Cartas de Hans escrita por kaumalade


Capítulo 7
Carta VI: de Hans para ele mesmo. Part.2


Notas iniciais do capítulo

TERMINEI



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"A pessoa, que não imaginou quem ou onde eu poderia chegar, ao que me tornei, a cada dia um pouco, sem nem ao menos notar. 

Eu dedico essa carta, para mim mesmo.”

 

Sempre pensei que você fosse mais esperto, não era você que corria dos seus irmãos? 

— Agora eu vejo, por um momento de clareza, como o sol no horizonte a cada dia, jogando seus raios e colorindo o céu o deixando laranja e amarelo, com cores alegres assim como as batidas do meu coração.— que com certeza, você sempre fora o mais esperto.

Em momento nenhum, eu pensei que conseguiria ter um pouco de autoestima ao me colocar onde estou me colocando agora. Você conseguiu dar o passo decisivo Hans, e olha, eu sempre duvidei de você, ou de mim. Coloque-se como achar melhor. Afinal, está é uma carta para mim, não é verdade?

No fundo do poço onde se encontrei, não conseguiu sair totalmente, mas perceber que só dá para subir depois que chega no final, é essencial, é importantíssimo. Fico feliz que percebeu que além de sua culpa, você não merecia tudo o que passou. E você percebeu que não precisava de um reino para preencher esse lugar que antes era seu coração.

Quem diria que não seria sua família, que o mostraria isso. Mas, isso eu já sabia.

Só precisava deixar para trás tudo aquilo que um dia você já foi, o sentido de solidão ainda bate no seu peito, corroe, e é triste e sozinho. Nada vai apagar o seu passado, faça algo de diferente do seu futuro. Mas, não se feche para o mundo como você fazia, você é pequeno demais para suportar tudo isso, não precisa mais. — Isto que preenche seu peito agora, a sensação de formigamento nas suas mãos ou o sorriso ridículo que você não consegue diminuir na sua face, é aquele pedacinho de felicidade que você estava atrás.

Não deixe isso fugir de você novamente, você é diferente de todos da sua família. Me desculpe pelas palavras rudes de antes, você precisava. Agora me faça um favor? Viva a sua vida, sendo uma pessoa melhor a cada dia.

Para uma nova pessoa, com esperança, Hans.

 

Dobrando a folha com cuidado, ele pegou a sexta carta e enrolou com os dedos, colocando uma dentro da outra em ordem, colocando dentro da garrafa que ainda fedia a álcool, o cheiro forte de Rum era proeminente no vidro e na rolha. Colocando as folhas lá dentro, o homem apertou firme para que a rolha ficava fixa no lugar.

Hans olhou para a garrafa por mais tempo, parecia mais pesada do que aparentava, isso fez com que a mão que segurasse fechasse ainda mais em torno do vidro. Ele fechou os olhos franzindo a testa com os ombros tremendo.— Sabia o porque estava pesada —, ali dentro tinha todos os seus sentimentos, aqueles que não contaria a ninguém, mas colocá-los no papel fazia o sentir como um novo homem.

Ao abrir novamente as pálpebras, seus olhos encararam o horizonte, não sabia que hora era, ou que dia era, mas o sol nunca esteve tão bonito, mesmo que seja o mesmo de todos os dias. Ele se levantou do chão, tirando a areia das calças e tomou outra respiração funda. A garrafa ficou ainda mais leve a medida começava a sentir tudo a sua volta.

Algo empurrou suas costas, fazendo ele cambalear para frente. Ele tirou a franja do rosto e sorriu ao passar as mãos pelos cabelos. Sitron relinchou, olhando bem para seu dono, o cavalo parecia bufar com a sua hesitação. 

Hans suspirou.— Eu entendi, eu já entendi. — ele acaricou sua cabeça, passando pela pelagem negra de sua crina, e com a outra mão ele brincou com a garrafa.

— Este é o momento?– perguntou, mesmo que retoricamente. O animal continuou calado.— Sim, também acho.

Com um impulso, ele segurou forte a garrafa, antes de atira-la no mar. Olhou bem como ela voou, brilhando sob os poucos raios de sol enquanto ele continuava a subir no céu. Caindo com um "ploc" pesado na água, levantando algumas gotas antes de afundar brevemente, e continuar a boiar. O ruivo se sentiu ofegante, seu coração batia contra o peito e suas mãos soavam, ele deveria sentir alguma coisa?

Ele não sentia nada, e isso era libertador. Hans ficou calado ao lado de seu fiel companheiro enquanto olhava ela boiar para longe, pensou em queimar-las, enviá-las, mas ninguém merecia seus pensamentos tão conturbados. Se alguém em algum lugar achar a garrafa, irá saber o que ele passou. Alguém totalmente aleatório, alguém que não o conhecia e não sentiria pena dele em suas palavras.

Hans esperava que fosse alguém como ele, que sentisse reconfortado por suas palavras e mudasse assim como ele, um passo de cada vez. Ele olhou para seu cavalo, outra vez, com um sorriso no rosto. "O que você planeja fazer agora?" — Os dedos cheios de calos, afogando sua cabeça separando os cabelos duros.

Com um sorriso ainda maior, respondeu para a pergunta silenciosa. — Acho que viver.


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Notas finais do capítulo

AU dentro do AU, se quiser considere isto o fim desse capítulo:

Em outro lugar, mais frio e distante das ilhas do sul, na areia encontrava uma antiga rainha,— agora fazia parte de um dos espíritos, o quinto espírito.— Tranquila, longe do castelo e de responsabilidades materiais. O cabelo loiro, quase branco voava atrás de seu corpo, estava sentado na areia, o vestido branco molhado por que de encontrava com a água na costa, era manhã, estava frio, era o começo do outono.

Mas o frio nunca a incomodou de qualquer maneira.

Elsa levantou a cabeça para encontrar algo no horizonte, brilhando em verde, uma garrafa? Lixo flutuante? Talvez a primeira opção. Tinha algo dentro, parecia ser um mapa, ela não saberia até que conseguiu segurar a própria em suas mãos.

FINALMENTE O FINAL.
Obrigado se leu até aqui!



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