-Yuji, você não quer uma bebida?

-Ah não Keru, obrigado, acabei de ver que provavelmente terei que levar você para casa!

-Okay, pare de falar bobagens, eu não vou beber tanto assim.

Depois de estar um pouco animado pelo álcool, fui para o meio da pista, já que não havia ninguém dançando, poderia dar um jeito de animar aquilo. As pessoas olhavam para mim como se eu fosse louco, qual era o problema, o que eu estava fazendo de mais? Então o álcool subiu mais a minha cabeça e eu comecei a ficar tonto, caí no chão. Sentia alguem pegando em meu braço.

-Chiyu, é você?

-Não, é o Yuji!

-Pra onde você tá me levando?

-Pra casa, você bebeu demais,

-Não, foram só umas 4 cervejas!

-4?!

-Sim, se não foram mais.

Acho que estávamos do lado de fora, ele conversava com um amigo dele que estava de carro, pedia para nos levar para casa. Levantei o rosto para olhar para ele. Tinha um cabelo repicado e rosa quase na altura do ombro, muito parecido com o hide.

-hide-sama! É você?

-Eh, bem... sim, sou eu.

-Santo hide, é você! AINDA TEMOS ESPERANÇA!

-Temos que levá-lo para casa logo! - disse Yuji. Entramos num carro.

-Yu! para onde estamos indo?

-Levando você para sua casa, Keru!

-Não, mas minha mãe não vai gostar de me ver bêbado. Ela vai brigar comigo.

-Keru, você não mora mais com a sua mãe!

-Não importa, eu quero ficar na festa!

-Você tá muito mal, precisa tomar um banho e dormir.

Chegamos em casa, eu estava pendurado no ombro dele, ele me deixou no banheiro para que eu pudesse tomar banho, podia ouvir a banheira começar a encher. Quase não conseguia enxergar, minha cabeça estava turva, me apoiei na pia mas fui ao chão novamente. E novamente alguem me levantava.

-Yuji, cuide de mim! - podia senti-lo tirando minha roupa. Tentava me abraçar nele para não cair de novo.

-Entre, a banheira está cheia.

-Por favor, fique aqui, eu não vou conseguir, quem vai me segurar se eu cair?!

-Você não pode falar se não tentar.

Então, a medida que tentava passar a esponja por meu corpo, parecia mais difícil realizar, eu sempre deixava ela cair. Senti ele pegando a esponja e começando a esfregar meu corpo.

-Yuji, você não parece feliz.

-Felicidade não existe, Keru!

-Então por qual motivo você sorri? - ele não me deu resposta. - Sabe Yu, eu amo você. Você pode não acreditar porque eu estou bêbado, mas, sinto uma necessidade muito grande de proteger e estar perto de você, só queria que soubesse disso.

-Apenas seja feliz Keru, só isso.

Então minha mente e minha ressaca me impediram de lembrar de detalhes úteis do que aconteceu depois.

Acordei e eram 2hs da tarde, fui até a cozinha. Lá estava ele, com uma cara mais acabada que a minha, concentrado em sua xícara de café. Me sentei a frente dele...

-Você andou cuidando de mim a noite toda? - Novamente ele não em respondeu, continuou olhando para a caneca. - Você poderia responder alguma pergunta que eu faço?

-Talvez sejam perguntas demais para o tempo em que eu penso. - Pensei em falar, mas achei melhor não e me virei de lado para ele

-Desculpe... Na verdade talvez eu tenha medo de ser ouvido, ou vergonha do que vou falar.

-Não vou me importar com suas perolas. – eu disse – Estou aqui pra te ouvir quando for necessário. - Ele parou para pensar um pouco.

-Lembra ontem quando você perguntou meu motivo para sorrir?

-Sim! - respondi

-Na verdade sempre tive a resposta para esta pergunta, é você, eu quero que saiba que eu também amo você.

-Ah, não seja tão meloso, Yu! - abracei ele tão forte derrubando-o no chão. - Eu que cuido disso!

-Pare sorvetinho! Não, ahh...- e não parava de beijá-lo.