Dual escrita por carlotakuy


Capítulo 6
Passado




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Durante a noite depois do japonês Beatriz se revirou na cama, insone, pensando sobre sua vida até ali e o caos que Thomas Mason causou nela durante aquelas últimas semanas. Repassou todas as discussões e momentos juntos, desde os na faculdade aos que vivem enquanto Beatriz. E foi extremamente doloroso.

Levantando de madrugada e descendo as escadas para a cozinha Beatriz se perguntou porque tornava as coisas tão complicadas para si mesma. Thomas foi um momento naquela confraternização, por que parecia então que a partir dali ele começou a se tornar muito mais?

Abrindo a geladeira e pegando sua leal garrafa de leite a jovem sentou preguiçosa no sofá desfrutando do silêncio do casarão. Podia repetir para si quantas vezes quisesse suas desculpas, que Murilo comentou que fazia, mas ali tudo parecia tão claro que a deixava com receio.

Era verdade que estava gostando de Thomas, só não sabia se estava preparada. Preparada para amar, para ser afastada quando o momento que ela sabia que iria chegar exigisse um posicionamento. Aqueles dias foram esclarecedores, mas chegavam ao fim.

E Beatriz, tomando a última gota do líquido encarando a parede decorada de sua sala, decidiu que iria aproveitar o máximo que pudesse antes de deixar o passado para trás.

•••

Entretanto, durante a semana, sua realidade novamente virou de cabeça para baixo. Foi por volta das nove horas da manhã e ela estava discutindo com Thomas sobre o artigo que seria da aula seguinte, fervorosamente e quase o batendo pela opinião sem fundamentos, quando o furacão chegou em sua turma.

Primeiro ele entrou na sala agitada chamando a atenção de alguns alunos dispersos, com uma bolsa pesada em suas costas, e em seguida sorriu dando bom dia.

A discussão com Thomas desapareceu e Beatriz paralisou onde estava. O garoto a sua frente percebeu o movimento e acompanhou o olhar dela ir até a porta, para o novo aluno. A voz dele, grave, soou alegre com sua saudação e sua aparência não chamava atenção.

Ao menos não chamava a atenção de Thomas.

A chegada do dono de cabelos ralos fez os pensamentos de Beatriz entrarem num vórtice por longos segundos até ela novamente se estabilizar na sala, sendo cutucada por Thomas, um pouco emburrado pelo silêncio numa discussão tão calorosa.

Mas ela não poderia continuar.

Beatriz não conseguia.

Então ela levantou.

— Desculpe, tenho que ir a um lugar.

Levantando apressada Beatriz se afastou do garoto, confuso, atravessando a sala agitada até a porta. E quando a abriu, rapidamente para não chamar a atenção, Thomas viu os olhos do novato caírem sobre ela surpresos.

Um quê de curiosidade se alojou dentro dele, que bufou voltando a se sentar corretamente na cadeira a espera de Ana. Não estava satisfeito com o rumo do debate.

•••

A garota, entretanto, não voltou para as próximas aulas e isso inquietou Thomas. Procurando-a pela faculdade após o sinal de termino ele praticamente se perdeu dentro da construção, encontrando, ao invés dela, o novato.

E ele parecia estar indo muito apressado para algum lugar.

Nem um pouco constrangido por segui-lo, repetindo para si que só estava procurando por Ana, Thomas o acompanhou por alguns corredores pouco utilizados e pouco tempo depois, a poucos passos de distância e quase desistindo da perseguição infundada, ele o viu sorrie.

 No instante seguinte Ana entrou no seu campo de visão, fazendo-o recuar de volta para o corredor que vinha, espreitando-os, e a expressão dela quase o fez interceptar o desconhecido.

Ao menos até ele falar.

— Há quanto tempo, Aninha, ainda vem aqui?

Ao ouvir o apelido Thomas estancou, surpreso e um tanto irritado pela intimidade. Eles já se conheciam? Quem era ele?

— O que você está fazendo aqui?

A voz dela foi ríspida aumentando o sorriso do novato.

