A epidemia escrita por Crik Snape


Capítulo 7
Coisas ruins


Notas iniciais do capítulo

Olá!!
Como vocês estão? Espero que muito bem, obrigado. Que tempos difíceis esse que estamos vivendo, não é mesmo? A parte boa, para mim, é poder escrever essa história e compartilhá-la com vocês.

Adorei todos os comentários do último capítulo, vocês me surpreenderam. Fiquei muito contente com a reação positiva à aproximação dos nossos personagens.

Agora, um pouco mais íntimos e sem tantas cobranças consigo mesmos, eles conseguem aproveitar melhor seus momentos juntos. Mas neste capítulo, eu tentei trazer alguns acontecimentos novos, algumas revelações e vou começar a prepará-los para quando as coisas começarem a sair de controle na enfermaria. Sim, tá tudo muito tranquilo até agora.

Ainda reservo um futuro muito animador para esta história, e não se enganem, nem tudo o que parece, será no final. Conto com vocês nessa aventura.

Espero que gostem, se divirtam e aqui vai um recadinho importante: eu tenho descrito cenas de sexo nos últimos capítulos, e neste também. Tenho tentado fazer isso de uma forma não tão invasiva, devido à classificação da fic, e porque acho que o momento nem o cenário é o mais adequado para cenas tão quentes.

P.S.: hoje a indicação da música fica por conta de vocês ;D



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No capítulo anterior...

“- Dessa vez sou eu que preciso voltar ao trabalho. – ela disse, cobrindo o corpo nu com um lençol – Mas você fica e descansa.

— Eu não pretendia ir para lugar algum, se quer saber.

Ela sorriu, beijando-o uma última vez, o que foi o suficiente para adormecê-lo. Era agradável vê-lo dormindo, um sono sereno, a respiração calma.”

 

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Desde o início daquela epidemia, Severo Snape não tinha tido uma noite se quer de sono tranquila. Tudo era tensão, apreensão e atenção. Mas ultimamente, ele vinha podendo descansar como devia.  E tudo graças à Hermione, que lhe fazia sentir mais vivo e sempre o lembrava de que precisava ter seu próprio descanso.

Naquele final de dia, depois de ter estado com ela na cama, novamente, sentia-se mais revigorado. Jantaram juntos, à mesa, e conversaram sobre amenidades, pela primeira vez. Em muitos momentos ela sorriu e se divertiu com ele.

— Então, se quiser ir descansar agora, fique à vontade. – ele disse, levantando-se da mesa e sendo acompanhado pelos olhares dela – Voltarei para o salão, agora.

— Posso ir com você?

Severo notou a mudança de comportamento da moça. Não sabia se tinha sido responsável por isso, ao dizer algo desnecessário.

— Se quiser. – ele disse, antes de se afastar da mesa e procurar por sua capa.

Assim que a localizou, vestiu-a e se retirou dos aposentos, sendo seguido por Hermione de perto. Ao passarem pelas grandes portas da enfermaria, Severo deteve-se, forçando Hermione a fazer o mesmo. Sem entender, ele percebeu algo que certamente teria passado desapercebido por eles se não estivessem com tanto tempo sobrando: uma das portas estava entreaberta, revelando um pedaço do corredor lá fora.  

— Isso não me parece certo. – ele ia dizendo, enquanto fechava a porta, mas antes analisando o corredor fora dela.

— Deve ter sido o vento.  – Hermione argumentou, achando que era uma boa justificativa, afinal, ninguém tinha entrado nem saído por aquelas portas o dia todo.

— O vento não faria isso. Ajude-me a verificar se estão todos em seus leitos.

Dizendo isso, fechou a porta de uma vez, mas não a trancou, como nunca fazia. Hermione achou um pouco exagerado da parte dele achar que algum enfermo tivesse deixado a enfermaria, como um fugitivo, certamente. Mas não questionou e caminhou pelos corredores de um lado, olhando em todos os leitos através das cortinas, enquanto ele fazia o mesmo no corredor oposto.

— Estão todos aqui. – ela concluiu, encontrando-o na bifurcação dos corredores.

— O mesmo do outro lado. – ele ainda estava bastante encabulado com a situação, mas lançou para longe as suspeitas infundáveis e se direcionou para ela com mais cordialidade – A Srta. deveria ir descansar, teve um dia agitado, e amanhã teremos outro, graças àquela correspondência do Ministério que recebemos mais cedo.

— Está certo, farei isso. Boa noite, professor.

E então se afastou, dando as costas, mas ainda querendo ficar. Percebendo a relutância da moça em partir daquele modo, Severo se adiantou até ela e a deteve com uma mão em sua cintura. Ao virar-se para ele, foi surpreendida por uma aproximação dos seus corpos, o que a deixou constrangida visto que estavam em pleno salão da enfermaria, e qualquer um poderia vê-los.

— Adoraria acompanhá-la, mas preciso adiantar algumas poções, você sabe... para amanhã. – ele se explicou, afastando algumas mechas de cabelo da face da jovem.

— Eu sei, não se preocupe. – ela se sentia mais leve, agora que sabia que ele se importava com ela – Eu ficaria satisfeita se...

Mas ela não teve tempo de concluir sua sentença, pois ele a calara com os próprios lábios, em um beijo calmo, repleto de sentimento. Aquele sentimento que ela tanto queria que eles tivessem discutido durante o jantar, e que agora era todo dedicado a ela em forma de carinho, no modo como as mãos dele contornavam sua cintura, no modo como a testa dele encostou na sua ao final do beijo.

