É só uma coisa implícita escrita por Dani Tsubasa


Capítulo 37
Capítulo 37 – Como se nunca estivéssemos longe


Notas iniciais do capítulo

Peço perdão pela demora em publicar, mas tive eventos geek, problemas pessoais, crises existenciais, etc, etc... xD Mas aí está! Boa leitura! =D =*



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Capítulo 37 – Como se nunca estivéssemos longe

Peter pousou ao lado de Rocket quando a situação aérea da batalha já estava mais equilibrada. Adam e Nebulosa tinham acabado de voltar da sede da Tropa Nova após deixarem Meredith com Dey e Nova Prime, e estavam cobrindo a situação agora, Adam voando e derrubando naves de Aster, enquanto Nebulosa atirava sem piedade nas naves soberanas, um acordo para evitar a fúria de Ayesha por enquanto. Nos anos que se passaram, os soberanos não tinham adquirido mais sorte em perder frotas não tripuladas inteiras em momentos aleatórios de azar, sempre quando os Guardiões estavam envolvidos, segundo Adam. Mas certamente tinham reforçado seu treino em combate, uma vez que Nebulosa estava proferindo xingamentos contra ataques que quase a acertaram enquanto ela atirava de volta.

— Pete! Vai ajudar o bobalhão do Drax e Gamora. Eu e Neb vamos terminar o serviço com as naves.

Peter olhou em volta, verificando onde estava Mantis.

— Sua irmã tá bem, cara! Tá até sendo fofa com os bandidos! – Rocket apontou, meio indignado e meio rindo.

Peter olhou para onde ele indicava, vendo Mantis apanhar mais um capanga de Aster enquanto tocava sua cabeça e suas antenas brilhavam. O homem pareceu entrar em transe e ficar atordoado, permitindo que Mantis o fizesse andar até onde um círculo de bandidos fortemente adormecidos estavam ao lado um do outro.

— Durma – Mantis disse com aquele tom de voz hipnotizante, fazendo o homem cair ao lado dos comparsas.

— Tropa Nova! – Peter chamou no comunicador após ver Rocket decolar novamente – Temos um grupo de criminosos cada vez maior nocauteados no campo de batalha. Acho recomendável mandarem um grupo pra prendê-los antes que despertem. Não tivemos baixas até agora. Vimos Aster lutando com Ayesha, mas as perdemos de vista no momento.

— Peter...? – Ele ouviu a voz de Dey um segundo depois – Elas estão no campo de batalha, acabaram de ser vistas por um dos nossos. Provavelmente fora da vista de vocês.

— Vou procurar. Como está Meredith.

Dey riu, ainda que um pouco nervoso.

— Se divertindo muito conversando com Alia e vendo o nosso pessoal intimidar e deter as naves inimigas, e mais ainda com as manobras perigosas. Estamos bem.

— Ok. Obrigado, Dey! – Peter se despediu, olhando em volta enquanto atirava em alguns criminosos e desviava de outros para correr em outra direção.

Algo ou alguém colidiu com suas costas, e por um instante ele se assustou, até olhar rapidamente e ver que era Gamora, que também olhou para ele, suspirando de alívio ao perceber que não era um dos adversários. De repente os dois estavam cercados.

— De onde essa garota tirou tanta gente?

— Quando Thanos caiu, se bem conheço o exército mais superficial dele, não foram todos que morreram. Só os que estavam na Terra. Os outros fugiram. E agora acharam outra pessoa pra seguir, ou são vilões em início de carreira. São muitos, e são até fortes, mas um tanto desprovidos de bom senso, então não é o nosso fim.

— É o que eu queria ouvir.

— Meio a meio?

Peter riu, e Gamora sentiu não só diversão, mas muita saudade em sua voz.

— Duvido que você vá resistir a roubar alguns dos meus... Mas, um presente de boas vindas, por você ter voltado pra casa. E pelos velhos tempos.

Gamora riu e soluçou ao mesmo tempo, contendo a enorme emoção que a inundou. Aos poucos os criminosos começavam a fechar o círculo, ficando mais próximos.

— Eu tinha tanto medo que você... Não me quisesse mais – Peter murmurou, mas é claro que ela ouviu, e sua mão livre da espada alcançou o pulso do amado, uma vez que a mão dele segurava o blaster, e acariciou amorosamente a pele ali.

— Eu nunca quis outra coisa mais do que você. A cada segundo dos últimos anos, juntamente à liberdade e segurança pra mim e nossa filha, você foi meu maior desejo, em todos os sentidos.