— Estudo Letras também, não lembra? – o sorriso subiu para o lado – Ou tentando se esquecer de mim esqueceu também que começamos o curso juntos?

Beatriz sentiu o coração acelerar, em pânico. Não era possível que ele tivesse voltado depois de tanto tempo. Não, ela não queria acreditar. Não podia. Desde quando o destino tinha decidido maltratá-la daquela forma?

Tudo estava indo tão bem.

— Por que voltou?

Relaxado o garoto se aproximou do banco de madeira que ela estivera sentada antes de o ver e do qual se levantou abruptamente. Confortável voltou a olhá-la.

— Paula precisou voltar à cidade – disse como tirasse um peso das costas.

Vagarosamente Beatriz balançou a cabeça, ainda aturdida.

— Ela também veio?

— Sei que não esperava por isso, mas, sabe, ela é sua prima, vai ter que perdoá-la algum dia.

Desta vez mais estabilizada com a novidade de sua chegada repentina, que ela demorou algumas boas horas para aceitar naquele lugar isolado, o mesmo que sempre usou para estudar no início do curso, com ele, Beatriz conseguiu abrir um sorriso nervoso de incredulidade.

— O quê?

Ele deu de ombros apoiando a bolsa ao seu lado no banco e se encostando na parede.

— Você sabe, família é família.

— Minha família são meus pais e meu irmão – ralhou, com mais raiva do que choque agora.

— Qual é Aninha, vai dizer que ainda não me perdoou?

Claro que não – ela riu, cética – e nem vou.

Suspirando pesarosamente o novato levantou e começou, vagarosamente, a andar até Beatriz. O coração dela gelou e em seguida começou a bater freneticamente em seu peito, sem saber como reagir. Suas mãos tremeram e a imagem dele e de sua prima, juntos, a deu náusea.

— Fique longe de mim – falou, baixo, quase sem forças.

O sorriso no rosto dele aumentou e ele não parou.

— Fique longe de mim!

O grito de Beatriz tirou Thomas do transe em assistir aquela cena e ele saiu da esquina do corredor, aparecendo para a dupla e indo apressado na direção da garota. A expressão em seu rosto nada boa para o desconhecido.

— Não a ouviu?

Protetoramente Thomas se colocou na frente de Beatriz que internamente agradeceu pela intervenção.

— Ela disse para ficar longe – com um movimento das mãos ele acenou para o estranho se afastar – longe.

O garoto parou a alguns passos da dupla, cruzando os braços e desmanchando o sorriso.

— Fiquei preocupado – falou Thomas, ainda sem olhá-la – costuma se esconder aqui agora?

Beatriz pôde ver um sorriso no rosto dele mesmo sem olhá-lo e seu coração, frenético pela chegada do garoto, foi se acalmando. De alguma forma o Thomas que ela odiava com todas as forças no início, agora bem menos, era o mesmo que a fazia se sentir tranquila.

Que enorme contradição eu me meti.

Olhando para Thomas de cima a baixo o estranho soltou um chiado de compreensão.

— Está com ele agora, Aninha? Você realmente não perde tempo.

De onde estava, atrás do corpo de Thomas, Beatriz sentiu o corpo estremecer. Por algum tempo ela se cegou a essa possibilidade, imersa no caos da chegada do garoto, mas essa chegada podia colocar ainda mais em cheque o seu jogo de dupla personalidade.

Porque ele a conhecia dentro e fora da faculdade.

— Quem é você? – Thomas perguntou, se pondo ainda mais na frente de Ana.

Com um sorriso convencido o estranho inflou o peito, passando a mão pelos cabelos ralos.

— Me chamo Hugo Vieira, ex-namorado dela.

•••

Beatriz não sabia para onde estava indo com Thomas, que a deixou por alguma razão incompreensível tomar a dianteira frente ao seu estado. Mas passando por uma praça movimentada, com crianças e balanços rangendo, e entrando no caminho lateral dela, a garota compreendeu.

Quando a dupla saiu do meio de um caminho de terra desembocaram nos escombros de um antigo parque temático, com brinquedos altos e que deveriam ter luzes coloridas quando eram ativos. E quem sabe mais segurança também.

