Avalon escrita por Strife


Capítulo 7
Capitulo 7




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Tomoyo e Anne seguiram até uma grande mansão, que talvez fosse o lugar mais caro da cidade além do edifício Stigma. Anne parecia ficar nervosa ao olhar pra ele, como se já tivesse alguma história com aquele lugar. Haviam dois guardas na entrada, e Tomoyo já estava pronta para brigar com eles, mas foi impedida por Anne. 

 

— Deixa que eu resolvo isso, Tomoyo. Ainda não é hora de socar ninguém. - Anne a segurou, e andou até os guardas. - Eu vim ver o senhor Higashi, é sobre minhas dívidas com ele.

 

— Senhorita Anne, não é? - Perguntou o guarda. - Pode entrar. E essa garota, quem é?

 

— Ela é....o pagamento! - Disse Anne, e Tomoyo teve que conter sua cara de surpresa e raiva.

 

— Ah, entendi. Ela é realmente muito bonita, acho que o chefe vai gostar dela. - Disse o guarda, a analisando.

 

— Ora, seu! - Tomoyo iria partir para dar um soco em seu rosto.

 

— Vamos, Tomo.... - Anne achou melhor não falar o nome completo, pois poderiam ter problemas.

 

Os guardas deixaram elas entrarem, e Tomoyo se segurou ao máximo para não acertar um chute no meio das pernas deles. Lá dentro, era exatamente como ela imaginava. Uma mansão gigantesca, cheia de móveis rústicos, com uma iluminação amarelada, e paredes pintadas de laranja. Haviam alguns homens sentados nos grandes sofás, e eram todos mal-encarados. As duas tentaram não manter contato visual, mesmo que estivessem sendo praticamente comidas com os olhos por eles. Um dos guardas as guiaram para o andar de cima, e as duas andaram até a sala com uma grande porta. Ao entrarem, viram que era uma espécie de escritório. A decoração dali devia ser duas vezes mais cara que aquela no primeiro andar, e haviam varios quadros e pequenas estátuas espalhadas pelos móveis. Atrás da mesa, havia um gigantesco quadro, com o rosto de um homem. O mesmo homem sentado na cadeira de trás da mesa. Higashi. Ele era um homem de quase 40 anos, com cabelos loiros escuros, que ele enchia de gel para que se mantivessem penteados para trás. Ele era um pouco forte, e tinha um sorriso malicioso no rosto.

 

— Uh, boa noite, senhor Higashi. - Disse Anne.

 

— Anne, minha querida! Como anda? - Perguntou ele, com uma voz estranhamente amigável.

 

— Muito bem, obrigada por perguntar! - Respondeu Anne. - Eu...vim ver algumas coisas sobre a dívida.

 

— Ah, pra que se importar com esse assunto agora? Vamos por o papo em dia, depois falamos de negócios.

 

— Eu prefiro resolver isso primeiro, pode ser? 

 

— Prefere, é? - Higashi olhou para Tomoyo, e seus olhos se arregalaram. - Ah, e quem é sua amiga bonita? 

 

— Ela é..... - Anne não sabia o que falar. - Bom, ela se ofereceu pra ser meu pagamento. 

 

— Oh, é mesmo? Bom, ela realmente vale o preço....agora só falta me pagar o resto.

 

— O resto?!

 

— É, mocinha. Sua dívida é muito grande, nem mesmo sua amiga bonita aqui vale o preço dela. - Higashi olhou para Tomoyo. - Mas não se sinta mal, garota, a dívida dela que é alta demais. 

 

— Que ótimo. - Disse Tomoyo. - É isso mesmo que eu queria ouvir.

 

— Então, pode ir para aquela sala. - Higashi apontou para uma porta. - Lá é meu quarto, poderemos conversar sobre "negócios" ali depois. 

 

— Não foi pra isso que eu vim. - Ela se aproximou de Higashi.

 

— Ah, é? Pra que veio, então?

 

— Você vai desconsiderar a dívida dela. - Tomoyo ficou cara a cara com Higashi.

 

— É melhor não me provocar, gatinha. Tem noção de quem eu sou?

 

— Você é só um empresário pervertido. Como cresceu tanto? Aposto que não foram por métodos legais, disso eu tenho certeza. Ninguém cria um patrimônio desses nessa cidade, a não ser que esteja com a Stigma. É o seu caso?

