamos ficar bem. Dessa vez estamos no controle da situação, e não vamos fazer nada perigoso. Mas é um lugar escuro, muito frio e cheio de penhascos. Não quero correr o risco de você se machucar lá. Ainda não te ensinamos a usar os coletes aéreos. E precisamos estar concentrados no que vamos fazer. Será rápido. Chegar, pegar Nat e voltar pra cá imediatamente.

— Não é um lugar aonde as pessoas querem ir, docinho. Vamos porque precisamos. Eu vou pra cuidar da mamãe. Da última vez que ela esteve lá, foi um homem mal que a levou e ela se machucou muito. Dessa vez somos só nós, não vamos deixar se repetir. Mas ainda ficamos muito tensos lá, vamos ficar muito preocupados com você se te levarmos. Não temos uma exata certeza do que pode acontecer, e queremos você segura.

— E se vocês não voltarem?

— Nós vamos voltar. Estaremos de volta em um dia no máximo – Gamora garantiu – Falamos com seus tios. Rocket, Groot e Alia vão ficar aqui cuidando de você. Dey e Nova Prime também vão ajudar.

Mantis tinha se prontificado para ficar, mas achavam que as habilidades dela poderiam ser úteis em Vormir, agora que ela conseguia sentir emoções praticamente no ar, e isso indicaria bem se alguém mal intencionado se aproximasse, incluindo o Caveira Vermelha. Gamora não tinha mais certeza se ele estaria lá, uma vez que a joia da alma não estava mais no Planeta. Estavam indo apenas porque possivelmente precisavam de um corpo para abrigar uma alma, e o corpo de Nat estava lá. Era uma parte da habilidade de Adam que ainda era incerta. Ele possivelmente também sentia emoções como Mantis, mas dada sua criação com os soberanos, ainda tinham coisas a aprender para usar isso tão bem quanto ela. Drax estava indo porque ele e Mantis trabalhavam bem juntos, e Nebulosa se recusava a deixar a irmã.

— Não queremos obrigar você a nada. Por isso estamos te explicando – Peter esclareceu, enquanto os três refletiam sozinhos no quarto do casal na sede da Tropa Nova.

Meredith ficou mais de um longo minuto em silêncio, olhando para algum ponto no chão e pensando, imóvel sentada entre eles na beirada da cama.

— Podem mandar mensagem quando chegarem e quando saírem de lá?

— Vamos fazer isso – Gamora prometeu, seus dedos brincando com o cabelo colorido da pequena.

— Tá bom.

Os dois beijaram as mãos da filha, encarando-a com uma promessa nos olhos.

— Vou te dar um presente se voltar no tempo certo, papai.

Peter sorriu.

— E a mamãe?

— Ainda vou pensar no dela.

Gamora sorriu, deduzindo do que a filha estava falando, e aproveitando suas últimas horas juntas antes de seguirem para Vormir. Quanto antes isso fosse resolvido e finalizado, melhor.

******

— Estamos perto – Nebulosa alertou com uma voz sombria.

Peter sentiu o coração já tomado de ansiedade palpitar quando trocou um olhar com Gamora, que agora estava ocupando a cadeira de Rocket já que o guaxinim ficara em Xandar com Meredith. O Senhor das Estrelas estenderia a mão para apertar a da noiva se não estivesse no controle da nave emprestada da Tropa Nova.

— Você dois estão sentindo alguma coisa? – Drax perguntou.

— Medo – Mantis disse com uma voz apreensiva – Acho que muitas pessoas choraram, se desesperaram e sofreram aqui, principalmente pelo que deixaram pra trás.

Gamora sentiu uma pancada no peito. Sabia bem do que a amiga estava falando, de todas as pessoas já sacrificadas em Vormir, desde bem antes de Thanos arrastá-la para cá.

— Sinto um rastro de energia forte nesse planeta, mas parece que a pessoa não está mais aqui – Adam falou.

— O Caveira Vermelha. Sempre me perguntei se ele continuaria aqui depois da joia ser retirada.

— Pra onde você acha que ele foi? E como é esse cara? – Peter perguntou.

— Literalmente uma caveira vermelha, mas com olhos humanos. Ninguém sabe pra onde ele vai. E não sei muito sobre ele. Só que ele já se encontrou com algum dos Vingadores. Alguém chamado Steve.

— O Capitão América – Nebulosa comentou – Ele e Nat eram muito amigos.