Porque atravessando as correntes de contenção e entrando na área dele, de tão fácil acesso, o mínimo que Thomas via ali era segurança. O garoto olhou também curioso para o lugar, impressionado por nunca ter percebido a existência dele no meio da cidade que morou a vida inteira.

Ainda seguindo Ana ele se esgueirou pelas correntes enferrujadas de um dos brinquedos vendo-a sentar ruidosamente num dos assentos da atração que deveria girar de cabeça para baixo carregando umas vinte pessoas.

A imitando Thomas sentou ao seu lado. Não teve ideia do porquê havia seguido Ana até ali depois dela sair correndo da presença do ex. Não estava pronto para se afastar dela quando o acordo entre eles acabasse? Por que então veio atrás dela?

Se esgueirando, conscientemente, para mais perto.

— O que aconteceu?

Beatriz sorriu, sem força, e sua resposta foi extensa para o questionamento baixo do castanho. Ela falou sem nenhum pudor, esperando exatamente essa pergunta para desabafar, sobre quando conheceu Hugo no início do curso, no primeiro período, e o quanto eles eram amigos. Contou, mais sofrida do que se sentia, que eles começaram a namorar pouco depois e que o namoro durou um ano e meio e que foi bom.

Essa era a pior parte para Beatriz, Hugo foi bom com ela. Durante aquele ano e meio eles foram felizes e, apesar de enganada e iludida, ela não conseguia achar defeitos na sua relação. Exceto por, e omitiu esse fato do relato à Thomas, haverem feito sexo apenas uma semana antes de se separarem e aquela ter sido a primeira experiência dela, e agora se lembrar dela com repulsa.

Porque além de tudo ela também tinha sido boa, na época.

Ao menos até Beatriz descobrir, alguns dias depois, dentro de sua própria casa onde morava com sua prima desde pequena, que eles mantinham um relacionamento bem debaixo do seu nariz. Transando em sua cama e rindo dela por suas costas.

Beatriz ouviu, arrasada, atrás da porta do banheiro de seu quarto, lugar onde acabou presa sem querer no dia, a dupla em seu quarto acreditando que ela havia saído rirem dela, do seu jeito, da forma como beijava, do som do seu gemido. Hugo contou tudo à Paula sobre Beatriz. Sobre o seu primeiro sexo, sobre seus recuos, sobre como ela era irritante quando queria estar certa.

E encolhida no banheiro travado a garota ouviu tudo, silenciosa, enquanto acompanhava sua prima dizer que iria, como sempre fazia, tirar aquelas memórias dele.

Beatriz os ouviu fazendo sexo no seu próprio quarto paralisada no banheiro e só saiu de lá quando Murilo foi procurar por ela e a encontrou destruída no chão dele, com lágrimas tão intensas que toda a sua roupa estava ensopada. Hugo e Paula tinham começado o caso deles pouco depois do namoro da prima e a imaginação de Beatriz não aguentou.

A jovem chorou copiosamente nos braços do irmão durante dias até conseguir se recuperar. Foi Murilo quem expulsou Paula da casa deles e foi ele também quem ameaçou espancar o garoto se ele voltasse a se aproximar da irmã.

Sua família não sabia do que tinha se passado, nem seus pais nem seus tios, e por mais que a atitude de mandar Paula de volta para a casa dela no interior tivesse sido muito bem fundamentada, Beatriz implorou para Murilo não contar nada. Então por algum tempo ela foi odiada por parte de sua família e aquilo se tornou um segredo entre irmãos.

E ali, naquele parque que ela sempre fugia para se reorganizar quando o chão parecia faltar e algum de seus casos amoroso depois dele a faziam vacilar, ao lado de Thomas, ela lhe contou sua história. Percebendo que quando começou a se envolver com o castanho não fez uso do seu lugar de costume, talvez pela confusão que se desenrolou seu relacionamento atual, talvez porque já não precisava dele.

