Os lábios da garota pareciam não querer desgrudar dos seus, assim como os dedos em seus cabelos castanho-claro. Suas testas se mantiveram unidas enquanto as respirações se misturavam, e a bolha momentaneamente começava a romper.

Os cabelos ruivos de Dominique pareciam se misturar com seu rosto, como se tentasse se camuflar. A vergonha que sentia por tê-lo atacado em meio ao corredor vazio pareceu finalmente empurrá-la para a borda. E Delacour começou a se afastar, sendo impedida por Zieggler-Nott, que a segurou de maneira firme pelo pulso.

— Por que está fugindo, Dominique? — perguntou com o semblante tristonho — Fiz algo errado?

— Não! — exclamou rápido demais, ficando ainda mais avermelhada do que antes — Eu só... hm. Não devia ter te beijado assim.

— É, nunca pensei que nosso primeiro beijo fosse acontecer no corredor. Imaginei em um encontro romântico que você aceitaria ir comigo — sorriu de lado, a puxando para perto — Mas podemos corrigir isso, sim?

— Podemos? — questionou em um fio de voz, molhando os lábios com a ponta da língua — Você acha?

— Sim, eu acho. Mas gostei, sabe? Esse beijo foi muito Dominique da sua parte, não esperava nada diferente de alguém tão espontânea — sorriu, deixando seus lábios roçarem a bochecha dela.

— Oh — desviou o olhar, rindo — Vou fazer mais vezes, então.

— Me beijar pelos corredores vazio?

— Te beijar pelos corredores. Mas eles podem estar cheios, não me importaria de qualquer maneira.

O som de passos fez com que a sonserina e o lufano se entre-olhassem. A voz de Filch soou enquanto ele falava com Madame Nora, em busca de estudantes fora da cama naquele horário.

— Eles estão por aqui, querida? — perguntou para a gata, e então os olhos amarelos pareceram brilhar na escuridão do final do corredor.

E Dominique puxou Gregory consigo, correndo para fugir das garras de Argo. Ambos riram pelo caminho, como se fossem duas crianças e antes de chegar até o comunal da sonserina, Gregory a beijou outra vez.