— Ele foi o primeiro ou o segundo vingador – Gamora continuou – Há muito tempo ele lutou com o Caveira Vermelha, e houve um acidente. Steve entrou em sono profundo e o Caveira Vermelha nunca mais foi visto. Só não sei exatamente como ele chegou aqui em Vormir e se tornou guardião. Nat disse que, segundo Steve e Nick Furry, ele estava caçando um artefato mágico. Devia ser uma das joias do infinito.

— A joia do espaço – Nebulosa falou novamente – Deve tê-lo mandando pra cá. Carol também foi afetada por ela.

— Capitã Marvel?

— Sim – a semi android confirmou para a irmã.

— Nat te contou tudo isso?

— Mais de uma vez. Tivemos bastante tempo. O lugar da joia da alma onde nos encontramos tinha um tempo estranho. Parecia uma eternidade ao mesmo tempo que pareciam poucos minutos. Como quando você se distrai numa conversa profunda e perde a noção do tempo.

— Eu senti isso quando estivemos lá.

Gamora olhou para Adam, sem saber o que dizer.

— Você tem alguma ideia de como fazer isso?

— Não tenho certeza. Eu só senti, toquei em você, e de repente estávamos lá. Acho que meus pais podem ter me ajudado. Mas não chegamos a falar sobre isso... Mas se podemos ter uma teoria, o corpo dela está em Vormir. Se soubermos onde, eu posso me aproximar e tentar. É um pouco sombrio dizer isso, mas deve haver ao menos ossos, certo?

— Com a quantidade de neve que há aqui, não sabemos dizer, e nem se isso varia conforme a época do ano. Vormir quase não recebe luz – Nebulosa disse – Mas sim, deve haver algum resquício físico.

Gamora olhou para Peter, que estava com a mão sobre o botão para desligar o piloto automático e iniciar a preparação para aterrissagem, seus olhos verdes outra vez apreensivos e cheios de medo.

A zehoberi o encarou de volta, esperando que ele conseguisse ler sua alma tão bem quanto todas as outras vezes agora, e pôs a mão sobre a dele, fazendo-os apertarem o botão juntos, e imediatamente Peter se concentrou nos comandos do painel, conforme o planeta escuro e assustador ficava mais visível e maior diante deles.

— Não tenho certeza se sei o ponto certo pra pousarmos – Peter falou.

— Eu me lembro – Gamora disse, sua voz calma, mas nitidamente triste.

Foram minutos longos e silenciosos conforme ela orientava Peter sobre onde pousar. Nenhum deles disse qualquer coisa por um tempo quando aterrissaram no solo de Vormir, todos olhando para Gamora para tentar avaliar suas reações ou esperar por uma orientação.

— Devemos ir todos nós? – Mantis quebrou o silêncio.

— Adam não tem como ficar – Gamora começou – Eu também não, e Peter...

— Nós sabemos – Drax falou sério – Vão em frente.

— Fiquem aqui, com os comunicadores e radares ligados. Mantenham a nave ligada na economia de combustível, e pronta pra mudar os comandos caso precisemos fugir daqui – Peter os orientou – Não sabemos o que vamos encontrar. E tenham cuidado – ele disse quando todos se levantaram para seguir para suas posições.

Mantis e Drax assentiram, e o restante deles se dirigiu para o caminho da saída.

— Tenham cuidado também – Mantis pediu ao trocar um abraço com o irmão e depois com Gamora.

— Nem precisa pedir.

Eles trocaram um aceno e um sorriso com Drax antes de saírem. Os dois que ficaram ajustaram os comandos de acordo com as ordens de Peter e fecharam a porta de saída quando o grupo passou pela rampa.

******

— Acho que seria um lugar bonito se houvesse sol – Adam comentou enquanto caminhavam entre as faixas de areia e água, guiados por Gamora.

— Parece mais um vale da morte – Nebulosa rebateu.

— Pra você ver como a natureza muda conforme o que há em volta dela. Combina com as joias do infinito – Gamora lhe disse.

Peter caminhava em silêncio, segurando fortemente sua mão. Alguns flocos de neve dançavam no vento, mas ainda não suficiente para congelá-los até que voltassem, desde que não levassem muito tempo.

— Você está bem?

— É irônico que seja você me perguntando isso – ele sussurrou de volta.

— Não acho que os pesadelos que te atormentaram por anos sejam mais leves do que a minha realidade.

— Gamora...

Peter disse apenas isso, mas ela pode ouvir todas as possíveis terminações que ele não disse para esta frase, e o puxou para mais perto, entrelaçando seu braço com o dele, depois novamente os dedos de suas mãos unidas, enquanto continuavam a caminhada. Foram mais alguns minutos de silêncio até a zehoberi parar de andar e olhar em volta.

