Camaleão escrita por Peniel Jacob


Capítulo 4
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Notas iniciais do capítulo

Olá, um ótimo final de semana para todos. Felizmente estou conseguindo cumprir o meu cronograma de postagens, e aqui está um novo capítulo.

Muito obrigada por dedicar o seu precioso tempo para ler. Espero que goste ;)

PS: ESTAMOS DE CAPA NOVAAAAAAAAA. Vocês gostaram? Porque quando terminei de editar, não acreditei nesse resultado fabuloso. Graças a Deus, e a magia das texturas no Photoshop.



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Silenciosamente, Zara permanecia em pé diante da porta sanfonada de cor branca. Nos seus pensamentos íntimos, compunha uma oração pedindo sabedoria e compreensão. Fechou os seus olhos tentando canalizar o desconforto.

Decidiu que era hora de entrar e enfrentar o leão. Arrastou a porta para direita.

— Sarah...

No quarto escuro, a única fonte de emissão de luz vinha da tela do computador, que exibia a janela de um programa de compilação de códigos. Podia ver a silhueta enegrecida da prima sendo contornada por aquela abundância luminosa.

Sem poder enxergar o rosto dela, temeu em descobrir sua próxima reação. O comportamento de Sarah estava alterado desde sábado à tarde, antes da festa do namorado. Permanecia calada a maior parte do tempo e quando sua mãe ou Zara se dirigiam a palavra a ela, respondia de forma agressiva.

— Fala.

— Está tudo bem?

— Sim, por que não estaria?! Está tudo ótimo! Uma maravilha! Nunca poderia estar melhor.

— Você está nesse computador desde ontem, prima. Quando fui me deitar, você estava programando. Quando acordei, você continuou programando. O domingo já está no fim e você continua sentada diante do computador. Não está com fome? Precisa de um copo de suco? Eu posso trazer para você. Está sentindo dor?

— Você não pode me ajudar com a dor que sinto, Zara.

Ao ouvir a frase da prima, o coração de Zara se atemorizou. Não entendia o que a prima queria dizer, mas tinha certeza de que não era algo bom. As palavras de Sarah carregavam um peso consigo e o seu silêncio, um ressentimento.

— O que posso fazer por você, Sarah? Não suporto te ver nessa situação.

Com as pernas impulsionando o giro anti-horário da cadeira, Sarah olhou para o rosto da prima. Em seu semblante abatido, silenciosamente pedia ajuda. Os seus suspiros exalavam dor e o brilho dos seus olhos carregavam mágoa.

As suas melenas castanhas despenteadas caíam no moletom negro que estampava o rosto do seu personagem favorito de videogames.

— Estou bem. Não se preocupe comigo.

Ao olhar a situação atual da prima, Zara sentiu uma enorme comoção. Mesmo que Sarah estivesse precisando de ajuda, ela lutava para manter a farsa de que estava bem.

— Não. Você não está bem.

Em um repentino impulso, foi de encontro à prima. Fortemente a abraçou, como se buscasse dar consolo.

— Zara... – disse Sarah com um tom constrangido.

— Você não precisa fingir. Não precisa mostrar o que não está sentindo no momento – falou enquanto ainda abraçava a prima.

— Não preciso?! Tem certeza, Zara? – inconformada, Sarah se soltou dos braços da prima – O mundo é feito de aparências, minha priminha. O que você sente não importa. Mas apenas o que aparenta ser. Ah... Também o que pode dar. Só isso, Zara. Você não passa de um objeto para as pessoas chegarem a seus objetivos.

— Não, prima! Não acredito nisso. Existem pessoas como você diz... Sim, existem! Mas isso não significa que não exista outros tipos de pessoas. Existem pessoas que se importam com você, que te amam. E indo mais a fundo em minhas crenças, sei que alguém morreu por mim... Por você... – Zara segurou na mão esquerda da prima – Existe cuidado maior do que esse? Você nunca será tão importante para alguém quanto é para Deus.

— Sinceramente... Não estou a fim de ouvir os seus discursos hoje. Deus e eu nunca fomos tão chegados assim.

— Isso é devido ao fato de que você nunca se achegou a ele, Sarah. Não porque ele não quer – irritada, Zara respirou fundo – Mas um dia você entenderá isso. Eu creio.

— Eu também acredito nisso, Zara. Tanto quanto você – imperceptível, Prisha havia entrado no quarto. Possuía um aspecto rígido em sua face, como se estivesse fechada para negociações. Olhou para Sarah – Você vai sair desse computador e irá tomar um banho. Agora.

— Mãe, não sou nenhuma criança.

— Por isso mesmo, Sarah. Você não é mais criança para ficar emburrada o dia inteiro dentro deste quarto. E anda logo. Estamos te esperando para o jantar, e você irá contar tudo o que aconteceu.