Durante o relato ela tentou o fazer parecer menos triste do que realmente era, mas a expressão do garoto estava desolada ao seu lado e as mãos, que ela notou serem a válvula de escape dele, se remeterem inquietas no seu colo.

E ela notou, um pouco surpresa, que contar aquela história já não lhe doía mais o peito.

Tomando fôlego Beatriz encarou as árvores que os cercava e em seguia o céu anil sob suas cabeças. Percebeu, ao não chorar, que o passado com Hugo estava mais distante do que ela imaginou e as precauções com todos os outros com quem se relacionou, evitando relações duradouras, agora já não faziam sentido.

Ele foi uma exceção.

Mas pode acontecer de novo, sua consciência gritou, sendo calada pela voz de Thomas, recostado e se melando no brinquedo sujo.

— Eu realmente não conheço você – sussurrou encarando o mesmo lugar que ela.

Beatriz assentiu.

— E também não sei o que fazer para te ajudar.

Um sorriso cruzou o rosto da garota. O Thomas que ela conhecia, irritante, presunçoso e odioso tinha realmente outras faces. No final, ela também não o conhecia.

— Obrigada por estar aqui. Por me ouvir.

Ele balançou a cabeça e soltou um longo suspiro, apoiando as mãos no braço do brinquedo, que rangeu.

— Vou ficar com você aqui um pouco mais, tá?

O sorrisinho que surgiu no rosto do castanho fez Beatriz revirar os olhos, mais agradecida do que irritada, e dentro de si ela sentiu o peito aquecer. Balançando novamente a cabeça encarou o chão, aprumando os óculos.

— Obrigada.

Ainda aturdido com tanta informação Thomas se sentiu inútil. Nada podia fazer pela garota ao seu lado, que por alguma razão inexplicável queria a todo custo proteger. Proteger desse garoto, proteger de si, proteger do mundo. O final do acordo chegava e ele precisava tomar uma decisão.

Uma decisão quanto à Ana e uma decisão quanto a si mesmo.

— Eu sou de áries, boa em cálculo, costumo escrever contos nas horas vagas e tenho 1,60 de altura.

A fala de Beatriz o fez olhá-la confuso, mas ela sorriu.

— Gosto de pizza, de preferência a sua, e de comida japonesa. Tenho vinte e dois anos, curso Letras e pretendo me tornar professora no futuro. Quero ter um gato quando tiver minha própria casa, preto se for possível, e gosto de sorvete de creme.

Thomas continuou a olhando em confusão, mas sorriu junto.

— Pronto, agora você me conhece mais do que antes – pondo os sapatos sobre o banco e apoiando as pernas no peito Beatriz abraçou as pernas – sua vez.

O sorriso que ela lhe lançou fez o coração de Thomas acelerar e automaticamente ele aumentou o seu, contando à mesma sobre seu gosto por futsal e vôlei, cavalos e aves, assim como seu sonho de, no futuro, ser apenas ele mesmo.

•••

De noite, deitada em sua cama e repassando a tarde em que extravasou e conseguiu até mesmo rir junto com Thomas depois do advento Hugo Beatriz pensava seriamente sobre o que fazer em relação ao sentimento que, percebeu, já vinha nutrindo a um bom tempo pelo garoto.

E sobre seus sentimentos em relação a volta de Hugo.

Não que ela ainda gostasse dele, isso nem morta, mas a sua reação a ele na sala não tinha sido normal e Beatriz sabia. Talvez a forma como se separaram, cada um pro seu lado, ou as lembranças daquele dia, destruindo uma Beatriz tão frágil, fossem os responsáveis.

No final seus devaneios foram interrompidos pelo toque do seu celular, na cabeceira da cama, e se arrastando até ele, ainda meio aérea, Beatriz sentiu todas as questões evaporarem junto com o nome ali presentes.

Thomas.

Receosa, sentindo Ana vencer Beatriz na briga pelo castanho, ela atendeu e a voz animada do outro lado a desanimou em contrapartida. Eles tinham tido uma tarde tão boa juntos, por que Thomas precisava ir atrás de Beatriz?

O que ele queria?