— Por hora, espero que fique satisfeita com isso. 

Não, com ele, ela nunca ficaria satisfeita só com isso. Mas, por hora, estava bom. Muito melhor do que ela tinha imaginado, quando achou que iria para cama de mãos e mente vazias. Mas agora ela tinha um bocado de coisas no que pensar antes de pegar no sono. Duvidada até que esse sono viria. Sorrindo, ela se afastou das mãos dele, e ele foi permitindo que ela seguisse para os aposentos.

Quando a perdeu de vista, olhou ao redor para se certificar de que estava tudo em ordem. Exceto por uma porta que estava novamente entreaberta, e não tinha sido por causa do vento. Não ventava naquela noite, nem tinha ventado durante o dia. Mas Severo não percebeu, porque ele se retirou direto para o laboratório, onde sabia que teria que dividir sua mente entre o preparo das poções e as ideias indecentes que lhe ocorreriam durante a madrugada.

Por trás daquelas portas de carvalho que subiam até quase o teto, e se dividiam em duas partes, o corredor do castelo se apresentava silencioso e fracamente iluminado pelas tochas nas paredes de pedra. Mas não estava vazio, porque um aluno se esgueirava entre a brecha das portas para poder ver o que acontecia dentro da enfermaria, escondido debaixo de uma capa que o tornava invisível, e que ele roubara do melhor amigo naquela mesma manhã.

Ronald Weasley passara o dia desaparecido do salão comunal da Grifinória, e seus amigos já estavam prestes a comunicar à Direção sobre o fato quando ele entrou pelo quadro da Mulher Gorda com a expressão mais sombria que todos já viram alguma vez. Justo ele, que era sempre tão divertido, engraçado e discreto. Agora parecia a ponto de lançar uma maldição imperdoável.

— Diga alguma coisa, Rony. – Gina o pressionava, era a única com coragem suficiente de dirigir-lhe à palavra – Você foi atrás da Hermione?

— Fui. – ele respondeu, o olhar ainda distante – Mas preferia não ter ido.

Harry e Gina suspiraram com o coração apertado, temendo as notícias ruins. Mas Rony não disse mais nada, simplesmente jogou a capa da invisibilidade contra o sofá e saiu pelo quadro novamente, deixando para trás todo o seu senso de responsabilidade e quebrando as regras de isolamento impostas, mais uma vez.

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Na manhã seguinte, uma chuva fina caia lá fora e molhava as vidraças das janelas. Tinha começado a chover ainda de madrugada, e agora perdia força. No horário habitual, Hermione já estava desperta, e terminava de secar os cabelos quando seu professor entrou nos aposentos, um pouco apressado.

— Que bom que já está acordada. – ele foi logo dizendo.

— Aconteceu algo?

— Não, não aconteceu nada. Estava apenas esperando que acordasse para podermos fazer o desjejum juntos.

— Ah... desculpe, se soubesse que estava com fome, teria despertado mais cedo.

— Não é disso que se trata, mas do que podemos conversar enquanto comemos. Venha, sente-se.

Com um gesto, afastou uma cadeira para que ela se acomodasse. Sentou-se no aposto, como sempre faziam em todas as refeições. Dada a importância daquela, Hermione estava curiosa pelo teor da conversa que teriam.

— Como sabe, Srta., teremos que enviar um relatório e alguns materiais de coleta para o Ministério, conforme nos foi solicitado. – ele ia explicando, enquanto se servia das opções daquele café-da-manhã.

— Que tipo de materiais vamos coletar, professor?

— Sangue, basicamente. Já tenho tudo pronto, trabalhei nisso a madrugada inteira. Precisamos coletar de todos os pacientes e enviá-los até o meio-dia, para que possam ser processados nos laboratórios conveniados ao Ministério.

— Tudo bem. Só precisamos terminar aqui e podemos começar, se quiser.

— Pensei em realizar o procedimento em um paciente, para que veja como é feito, e então poderá realizá-lo nos demais, sozinha. Assim terminamos mais rapidamente.

— Estou de acordo. – ela concordou, mas ficou um pouco insegura – Se não for tão complexo....

— Não será. – ele garantiu, sorrindo para acalmá-la – Aprendi com a Madame Pomfrey, no início da epidemia. Você aprenderá comigo.

Ouvindo-o falar daquela forma, deixava-a mais calma para enfrentar seus medos e receios. Concluída aquela refeição, ambos deixaram os aposentos e se encaminharam para o salão, onde já havia diversos materiais dispostos sobre uma bancada.

Severo ia separando tudo do que precisaria e entregando à Hermione sobre uma bandeja de alumínio. Nela, organizado por leitos, estavam dois frascos de vidro, um vazio e outro parcialmente preenchido por um líquido incolor, assim como alguns outros itens da medibruxaria.

— Acho que isso é tudo que precisamos. – Severo disse, confirmando uma última vez, e então pegando para si a bandeja – Vamos começar pelo leito da Srta. Davis.

— É o leito quatorze, certo?

— Sim, esse mesmo.

— Achei que ela receberia alta em breve... o senhor mesmo me disse, se lembra?

— Perfeitamente. – ele concordou – Talvez depois que recebermos os seus resultados, possamos lhe dar alta.  

Hermione sorriu com a perspectiva de uma esperança para o fim daquela epidemia.