— Você não percebe o que faz comigo, garota... – Peter sussurrou de volta, numa voz que parecia sofrer para conseguir conter tanta emoção.

Gamora sorriu ao reconhecer a frase de Hooked on a Feeling.

— Eu percebo sim, e muito bem. Por isso eu faço.

— Você vai me matar, Gamora!

A zehoberi gargalhou quando finalmente eles decidiram atacar juntos, mas surpreendendo os bandidos quando giraram, ainda de costas um para o outro, e atacaram cada um os criminosos que antes estavam do outro lado, confundindo o grupo, que demorou para reagir, só se dando conta quando Gamora tinha derrubado três deles e Peter atirado em mais dois. Ficaram por mais dois minutos nisso até restar apenas um criminoso cambaleando. O homem gritou, e seguiu da direção de Peter para acertá-lo com uma faca. Veloz como um raio, Gamora o acertou primeiro. O homem engasgou e caiu desmaiado no chão.

— Esse aí era meu. Eu sabia que você ia trapacear.

A guerreira sorriu.

— Ainda temos mais deles espalhados por todo lado. É melhor correr se não quiser que Drax acabe com todos antes de você.

A certa distância, o destruidor ria enquanto derrubava os homens de Aster com facilidade.

— Você é a próxima – ele gritou para Ayesha, que o olhou rapidamente antes de continuar lutando com Aster.

Peter e Gamora fizeram mais um balanço da situação, vendo que Adam, Rocket e Nebulosa estavam indo bem em neutralizar as naves de Aster, e várias delas estavam no chão, derrubadas ou induzidas, por medo de serem convidadas a pousar à força. Mantis continuava colocando alguns dos bandidos que restavam para dormir, e se certificando que os já adormecidos não acordariam tão cedo. Gamora arregalou os olhos, pronta para socorrer a amiga quando um dos criminosos se levantou atrás dela, mas a louva a Deus pareceu sentir, suas antenas até mesmo brilhando nesse instante, e se virou, socando e nocauteando o homem num timing perfeito. Peter sorriu enquanto a zehoberi observava boquiaberta e aliviada.

— Você nem tem ideia de tudo que ela é capaz de fazer agora – o Senhor das Estrelas sorriu.

— Estou ansiosa pra saber – Gamora respondeu com sinceridade.

Nesse instante, Peter se sentiu cansado. Cansado dos longos quatros anos sem ela, sem momentos como o que estavam vivendo agora, lutando lado a lado como se nada jamais fosse abalá-los. Os poucos minutos que tinham se passado desde que se encontraram na rua ao lado pareciam horas agora, e algo dentro dele gritava como era um absurdo ainda ter que lutar mais para simplesmente poderem ir para casa, se aconchegarem juntos e conversarem, ou simplesmente descansarem abraçados com sua filhinha enquanto os outros Guardiões se ocupavam de seus próprios afazeres pela nave, embora provavelmente todos eles fossem querer ficar tão próximos de Gamora quanto possível quando tudo isso acabasse.

Olhando para Aster e Ayesha, o líder dos Guardiões lutou para transmutar a raiva e o cansaço dentro dele para algo mais produtivo, e trocou um olhar com Gamora, que o estava olhando e provavelmente acompanhando seu estado reflexivo o tempo todo. Ela acenou positivamente com a cabeça e não reclamou quando Peter guardou um dos blasters e segurou com firmeza sua mão livre. Os dois caminharam na direção de Ayesha e Aster, derrubando mais alguns criminosos no caminho, mas sem nunca se soltarem. Eles nunca tinham feito isso, não tão pacificamente numa batalha ou sem uma estratégia de luta por trás do gesto.

— Melhor deixa-la viva. Seu povo a ama, apesar das formas muito esquisitas como deixam isso transparecer. E tenho negócios inacabados com ela que preciso resolver quando esse show acabar.

Aster e Ayesha paralisaram, os punhos erguidos no ar na intenção de tentarem socar uma a outra. A sacerdotisa estava trajada como Gamora nunca viu, e não é que ela ficava bem em trajes de combate e com o cabelo preso num coque elegante? E o mais impressionante, parecia boa em lutar. Mas a zehoberi se absteve de comentar. Ayesha a olhou com uma mistura de fúria, surpresa, indignação e talvez... Alívio? Gamora a poupara de relatar a seu precioso conselho sobre uma prisioneira em fuga ou perdida, ou lhe dera um instante de descanso na batalha fisicamente cansativa, ela nunca ia saber.

