Good Morning Call 2 escrita por Buttercup


Capítulo 23
Sentimentos Abalados




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POV Garfield

Na manhã seguinte, eu me sentia estranho e não sabia o porquê. Daí me lembrei. Dei um tempo para Rae, para nosso relacionamento. Quer dizer, já estávamos separados, mas... Bom, já deu pra entender.

Não fazia ideia se iria superar ou não, mas preciso ser forte. Não posso viver minha vida só por ela, apesar de amá-la. Não quero mais me machucar. Preciso esperar que se acalme e volte ao normal.

Respondi "bom dia" pra minha mãe e me arrastei até o banheiro, onde via que abaixo de meus olhos tinha olheiras. Não, não dormi tão bem assim. Escovo meus dentes, penteio o cabelo e até tento abrir um sorriso. Mas meu coração está doendo muito. Parece que tem uma faca cravando meu peito.

Depois, fui andar de bicicleta e coloquei meus fones de ouvido. Estava tocando aquela música Say something I'm giving up on you. Chorei quase o caminho todo, mas chorava de soluçar e o peito doía. E para "melhorar", começou a chover. Tô me sentindo horrível.

POV Rachel

Fui caminhar um pouco para esparecer. Não me orgulho nem um pouco do episódio de ontem. Está na hora de viver um pouco como Rachel Roth de novo.

Me encontrei com Abelhinha no parque e combinamos de correr, para nos exercitarmos.

— Oi, Rae! - Ela me cumprimentou com um largo sorriso.

— Oie. - Respondi.

— Está tudo bem? Estou te achando um pouco pra baixo hoje...

— Não é nada, só tive um pesadelo. - Foi o melhor que pude arranjar.

Porém, acho que ela não acreditou em mim. Ficou desconfiada depois de muito tempo.

— Tem certeza que não foi nada?

— Tenho.

Volta e meia ela me perguntava de novo.

— Abelhinha... - Arfei após parar de correr.

— Oi?

— Sente-se. Vou contar o que aconteceu. - Sentei em um banco no parque.

Ela sorriu vitoriosa e sentou-se ao meu lado. Contei tudo. Da noite, do vinho, das pizzas, do beijo... Contei até que Garfield tinha me dado uma caixa de bombons e que comi tudo.

— Que aventura, hein? - Ela arregalou os olhos e eu afirmei. - Bom, acho que o melhor seria dar um tempo.

— Bem isso que vou fazer... - Suspirei. - Não me orgulho nada do que fiz.

Senti um ardor nos olhos e queria segurar ao máximo as minhas lágrimas. Mas lembrando de tudo que eu fiz, meu peito apertou tanto que fiquei sem ar e minha garganta apertou.

Fechei os olhos e senti as lágrimas quentes escorrendo pelo meu rosto e dei um pequeno soluço.

Compreensiva como sempre, a Abelhinha me abraçou forte e ali eu desabei de novo. Parece que recentemente estou muito vulnerável. Era por isso que eu tinha medo de me apegar a alguém. Tinha medo de amar. E eu amo muito o Garfield. Meu peito está doendo pois eu o machuquei com meu comportamento e consequentemente, me machuquei também.

— O que vou fazer, Abelhinha? - Perguntei entre soluços.

— Desabafa... Relaxa... Tô aqui... - Ela me deu pequenos tapinhas nas costas para me consolar.

Assim que me acalmei um pouco, falei decidida:

— Vou procurar uma terapeuta. Não consigo mais me controlar sozinha.

— O primeiro passo para se ajudar é reconhecer que precisa. - Ela alisou meus cabelos, gentilmente.

Eu dei um pequeno sorriso.

— Obrigada, amiga. Você é incrível. - Eu estava tão agradecida por ela ter me amparado.

— Imagina. Sempre estarei aqui por você. - Ela sorriu e me deu sua mão, entrelaçando na minha.

Eu tenho tanta sorte pelos amigos que tenho. Kory, Jinx e agora Karen. Claro, Victor e Dick também. Até o Gar... Bom, não quero pensar nele por um tempo.

— Valeu mesmo. - Respondi.

— Ei! Vamos ao karaokê hoje à tarde? - Sugeriu ela, tão animada quanto a Kory.

— Sério isso? Você sabe que sou péssima cantora...

— Ah, vai ser legal! Não é uma competição!

Revirei os olhos, mas sorri.

— Tá legal, eu tô precisando mesmo. Aí depois disso, vamos fazer nosso trabalho, certo?

— Uhuuuu!

Ficamos ali conversando mais um pouco, caminhamos mais um pouco e vimos o Gar. Meu instinto foi de me esconder atrás de uma árvore. Ele estava no meio do caminho e uma garota foi na direção dele. Era a Tara.

— O que ela vai fazer? - Murmurei.

— Ai ai ai... - Abelhinha comentou.

