Web - Namoro escrita por Chibi Lele


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Senhoras e senhores, olha só quem volta com a cara mais lavada do mundo kkkkkkkk
Peço mil perdões pelo enorme atraso, esse momento, imagino, não tá sendo legal pra ninguém, tem seus altos e baixos, e eu acabei passando por uns baixos, mas, águas passadas, o importante é viver o agora. Um pouco menor que os anteriores, mas atualizarei o mais rápido possível. Agradeço o meu primeiro comentário!! Dreamy nerd, logo te responderei com muito amor ♥



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De mãos dadas Lizzie e Charlotte se retiraram do grande prédio ao qual adentraram uma hora atrás. Contidas caminharam calmamente até a primeira esquina, e quando finalmente não podiam mais ser avistadas olharam uma nos olhos da outra, sorriram e finalmente se puseram a dar gritinhos enquanto se abraçavam. 

 

— Ai meu Deus, ai meu Deus ai, meu Deus! - Lizzie começou, enquanto Charlotte ainda gargalhava abraçando a amiga. - Uau!! - mais calma pôs as mãos sobre rosto, em êxtase tentando compreender tudo que estava acontecendo. 

— Nós temos sócios!! - Charlotte finalmente pôs em palavras o que nenhuma das duas conseguia acreditar que tinha finalmente se concretizado.

 

Depois de todo alvoroço de comemoração tiveram que se separar, Charlotte seguiu para seu emprego de meio período em uma Agência Imobiliária e Elizabeth decidiu seguir para uma lanchonete que tinha por perto. 

Era um local confortável, um misto de café com livraria. Sentou-se em uma das mesas e pediu um suco de maracujá acompanhado de um pedaço de torta salgada, o bolinho que comeu no caminho começava a se mostrar insuficiente. 

Enquanto esperava ser servida se acomodou mais confortavelmente no pequeno sofá, repassando o grande passo que haviam acabado de dar. 

Charlotte e Lizzie não tinham a menor ideia de há quanto tempo se conheciam, sempre estiveram uma na vida da outra, em uma amizade divertida e respeitosa. E após passarem tantos anos juntas, conhecendo tantos locais diversos em sua juventude, acabaram por demonstrar interesse numa mesma área. Mesmo que fosse em funções diferentes ainda era chocante pensar o quanto eram conectadas. 

Charlotte havia se formado em Administração, Lizzie em Artes Visuais, e então o sonho de terem uma casa de eventos finalmente começou a tomar forma. Fosse administrando ou decorando, estavam mais próximas do que nunca. 

E talvez para tentar manter sob controle a ansiedade logo tratou de começar a traçar um mapa mental de tudo que deveria ser iniciado desde já. 

Afinal, por mais que tudo parecesse encaminhado ainda tinha que dar um jeito de não atrapalhar sua agenda de trabalhos, já que assim como Charlotte, Lizzie tinha contas a pagar, e mantinha um emprego de meio período como ilustradora freelancer para algumas revistas, agências, sites, e o que quer que lhe oferecesse um pagamento. 

Enquanto batucava a mesa sussurrava sua agenda da semana:

 

— Renderizar a planta do espaço e enviar até quinta, terminar de pintar as ilustrações da editora e… Droga - Lizzie gemeu em frustração tentando recordar o que faltava. E após bagunçar os cabelos se resignou em editar diretamente no bloco de notas do celular, já que mantinha tudo anotado.

 

Lembrar de tudo que devia produzir ou entregar a fazia se sentir no controle, trabalho era algo com o qual não brincava, deixava as casualidades para suas produções, e vida pessoal. 

Enquanto tateava o interior de sua bolsa a procura do aparelho uma garçonete se aproximou de sua mesa com o pedido, e ao invés de murmurar o “obrigada” de sempre, mordeu os lábios em hesitação, já que aquele pequeno pedaço de torta de limão trazida por engano parecia delicioso. 