Sarcástica, Sarah sorriu.

— Não, não vou.

— Sim, você vai – a tonalidade da voz da mãe estava ficando cada vez mais grave – Não queira me ver brava, Sarah. Você não irá gostar disso.

Vencida pela ordem da mãe, Sarah se levantou da cadeira e foi até o banheiro. A obediência à mãe não anulava a ira descrita em seu rosto.

Mas Prisha não disse nada quanto a cara fechada da filha.

***

A sopa vermelha diante de Sarah parecia não gerar nenhum efeito nela além do tédio que era manifesto em mexer a Borscht com a colher. Não sentia nenhuma vontade de comer. Só queria voltar para o computador e programar. Programar, programar, programar... Até que Lars se sentisse arrependido por ter nascido.

Foi insuportável permanecer na festa de aniversário do namorado até o fim. Quando olhava as interações dele com Hannah, sentia indignação.

Indignação por estarem enganando a todos. E principalmente Borya e ela.

Era uma crueldade o que Hannah estava fazendo com o seu noivo, Borya. Como poderia ser tão má? Ele a amava com todas as suas forças. Era absolutamente louco por ela.

E o que ele recebeu? Ingratidão, engano, desprezo. Borya estava sendo uma vítima de seu adultério. Assim como Sarah.

Mas eles iriam pagar. Essa era a sua única certeza quando a essa situação.

Quando recebeu aquelas fotos no celular, de imediato não acreditou no que estava vendo. Mas ao analisar as screenshots contidas no arquivo cuja extensão era .zip, concluiu que todas as evidências eram verdades.

As fotos eram caracterizadas por selfies de Lars e Hannah juntos. Mas não eram qualquer selfies. Nelas, os dois se comportavam como um casal de namorados. Em algumas estavam abraçados, em outras estavam se beijando.

Mas eles iriam pagar. Nem que Sarah passasse noites em claro, mas ela executaria o seu plano que estava projetado em sua mente.

E ninguém iria saber que ela era responsável por isso.

— Sarah, agora é o momento que você começa a dizer o que está acontecendo. Depois de voltar da festa de Lars, você assumiu um comportamento duvidoso – sua mãe disse em um tom determinado.

Prisha havia advertido diversas vezes a filha quanto a Lars. Ela considerava o rapaz inadequado para Sarah.

Quando ele foi à sua casa para ser apresentado, ela já sentiu o impacto pela aparência do rapaz. Lars era um rapaz de cabelos longos e uma delgada barba que contornava o seu rosto quadrangular. Possuía um piercing no nariz e outro na sobrancelha esquerda. E para horror da mãe, o braço direito era coberto de tatuagens.

Mas que tipo de rapaz possui cabelos tão longos assim?!, ela perguntava a filha. Quando você se casar com ele, terá muitas despesas com cremes e shampoo.

 

Mesmo tendo essa desconfiança, decidiu aceitar a escolha da filha. Embora inconscientemente tivesse feito um julgamento precoce, escolheu dar uma chance ao rapaz e permitir-se mudar de ideia quanto a ele.

Mas isso não tinha acontecido. A forma como Lars se comportava não lhe agradava. Como seria um bom marido para a filha? Como iria protegê-la? Essas eram suas preocupações.

Embora fossem da mesma idade, o genro parecia uma criança em comparação com a mentalidade da filha. Analisando suas ações, concluiu que ele não deveria estar em um relacionamento no momento. Não tinha nenhuma condição de cuidar de si mesmo e muito menos de alguém!

Mas como Sarah sempre demonstrava o seu afeto, decidiu engolir o que pensava e aceitar o genro com respeito.

Sabia que a filha estava irredutível quanto ao namorado. Não havia nada que pudesse falar para convencê-la. Então decidiu confiar que a verdade apareceria um dia.

E apareceu.

Naquele momento Sarah percebeu que a mãe sempre esteve certa. Como poderia ser tão ignorante ao ponto de não dar ouvidos? Como pode ser tão cega?

Temia que quando dissesse o que estava acontecendo para sua mãe, ela teria uma postura acusadora.

Mas percebeu que não tinha alternativa.

— Mãe, sei que vai dizer que me avisou... Que sempre soube... – a expressão de culpa pairou sobre o rosto da jovem.

— Diga-me o que aconteceu.

— Lars está me traindo. Com Hannah. Estão enganando Borya e a mim. E ele não sabe que sei disso.

Ao ouvir isso, a mãe soltou no prato subitamente a colher que estava na mão direita, gerando um estralo no ambiente. Com a mesma mão, fazia uma massagem circular em sua testa.

Pensativa, olhou para baixo.

— E isso está acontecendo desde quando?

— Os registros que tenho dizem que isso vem acontecendo desde o ano passado.

— Que tragédia! – Zara exclamou assustada.