Tara o abraçou! Aquilo ferveu meu sangue. Se bem que não sou mais namorada dele.

POV Garfield

Caminhar no parque sempre me ajuda a me sentir melhor. Quando eu estava caminhando, encontrei a Markov, mas parecia preocupada comigo. Já chegou dizendo.

— Sinto muito pelo que aconteceu, Gar!

E logo em seguida me abraçou. Cara, como eu estava precisando de um abraço. Eu estava todo quebrado por dentro e o abraço da Tara me consolou. Eu tentei não chorar, mas foi quase impossível.

— Tá tudo bem. - Respondi, tentando sorrir. - Obrigado.

Ela deu um sorriso, ainda meio triste.

— Quero que saiba que pode contar comigo pro que precisar, viu?

— Obrigado. Você também, eu acho.

Ela sorriu e me beijou na bochecha. Era bom, mas não tão bom quanto quando a Rae me beija na bochecha. É diferente apenas.

Ouvi alguma coisa atrás de uma moita, como se estivesse xingando a Tara. Me assustei, mas não vi nada. Logo em seguida, surge a Rae, enfurecida.

— Nossa, Gar! Você não mudou nada mesmo! Mal termina com uma já tá com outra! - Ela já veio me dar de dedos.

Aí eu pirei, claro.

— Como assim? Já estávamos separados! - Trovejei. - Sem contar que o seu comportamento de ontem também não foi legal. E aliás, o que você faz aqui?

— O mesmo que você! O parque não é público? - Zombou ela, me deixando mais bravo ainda.

— Pois você também não tem seus "amiguinhos" na faculdade? Eu também tenho as minhas aqui fora, tá?

— Mas do que está falando? - Ela respondia na mesma intensidade, enquanto Karen e Tara só olhavam, apavoradas.

— Deixa pra lá! Eu precisava mesmo mudar de ares... - Falei no impulso, pegando na mão da Tara. - Nada melhor do que esquecer uma pessoa com outra.

Me senti o maior lixo do planeta, mas eu tava irritado. Fiz no impulso. Sei que Tara ficou tão surpresa quanto ela.

— Então eu tinha mesmo razão! - Ela rosnou. - Seu galinha! Não me procure mais!

E depois saiu correndo.

Meu coração tá doendo pra caramba agora. Agora que ela não está mais aqui, eu posso chorar.

— Francamente, Gar! O que deu em você? - Tara perguntou, contrariada.

— Desculpa, Tara... Eu tava com raiva dela, fiz no impulso... - Encarei o chão, pela vergonha de ter feito algo tão infantil. - Como eu pude ter sido tão infantil e imaturo? Ela não vai mais nem querer me olhar agora!

— E com razão! - Ela levou as mãos na cintura. - Você me usou! Eu deveria estar com raiva também.

— Acha que devo ir atrás dela?

— O que você acha? Quando uma mulher diz "não me procure mais" quer dizer o que? - Ela indagou.

— No caso da Rae, que é um caso à parte, eu acho que é no sentido literal.

Ela bateu com a mão a testa.

— Não importa! Se a ama, tenta fazer algo quanto a isso! - Ela gritou. - E eu vou ficar de vilã da história de novo! Agora que ela estava me aceitando, você vai lá e faz isso. Obrigada, Gar. - Ironizou.

— Ahh, me erra! Sou humano, pô!

— Vai logo, ela tá fugindo! - Tara me empurrou e eu saí correndo.

Às vezes precisa acontecer algo assim para eu ver como ainda sou imaturo.

POV Rachel

Chega. Aquilo doeu muito. Não quero mais olhar na cara do Logan. Eu e Abelhinha corremos quase o parque inteiro. Aquela brisa no rosto me ajudou um pouco, mas estou arfando, quase sem ar. Meu peito está tão dolorido, que parece que vai explodir. 

Poxa, o Gar está tão indiferente. Não é possível que já tenha me esquecido.

— Ele acha que meus sentimentos são de papel? - Agora estava chorando de raiva e socando uma árvore, reclamando de dor em seguida.

— Homens são assim, amiga. - Abelhinha disse. Tá, belo consolo.

— Eu sabia que a Tara não prestava...

— Mas dessa vez, acho que a culpa não foi dela. - Disse Karen.

De repente, eu acreditei naquilo. Poderia ser algo feito apenas no momento da raiva, mas ainda machucava.

— Sendo assim, por que ele não pede desculpas?

— É só você deixar ele pedir... - Ela apontou para trás.

Me virei e me emocionei com o que eu vi.

O Gar, com as duas mãos pra trás, com uma cara de coitado, de quase choro. Aliás, eu acho que ele andou chorando mesmo.

— Rae, precisamos conversar. - Ele disse, num tom de voz baixo.

Olhei para a Abelhinha que assentiu com a cabeça e se afastou, nos deixando à sós.

— Vamos conversar. - Respondi e sentamos em um dos bancos.

 


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