 

— Droga, quem é você? To vendo que não é uma moça comum.

 

— Meu nome é Tomoyo. - A expressão de Higashi naquele momento era de grande surpresa. Ela falou seu nome apenas para testá-lo, e funcionou. - Sabia. Você está com a Stigma, não é?

 

Higashi não respondeu, apenas a socou no rosto. Seu soco foi muito mais forte do que ela esperava, e isso a faz dar um passo pra trás. Higashi aproveitou essa situação e correu da sala. Anne tentou segura-lo, mas não conseguiu. 

 

— Merda! - Resmungou Tomoyo.

 

— Deixa ele, não vai valer a pena segui-lo.

 

— Nem fudendo que eu vou deixar esse desgraçado fugir! Você espera aqui, ok?!

 

Não esperou que Anne respondesse, e apenas correu. No meio do corredor, se encontrou com 4 daqueles capangas que estavam no primeiro andar. Eles estavam tentando impedir que ela pudesse passar, e viu por detrás deles que Higashi estava fugindo para o terceiro andar. Não perdeu tempo e avançou contra os capangas, os derrubando com facilidade. Acertou um chute em um, um soco em outro, depois duas rajadas de eletricidade que derrubaram os dois últimos de pé. Correu para o terceiro andar, e se encontrou com mais 4 capangas. Esses dessa vez avançaram primeiro, e Tomoyo desviou de seus golpes. Acabou sendo atingida por um, que a jogou contra a parede. Ela logo se recuperou e usou a parede de apoio para se lançar na direção de um dos homens, e fez com que ele batesse sua cabeça com força na parede, o desmaiando. Deu uma rasteira em um dos capangas e o finalizou com um pisão no rosto. Pegou outro pela gola da camisa e o jogou longe na direção das escadas, e ouviu ele rolar até o andar inferior. O último não sabia o que fazer, e suas pernas tremiam. Pensou em poupa-lo, mas achou que ele não merecesse. Ela o atacou com uma sequência de socos em seu peito, e o finalizou com um gancho em seu queixo, que o fez voar pra cima, batendo a cabeça no teto. Ela então andou até a sala no fim do corredor, onde Higashi havia fugido. Ao abri-la, viu que era um quarto em condições precárias, cheio de baratas e insetos espalhados pelas paredes, e até mesmo nas camas, que estavam podres.

 

— Droga, o que você quer de mim?! - Gritou Higashi.

 

— O que é isso? - Perguntou Tomoyo, mesmo sabendo da resposta. - Por acaso é....

 

— O quarto onde as garotas ficam, é, isso mesmo. Uma pena eles estarem vazios ultimamente. Minhas outras meninas acabaram indo embora. - Disse Higashi. A jovem notou que haviam manchas de sangue em uma das camas.

 

— Foram embora? Ou você matou elas?! - Gritou Tomoyo. - Ou melhor, deixou elas morrerem, né? Duvido alguém sobreviver mais de uma semana em um quarto sujo como esse. O que você é, afinal?!

 

— Não tem mais como fugir, né? Bom, deixe eu me apresentar direito. Eu sou o homem que chamam de Ringleader, imagino que já tenha ouvido falar de mim. - Disse Higashi, se reverenciando.

 

— O cara que movimenta o tráfico de mulheres na cidade, né? Eu já devia ter imaginado. E como você deixou que todas as garotas do seu "bordel" morressem assim? - Ela conteve sua vontade de soca-lo, já que queria respostas.

 

— Infelizmente, uma praga de ratos se instalou aqui no estabelecimento, e todas as garotas adoeceram. Foi um desastre completo, mal duraram 1 dia.

 

— Eu imagino o motivo de elas não terem durado nenhum dia. Olha pra esse lugar, uma pessoa saudável adoeceria em alguns dias aqui. Você simplesmente deixou elas morrerem, não foi?

 

— É claro que não. Acha que eu faria isso? É difícil encontrar garotas novas que estejam dispostas a trabalhar aqui, sabia?

 

— Como se elas viessem por vontade própria.

 

— A verdade é que eu estou no prejuízo, mocinha. Achei que tivesse uma esperança quando a minha querida Anne te apresentou, mas não. O que uma procurada da Stigma veio fazer no meu estabelecimento?