— Como está se sentindo esta manhã, Srta. Davis? – Severo perguntou à moça de cabelos claros, assim que atravessou as cortinas que separava o leito.

— Muito bem, professor. – ela respondeu, um sorriso animado apontando em seus lábios – Já posso deixar a enfermaria?

— Ainda não, Srta. – ele conseguiu desfazer o sorriso dos lábios dela - Hoje é dia de exames.

Ela não ficou completamente satisfeita, mas não questionou. Foi então que notou a presença da morena próxima ao pé da cama, e voltou a esboçar o seu melhor sorriso.

— Ah, oi, Hermione! 

A morena lhe devolveu o mesmo cumprimento e um sorriso, e se aproximou do professor para observar o que ele fazia.

— Está vendo estes dois frascos, Srta. Granger?

— Sim. – ela concordou, atenta.

— Primeiro, usaremos este. – disse, e pegou aquele que continha um líquido incolor – Está com sua varinha?

— Sim. – ela respondeu, retirando o artefato das vestes.

— É ela quem vai fazer isso em mim, professor? – a aluna quis saber, visivelmente assustada com a ideia.

Hermione ficou levemente constrangida pela falta de confiança da outra, mas deixou que o professor lidasse com aquela questão.

— Não, Srta. – ele respondeu, lhe direcionando um olhar duro – Mas eu irei ensiná-la, portanto, não me interrompa.

A aluna se calou diante da bronca, e se ajeitou nos travesseiros. Severo deu uma última olhada nela e pediu licença para sentar-se sobre a cama, de modo que pudesse executar a tarefa mais confortavelmente.

— Aproxime-se mais, Srta. Granger.

Hermione obedeceu e viu quando ele puxou a varinha das vestes e, com a ponta dela, sugou todo o líquido de dentro daquele frasco. Olhou para ele e mais uma vez para a varinha, tentando entender para onde o líquido havia ido, mas não soube.

— Estique seu antebraço para mim, Srta. Davis, com a palma da mão para cima. – ele ordenou, no que a moça obedeceu e o fez. - Agora irei aproximar minha varinha e coletar o seu sangue.

Adiantando-se ao que iria sentir, a aluna logo estremeceu e virou o rosto para o lado. Severo notou, mas não deu importância, porque sabia que a dor seria mínima. Como dito, aproximou sua varinha até a dobra de seu braço e lançou o feitiço em voz alta.

Extract sanguis!

Lentamente, um filete do líquido incolor ia deixando a ponta da varinha e penetrando na pele da jovem, como uma fina linha quase transparente. Aos poucos, o filete ia ganhando cor e transformando-se em um vermelho vivo.

Finis extract sanguis!

Com este novo feitiço, o processo de coleta se deu por finalizado e aquele mesmo filete, agora repleto de sangue, voltou para dentro da varinha, deixando Hermione surpresa. Depois, pegou o outro frasco de vidro que estava sobre a bandeja, aquele vazio, e enfiou a ponta da sua varinha lá dentro, depositando ali todo o sangue que havia coletado da moça. Hermione observava a tudo atentamente, pensando no quão prático aquele procedimento parecia, comparado aos métodos trouxas.

— Já temos o sangue. Agora, já pode abrir os olhos, Srta. Davis.

Assim que a aluna obedeceu, Severo voltou sua atenção para Hermione e sinalizou para que se retirassem. Do outro lado das cortinas, ele deu uma olhada para a morena, achando estranho que ela estivesse tão calada.

— O que achou? Um pouco complexo para você?

— Não. – ela respondeu, voltando a si – É só que... – mas sua voz se perdeu novamente, e ela continuou a fitá-lo.

— Tudo bem se não conseguir, eu posso fazer o trabalho sozinho.

— Não é isso. Eu sou boa em feitiços...

— É verdade, você me disse isso ontem, enquanto eu... – ele ia dizendo, mas parou, e então baixou o tom de voz para continuar - ... enquanto eu rasgava suas roupas.

Hermione corou com aquele comentário e desviou os olhos, achando que alguém poderia ter ouvido aquilo. Notando o desconcerto da moça, Severo começou a caminhar e ela o acompanhou.  

— Eu ia dizer que estava refletindo sobre aquele feitiço para testagem do vírus no organismo, que comentei ontem.  

— Não é tão simples quanto pensa, criar um feitiço, senhorita. – ele virou-se só um pouco para olhá-la uma vez e voltou a olhar para frente. – O próximo leito será o da Diretora McGonagall, e quero que tente fazer dessa vez.

— Mas, e se for um feitiço bastante útil? – ela insistiu no assunto.

— Precisa ser aprovado pelos conselhos, testado, aprovado pelo Ministério e implementado. Isso pode levar anos, se não for arquivado antes de chegar aos conselhos.

— Mas...

— Vamos nos ater a este momento, Srta., e ao que temos à nossa disposição. – ele a cortou, rudemente, já chegando ao leito da Diretora.

— Achei que estivesse interessado na minha teoria, mas vejo que seu interesse era outro, apenas. – ela disse, rabugenta, cruzando os braços contra o peito.

Hermione não se deu conta, mas quando disse aquilo já estavam à frente do leito da Diretora e as cortinas tinham acabado de serem abertas pelo professor. Agora, cara a cara com a Diretora, Hermione ficou sem jeito, pois sentia que o segredo deles poderia ser descoberto.

— Severo, Hermione. – a Diretora os cumprimentou, um olhar que refletia curiosidade.