— Olá, fazendo alguma coisa interessante?

— Não muito, por que?

O risinho dele a desarmou e a parte de Beatriz se agitou dentro dela.

— Que tal conhecer o melhor lugar com comida japonesa da cidade?

Ana se revoltou contra ele. Além de levar Beatriz para jantar ia ser logo no japonês? Ela gostava e ele não a levava.

Inconscientemente a garota riu frente a briga interna. Ana e Beatriz eram ela, como podia brigar consigo mesma desse jeito? Ela e Thomas tinham um acordo de sair por causa de seus pais, não era um relacionamento de verdade, repetiu para si.

— O que é tão engraçado?

— Nada, nada – se adiantou, levantando da cama – onde é?

Ela ouviu um estalo de língua do outro lado.

— Dessa vez eu vou buscá-la, vou fazer uma surpresa. Que horas está bom para você?

Olhando para o relógio Beatriz calculou, rapidamente, o tempo de sua transformação.

— Nove horas.

•••

Quando o telefone de Beatriz tocou e Thomas avisou que havia chegado ela desceu trotando as escadas. Calçou os sapatos de salto apoiada no braço do sofá sendo observada por Murilo que ria da situação muito bem acomodado nele.

— Você parece um furacão.

Beatriz fez uma careta terminando de afivelar o calçado.

— É possível me reconhecer?

Ela virou o rosto na direção do irmão que fingiu examiná-la, sorrindo ao final e apertando seu nariz.

— Não, e por que não diz logo a verdade a ele?

Beatriz levantou e alisou o vestido.

— Não posso, ele vai me odiar.

Murilo a observou de soslaio e suspirou, pegando mais um punhado de pipoca na bacia ao seu lado.

— Prolongar demais isso só vai dar mais dor de cabeça.

— Eu estou bem – ela sorriu, checando a bolsa – então vou indo e...

A campainha tocou e os olhos de Beatriz se arregalaram. Thomas não podia ter saído do carro e ir até ali, podia? E se ele visse Murilo? Já o havia conhecido como irmão de Ana, e se...

O resmungo de Murilo a fez piscar.

— Já sei, já sei, vou me esconder. Mas saia rápido, não quero perder a melhor parte do filme.

Levantando e seguindo Beatriz até a porta principal, acobertado por uma pilastra, Murilo observou, pronto para deslizar para longe ao primeiro sinal do garoto, quando a irmã abriu a porta. E a figura ali presente fez o sangue dele ferver.

Beatriz olhou incrédulo para Hugo, parado na porta da frente, com um sorriso de lado, um casaco preto e uma caixa embrulhada de presente.

— Boa noite Ana, posso entrar?

Por alguns segundos ele avaliou as roupas dela e a percepção foi rápida.

— Vai sair?

— Vá embora.

A voz de Murilo, atrás da mais nova, surpreendeu o garoto que apesar de nervoso sorriu mais uma vez.

— Olá Murilo, tendo uma boa noite?

A expressão do garoto, entretanto, não foi amigável.

— Ana, vá.

Sem discutir Beatriz driblou a figura na porta da frente e desceu as escadas que levavam até ela. Não queria ter que lidar com Hugo, não ali, nem nunca. Vendo-a se afastar apressada e entrar no carro estacionado logo a frente um sorriso de lado surgiu no rosto do visitante.

— Ela está realmente saindo com ele?

Murilo ficou no batente da porta, apoiando o ombro nela, e pegou rapidamente a caixa das mãos de Hugo.

— O que é isso?

Virando de volta para o irmão mais velho ele deu de ombros.

— Chocolates para reconciliação.

— Esqueça, não vai ter reconciliação – Murilo abriu sem nenhuma delicadeza a embalagem, mordendo o primeiro chocolate que encontrou – e vá embora, não é bem-vindo.

Com essas palavras o garoto fechou a porta na cara do outro.


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Notas finais do capítulo

Quando acabar eu gostaria muito de saber o que você acha que ainda é possível explorar da história. Esta, no momento, é short então penso seriamente em ampliar no futuro, pls, help me.



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