— Foi aqui que o encontramos. Flutuando como a morte num manto negro. Ele nos deu instruções e advertências pra seguir em frente. Ele disse que sabia de tudo. Mas não soube dizer os nomes dos meus pais. Talvez Thanos tenha feito algo pra não só matá-los, mas apagar os rastros de suas existências. E além disso, eu tenho quase certeza que ele avisou sobre Meredith. Mesmo assim aquele monstro seguiu em frente. Como eu queria tê-lo matado eu mesma!

Essa foi uma das poucas vezes que ouviram fúria na voz sempre calma e controlada de Gamora. Mesmo quando ela estava repreendendo Peter e Rocket por suas brigas idiotas, sua voz parecia um afago.

— Ainda não tive tempo de te dar detalhes. Mas uma amiga da Terra quase o matou durante a guerra. Ela deu uma surra tão grande nele enquanto estávamos ocupados em roubar as joias de volta... Que ele foi forçado a usar sua arma mais letal muito cedo, mesmo atingindo seu próprio exército no processo. Ouvir os gritos desesperados dele foi como a melhor música do universo.

— Ela é uma vingadora?

— Sim. Wanda. É uma das mais fortes.

— Me lembre de agradecê-la quando formos à Terra.

— Com prazer, irmã.

— Foi ótimo de assistir – Peter sorriu quando Gamora o olhou.

— Tenho certeza que sim – ela sorriu de volta, voltando a guia-los na direção do penhasco.

Minutos depois, que pareceram muito longos e agonizantes, ao menos para Peter, chegaram a um lugar peculiar, que parecia preparado para algum ritual macabro, um espaço vazio circular, cercado de pedras e com o abismo à frente, dando para um lago em suas profundezas. Peter apertou mais a mão se Gamora sem perceber, e ela o olhou com questionamento.

— Foi aqui... Vocês sempre estavam aqui. Ou lá embaixo.

Chegando perto de seus limites atuais, Gamora o puxou para um abraço.

— Eu sinto muito – ela sussurrou em seu ouvido, e Peter suspirou, enterrando o rosto em seu pescoço, e deixando um beijo reconfortante ali.

Nebulosa reclamaria ou falaria algo irônico para os dois, mas não ousou se pronunciar dessa vez, enquanto Adam também permanecia em silêncio, pacientemente.

— Peter...

— Eu sei, mas...

— Precisamos olhar lá embaixo, querido.

Ele deu outro suspiro e a abraçou com mais força antes de soltá-la, recusando-se a desembaraçar suas mãos. Gamora o sentiu tremer, e viu o medo profundo nos olhos dele, o desespero correndo pelo corpo do terráqueo, e sua temperatura corporal variando com o nervosismo. Ela se perguntou se algo no planeta poderia estar afetando seu organismo sem que percebessem. Mas Peter era meio celestial. Mesmo sem poderes ativos, ele sobrevivera ao vácuo do espaço por mais tempo que o normal, a segurar a Joia do Poder com as mãos nuas, ao ataque de Ego a seu corpo e sua mente, tinha uma força física consideravelmente maior que a de um terráqueo comum. Ele não podia ficar tão frágil aqui. Então não havia dúvida. Até quando o coração de seu terráqueo quisesse, ela, Gamora, seria sempre sua maior fraqueza. Isso implicava em muitas coisas, mas eles estavam bem com isso. Ela esteve até o último segundo de sua vida há nove anos.

— Eu te amo, pra sempre – Gamora lhe disse, beijando-o nos lábios e seguindo com ele de mãos dadas para perto do penhasco.

Peter respondeu com um sorriso, um suspiro, e olhos marejados. Gamora tinha tanto medo quanto ele. Seus pesadelos ainda gritavam que o fantasma de Thanos apareceria e os atiraria lá embaixo. Mas essa história precisava acabar, para todos eles. Nebulosa se pôs ao lado da irmã, segurando sua outra mão, e seguindo em frente com os dois. Adam caminhou atrás dos três, mas foi o primeiro a olhar lá embaixo.

— Não dá pra ver nada claramente – Adam comentou.

— Depois de quatro anos, o que restou deve estar soterrado na água e na neve – Gamora lhes disse.

Eles só conseguiam ver água, neve, e pequenos pedaços de terra aqui e ali, muito distantes.

— Me desculpe por isso, mas... Você acha que consegue apontar onde caiu naquele dia? – Adam perguntou.

Gamora soltou a mão de Peter por um segundo para apontar a distância, depois segurando-a de novo.