— Vejo que Adam tem razão sobre algumas coisas a seu respeito – a sacerdotisa comentou – Mas não é por isso que deixarei de leva-la de volta.

— Eu cumprirei o acordo. Mas não vamos voltar. Não estou fugindo de você agora. E nem estava antes, simplesmente fomos perseguidos e atacados, e aqui estamos.

— Então nossas suposições estavam certas – Ayesha comentou, agora desviando sua atenção para Peter – Ele é o pai. Por isso a criança não se parece com você. Eu sabia que aquele jeito malcriado só podia vir de...

A ofensa a Peter não continuou. Uma força se espalhou pelo ar e todos os três foram jogados em direções diferentes, só então se lembrando que haviam se esquecido completamente de Aster por um instante, e se há algo que adolescentes magoados e com raiva detestam é serem ignorados ou tratados como se não estivessem ali, por mais que eles não tivessem feito isso por mal.

— Foi mal! – Peter falou quase que involuntariamente, em seu eterno jeito descontraído que surgia até nas piores crises – E obrigado! – Ele sorriu, talvez tentando ganhar um pouco de simpatia ou reduzir a raiva de Aster com isso.

Por um instante, muito breve, um milésimo de segundo, Gamora pensou ter visto uma sombra de tristeza e comoção nos olhos da garota, mas a confusão e raiva voltaram tão rápido quanto a rajada de energia que quase acertou Peter. O Senhor das Estrelas foi rápido em reagir, provavelmente já esperando por isso, e rolou para o lado, conseguindo evitar o golpe. Gamora soltou a respiração que estava prendendo, e respirou fundo para se recuperar do susto, enquanto Aster outra vez se ocupava de tentar esmaga-los contra o chão com a pressão exercida no ar por sua lança. Pelo que o líder dos Guardiões se lembrava sobre a Ordem Negra, de conversas com Gamora e Nebulosa sobre isso, se Aster tivesse a plena capacidade de utilizar suas habilidades agora, eles poderiam realmente estar mortos. Isso seria difícil de descobrir como derrotar.

Peter se esforçou para observar a garota enquanto a pressão no ar ainda o mantinha acuado no chão, e olhando para Gamora, viu que ela já o olhava de volta enquanto também se esforçava para resistir. Peter olhou para a grande lança que Aster segurava, e de volta para Gamora, que parecia acompanhar seu raciocínio, e acenou positivamente.

— Ainda não sei como fazer isso. A mãe dela tinha velocidade sobre humana – A zehoberi sussurrou para o namorado – O pai era veloz, resistente e muito forte. Ela não deve estar no máximo disso, mas...

— Temos que tentar alguma coisa – Peter respondeu.

Olhando para Ayesha, os dois a viram olhar em volta, rastreando o campo de batalha, ou procurando Adam, que acabara de pousar junto com Rocket, após derrotarem as naves inimigas que ainda transitavam naquele setor, enquanto as naves da Tropa Nova faziam o mesmo em outro. E isso foi tudo que conseguiram apreender do cenário no momento, pois a pressão estelar da lançar de Aster estava começando a lhes dar dor de cabeça.

— CHEGA!! DURMAM!!! – Ouviram Mantis gritar, e muitos homens caíram em volta.

Eles não tinham ideia de como ela tinha feito isso sem tocá-los, e viram Drax correr para verifica-la quando a Guardiã caiu de joelhos, certamente exausta do feito inédito. Isso desviou novamente o foco de Aster, que não foi mais capaz de manter a investida contra o casal de Guardiões e Ayesha, que imediatamente avançou raivosamente para agarrar a garota pelos pés e fazê-la cair. Dessa vez, porém, Aster estava em guarda, e saltou para longe dando praticamente um mortal para trás, numa velocidade que eles não esperavam ver.

— Bem que dizem na Terra que é só falar em alguns problemas que eles aparecem rapidinho.

— Acha que isso tem algo a ver com a guerra que todo o universo enfrentou? Muitas pessoas sabiam sobre Thanos.

— Não, querida. É mais uma... Expressão. Embora às vezes aconteça mesmo. Falamos disso depois – Peter lhe disse enquanto se levantava junto com ela e iam até Mantis.

— O que aconteceu?! – Peter quis saber.

— Não sabemos – Rocket lhe disse.

— Eu sou Groot. Eu sou Groot. Eu sou Groot! – Groot apontou para Mantis e para si mesmo com orgulho.

