Yu-Gi-Oh: Contos de Fadas escrita por Eien SZ


Capítulo 1
Capítulo 1 - Um Herói na terra das Fadas




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Nossa história, como em todo bom clichê, começa com nosso protagonista atrasado para sua grande aventura. O garoto, de 17 anos, corria pela cidade, como se precisasse chegar a tempo em algum lugar. A julgar por sua jaqueta vermelha amarrotada, pela garrafa de suco de laranja em uma das mãos e um sanduíche meio mordido na outra, ele mal tomara café da manhã, apenas pegou a primeira roupa que viu e saiu para comer durante o caminho.
— Certo, são exatamente 9:23 da manhã, estou apenas 23 minutos atrasado, mas não creio que irão começar antes das 9:30. – Começou o garoto, falando consigo mesmo enquanto fazia as contas na cabeça. – Certo, normalmente eu conseguiria chegar em 14 minutos, mas se eu correr um pouco mais rápido eu consigo chegar em 11 e o meu atraso não será tão significativo... Talvez nem estejam todos lá! Isso, vai dar certo!
Ao chegar, o garoto sentia o silêncio. O local ficava em uma galeria subterrânea e, àquele horário no sábado, não havia ninguém passando. Seus passos ecoavam pelo corredor.
“A Eien vai me matar dessa vez, com certeza” pensava o garoto enquanto tentava andar fazendo o mínimo de barulho possível. Ao chegar na porta, logo viu o cartaz na porta: “Sede do Clã Fairy Tales”. Aproximou o ouvido da porta para tentar ouvir algo, mas conseguia escutar pouca coisa, nem sequer conseguia reconhecer a voz que falava bem baixinho. Ele então abriu a porta e, quando acreditava que nada poderia ser pior, a porta rangeu tão alto que todos se viraram para ver o que estava acontecendo.
Era uma espécie de sala de aula, onde mais de uma dúzia de jovens se sentavam e, à frente, ao lado de uma lousa, havia um rapaz mais velho, com uns 23 anos. O rapaz era alto, tinha um cabelo prateado, parecia ser o professor daquela turma.
— Está atrasado, Artur. – Falou o rapaz.
— Sinto muito, Dexter, acabei me atrasando e... – O garoto começou, mas logo fora interrompido.
— Suas desculpas não me interessam, sente-se logo que estamos no meio da aula.
Artur queria apenas se enfiar em um buraco e sumir dali, mas para piorar sua situação, ele estava tão nervoso que tropeçou e acabou de cara no chão, chamando ainda mais atenção negativa. Dexter revirou os olhos e voltou a sua fala.
— Como dizíamos, a invocação Xyz é uma das mais importantes...
A aula seguia dali e os minutos se passavam.
— Muito bem. – Concluía Dexter. – Agora que nos aprofundamos bem em nossa aula sobre a invocação Xyz, alguém pode responder algumas perguntas? – Disse, entusiasmado procurando alguém para questionar. – Jokin, você consegue descrever o funcionamento da invocação Xyz?
O garoto se levantou, devia ter entre 13 e 14 anos. Notava-se o nervosismo do garoto de longe.
— A-a-a invocação Xyz... Ela é... É uma invocação...
— Está indo bem, continue. – Disse Dexter, encorajando o garoto.
— Do Extra Deck... E você precisa de dois monstros com o mesmo nível, que você usa para invocar o monstro Xyz por cima deles e então os usa como materiais.
— Quase perfeito, alguém sabe qual foi o único erro na resposta do Jokin? – Perguntou Dexter, procurando pela sala alguém que responderia.
Naquele momento um rapaz moreno de cabelos escuros se levantou.
— Na verdade a resposta está quase certa, a questão é que alguns monstros precisam de mais de dois materiais. Temos como exemplo o GAGAGIGO THE RISEN, que exige dois materiais de nível 4. Também temos aqueles que podem usar mais de dois monstros como materiais, como é o caso do SHARK CAESAR, que exige três ou mais materiais. Além disso, temos a invocação Rank-Up, em que se usa um monstro Xyz para invocar outro Xyz com rank maior, como é o exemplo do NUMBER S39: UTOPIA THE LIGHTNING.
— Opacho, o que você está fazendo nessas aulas? Você já sabe de tudo. – Respondeu Dexter, dirigindo-se ao garoto.
— Eu gosto de participar e ajudar os mais novos, inclusive nós sempre aprendemos algo interessante nas aulas. – Respondeu, ficando envergonhado com a resposta do Dexter.
— Bem, é exatamente como o Opacho falou, inclusive temos um monstro Xyz no meta que utiliza outra forma de invocação, alguém se lembra quem ele é?
Artur murmurou bem baixinho o nome, como se estivesse com vergonha de dizer ou com medo de estar errado. Naquele momento, o jovem que estava do seu lado ouviu a resposta do garoto e a falou em voz alta.
— É o DINGIRSU!
— Muito bem, Eduardo, o Dingirsu é muito relevante nesse formato, tendo em vista seus efeitos e, sobretudo, o fato de ser atualmente um dos melhores decks da atualidade. O Dingirsu pode ser facilmente invocado usando um monstro “Orcust” Link. – Explicou Dexter. – Bem, por hoje é só isso, não se esqueçam das aulas práticas de amanhã.
Artur juntava suas coisas quando foi abordado por Eduardo.
— Ei, você sabia a do Dingirsu, por que não falou nada? – Questionou Eduardo.
— Eu não sei, não gosto de chamar atenção. Hoje foi péssimo.
— Foi mesmo, mas relaxa, o Dexter sempre fica bolado, mas logo ele esquece isso. – Disse Eduardo, tentando acalmar o colega. – Eu sou o Eduardo, a propósito.
— Eu sou o Artur.
Os dois saiam da sala conversando. Artur mais ouvia do que falava. Mais à frente Dexter o parou.
— Ela quer te ver. – Disse, em tom sério.
Artur já esperava por aquilo, mas mesmo assim suas mãos começaram a suar.
— Certo, já estou indo.
O garoto seguiu mais um pouco pelo corredor até outra sala. Nela havia uma jovem de cerca de 21 anos. Seu nome era Dulci, ela carregava muitos papéis, ela auxiliava Eien com a parte burocrática do clã.
Artur continuou até chegar a uma mesa onde uma garota de cabelos vermelhos fazia algumas anotações em um caderno.
— Artur, você chegou atrasado. – Começou, em tom ríspido.
— Eu sinto muito, eu...
— Você se recusa a usar os decks do meta, chega atrasado... Artur, você tem potencial, eu já vi... Mas você precisa levar isso mais a sério. Eu entendo que você queira se divertir e que isso é um jogo, mas nós precisamos de mais resultados.
Artur sentia cada palavra de Eien e, à medida que falava, pareciam que as palavras pesavam mais e mais.
— Olha, você já me falou sobre o vínculo com seu primo ter começado com os seus HERO e o quão importante eles são para você. Não estou pedindo que os abandone ou que os jogue fora. Eu só quero extrair todo o seu potencial. Eu sei do que você é capaz com um bom deck, mas você precisa cooperar comigo.
— Sim, senhora. – Respondeu, abaixando a cabeça.
— Muito bem... Você é um de nós, não é, você é uma Fada, certo?
Ele não sabia o motivo, mas ainda não se sentia parte daquilo, ele ainda era um herói nesse mundo das fadas.


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