Eu não sei direito como aquilo começou e nem queria ter chegado a esse ponto. Para falar a verdade eu evitava o confronto desde o momento em que a Hope passou pela porta do meu quarto, depois de ter me declarando para ela.

Eu não queria vê-la, não porquê estava com raiva, mas sim porque não saberia agir. Tinha guardado esse segredo por tantos anos, que agora lidar com ele era estranho para dizer o mínimo, porém nada seria mais esquisito que Hope Mikaelson na minha frente tendo uma crise de ciúmes, por eu ter beijado uma garota na festa.

— Você disse que gostava de mim! – Ela afirmou pela décima vez irritada.

Já tinha tentado de praticamente todo o jeito explicar que a gente não tinha nenhum compromisso, por tanto não tinha porquê dela agir como se eu estivesse atraído. Mas todas as respostas que eu dava só parecia complicar ainda mais as coisas para mim, mesmo quando falava de um "jeito carinhoso"!

— Eu gosto de você, muito, sim!

— Não parece! Por que não luta por mim? – Hope perguntou revoltada, apontando o dedo na minha cara.

— Você estava com o Landon!

— Isso não é desculpa! –  Gritou em resposta

— O que você queria que eu fizesse?

— LUTASSE!

— Eu tentei, mas ...

— Mas? – insistiu.

— Tiver medo

— De que?

Eu não acredito que realmente vou fazer isso.  Respirei fundo criando coragem para falar tudo que tinha mantido em segredo.

— De dizer que eu gosto de você, tanto que amo você, que esse amor que me faz suspirar, pode também me fazer sangrar. Que todos os versos das músicas que escrevo são seus. Que você atormenta os meus sonhos e não me deixa dormir. Que eu te conheço melhor do que você! E se prometer não desistir de nós, prometo sempre, para sempre te amar!

Hope já tinha abrindo a boca mais de duas vezes, sem projetar em nenhum som. Ela estava literalmente em choque, mas agora que eu tinha começado não iria parar sem dizer tudo que tinha guardado durante todos esses anos.

— Que mesmo você estando tão perto e ao mesmo tempo tão longe de mim, eu nunca parei de te amar! Que mesmo que você estivesse dormindo sempre ao lado dele, o seu lugar sempre foi comigo. Se você quiser! Eu prometo ficar ao seu lado mesmo quando não for fácil ficar, prometo ficar, apoiar, e te falar eu te amo todo o dia! Porque eu gosto de você, muito, tanto que eu te amo!

Ela piscou umas duas vezes antes de finalmente saí do estado de choque e falar, e quando por fim falou algo, foi a última coisa que esperava ouvir. —  Então era por isso que estava escondendo o caderno preto de mim! É nele que você escreve às músicas né?

Tudo o que pude fazer foi concordar em resposta com um aceno de cabeça.

— Ainda bem! Eu achei que era alguma coisa para Penélope. – Ela disse deixado um suspiro aliviado sair por seus lábios.

De todas a coisas e juras de amor que falei, tudo o que ela absorveu foi que escrevo músicas? Sério?

— É só nisso que você prestou atenção Hope? Sério!?

Ela ficou me encarnado como se a resposta fosse óbvia, a sobrancelha levantada em um questionamento mudo. A frase estava escrita na sua testa para quem quisesse lê!

Aonde você quer chegar com isso?

— E as declarações Hope não serviram de nada?

Perguntei, dando um passo em sua direção, grudando os nossos corpos eu podia sentir  cada fibra do meu corpo se arrepiar, a tensão forte que nos abraçava, e calor do seu hálito me fez ao ponto de tocar seus lábios e embando em um beijo lento, nossos corpos já estavam em sintonia, podia sentir seus suspiros em meu ouvido, era como se estivesse em um universo fora daqui, minhas mãos percorriam o seu corpo, infiltrando nos seus cabelos ruivos, enquanto as suas faziam um carinho gostoso no meu cabelo, Hope mordiscou o meu lábio inferior, o beijo doce mais intenso, tantos anos separadas, as mãos dela  desceram até a minha bunda apertando com força impulsionando o meu corpo para cima, rodeei sua cintura com as pernas.