— Não! Você não pode ter acreditado nessa maluquice! Ela deve tá exausta de tudo que tem acontecido e depois de ter derrubado tantos caras de uma só vez.

— Eu sou Groot.

— Claro que escuta! Você é metade planta.

— O que ele disse? – Adam perguntou, ajoelhado ao lado de Mantis.

— Disse que ela escutou uma árvore falando com ela, então os dois tiveram uma ideia doida que deu em tudo isso.

Adam e todos os Guardiões olharam de Rocket para Groot e para Mantis, como se isso fosse uma piada, mas se Groot estava dizendo, então assim devia ter sido. Ele e Mantis podiam ter muita imaginação, mas nunca brincavam em serviço.

— Podemos entender isso depois. Ainda temos um problema brincando com a sua líder – Nebulosa disse para Adam, que estava distraído, de olhos fechados, segurando a mão esquerda de Mantis – O que está fazendo?!

— Ela vai ficar bem – ele respondeu – Vamos resolver isso.

— Eu ainda nem sei se eu confio realmente em você, mas concordo plenamente – Peter disse ao homem dourado – Escutem... É melhor resolvermos isso rápido. Aster tá perdendo os capangas, e eu não quero ver a ira de uma adolescente surtada hoje, principalmente uma que quer nos matar. Pretendo só enfrentar algo assim daqui pelo menos dez ou doze anos.

Ele não perdeu o sorriso de Gamora e como ela afagou sua mão com o polegar diante de tais palavras, mas sem interrompê-lo.

— E o que você sugere? Mantis apagou. Aquela coisinha ali é rápida e aquela lança é difícil de aguentar até pra Gamora e Nebulosa. Quer que usemos a sacerdotisa como Isca?

— Não acho que isso melhoraria nossas pendências com o povo dela.

Rocket se calou com o olhar severo de Gamora, e bufou.

— Tem razão... E o que vamos fazer?

— Ela é uma adolescente. Podemos apelar pra o emocional – Drax sugeriu.

— Sério?! – Rocket perguntou antes de soltar uma histérica gargalhada, conseguindo despertar Mantis.

— Quem são Ava e Levi...? – A Louva a Deus perguntou ainda de olhos fechados e parecendo sonolenta.

— São meus pais – Adam sorriu – Como sabe sobre eles? Eu descobri hoje e não contei a ninguém.

— Eles estão sempre com você. É tão bonito – Mantis falou carinhosamente, e sorriu, como se estivesse sonhando.

— É melhor ela não se envolver na batalha nesse estado – Rocket falou.

— De acordo. Então vamos colocar nossos cérebros no lugar por um instante e esquecer que estivemos separados por nove anos enquanto a batalha ainda está acontecendo – Gamora falou, percebendo nos olhares de sua equipe como isso os atingiu com força, de uma forma boa.

— Vocês duas tem ideia de como fazer isso? – Rocket perguntou a Gamora e Nebulosa, cruzando os braços em expectativa.

— Se começarmos com uma distração eficaz pra tirarmos aquela lança dela já é muita coisa – Nebulosa sugeriu – Você é a Isca perfeita – ela apontou para Peter – Vai fazer o que sabe fazer de melhor na vida bem na frente dela, ser um idiota. Isso vai deixa-la com raiva enquanto você foge e atira. Eu e Gamora podemos nos aproximar rapidamente pra surpreendê-la.

— Eu não tô gostando desse plano – Peter falou com frustração – Se for o que tô pensando agora.

— Vai dar certo!! – Nebulosa insistiu – Vocês conseguiram segurar a joia do infinito mais destrutiva por um longo tempo sem morrerem. O que é uma lança com o peso da galáxia perto disso? E não comece! Estamos todos juntos de novo!

Gamora não soube ao que sua irmã estava se referindo agora, mas conversariam sobre isso depois, quando essa batalha acabasse. A mão gentil da zehoberi em suas costas foi confortante, e Peter respirou fundo, lidando emocionalmente com o que quer que tivesse acontecido, e encarando sua equipe outra vez.

— Drax e Groot podem intercepta-la, e você cuida da sua sacerdotisa – Peter disse a Adam – Rock, proteja Mantis enquanto ela não acorda totalmente, e nos cubra em caso de capangas remanescentes.

— Deixa comigo, eu vou adorar isso! – O guaxinim falou com empolgação enquanto fazia um ajuste no rifle enorme que carregava.