 

— Eu já disse. Quero que esqueça da dívida da Anne. Faça isso, e eu vou embora sem causar mais problemas. - Disse Tomoyo

 

— É isso mesmo que você quer? - Perguntou Higashi. - Eu não esqueço de dívidas, não. No máximo eu....como posso dizer? Transfiro elas. 

 

— Como é? 

 

— É simples. A dívida não será mais da Anne, mas sim sua. O que acha? 

 

— Nada feito. É bom parar de me dar motivos pra te jogar de cima desse prédio logo! - Gritou Tomoyo, entrando em posição de luta.

 

— É uma luta que quer? Pois bem, que seja. - Higashi entrou em posição de luta também.  – Só saiba de uma coisa, garota. Eu não sou nada igual aqueles homens que você acabou de massacrar sem dó.

 

— Então, me mostre. - Disse Tomoyo, com um sorriso desafiador no rosto. 

 

Higashi avançou, com 3 golpes consecutivos, que ela por pouco desviou. Ela saltou por cima dele e acertou um chute em suas costas, e logo em seguida um gancho em seu queixo. Higashi se jogou na direção de Tomoyo, tentando derruba-la, mas ela desviou, e ele acabou caindo de cara no chão. Enquanto ele tentava se levantar, ela aproveitou a chance e acertou uma joelhada em sua barriga, que o jogou pra cima, o fazendo cair na cama, que quebrou após ele cair nela. Higashi se levantou com dor, mas continuou atacando. Conseguiu acertar 3 socos, e ele era mais forte do que aparentava. Tomoyo foi jogada contra a parede, e desviou do golpe que veio em seguida. Ela o agarrou pelo pescoço, e o fez bater de cara na parede. Higashi contra-atacou, mesmo estando tonto, e conseguiu derruba-la com uma rasteira. Ele se colocou em cima dela, e acertou alguns socos. Um deles ela conseguiu desviar mexendo sua cabeça para o outro lado, o fazendo socar o chão, que de tão podre acabou abrindo um pequeno buraco. Enquanto se distraia com a dor em seus punhos, Tomoyo socou Higashi e deu um salto pra trás para se levantar, e em seguida acertou um chute que o derrubou no chão. Usou os restos da cama quebrada para usar de apoio para saltar no ar, e aterrissou em Higashi acertando uma joelhada em seu peito. Ele cuspiu um pouco de sangue, e tentou se levantar. A jovem o agarrou pela gola da camisa e o levantou, e acertou um soco forte em sua barriga, e então o finalizou com um forte chute no rosto.

 

— Bom, acho que é isso. - Disse Tomoyo, para o homem quase desacordado. - Nada de dívidas, se não eu volto pra terminar o serviço. Que isso sirva de lição. - Ela andou em direção a porta.

 

— Espera! - Gritou Higashi, mal conseguindo se levantar. 

 

— O que foi agora?

 

— Não vou mais cobrar nada daquelas duas, isso eu te garanto. 

 

— Ótimo. Espero que tenha uma boa noite. - Ela se virou para ir embora novamente.

 

— Agora, eu quero você. - Disse Higashi, em um tom sério.

 

— Como é?

 

— Eu to pouco me fudendo pra Anne e pra mãe dela agora. Mas eu juro, nem que seja a última coisa que eu faça, eu vou atrás de você. E quando eu for, você será toda minha. - Ele falou, em um tom ameaçador.

 

— Huh, que seja. Pode tentar, se quiser. Vamos ver o que você consegue. 

 

Tomoyo saiu do quarto, e desceu as escadas, passando pelos capangas que anteriormente havia espancado. Notou que um deles tinham um maço de cigarros novinho em seu bolso, e ela decidiu pegar emprestado. Continuou descendo, e encontrou Anne no primeiro andar, e as duas saíram. Anne parecia assustada, mas ao mesmo tempo feliz.

 

— Como foi? - Perguntou Anne.

 

— Ele não vai mais te perturbar. Disse que agora ele "me quer". Se ele acha que vou ser a noiva dele ou algo do tipo, ele ta bem enganado.

 

— Desculpa por colocar você nessa, Tomoyo. De verdade.