— Sim, Zara... Que tragédia para mim... A idiota da vez.

— Você vai terminar o mais rápido possível com esse rapaz – mais uma vez a mãe tinha o tom determinado.

Diante da própria tolice exposta, Sarah não podia mais conter as lágrimas. Seu coração ferido começou a transbordar. O peso estava sendo expresso em um choro bastante audível.

A mãe foi de encontro a filha para a consolar.

Zara seguiu a tia.

— Minha filha... – dizia acariciando o ombro da filha.

Sem encontrar palavras para dizer a mãe, Sarah decidiu se calar e deixar que o peso saísse de seu peito.

— Vai ficar tudo bem, prima... De alguma forma irá ficar... E você não está sozinha. Nós estamos aqui por você.

Sarah recebeu um abraço em conjunto das suas duas companheiras. Não sabia que necessitava tanto disso naquele momento difícil.

Talvez as melhores pessoas não estivessem sendo valorizadas como deveriam. Talvez, ela pensou.

Mas ela preferiu continuar pensamento em seus próximos passos.

Ela não iria chorar sozinha.

 Não mesmo.

***

Lars em @Desbravadores de Moscou, às 08h00: Caras, vocês sabem que dia é hoje?

 

Constantin em @Desbravadores de Moscou, às 08h10: Quarta-feira, dia de comer hambúrgueres e fritas. Quem irá pagar?

 

Aliosha em @Desbravadores de Moscou, às 08h11: Hoje não é a apresentação final do projeto semestral da sua equipe?

 

Sarah em @Desbravadores de Moscou, às 08h15: Constantin, você só pensa em comer. Todo dia é dia de fast-food e comida que faz muito mal.

 

Constantin em @Desbravadores de Moscou, às 08h39: Nem sempre. Nas quintas-feiras prefiro tomar refrigerante light... Você sabe como é, né? Para compensar a dieta.

 

Hannah em @Desbravadores de Moscou, às 09h30: É verdade, Lars! Vocês vão falar daquele protótipo que havia comentado, né?

 

Lars, em @Desbravadores de Moscou, às 11h47: Sim! Na verdade, esse protótipo já está na fase de implantação. É isso que iremos falar na apresentação.

 

Sarah, em @Desbravadores de Moscou, às 12h01: Nem me fale sobre apresentação semestral. Na próxima semana será o meu grupo. Estou muito nervosa!

 

Borya em @Desbravadores de Moscou, às 12h50: Relaxa, Sarah. Nós apresentamos semana passada e foi um sucesso! As pessoas costumam ficar impressionadas pelo o que não sabem. Nem que isso seja uma bela idiotice! Além disso, você é a programadora de software mais talentosa que conheço. Você realmente deveria procurar um estágio.

 

Sarah em @Desbravadores de Moscou, às 14h50: Nem sempre o desconhecido causa uma impressão boa, Borya. Às vezes ele gera descobertas horríveis. Mas acredito que descobertas ruins geram resultados eficazes... E quanto ao estágio... Eu já tentei e continuo tentando. Mas os empregadores estão exigentes demais.

 

Alisha em @Desbravadores de Moscou, às 15h59: Soube que a Casa Morozova está contratando. Deveria dar um pulo lá.

 

Constantin em @Desbravadores de Moscou, às 16h40: Você irá deixar a cafeteria???? Não!!!! Não pode! Onde mais irei ter docinhos de graça?

 

Borya em @Desbravadores de Moscou, às 17h10: Constantin, você é um interesseiro nato! >:( Você sabe que a próxima remessa de docinhos grátis será minha!

 

Aliosha em @Desbravadores de Moscou, às 18h40: Eu ouvi docinhos grátis??????

 

Lars em @Desbravadores de Moscou, às 18h59: Gente, já estamos no auditório! Quero vocês na primeira fileira.

 

Quando leu a última mensagem, Sarah estava no corredor que liderava para o auditório. Iria fazer questão de estar na primeira fileira. Queria ver de perto o show que ela mesmo havia escrito o roteiro.

Quando entrou, o auditório já tinha algumas pessoas esperando para começar. Hannah era uma delas. Estava na primeira fileira.

Sarah tentou buscar o mínimo resquício de autoconfiança que havia sobrado dentro de si. Tentou mascarar a mágoa com a imagem de alguém que sabia exatamente quem era e por conta disso, não teria medo de nada.

Mas isso era apenas uma imagem para fazer com que os outros pensassem que estava bem.

Mas apenas ela conhecia os cacos de seu interior.

— Hannah! Amiga – disse sentando-se perto da garota ruiva.

— Sarah! – ela disse sorridente – Chegou mais cedo hoje, hein?!

— Eu corri para não me atrasar. Não quero perder um minuto dessa apresentação.

Hannah deu uma gargalhada.