Apertando com força a mão de Gamora, Peter a levou aos lábios antes de trocar um olhar profundo com a amada e vê-la sorrir antes de afastar se com Nebulosa, depois vendo que Rocket os olhava com uma expressão de repulsa.

— Eu tô muito feliz que ela tá volta, mas vamos ter que aguentar vocês dois se agarrando toda hora pela nave por quanto tempo?!

Peter retribuiu com um olhar indignado.

— Você é que tem uma mente nada saudável. Nunca fizemos isso assim, e não vamos começar agora. Principalmente porque agora temos uma criança.

— Calem a boca! Não comecem! – Nebulosa os repreendeu enquanto se afastava com Gamora para tomarem uma posição de ataque.

— Parece que você fez muito bem meu trabalho enquanto estive fora – Gamora sorriu, notando o pequeno sorriso que a irmã tentou esconder.

— Finalmente você voltou pra retomar o posto. Não aguento mais ter que separar briguinhas desses dois com frequência.

Gamora riu enquanto a seguia.

— Há quanto tempo estão com Meredith?

— Uns dois dias.

— Ela... Aceitou bem nossa família?

— Melhor do que você pode imaginar. É uma cópia do pai até em alguns traços de personalidade, e de você também. Como não? Ela está se acostumando bem com todos nós e a Benatar. Mas ama e lida com o pai como se estivesse com ele desde a hora em que nasceu.

Gamora respirou fundo com o nó de felicidade em sua garganta, e seu sorriso aumentou.

******

Aster e Ayesha foram interrompidas quando um tiro de blaster atingiu o chão bem entre seus pés, e olharam para Peter, que pousou em frente a elas.

— Qual é, gente? Não já foi suficiente? O dia tá ensolarado, lindo, todos os caras já ficaram cansados – ele apontou o campo de batalha em volta, com incontáveis capangas derrubados, alguns amarrados, outros sendo levados pela Tropa Nova, que ainda intimidava e apreendia algumas aeronaves – Podíamos resolver isso com uma boa conversa, uma música e... Ei!

Peter decolou para se esquivar do tiro do blaster que Ayesha tirou sabe-se lá de onde, talvez recolhido de algum capanga que o perdeu. O Senhor das Estrelas supôs isso porque a arma não era dourada, como quase tudo no reino dos soberanos.

— Ei... Calma aí... – ele sorriu, e finalmente pôs o plano em prática, torcendo para que funcionasse tão bem quanto funcionou com Ronan, e escolhendo a mesma canção, na tentativa de tocar qualquer humanidade que Aster pudesse ter em seu coração – Oooh, child... Things are gonna get easier...

E funcionou! Ayesha abaixou o blaster, deixando o braço cair ao redor do corpo, Aster mantinha a lança em posição de ataque, mas paralisada como se tivesse virado uma estátua olhando para Peter como se ele fosse louco.

Someday, yeah! We’ll put it togheter and give it all done...

Ele arriscou olhar em volta, tentando descobrir a posição dos outros Guardiões enquanto cantava e dançava.

— Você é um idiota... – Ayesha falou para si mesma, mas ainda o olhando incrédula.

Onde quer que Nebulosa estivesse, Peter tinha certeza de que ela estava concordando agora, e Gamora rindo. Isso o fez sorrir mais enquanto executava sua parte do plano.

Someday, yeah! We’ll Walk in the rays of a beautiful sun...

Peter intensificava seus movimentos de dança cada vez que parecia que perderia a atenção de Aster e Ayesha, por mais ridículo que estivesse começando a parecer, ficando aliviado quando viu Drax e as videiras de Groot se aproximarem furtivamente por trás das duas. As extensões de Groot se entrelaçaram nos pés de Ayesha sem que ela percebesse, e Drax estava pronto para conter Aster quando finalmente Gamora e Nebulosa surgiram bem em cima da árvore onde Aster estava parada.

— Chega! Que patético!

A jovem ergueu a lança, mas um tiro forte de rifle veio de longe, e Peter se virou a tempo de ainda ver Rocket com a arma erguida na direção deles. Aster olhou em choque para sua arma sendo suspensa no ar, e os vultos rápidos de Gamora e Nebulosa agarrando o objeto e puxando-o para longe de seu alcance, mas não conseguindo ir muito longe quando a lança pesou e as duas foram puxadas para o chão. Aster riu.

— Como uma arma assim pode pesar tanto de repente?! – Nebulosa se questionou.

— A da mãe dela não fazia isso – Gamora disse.

— Sim, eu me lembro.