— Ele me jogou longe, mas precisamente. Caí em cima de uma pedra. Não tinha muita neve lá embaixo naquele dia. Mas Nat caiu sozinha. Deve estar mais perto.

Peter apertou sua mão com mais força outra vez. Gamora podia nota-lo apertando os dentes para conter seu ódio por Thanos e sua dor por ouvir o que ele fez com ela com tanta precisão.

— Eu vou até lá. Vocês ficam aqui, seguros. Acha que ela vai confiar em mim?

Gamora ponderou a questão por um instante. Nat era uma assassina solitária como ela até conhecer os Vingadores, e não confiava facilmente em pessoas novas.

— Fale de mim e de minha irmã. E que podemos leva-la de volta pra Bruce. Ela é ruiva, e tem olhos verdes. Estava usando um uniforme branco cheio de detalhes vermelhos e cinza escuro nas vezes em que nos encontramos.

— Com o símbolo dos Vingadores no peito – Nebulosa completou.

Adam assentiu, e começou a levitar, depois voando rapidamente para baixo, e não sumindo de vista apenas por seu brilho naturalmente dourado que podia ser visto à distância.

— Você acha que finalmente vamos descobrir como ele te trouxe de volta? Se nem ele tem certeza de como fez isso, como vai fazer de novo?

— Eu não sei – Gamora disse à irmã – Mas Adam nunca me fez uma promessa que não cumpriu. Eu tenho certeza que ele vai tentar muito antes de desistir.

— Por que ele tem ligação com a joia? Isso tem algo a ver com os soberanos serem dourados? – Peter lhe perguntou.

— Eu não sei. Mas acho que eles saberiam muito mais sobre isso se fosse assim. Então provavelmente não.

O ponto dourado que identificava Adam ficou um bom tempo se movendo ao longe, e depois parado num único local, enquanto o soberano se movia procurando alguma coisa. De repente uma luz cor de âmbar cresceu ali e se dissipou até impedi-los de ver Adam ou o que quer que estivesse acontecendo.

******

Adam se viu jogado num oceano laranja, sob um céu também laranja e um horizonte com um mar infinito. Olhou em volta e tentou pegar a água em seus dedos, percebendo que parecia líquida e gasosa ao mesmo tempo, não realmente molhando suas roupas. Não conseguira se atentar a esses detalhes quando levou Gamora na primeira vez que esteve nessa dimensão estranha. Levantou-se olhando em volta, e lá estava o conhecido arco laranja do qual Gamora não conseguia se esquecer, parecido com a entrada de um templo. Havia alguém ali. Tinha certeza que era uma pessoa, pois o vulto se movia, parecendo andar sem rumo e sem muita vontade. Roupa predominantemente branca e cabelos ruivos trançados.

O soberano tentou voar devagar e silenciosamente, sentindo de longe as mesmas coisas que tomavam o coração e a mente de Gamora quando a conheceu, e o quanto ela e Nat eram parecidas em algumas coisas. Ambas assassinas, ambas lutadoras ferozes, mas com um coração doce, e muita dor guardada do passado. Pousou calmamente ao lado da mulher, olhando-a atentamente e confirmando a descrição de Gamora e Nebulosa.

Ela recuou alguns passos quando o viu, olhando com uma mistura de cautela, dúvida e curiosidade.

— Quem é você?

— Adam Warlock. Gamora e Meredith me pediram pra vir.

— Como conhece Gamora? E por que ela desapareceu de repente?

— Também conheço Nebulosa.

Natasha ficou em silêncio outra vez, analisando-o e procurando sinais de mentira, exatamente como Gamora.

— Estamos na Joia da Alma. No mínimo estou morto como você.

— Então comece a falar. Eu tinha esperança que nosso sacrifício não tinha sido em vão.

— Não foi. Meu próprio povo sofreu com o estalo. Gamora chegou até nós pouco depois do fim da guerra pela qual você se sacrificou.

— E onde ela está agora?!

— Eu a levei de volta. Teria feito o mesmo por você se a tivesse encontrado na época. E se eu já soubesse como.

— Por que?

— Sou um soberano geneticamente melhorado. Há muito sobre mim mesmo que ainda estou aprendendo. Eu só tenho cinco anos de idade.

— Ela me falou de vocês... Foram atrás dela por aquilo?

— Não eu. É o que queriam que eu fizesse. Mas nunca fez sentido pra mim. Levá-la de volta foi um acidente. E agora que ela está livre e aprendi mais, me pediu pra buscar você.

— E Meredith? Achei que estivesse morta.

Adam buscou alguma informação em sua mente para entender o questionamento, lembrando-se de suas conversas mais antigas com Gamora.