Entrelacei o seu pescoço com os meus braços, continuando o carinho na cabeça dela, as vezes puxando com mais força suas madeixas. Uma das suas mãos livres fazia carícia na minha bunda e com a outra me segurava mais para perto quase fundindo nossos corpos.

—  Não! Não foi só nas músicas que prestei atenção, mas elas são muito importantes no final.

Hope respondeu parando o beijo com selinhos, abri os olhos admirando-a, a luz azulada da lua iluminava seu rosto a dano um ar angelical que contrastava com seus lábios vermelhos e inchados, Hope abriu os olhos azuis, eles brilhavam.

— Eu gosto de você a bastante tempo, desde criança, e guardei isso, porque não tinha certeza se era recíproco. Com o tempo achei que tinha esquecido isso, comecei a namorar o Landon, mas quando você se declarou eu percebi que ainda sou apaixonada por você! E talvez esse tempo todo eu só tentei te esquecer. – Hope respondeu colando a nossas testas, ela permaneceu com os olhos abertos, deixando que eu desfrutasse daquela imagem linda dela tão entregue.

— Eu amo tudo em você! Eu amo o seu cabelo castanho escuro! – ela falou ao depositar um beijo no topo da minha cabeça. — Eu amo seus olhos castanhos, que por algum motivo esquisito ficam claros no sol! – disse dando de ombros com um sorriso provocado nos lábios, ela sempre dava ele quando queria tirar uma da minha cara. Eu fiz um biquinho involuntariamente, só tive noção disso quando ela depositou um beijo sobre ele o desfazendo.

 — Eu amo como você faz manha e fica corada depois... Exatamente como agora! – falou me olhando diretamente nos olhos, dando um beijo em cada bochecha, eu podia sentir ele queimar, de maneira demorada, fechei os olhos aproveitando a sensação dos seus lábios macios no meu rosto.

Hope falou no pé do meu ouvindo com a voz rouca. — Josette Saltzman eu amo sempre e para sempre!

Eu não falei absolutamente nada, só fiquei a encarando, o tempo foi passando até que Hope se afastou de mim, levou o rosto e me encarou de volta. As lágrimas lutavam para ser derramadas, mas ela rejeitou.

— Você não tem nada para me dizer? – Hope perguntou com voz chora.

Porém deixei o silêncio paira sobre nós.

E me abaixei ficando de joelhos em sua frente. Hope deixou uma exclamação de surpresa escapar por seus lábios, as lágrimas agora de felicidade deslizaram por seu rosto oferecendo uma de fragilidade o que contrastava com sorriso feliz e doce que a mesma exibia.

Estendi a mão em pedido silencioso, Hope ainda com um sorriso encarando colocou a sua mão sobre a minha.  — Hope Andrea Mikaelson aceita ser a minha namorada e futura mãe dos meus filhos? – pedi, correspondendo seu sorriso.

— Sim, sim, sim, sim ...– repetiu se jogando em meus braços, fazendo nos duas rolamos na grama verde, Hope ficou sobre mim, com seu cabelo ondulado ruivo escondendo nossos rostos da visão curiosa, se alguém tivesse a mesma ideia de ir tomar ar no Jardim.

Aquele sorriso lindo não saia do seu rosto, aposto que nesse momento poderia provocava-la de todos os jeitos que conheço e ele não sairia da sua face. Peguei um dos seus cachos e fiquei brincando com ele, enrolando no meu dedo, com um sorriso bobo no rosto.

— Você é a coisa mais linda que já vi – Hope falou com os olhos brilhando.

— Você vai ter a imortalidade inteira para admirar – brinquei piscando o olho e a beijei, um beijo intenso e apaixonado.