— Isso é verdadeiramente um apoio, hein!

— Se nós não nos apoiarmos, quem vai? Afinal, somos amigos! Amigos são para essas coisas! Para se cuidarem, para se apoiarem, para encontrar um nos outros lealdade!

Sem nenhuma sombra de ressentimento, Hannah sorriu colocando as mechas ruivas atrás da orelha. Sarah olhou dentro de seus olhos castanho-escuro e tentou buscar alguma pista de desconforto. Mas não percebeu nenhuma.

— Mudando de assunto, Borya e eu estamos no decidindo qual sabor será o nosso bolo.

— Acho que a melhor pessoa para buscar orientação quanto a isso será Clement. Falando nisso, olha ele chegando!

Hannah olhou para atrás e avistou o grupo de cinco amigos vindo em direção a elas. Animada, acenou a mão.

—Você chegou excepcionalmente cedo hoje, Sarah – Stanis disse sentando-se ao lado dela.

— Você não sabe o que uma mulher é capaz de fazer para apoiar aqueles que ama, Stanis – Borya disse após cumprimentar Hannah com um beijo.

— Costumo ficar no pátio quando tem essas apresentações chatas, mas como é Lars... – Clement disse após bocejar lentamente.

— Caras, vocês já sabem da última novidade? – Stanis perguntou ao grupo.

— Estão surgindo muitas ultimamente que nem dá para acompanhar – Sarah respondeu.

— Desembucha logo, Stanis. Daqui a pouco o nosso amigo irá entrar no palco – Aliosha resmungou.

— Vocês sabiam que Alisha está namorando? – Stanis disse sem dar alguma piscadela.

— Sério? – o grupo disse em uníssono.

— Stanis! Você não deveria estar falando isso! Cuide da sua própria vida – Alisha disse em um tom irritado.

Impulsionada pela irritação, a amiga tentou tampar a boca de Stanis, mas ele se desviou da censura dela.

— Alisha está namorando com um rapaz... Da igreja!

— O quê? Alisha! Não sabia que tinha essa preferência – Constantin retrucou.

— E que bela preferência, hein! Não poderia ser melhor – Sarah complementou.

— Mas isso não é bem uma novidade. Porque eles estão namorando há três anos!

— TRÊS ANOS?! – mais uma vez disse o grupo em uníssono.

Ao ver a reação dos amigos, o rosto de Alisha ficou gravemente avermelhado.

Ela não sabia como reagir e quando abriu a boca para falar, o coordenador do curso de “Desenvolvimento de Jogos Digitais” entrou no palco e cumprimentou a plateia dizendo que a apresentação iria começar.

Foi então que o grupo de Lars apareceu no palco e começou a explicar o projeto desenhado há meses. A apresentação era sobre uma ferramenta beta que aumentava o alcance das indústrias de videogames em pessoas que tinham interesse no assunto.

Na grande tela era demonstrado gráficos de pesquisas, mecanismos que regiam a ferramenta e algumas entrevistas com desenvolvedores de games independentes.

Lars parecia especialmente nervoso naquele dia. O microfone não conseguia ficar estável em suas mãos. Para obter apoio, ele falava o discurso sempre olhando para os amigos que estavam sentados na frente.

Até que um fenômeno estranho começou a acontecer e tirou totalmente a desconcentração de Lars.

Parecia que todos os celulares haviam combinado para receber mensagens na mesma hora.

Uma multidão de notificação havia tomado conta do auditório. A atmosfera estava preenchida com diversidade de sons rápidos, mas escandalosos.

O celular de Clement vibrou após o de Sarah, o qual antecedeu a notificação do telefone de Borya.

Uma notificação gritou no bolso de Alisha, enquanto o celular de Stanis e Hannah vibraram ao mesmo tempo. O aparelho nas mãos de Aliosha expressou um toque notoriamente engraçado.

Mas não havia nenhuma diversão no rosto dos sete amigos. Todos possuíam uma expressão de seriedade.

O aparelho de Borya possuía a seguinte mensagem aberta:

#HOTNEWS: Já estão sabendo do próximo casal da década? Vocês vão se surpreender. Olha só!

Após visualizar os arquivos contidos na mensagem, ele olhou para Hannah com descrença, assim como o grupo todo, com exceção de Sarah.

Ela estava prestando atenção em outra coisa, já que apressadamente redigia uma mensagem no teclado de seu aparelho celular.

Sarah, às 19h40: Sou muito grata por ter me mostrado o que estava acontecendo debaixo do meu nariz. Muito obrigada por se esforçar para me tirar de um relacionamento fadado ao fracasso.

Mas é uma pena que você tenha deixado rastros nos arquivos que me enviou.

 Agora sei com quem estou lidando. E tudo isso graças a sua imprudência, Dimitri Morozova.

 

 

 


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