 Severo pigarreou uma vez, para despistar o seu próprio desconforto e depositou a bandeja sobre uma mesinha ao lado, sentando-se na beirada da cama, em seguida.

— Como está se sentindo essa manhã, Minerva?

A senhora não respondeu de imediato, ainda percorria seus olhares do mestre para a aluna, esta que lhe sorria de volta cordialmente.

— Não diria que estou nos meus melhores dias. Acordei um pouco indisposta, na verdade.

— Lamento muito, Minerva. – Severo lhe pareceu muito sensível com aquele comentário – O Ministério solicitou exames atualizados de todos os doentes. Estamos aqui para isso, agora.

Minerva colocou um pequeno sorriso em seus lábios ressecados e se posicionou melhor sobre a cama, já esticando o braço na direção de Severo, pois conhecia os procedimentos.

— Não, quem fará será a Srta. Granger, não eu.

— Se me permitir, professora. – Hermione se aproximou, apreensiva.

— Claro que sim, minha jovem. Estou contente por saber que Severo está lhe dando a chance de aprender coisas novas.

Hermione sorriu de volta para a senhora, em acordo, e se sentou na beirada da cama, como seu professor havia feito antes. Suas mãos estavam geladas, mas ela tinha entendido bem o que precisava ser feito e como deveria fazê-lo, mas também tinha dúvidas.

— Professor, como absorvo o líquido do frasco? – ela perguntou, se dando conta que não sabia fazer aquilo.

— Perdão, eu devo ter usado um feitiço não verbal quando fiz isso antes. Diga “serum totalus”.

Ela fez como ele tinha dito e viu a mágica acontecer diante de seus olhos, deixando-a mais animada.

— Professora, irei aproximar minha varinha, agora, para coletar seu sangue, tudo bem?

— Como quiser. – a senhora permitiu.

Ao lado, Severo observava como sua aluna conduzia o procedimento, e ficara orgulhoso ao notar seu profissionalismo. Inevitavelmente, um pequeno sorriso se formou no canto de seus lábios. Quando o filete incolor começou a ganhar cor, os dedos de Hermione tremeram sobre a varinha e em sua expressão se formou um misto de insegurança. Severo se adiantou e se curvou perto dela, ele sabia o que estava acontecendo.

— Srta., sente essa pressão em sua varinha? 

— Sim! – ela respondeu, um pouco exasperada.

— É normal, significa que está fazendo certo. Mas mantenha sua varinha firme, ou poderá causar um hematoma nesse local.

Aquilo não parecia tê-la ajudado, só fez com que ficasse ainda mais insegura. Por um instante, a pressão ficou tão latente que Hermione achou que soltaria a varinha. Percebendo a dificuldade, Severo decidiu agir, e ajudou-a a manter estabilidade, posicionando sua mão sobre a dela, praticamente cobrindo-a toda. Aos poucos, a pressão foi diminuindo e ele sentiu que já podia deixá-la fazer sozinha. Do outro lado, Minerva assistia a tudo com diversos pensamentos percorrendo sua mente.

Finis extract sanguis!— ela pronunciou e finalizou a coleta.

Quando abriu o frasco para depositar o conteúdo coletado, seus dedos estavam um pouco trêmulos e escorregadios. Seu pescoço também queimava, e inconscientemente levou uma das mãos até lá e abanou de leve.  

— Isso é tudo, professora.

— Só mais uma coisa, por favor... – Minerva pediu, ajeitando-se na cama – Hermione, gostaria de ouvir a sua teoria, esta da qual falava quando entrou aqui.

Hermione não disse nada, não estava certa se podia. Mas ficou animada com a possibilidade de conversar com a Diretora sobre algo tão relevante.

— Não temos tempo para isso, Minerva. Precisamos continuar com os exames. – foi Severo quem disse, deixando Hermione frustrada.

 Assim, eles se despediram dela e se retiraram de lá.

— Você está bem? – ele perguntou para Hermione, assim que fecharam as cortinas e começaram a caminhar. 

— Desculpe. – ela pediu, a expressão mais triste que ele já vira – Eu poderia ter feito melhor.

— Foi sua primeira tentativa, não tem problema. Vamos fazer isso juntos, mais uma vez.

Hermione achou que seu peito transbordaria de tanta satisfação por ouvi-lo falar daquela forma, quando lembrava que, não fazia muito tempo, eram quase inimigos, sempre se enfrentando pelos motivos mais aleatórios. Ela deixou um sorriso escapar, que logo deu lugar a uma expressão de surpresa quando o sentiu se aproximando, os lábios já roçando contra os dela, envolvendo-a com um beijo casto, silencioso, já que não podiam chamar a atenção.

Seus lábios se separaram dos dela uma vez, para em seguida retornarem mais ligeiros e calorosos. Hermione confiava desmedidamente naquele homem e, por isso, esquecia todos seus medos e inseguranças quando estava em seus braços. O beijo deu lugar a um carinho gentil e então ele se afastou, ainda de olhos fechados, ela notou.

Ao meio-dia, conforme planejado, todos os materiais já haviam sido coletados e estavam perfeitamente alinhados sobre a bancada. Um sentimento de serviço cumprido floresceu dentro de Hermione.

— Precisamos rotular cada um dos frascos para que sejam enviados devidamente identificados. – Severo disse, e lhe entregou uma pena de repetição rápida e pergaminhos.