 

— Moça, eu só pedi o suco e o salgado. 

— Há - a garçonete como num estalo pareceu se lembrar de algo, e ao puxar um papel de seu bolso o estendeu a Eliza. - Aquele cara moreno pagou por ela e pediu pra te entregar isso! - respondeu piscando enquanto apontava para um jovem  de estatura mediana e longos cabelos escuros que se retirava do local junto com outros dois rapazes. 

 

Estática Elizabeth ficou observando o desconhecido se retirar, enquanto a garçonete se afastava, e após a saída de ambos finalmente leu o papel, que continha um número de celular. 

“Aquilo era sério?!” - pensou rindo de si mesma. Era o segundo estranho que lhe dava o telefone em menos de um dia, apesar de que o primeiro não havia sido tão educado assim. Ergueu as sobrancelhas como se lamenta-se e sorriu. Bom, pelo menos seu lanchinho havia ficado mais gostoso. 

 

Após comer, voltou suas atenções ao celular, pensou em logo adicionar o número do estranho para saber do que se tratava. 

 

— Só falta esse dai curtir conversar por SMS também. - resmungou para si mesma, mas logo abandonou a ideia quando notou uma nova mensagem. 

 

Sr Arrasa Corações: Cara Srt. Injustiçada, desculpe-me pelo acontecido, nunca foi de meu interesse petrificá-la frente a mensagem tão grosseira, meu interesse era petrificar outra senhorita, não você! E saiba que não me incomoda de modo algum por me chamar por WhatsApp, talvez apenas um pouco, não quero ser um mentiroso completo, algo que as normas sociais geralmente exigem de nós. 

Mas vamos aos finalmentes, odeio ser o tipo de pessoa que se estende sem necessidade. 

Venho por meio desta mensagem primeiramente agradecê-la, conselhos são ótimos, e talvez a indiferença seja mais eficiente em meu caso, talvez se a mensagem fosse realmente para a pessoa certa ela acabaria por tomar como estímulo.

E por último desejo pedir-lhe desculpas, mesmo que mensagens sejam desviadas o tempo todo, seja por falta de atenção do idiota que enviou ou por qualquer outro problema (que eu não tenho a menor ideia do que poderia ser, apenas procuro uma forma de me justificar e parecer tão inteligente quanto geralmente sou), acredito ser uma falha que peça retratação, então, se algum dia precisar de algo, talvez eu esteja meio que te devendo… 

 

    Espero que sua manhã seja agradável.

    E meu nome é Will, Senhor arrasa corações é meio vergonhoso. 

 

“Ele responde, meu Deus, ele respondeu” Lizzie pensou, sorrindo de lado enquanto lia a mensagem. 

 

— Até que ele passou de “velho ranzinza” pra “jovem espirituoso” bem rápido.. - falou para si mesma enquanto ia lendo. - Apesar de que - resmungou - talvez “jovem ranzinza” combine mais com essa pessoa.

 

Esquecendo-se rapidamente do homem que acabara de conhecer, e sabendo que seu bloco de notas poderia esperar, passou a deliciar-se com o pensamento do que poderia responder. Talvez estivesse finalmente enlouquecendo, nunca havia ficado pensando tanto tempo numa mensagem, ainda mais que fosse para responder alguém que sequer conhecia, alguém por quem não tinha nenhum interesse.  

Mas aquele ser, como preferia chamar, era diferente, parecia incita-la ao combate, queria tirar o melhor dele, já que era o que fazia com ela, levando sua mente ao mais árduo trabalho num jogo de palavras. 

Não se lembrava nem de seu TCC ter sido tão desafiador. E ainda precisava fazer com que a mensagem pedisse por uma resposta.

Mas afinal, por que queria tanto manter aquela conversa? 

Bom, a diversão daquela troca de indiretas era resposta suficiente para o momento. 

Fazendo um bico com os lábios, característico de quando se esforçava, começou a escrever. 

