-Rosale, o que você tem haver com isso em?- eu falei alto e irritado. Já era a milésima vez que ela vinha me encher o saco com esse papo.

-Edward! Você não vê que a cada vez que sai pra caçar deixa Esme e Carlisle mais decepcionados? Mais deprimidos?- ela gritava comigo. Pronto, já era a gota d’água. Ela sempre colocava nossos pais no meio dessa história.

-Cala a boca, Rosalie. Você sempre coloca eles como desculpa. Eu já disse que não vou mudar. Aceitei morar com você, ficar com minha família. Mas não tente me obrigar a fazer coisas que NÃO QUERO! E mais uma palavra, nunca mais me verá!- eu ameacei e pulei da janela do meu quarto em direção a floresta.

“Imbecil !!!”  Escutei seu ultimo pensamento e então corri o mais rápido possível.

Era sempre a mesma história, sempre vinham com essa história de que estavam magoados pelo meu estilo de vida e blá blá blá.

Eles tinham que me respeitar, respeitar a minha escolha assim como respeito a dieta nojenta deles.

Nem era pra estar aqui, mas não queria magoar eles mais ainda. Devia estar no mundo agindo do modo que penso e quero.

Enfim...Rosalie conseguiu me irritar.

Eu estava sentado no banco da praça principal de Forks. Observando o nada, já que a cidade era tão parada que nenhuma alma viva passava por ali.

Essa cidade chata seria daqui a uma década a nossa nova moradia, Alice previu. Então tecnicamente eu não morava aqui, apenas estávamos conhcendo mais a cidade. E eu ficava entediado só de imaginar morar aqui.

Senti um cheiro avalaçador passar por minhas narinas. Era tão com e suculento. Olhei parar o lugar de onde via esse cheiro maravilhoso e senti meu coração se esquentar.

Uma menininha, aparentava uns seis ou setes anos, andava olhando para todos os lados parecendo estar perdida. Usava um casaco enorme e azul marinho, uma calça de moleton da mesma cor e um sapatinha preto. Seus cabelos eram castanhos avermelhados e seus cachos caiam como cascatas até sua cintura. Pálida como papel. Era dessa menininha que vinha o maravilhoso cheiro? Era dela que eu beberia o sangue mais doce do mundo?

Ela olhou pra mim com seus olhos grandes e de cor achocolatada. Eu dei um sorrisinho torto e ela corou, dando um sorrisinho sem graça.

Me levantei chegando perto dela, seu cheiro ficava cada vez mais forte. Me agachei, ficando um pouco mais baixo que ela.

-Olá!- eu disse tentando segurar meu monstro dentro de mim.

-Oi.- ela disse sem graça com sua voz suave e linda. Ela era tão fofinha e indefesa, eu não tinha coragem de machucá-la, eu não era tão monstro assim.

-Está perdida?- perguntei dando o tom mais educado que pude, não queria assustar a linda garotinha.

-Eu não acho minha mamãe.- ela disse chorosa e começou a olhar desesperada para todos os lados. Tentei ver onde era sua casa na sua mente, para ajudá-la mas...

Silêncio.

Não havia nenhum som, apenas de suas respiração rápida e seu coração acelerado.

Frustrante.

-Posso ajudá-la?- perguntei tentando esconder minha frustração e prendi minha respiração, seu cheiro era muito saboroso e eu não queria fazer besteira.

-Não me lembro onde moro- ela disse e começou a chorar. Meu peito se apertou e me senti estranho.

-Não se preocupe a gente vai achar sua m- fui interrompido por um berro desesperado e aliviado ao mesmo tempo

 -BELLA!- me virei e vi uma mulher correndo e pegando sua filha no colo. Era sua mãe.

-Bella. Nunca mais faça isso, se não eu morro do coração- ela falava irritava mas amorosamente ao mesmo tempo, depositando beijos em todo rosto da menina.

Me levantei e ela me olhou preocupada.

-Oi, você é...?- ela perguntou.

-Edward- eu disse.

-Ele ia me ajudar a achá-la mamãe- a garotinha disse baixinho no ouvido da mãe.

-Err, obrigado Edward. Agora vou levá-la pra casa- ela disse preocupada ainda.

Na cabeça dela eu era um pedófilo. E eu querendo apenas ajudar a garotinha, ajudar Bella.