As penas iam escrevendo as informações e com as varinhas eles rotulavam cada um dos frascos. Em uma caixinha, eles foram acondicionados, de forma segura, e Severo informou que iria pessoalmente à sala da Direção enviá-la via flu, mas não demoraria.

Já passava de meio-dia e Hermione lembrou que a professora McGonagall havia se queixado de estar indisposta. Pensou em dar uma olhada novamente, para ver se ela já se sentia melhor. Quando abriu as cortinas do leito, encontrou-a sentada em uma cadeira, uma pena em uma das mãos e a outra apoiando um pergaminho sobre uma das pernas. Escrevia algo, mas a mão tremia e tudo o que conseguia era fazer rabiscos.

— Professora? – Hermione chamou, no que a senhora ergueu a cabeça para fitá-la.

— Ah, minha querida, que bom que está aqui. Será que poderia me ajudar?

— Sim, claro. Mas primeiro, deixe-me ver como estão seus parâmetros. – Hermione disse apontando-lhe a varinha e notando que haviam alterações na temperatura e pressão.

Com um movimento, ajudou a senhora a levantar-se e colocou-a de volta na cama, cobrindo-a e administrando algumas poções que estavam à mão. Por fim, sentou-se na cadeira e trouxe para o colo os pergaminhos rabiscados.

— O que deseja que eu faça, professora?

— Bom, tenho algumas coisas que gostaria de anotar, antes que eu me esqueça. Pode fazer isso, enquanto eu lhe dito?

Hermione balançou a cabeça afirmativamente e começou as anotações conforme a senhora ia lhe dizendo. No geral, tratavam-se de informações aleatórias, como endereços, números sem alguma relação com nada, nomes de pessoas, coisas do tipo. Hermione não entendeu a necessidade disso, mas achou que era importante.

— O que pensa que está fazendo, Srta. Granger? – Severo adentrou o leito de supetão, assustando a ambas as mulheres.

Seu olhar era intenso e estava encoberto por uma sombra que Hermione já vira outras vezes, uma bastante assustadora, por sinal.

— Não a culpe, Severo. Fui eu quem pedi para que me ajudasse, eu me sentia fraca.

— Você está equivocada, Minerva. E isso é desnecessário. – ele disse, retirando os pergaminhos das mãos de Hermione sem cerimônia alguma.

Uma singela lágrima desceu pelas bochechas da senhora, pegando Hermione de surpresa, já que ainda não entendia o que estava se passando.

— Já que você entrou na minha mente, Severo, então me diga: quando?

Severo se manteve em silêncio por alguns segundos, desviando sua atenção para o pergaminho, lendo o suficiente para deixá-lo um pouco transtornado.

— Um testamento, Minerva? Pediu à sua aluna para ajudá-la a escrever seu próprio testamento?

Hermione sentiu seu peito inflar e um suspiro escapou por seus lábios, os olhos indo e voltando de um professor para outro. De repente, não conseguiu mais respirar e achou que iria passar mal. Levantou-se em um salto e saiu dali à passos largos, sem ser impedida ou seguida. Severo voltou-se para Minerva e deixou os braços caírem ao lado do corpo, arrependido do que tinha causado.

— Quando serei transferida, Severo? Diga-me.

— Não sei. – ele respondeu, sentando-se na cadeira onde Hermione estivera segundos antes – Acabo de vir da sala da Direção. Entreguei seus exames com um pedido de transferência anexado.

— Eu sabia.

— Você não quer ser curada, Minerva?

— Quero continuar em Hogwarts, é isso o que quero. – ela respondeu, limpando novas lágrimas. – Quero que continue cuidando de mim. Você é bom nisso, Severo.

— Sibila morreu enquanto eu tentava reanimá-la. – ele disse, baixando a cabeça para esconder sua decepção.

— Ah, Severo, não foi sua culpa. Ela estava muito doente, e nós fizemos tudo o que estava sob nosso alcance.

— Olhe para você agora, Minerva. – ele se exaltou – Você está tão doente quanto ela, e não quero ter que fazer por você o que está sob o meu alcance, apenas. Quero que você seja bem assistida, e que receba o melhor tratamento possível.

— Quero ficar em Hogwarts, Severo. – ela ditou, firme, mantendo o olhar sem desviar - Este é o meu lugar, foi o lugar de Dumbledore e é o seu lugar também, você sabe disso.

Ele sabia, é claro. Todas as suas memórias estavam presas àquele castelo. Mas para Severo era diferente, pois ele já tinha lutado pela vida algumas vezes antes, e sempre aceitou o seu destino, fosse qual fosse. Mas Minerva não, ela tinha uma vontade de viver e ser útil que o invejava, às vezes. Por isso estava decidido, dessa vez era ele quem iria lutar pela vida dela, mesmo que significasse transferi-la.

— Não há discussão para isso, Minerva. – ele disse e se levantou, guardando o pergaminho nas vestes – Vai me agradecer, quando isso tudo acabar.

Sem lhe dar qualquer possibilidade de resposta, ele se retirou, as cortinas balançando tamanha a força com que as afastou para passar. Não soube para onde estava indo, mas seus pés o levaram por instinto para os aposentos reservados. Antes disso, passou por Hermione pelo corredor e  seus olhares se cruzaram em um momento, mas ela desviou.

Resignado, Severo cedeu ao cansaço e decidiu tirar suas horas de descanso. Sua cama ainda estava desarrumada desde ontem, e ele se lembrou de quando a deixou nesse estado, quando levou Hermione para lá e a amou. Apegou-se a essa lembrança para conseguir pegar no sono, o que não demorou.  Não foi um sono tranquilo e os assombros o fez despertar sobressaltado.