— Sim, Meredith Quill foi assassinada há muito tempo. Mas o bebê que Gamora esperava recebeu seu nome.

Natasha ficou claramente surpresa e emocionada.

— Era uma menina? – A mulher sorriu.

— Sim – Adam sorriu de volta.

— Se parece com ela?

— É quase uma cópia do pai. Mas tem o mesmo coração de ouro da mãe... Eu acho que ela mesma pode lhe contar tudo quando sairmos daqui. Não sei se tenho um limite de tempo. Então, por favor, me dê um voto de confiança e vamos embora.

Natasha olhou para a mão estendida. Aceitar uma ajuda duvidosa e ir para onde quer que fosse era muito melhor do que passar a eternidade perdida na Joia da Alma.

— Como isso é possível?

— Eu ainda não sei direito. Mas Gamora está lá, de volta com sua família. Vamos logo.

Com um último olhar para sua prisão laranja, sem hesitar, a vingadora segurou a mão de Adam, e uma luz dourada se expandiu, obrigando-os a fechar os olhos.

******

Peter estava abraçando a noiva a certa distância do precipício, enquanto Nebulosa estava mais perto, ainda observando o abismo.

— Você vê alguma coisa diferente? – Gamora perguntou.

— A luz sumiu.

O casal suspirou preocupado, e trocaram um olhar, seguindo novamente para olhar mais de perto.

— Será que...?

Gamora não respondeu, apenas apertou a mão do terráqueo de volta. Nebulosa se afastou do abismo, sendo seguida pelos dois.

— Talvez seja muito cedo pra discutir planos de emergência de novo. Mas não sabemos aonde o Caveira Vermelha foi. Nem sabemos o suficiente sobre ele pra saber o quão forte ele é. E se pode ou não estar onde Adam foi.

— Eu não quero acreditar nisso. Mas concordo com sua prudência.

Gamora não pode continuar. Uma luz dourada surgiu e os cegou, obrigando-os a proteger os olhos e se afastarem, sentando-se no chão e tateando até as paredes de pedra para garantir que não caíssem penhasco abaixo. Gamora se sentiu ser abraçada pelo noivo e a irmã, ambos aterrorizados pelo passado, querendo garantir que nada chegaria até ela. Isso trouxe memórias de volta, boas e ruins, como se toda sua vida estivesse passando diante de seus olhos mais uma vez. Esse abraço era tudo que ela queria quando estava morrendo neste planeta esquecido pela galáxia, e se deixou relaxar no abraço e ser protegida enquanto aguardavam para descobrir o que estava acontecendo, ainda que sua mão já estivesse segurando a God Slayer, pronta para usá-la caso fosse necessário.

Foram alguns segundos até a luz começar a reduzir, e os três conseguirem enxergar duas silhuetas no clarão. Levantaram-se tentando identificar quem quer que fosse, e logo Adam e uma mulher ruiva que Peter não conhecia puderam ser vistos com nitidez. Os cinco se encararam por um tempo, e Nat olhou de Adam para Gamora e Nebulosa antes de ir até as irmãs e as três se abraçarem demoradamente.

— Eu não acredito. Eu não acredito! – Natasha repetiu, se afastando das amigas para vê-las – Nós vencemos? Onde e como estão todos? Quanto tempo fiquei fora? E o seu bebê?

Gamora sorriu.

— Ela tem quatro anos agora. A maioria de nós está bem. E tenho certeza que ficarão ansiosos pra ter você de volta.

O rosto da assassina mudou em diferentes emoções.

— Quatro anos... Mas pareceram só... Muitas horas. Menos de um dia. Ou anos mesmo... É difícil ter uma noção lá.

— Aparentemente, uma hora na joia é um ano aqui fora – Peter falou.

Após mais alguns segundos de choque, Natasha finalmente o respondeu.

— Você deve ser... Ela não parava de falar de você.

— Peter... Peter Quill.

— O Senhor das Estrelas... Claro. Nebulosa e o gato falante não paravam de falar disso.

Isso fez todos ali gargalharem, até mesmo Nebulosa, como se sequer soubessem o que era a palavra preocupação.

— Se tem algum amor a sua paz de espírito, não repita isso quando voltarmos a Xandar – Nebulosa disse.

— Onde isso fica? E a Terra?

— Vamos sair daqui primeiro. Contaremos tudo no caminho – Gamora pediu.

Os cinco quase correram de volta à nave emprestada pela Tropa Nova, uma vez que a Benatar ainda estava sendo reparada, não querendo ficar nada mais que o estritamente necessário ali.


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