 

— Relaxa, eu consigo me defender. Aliás, não fiz tudo isso de graça, então não vejo problemas. Você e sua mãe que estavam em perigo, mas isso já foi resolvido. - Disse Tomoyo. - Aliás, o que vocês fizeram pra ter toda essa dívida?

 

— É complicado. Prefiro não tocar no assunto. - Anne fechou a cara, e parecia estar com vergonha.

 

— Ok, não precisa falar se não quiser. Devia contar, já que sabe tudo sobre a minha vida, mas ok. Só saiba que seus problemas acabaram de vez. Agora, vamos atrás dos meninos. - Ela puxou um dos cigarros, e os acendeu. Eram de sua marca favorita. - Ah, eu tava precisando disso. - Ela suspirou.

 

— Se eu pegar ficar doente inalando essa fumaça......

 

— Se você continua viva mesmo inalando o ar dessa cidade, não vai ser isso que vai te matar. Vamos logo, temos que salvar os meninos!

 

— Certo!

 

 

Satsuki desce do helicóptero pelo heliponto que ficava no topo do edifício, e seguiu para seu escritório. Dali, deu ordens para que seus homens seguissem para Midal, já que acreditava estar com aquela cidade tomada para si. Foi até o banheiro, e tomou um banho para se lavar de todo aquele sangue e sujeira. Após sair do banho, se vestiu com um sobretudo preto, cujos botões de cima ficavam fechados, e os de baixo soltos, a dando mais liberdade e mobilidade nas pernas. Usava calças pretas e um salto alto preto também. Ela sabia que essa noite seria especial, e já estava preparada. Enquanto aguardava sentada em seu sofá, foi recebida por Becker.

 

— Então? - Perguntou Satsuki(Mikasa).

 

— Algumas coisas aconteceram enquanto a madame esteve fora. Tomoyo e a gangue Coyote invadiram uma de nossas fábricas, e acabamos tendo que tomar providências.

 

— Matou eles? Merda, queria ter participado.

 

— Não exatamente, senhora. Mandei um dos guardas explodirem a fábrica, como forma de fazê-los de criminosos para a mídia. Agora, todos os cidadãos de Avalon acreditam que Tomoyo e a gangue Coyote são um bando de terroristas.

 

— E quem te deu a permissão de fazer isso?! - Satsuki se levantou, e andou em direção a Becker. - Esse tipo de ordem deveria passar por mim primeiro, sabia?

 

— Eu só achei que - Becker foi interrompido por um soco no rosto.

 

— Que se foda o que você achou. Se está achando que tem toda essa autonomia, melhor pensar de novo, Becker. Não me importa nem um pouco se seu pai foi um cara importante no passado. Você é meu subordinado, e deve me obedecer. Eu sou sua líder, e espero que me trate como tal daqui pra frente.

 

— Eu....peço desculpas, madame. Porém, tenho algo que talvez possa te animar. Venha comigo.

 

Becker levou Satsuki até sua sala, e ali, ela encontrou Miles, amarrado. Ela rapidamente o reconheceu, e riu. Riu como nunca antes. Rapidamente, criou um plano em sua cabeça.

 

— Você se superou dessa vez, Becker. Meus parabéns. - Satsuki havia mudado para sua terceira e última personalidade, chamada de Motoko. Ela era uma verdadeira líder, focada, inteligente, pensava sempre um passo a frente, e não conseguia esconder quando ficava satisfeita com algo, como nesse momento, em que um grande sorriso se estampou em seu rosto. Diferente do sorriso bizarro de Mikasa, Motoko demonstrava que estava por cima ao sorrir, e irritava seu oponente, ao invés de assusta-lo. 

 

— Muito obrigado, madame. O que faremos a seguir? 

 

— É simples. - Disse Satsuki, enquanto Miles ouvia tudo, irritado por mal conseguir se mexer e se opor. - Tomoyo vai vir mais cedo ou mais tarde atrás dele, e quando isso acontecer, nós jogaremos tudo que temos contra ela. Foi isso que fizeram com o pai dela, e deu certo, não é?

 

— Quer que eu faça os preparativos?

 

— Sim, por favor. Vamos fazer uma bela de uma festa de boas-vindas pra nossa querida Tomoyo.


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