Quando se levantou, seus passos o levaram para debaixo do chuveiro e ele só percebeu que tinha ido parar lá quando a água gelada caiu em seus ombros e lhe arrancou um suspiro. Ele não cedeu ao frio, pois gostava da sensação dos pingos lhe machucando a pele, como facas afiadas. Com as mãos apoiadas contra as paredes, deixou aquela sensação consumi-lo por completo, e assim foi esvaziando a própria mente, pouco a pouco.

Quando se sentiu livre daquele sentimento de impotência e culpa, começou a pensar em coisas diferentes. O primeiro pensamento que lhe veio à mente era como se sentia confortável quando estava sozinho com Hermione, quando podia lhe tocar, lhe beijar e despejar nela todo o seu prazer. Era sempre difícil para ele em alguns momentos, mas quando a barreira se quebrava, ficava mais fácil se aproximar sempre que podia.

Quando parou de sentir frio com a água gelada, olhou para baixo e notou sua ereção evidente, depois de tantos pensamentos indiscretos. Sorriu, pensando na ironia que aquilo tinha. Ele não se satisfez, ali, sozinho, durante o banho, porque não achou justo violar a imagem de Hermione sem que ela soubesse.

Depois que terminou de se vestir, notou que havia um prato sujo sobre a mesa do jantar, e deduziu que Hermione havia passado por ali. Por isso, jantou em silêncio, sozinho, meio sem apetite. Deixou os aposentos terminando de vestir sua capa e a encontrou no laboratório, mergulhada em pergaminhos e livros que ele nem sabia que tinha ali. Hermione ouviu o barulho de suas botas se aproximando, e pareceu ficar um pouco tensa.

— Vi que não me esperou para o jantar. – ele comentou, puxando um livro para ler.

— Você demorou no banho. Eu tinha que vir aqui terminar a pesquisa.

Severo lembrou a razão para ter demorado mais que o normal no banho, e quase teve uma nova ereção bem ali, ao lado dela. Teria ficado muito envergonhado se isso acontecesse, e se divertiu com esse pensamento.

— O que é tão engraçado? – ela quis saber.

— Algo de que me lembrei agora. Nada demais.

— Já que está aqui, o que acha de me ensinar o preparo da poção immunis? Eu já fiz algumas anotações de possibilidades de ingredientes para substituir os atuais. Quer dar uma lida?

— Claro. – ele concordou, puxando os pergaminhos para si enquanto se acomodava em um banco.

Ficou ali, alguns minutos em silêncio, lendo, ponderando, rabiscando às vezes. Do outro lado, Hermione fazia o mesmo com os seus próprios. A mente deles trabalhava de forma muito parecida quando significava aprender, absorver e produzir conteúdo. Eram duas mentes brilhantes que eventualmente se confrontavam por excesso de brilhantismo, só podia ser isso.

— E então? – ela perguntou, quando o viu abaixar os braços e ficar pensativo.

— Alguns desses ingredientes não possuem as propriedades necessária, mas outros, sim. Acredito que possamos tentar. – ele explicou, devolvendo o pergaminho à bancada – Mas não hoje.

Hermione sentiu o desânimo em seu tom de voz, e imediatamente sentiu-se cabisbaixa, também.

— Eu não entendi o que significavam aquelas informações que a professora MacGonagall estava me pedindo para anotar. – ela começou a dizer.

— Eu imaginei.

— Eu nem sei se teria feito, se soubesse.

—Há algo que você precisa saber, sobre a professora McGonagall. – ele disse com um tom que deixou no ar um suspense.

Alguma informação importante Hermione achava que tivesse perdido, pois parecia que o que ele iria lhe contar era algo inédito. Não desviou seus olhos do professor, que também a estudava com o olhar.

— Onde estão aquelas suas pesquisas sobre os grupos de risco?

— Aqui. – ela apontou para uma pasta, que estava próxima.

— Me diga, em que grupo Minerva está classificada?

Ela não precisou abrir a pasta e resgatar os arquivos de sua professora, pois sabia bem o que estava anotado lá.

— Eu a classifiquei como grupo de risco máximo. – ela respondeu, baixando o tom de voz porque lhe machucava admitir – Por causa de sua idade já avançada.

— O que você ainda não sabe, pois isso não está nos registros da enfermaria, é que a professora foi diagnosticada com algo similar ao que os trouxas chamam de.... como é mesmo o nome? – ele parou um instante para pensar e Hermione quase desmoronou pela espera – Ah, sim, câncer.

— Não! – foi tudo o que ela conseguiu dizer, além das lágrimas que já estavam se preparando para cair e agora o faziam livremente.

Severo quase se arrependeu der ter revelado aquelas informações, mas ela precisava saber.

— Nós vamos cuidar dela, não vamos? – ela perguntou, secando as lágrimas com a costa da mão.

— Isso não será mais responsabilidade nossa. Eu solicitei sua transferência para o St. Mungus esta tarde.

— Isso é bom, não é?

— Sim. Eles irão cuidar dela melhor que nós, eu garanto.

Hermione balançou a cabeça afirmativamente e respirou fundo para se recompor do acesso que tivera. Quando se levantou, preparando-se para se retirar, sentiu seu pulso ser segurado por ele. Ergueu os olhos para encontrá-lo fitando-a com intensidade.