— Somente eu ou alguém com um foco mental muito bem treinado consegue manusear – Aster falou com um sorriso vitorioso – Aah! – A garota gritou quando Drax a agarrou pelas costas de repente, prendendo seus braços e tirando-a do chão.

— Ronan acabou com minha família. Eu fiz a mesma coisa que você agora, e quase matei alguém da minha nova família por isso.

— Ronan morreu! E foram vocês também!

— Bem... Ele não nos deu escolha. Prefiro chamar de fatalidade – Peter falou.

— Sim, uma fatalidade – Drax repetiu enquanto a adolescente se debatia – Mas o que me deu motivos pra viver depois de cumprir meu objetivo foi a família que tenho agora. Dou garantias de que você ficaria mais satisfeita tentando fazer o mesmo.

Drax foi interrompido pelo grito de Ayesha, que foi arrastada por alguns centímetros quando as videiras de Groot a prenderam pelos pés e ela caiu no chão, derrubando o blaster para fora de seu alcance.

— Cadê o cara dourado? – Peter perguntou.

— Eu sou Groot – o jovem árvore deu de ombros.

— Meredith!! – Ouviram Adam gritar de repente.

Todos olharam para trás, vendo a pequena correr na direção deles com Celeste, o ursinho de pelúcia em uma das mãos, com Adam voando e pousando atrás dela quando parou perto de Peter.

— Vi o amigo de vocês procurando por ela aos gritos antes de me posicionar, depois que vocês saíram.

— Dey?

— Sim, acho que é esse – Adam respondeu a Peter.

Uma mulher dourada apareceu em seguida, um pouco ofegante pela corrida até ali.

— Alia – Gamora falou para ninguém em particular, mas sendo atentamente ouvida pelo restante dos Guardiões.

— Querida, o que está fazendo aqui?! – Peter se agachou para ficar na altura da filha, não falando com irritação, no entanto, e Meredith o abraçou.

— Me disseram que ela é órfã. E que ninguém cuidou dela.

— Você sabe o que isso significa?

— Sim. Mamãe falou que nenhum de vocês têm mais pais. Isso é órfão, não é?

Peter abraçou a pequena mais apertado, orgulhoso e ao mesmo tempo sentindo o coração apertar por sua filha já saber disso tão cedo.

— Sim, amor. Mas não é por isso que se pode sair por aí machucando as pessoas.

— Eu achei que se eu falasse com ela e desse um presente, ela podia mudar de ideia.

Peter riu carinhosamente e respirou fundo, a inocência e o amor de sua filha inundando seu coração. Olhando para Gamora, ele viu as mesmas emoções em seus olhos, mas por pouco tempo. O olhar da zehoberi assumiu a expressão atenta de quem se prepara para evitar um ataque, e Gamora avançou para perto dos dois no exato segundo que Aster, que até então estava bem quieta, se esforçou para desferir um chute contra Peter. Meredith gritou assustada, enquanto seus pais a abraçavam, ambos se colocando como um escudo para ela. O chute acertou o ombro de Peter de raspão, e Aster resmungou irritada enquanto Drax a segurava com mais força e dava alguns passos para trás.

— Vamos resolver isso logo – Nebulosa, que tinha se levantado, agora conseguindo erguer a lança, talvez pela distração de Aster, começou a andar na direção dos demais.

A partir daqui, muito aconteceu ao mesmo tempo. Homens ainda ativos correram na direção do grupo, tentando derrubá-los à base da força bruta, mas sendo derrubados por Adam e Rocket.

— Peter! Gamora! Cuidado! – Ouviram Mantis gritar, percebendo que ela e Rocket estavam se aproximando.

Olhando para a frente, o casal viu que enquanto se distraíram com Aster, Ayesha alcançara o blaster de volta e estava mirando na direção dos dois. Antes que pudesse reagir, Peter sentiu um dos blasters ser puxado de seu coldre, e a mãozinha de Meredith surgiu segurando a arma por entre eles, onde ainda estava protegida no abraço dos pais.

— Querida... – Gamora chamou – Esses blasters têm biometria. Só o papai consegue usar.

— Não sei o que é isso, mamãe. Mas vou pegar ela primeiro!

— Uma criança tão mal criada quanto o pai. Eu sabia que só podia ser filha dele! – Ayesha exclamou.

Antes que Peter conseguisse empunhar o outro Blaster ou terminar de se levantar para voar junto com a filha e a namorada, Ayesha e Meredith atiraram ao mesmo tempo.


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