 

Caro Senhor ~arrasa corações~ , ops, Will, espero que compreenda quando digo que não sei se devo vê-lo como uma pessoa extremamente sincera ou apenas mal educada hahahah Não me leve a mal, as faces que tem me mostrado até agora foram até que bem divertidas, mas é chocante ver como pode ser água e vinho ao mesmo tempo sem realmente ter mudado. 

Há!! 

Digo de uma vez para não se preocupar, posso até ter me estendido inicialmente, mas jamais manterei tal comportamento sem necessidade, espero que possa perdoar uma pobre camponesa pelo susto de uma resposta que realmente não esperava receber. 

E já que estou falando em perdão, saiba que aceito o seu, afinal, estes hoje em dia são tão raros… E quanto a sua oferta de retratação, quem sabe algum dia não possa me oferecer um ótimo conselho como o que te dei ;) 

E por favor, não chame a si mesmo de idiota na frente de terceiros, podem pensar que está falando sério. Se é inteligente ou não, o pouco que o conheço não é suficiente para gerar um julgamento. Espero que tenha um ótimo dia!!

Minha manhã foi simplesmente perfeita!!

 

Ps. Acabo de notar que lhe dei outro conselho hahaha Se continuarmos assim passará a me dever muitos favores Senhor Will, mas não fique grilado, este último foi cortesia da casa. 

 

Com as forças revigoradas Elizabeth seguiu rumo a sua casa, pronta para retornar ao trabalho, e acidentalmente se esquecendo do homem de mais cedo. 

No ônibus enquanto rolava a curta, mas tão cheia de vida, conversa que tivera com o desconhecido começava a entender o que seu pai tentou lhe explicar quando era criança sobre rituais, lendo o Pequeno Príncipe viram a Raposa tentar explicar ao pequeno menino a importância de acontecimentos em nossa vida. Agora Eliza entendia a ânsia por um determinado acontecimento.  

 

15:23 Restaurante Santino Barra

 

Darcy mesmo tendo vivido essa experiência a sua vida inteira ainda não entendi o conceito de almoço de negócios. O homem tinha a opinião de que, do momento que você mistura duas situações que não deveriam coexistir, nenhuma apresentará resultado satisfatório. Mas ainda sim, lá se encontrava ele, saindo de um restaurante caríssimo, com acionistas a tiracolo que o impediram de degustar sua amada comida Européia. 

Bom, aquele era um dos preços que sua profissão cobrava. 

Aproveitando que o grupo dos cinco homens pareciam entretidos com Henrique, seu colega da firma, e acompanhante do dia, se afastou o suficiente para sentir que tinha um pouco de privacidade e fazer alguma rápidas anotações sobre adendos que deveria revisar mais tarde. Mas ao ligar o celular levou um susto ainda na tela de bloqueio, uma pequena caixa de notificação brilhava com o nome CAROLINE BINGLEY. 

Soltando um ar cansado, já imaginava a dor de cabeça que viria pela frente, achava que teria uns dias de descanso antes da mulher tentar algo novamente. Mas a surpresa foi ainda maior ao notar que não era quem realmente esperava, e sim a desconhecida que no momento deveria saber mais sobre sua vida particular do que Henrique, com quem trabalhava a três anos. 

Mordendo o lábio inferior se lembrou que no começo de toda aquela confusão já havia salvado o número, e acabou por se esquecer de trocar o nome. “Merda”, de qualquer forma não sabia o nome daquela pessoa, franzindo a testa imaginou que seu nome para desconhecida deveria ser Arrasa corações, e revirando os olhos decidiu uma vingancinha pessoal, pelo menos aquilo o faria não se sentir inferior. E na agenda sorriu ao mudar o nome do contato para Conselheira Enxerida. 

Ao voltar para o aplicativo de mensagens notou que o contato agora apresentava uma foto. E sem pensar, apenas por curiosidade, num ímpeto, tomou uma ação que enfim selou seu destino. 

Abriu aquela foto.


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