— Eu gostaria que não tivesse que passar por isso. – ele disse.

Ela se aproximou mais dele, que ainda estava sentado, ficando em pé entre suas pernas, uma mão sobre seu ombro.

— Você não entende, não é? Eu sou mais forte do que pensa. Um pouco emotiva, é verdade, mas forte. Eu lutei uma guerra antes, e tive muito medo, o tempo inteiro. Agora não é diferente, mas ainda consigo ser forte. Talvez, ainda mais forte que antes.

Severo a admirava por essa determinação, por essa paixão que nunca se abalava, nem por causa dele. Mas não achou suficiente a distância e então a trouxe para mais próximo. Estavam praticamente na mesma altura, visto a diferença entre ele que estava sentado e ela, em pé.

Uma das mãos dele deslizou pelo contorno perfeito de seu pescoço, acariciando atrás de sua orelha para depois embrenhar seus dedos entre os cachos, massageando. Ela desejou receber aquele cafuné todas as noites, antes de dormir, e seu desejo a fez se lembrar de que não sabia até quando o teria daquela forma. Até o final da epidemia? E quando isso seria? Ou até o próximo conflito interno deles?

— No que está pensando? – ele perguntou, encarando os olhos castanhos dela que acabavam de se abrir para ele.

— Nunca conversamos sobre nós.

Por isso ele não esperava, e não deixou de transparecer a sua surpresa e desconforto. Seus dedos abandonaram seus cabelos e desceram deslizando pela lateral de seus braços, até deixarem de tocá-la. Hermione ficou frustrada e se arrependeu de ter dito aquilo. Seus olhos arderam e achou que podia voltar a chorar, pois estava emotiva com os acontecimentos. Severo lhe sorriu fracamente.

Naquele momento, então, ela compreendeu o que já estava muito claro para ele. Não havia um “nós” entre eles, nem uma possibilidade de conversa. Quando ele a beijou pela primeira vez, não pensou no que estava fazendo. Em nenhuma das vezes que se amaram, não houve um “nós”, especialmente porque sempre terminaram sozinhos na cama, um sem o outro.

— No que está pensando, agora? – ele quis saber, voltando a segurá-la pela face, curioso pelo silêncio que se instalou entre eles.

— Nas coisas que poderíamos estar fazendo agora, e não estamos. – ela disse, um pequeno sorriso maroto nos lábios, insinuando-se para ele.

Severo percebeu aquela mudança de comportamento.

— Me beija. – ela pediu, ou ordenou, pelo tom.

Ele ainda não estava convencido daquela mudança, mas seu corpo reagiu com aquele pedido carregado de desejo.

— Não me faça pedir de novo.

Não foi necessário, porque ele a beijou. Seus corpos mais pareciam um só, de tão próximos que estavam agora. Não havia cuidado naquele beijo, só um desespero que crescia conforme o desejo. Hermione sentiu seus lábios serem violados no primeiro contato, e cada canto ser preenchido e explorado por sua língua. Ela já estava quase perdendo o fôlego quando ele escorregou as mãos por suas pernas e preencheu-as com suas nádegas, aproximando-a dele mais do que era possível.

Um gemido escapou dos lábios dela, mas foi abafado pelo contato de seus lábios. Com um movimento rápido e calculado, Severo a fez rodopiar nos calcanhares, no que ela deu um gritinho por ter sido pega no susto, para depois rir. O riso não durou muito, pois logo foi substituído por um suspiro, quando sentiu as mãos dele se aventurando em suas coxas, subindo, descendo e avançando até o cós de sua peça íntima, por baixo da saia. Com as costas apoiadas contra o peito dele, ela sentiu que ele respirava exacerbado, mas era o tamanho da ereção dele que a deixou excitada, também.

Ela não teve tempo para pensar, porque ele havia acabado de invadir sua intimidade e com a agilidade dos dedos conseguiu transportá-la para uma realidade completamente nova. Deixou seu corpo relaxar e usou-o como apoio, no que ele a amparou pela cintura e continuou com os movimentos. Uma sucessão de gemidos baixos foram ganhando forma, deixando-o ainda mais excitado.

Ela elevou os braços e contornou o pescoço dele, forçando seu corpo a ficar ainda mais colado ao dele. Foi quando uma onda de prazer subiu, e ela se contorceu sem saber lidar com a sensação. Em um instante, todos os botões de seu uniforme estavam espalhados pelo chão, como no outro dia.

— Qual o seu problema com botões? – ela perguntou, um riso escapando – Vou ficar sem roupas, desse jeito, essa já é a segunda camisa que perco.

— Isso não é um problema. – ele disse, virando-a de volta para ele – Você fica bem sem roupas.

Hermione corou com o comentário e não notou quando ele expôs seus seios afastando a peça íntima que os cobria. Ela não tinha lhe dito, mas era a parte mais sensível de seu corpo, e ele soube no instante em que colocou seus lábios sobre eles, beijando, lambendo, sugando, saboreando e elevando-a a um nível extremo de prazer.

Inconscientemente, ela foi descendo as mãos até o cós de suas calças de brim, massageando sua ereção por cima dela, até arrancar-lhe um gemido ao pé de seu ouvido. Libertando seu membro daquela peça de roupa, Hermione o tomou nas mãos e lhe concedeu um pouco de diversão também. Enquanto movimentava, ritmada, Severo ia se desfazendo dos próprios botões de sua veste, revelando seu tórax que antes ela não havia observado tão bem, e agora encontrava tempo para fazê-lo.

Ele não tinha muitos pelos no peito, e algumas marcas demonstravam que havia lutado em algumas batalhas. A maior dessas batalhas, no entanto, estava deixando uma marca e não era ali, no peito exposto, mas dentro dele. Na sua alma. Severo alcançou seus lábios mais uma vez e a beijou com a maior urgência de todas. Estava muito perto do prazer, quando decidiu interrompê-la, afastando suas mãos do seu membro e levantando-se de onde estava sentado, finalmente.

Hermione achou curioso o movimento, mas quase não teve tempo para pensar, pois logo foi novamente forçada a virar-se de costas para ele. Dessa vez, ele guiou as mãos dela sobre o balcão e foi ali que ela encontrou apoio quando ele roçou seu baixo ventre contra suas nádegas e, com uma mão nelas, empinou-a contra o corpo dele, ao tempo em que com a outra afastou a peça íntima dela para o lado. Por fim, com uma estocada firme, ele a penetrou, tirando dela um gemido quase gutural.

Por sorte, o laboratório era enfeitiçado contra ruídos, e eles podiam fazer o quanto de barulho quisessem. Quanto mais a penetrava, mais ela se apoiava contra a pedra, sentindo o prazer subindo desde a ponta dos dedos do pé até os fios de cabelo. Ali, eles abandonaram totalmente as convenções. A cama, hoje, seria só para dormir.

Com mais alguns movimentos, enquanto ia passeando com os dedos pelo corpo dela, Severo a sentiu relaxar embaixo do seu próprio corpo, indicando que tinha atingido o alívio. Assim, ajudou a conduzir o corpo dela para uma posição ereta e virou o seu pescoço para poder lhe beijar. Com as mãos, preencheu seus seios e com mais alguns movimentos, atingiu seu prazer, também. Ainda com os lábios unidos, ele liberou um gemido, enquanto seu corpo tremia. Ela virou o pescoço mais um pouco para poder vê-lo melhor e sorriu, mostrando que estava satisfeita. Suas respirações estavam aceleradas, e assim eles foram se acalmando, juntos.

Quando finalmente estáveis, ele a deixou, ajudando-a a colocar a peça íntima de volta ao lugar. Aos poucos, foram subindo as peças de roupa para as posições, mas os botões da camisa dela estavam todos espalhados pela sala. Voltando a sentar-se no banco, ele a puxou para o seu colo e a segurou firme, quase não resistindo à tentação de tê-la novamente. Quando notou a camisa dela rasgada, tratou de puxar a própria varinha.

— Posso dar um jeito nisso. Não vai ficar perfeito, mas... – ele ofereceu.

— Não, tudo bem. Eu mesma posso fazer. – ela disse, fechando a camisa com as mãos só para poupá-lo da visão, pois ficava envergonhada.

— Espero não ter lhe machucado. Você me deixou louco, hoje.

Escutá-lo dizer essas coisas também a deixava muito envergonhada.

— Não, foi ótimo. – ela afirmou, com um pequeno sorriso.

Severo não notou, porque ainda estava extasiado, mas havia um tom frustrado em sua voz. Apesar de todo o prazer, Hermione sentia que faltava algo entre eles.

— Acredito que não lhe agradeci apropriadamente, ainda. – ele falou, uma mão acarinhando seus joelhos, enquanto falava.

— Agradecer? Pelo quê? – ela se fez de desentendida.

— Pelo trabalho que tem feito, até agora. Um trabalho brilhante, devo admitir.

Inevitavelmente, a expressão dela se transformou de apreensiva para um pouco decepcionada. Tudo o que mais tinha desejado era que ele pudesse reconhecer seus esforços, mas também esperava que ele começasse a falar sobre seus sentimentos por ela. Ele devia ter sentimentos, não era possível que não tivesse depois de terem estado duas vezes na cama, e uma fora dela, obviamente.  

— Tenho feito o melhor que posso. E fico contente que esteja satisfeito.

— Sempre há muito a melhorar, é claro. – ele concluiu, deixando-a um pouco incrédula - Vá descansar, já está tarde.

— Sim. – ela aceitou a sugestão, mas esperou para deixar o seu colo.

Ele correu um dedo pela lateral de sua face, segurando-a e depositando um último beijo em seus lábios. Pelo visto, aquele era o máximo de carinho que ele poderia dar a ela. Já estava bom, ela pensou. Podia não haver um “nós” entre eles, mas havia muito respeito e um desejo realmente forte. Ela então se afastou, sem olhar para trás, com medo de querer voltar.

— Hermione? – ele a chamou, sim, pelo primeiro nome.

Ela congelou no mesmo lugar, sem reação para aquele chamado.

— Tente não pensar em coisas ruins, antes de ir dormir. – ele completou.

Ela concordou com a cabeça, mas não teve coragem de encará-lo. Uma lágrima escapou, mas ele não viu. A única coisa ruim em que ela realmente pensou, naquela noite, enquanto esperava o sono chegar, foi no sentimento que estava alimentando por seu professor. Era ruim pensar que podia se machucar com isso. Ali, sozinha com seus próprios pensamentos, ela desejou que ele fosse capaz de perceber os sinais. Então, apagou em um sono profundo, mas agitado.


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Notas finais do capítulo

Oii!
Que bom que chegou até aqui. Estou ansiosa para saber o que tem a dizer, porque seu comentário é a melhor parte dessa história.

Um beijo!



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