Believe In Magic: Um novo começo. escrita por Gab Murphy


Capítulo 9
Capítulo 08




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Amélia se sentiu mais feliz pelo resto do fim de semana do que se lembrava de ter se sentido desde do começo das aulas. Ela, Hermione, Caleb e Lisa passaram a maior parte do domingo conversando sobre coisas aleatórias no jardim, juntos a Harry, Rony e Benjamin, que recuperavam o atraso dos deveres, todos encostados à sombra de uma frondosa faia à margem do lago, para aproveitar a despedida do sol outonal. As garotas e o namorado de Lis, que naturalmente estavam em dia com os deveres, enquanto conversavam, faziam gorros e cachecóis com os novelos de lã que Granger levou, mas em algum momento desistiram então encantaram as agulhas de tricô, que clicavam e brilhavam no ar ao lado deles, produzindo mais gorros e cachecóis.

Aquele final de semana havia sido o melhor e mais surpreendente, afinal, em quase cinco anos de amizade, Olívio nunca parecerá se interessar por nenhuma garota, então aparecer namorando não era realmente uma coisa que acontecia todo dia, mas Amélia havia ficado genuinamente feliz por ele. E tinha as aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas, que, apesar de tudo o que Hermione falou, todos sabiam que era um grupo de resistência contra a Umbridge também.

Na manhã de segunda, Amélia e Hermione estavam conversando sobre como estavam ansiosas pelas aulas de Harry quando ouviram a buzina alta e triste que indicava que um menino tentará subir no dormitório feminino. As duas trocaram um olhar e correram para ver quem tinha tentado.

— Hermione pode ir ao nosso dormitório, como é que não podemos...? - ouviram Rony falar e soltaram uma risada.

— Bom, é uma regra antiquada - disse Hermione, quando às duas acabaram de escorregar tranquilamente até eles, sentadas em um tapete -, mas Hogwarts: Uma História conta que os fundadores acharam que os meninos mereciam menos confiança do que as meninas.

— Em todo o caso, por que vocês estavam tentando entrar lá? - Amélia encerrou aquele assunto.

— Para falar com vocês... venham ver isso! - disse Rony, arrastando as garotas até o quadro de avisos. Assim que Amélia colocou os olhos, percebeu que não era nada bom.

POR ORDEM DA ALTA INQUISIDORA DE HOGWARTS

Todas as organizações, sociedades, times, grupos e clubes estudantis estão doravante dissolvidos.

Uma organização, sociedade, um time, grupo ou clube é aqui definido como uma reunião regular de três ou mais estudantes.

A permissão para reorganizá-los deverá ser solicitada à Alta Inquisidora (Profª Umbridge).

Nenhuma organização, sociedade, nenhum time, grupo ou clube estudantil poderá existir sem o conhecimento e a aprovação da Alta Inquisidora.

O estudante que tiver organizado ou pertencer a uma organização, sociedade, time, grupo ou clube não aprovado pela Alta Inquisidora será expulso.

O acima disposto está em conformidade com o Decreto da Educação Número Vinte e Quatro.

Assinado: Dolores Joana Umbridge, Alta Inquisidora.

— Alguém deve ter contado a ela! - disse Rony, zangado.

— Não podem ter feito isso - contestou Hermione, em voz baixa.

— Você é tão ingênua! Acha que só porque é honrada e digna de confiança…

— Não, eles não podem ter feito isso, porque lancei um feitiço no pergaminho que todos assinamos - disse Hermione, séria. - Pode crer, se alguém foi correndo contar a Umbridge, nós saberemos exatamente quem foi, e a pessoa vai realmente se arrepender.

— Que é que vai acontecer? - perguntou Rony, ansioso.

— Bom, vamos dizer que a acne da Heloísa Midgeon vai parecer umas sardas engraçadinhas. Anda, vamos descer para tomar café e ver o que os outros acham... será que isso foi afixado em todas as casas? - Hermione falou.

Ficou imediatamente óbvio quando entraram no Salão Principal que o aviso de Umbridge não aparecerá apenas na Torre da Grifinória. Havia uma intensidade peculiar nas conversas, e uma multiplicação das idas e vindas de alunos correndo às mesas e se consultando sobre o que haviam lido. O novo quarteto tinha acabado de sentar quando Neville, Dino, os gêmeos - um deles se sentou ao lado de Amélia- e Gina caíram em cima.

— Vocês viram?

— Acham que ela sabe?

— Que vamos fazer?

Todos olharam para Harry. Ele passou os olhos pelo salão para ter certeza de que não havia professores por perto.

— Claro que vamos continuar do mesmo jeito - confirmou em voz baixa.

— Eu sabia que você ia dizer isso - disse o gêmeo ao lado de Amélia, abrindo um grande sorriso e dando pancadinhas no braço de Harry, piscou seu olho direito para a garota.

— Os monitores também? - perguntou o outro gêmeo, olhando curioso para Rony e Hermione.

— Claro - disse Hermione calmamente.

— Aí vêm Ernesto e Ana Abbott - disse Rony, olhando por cima do ombro.

— E aqueles caras da Corvinal e Smith... e nenhum deles parece ter marcas no rosto. - Amélia falou.

Hermione teve uma reação de alarme.

— Esqueça as marcas, os idiotas não podem vir aqui agora, vai parecer realmente suspeito; vão sentar! - vociferou Hermione para Ernesto e Ana, fazendo gestos frenéticos para voltarem à mesa da Lufa-Lufa. - Mais tarde! Falaremos... com... vocês... depois!

— Vou dizer ao Miguel - disse Gina, impaciente, deslizando para fora do banco -, o boboca, francamente…

Amélia se levantou da mesa no mesmo momento que Gina ia até a mesa da Cornival.

— Tenho que ir. Preciso pegar um livro na biblioteca e tenho certeza que Lisa está me esperando lá. Até daqui a pouco.

Rony concordou com a cabeça, Hermione sorriu e os outros acenaram com a cabeça. Harry lhe lançou seu sorriso de lado e o gêmeo ao seu lado se levantou.

— Posso ir com você? - todos olharam confusos para ele, até mesmo seu irmão. - Tenho... tenho que pegar um livro.

A garota concordou com a cabeça ainda desconfiava, os gêmeos Weasley nunca pisavam na biblioteca a não ser para fazer alguma piadinha. Saíram do Salão Principal e seguiram até a metade do caminho em silêncio.

— Pegar um livro? Você tinha desculpas melhores.

— Foi tão na cara assim?

Ela riu. 

— Foi como se um elefante tivesse aparecido.

Ele fez careta e depois riu. Então puxou um assunto qualquer, mas Amélia sabia que ele só estava tentando mudar o foco da conversa. Quando chegaram na porta daquele paraíso, ela se virou para ele.

— Se quiser ir embora, pode ir.

— De verdade? Odeio esse lugar, ele me lembra que eu tenho que - ele parou e a olhou assustado - estudar.

A garota riu, negando com a cabeça.

— Tudo bem, então - falou e ficou nas pontas dos pés para lhe dar um beijo na bochecha. - Tchau.

Quando entrou na sala de aula, mais tarde, Binns estava flutuando alguns centímetros acima de sua cadeira, como sempre, preparando-se para continuar sua monótona lengalenga sobre a guerra dos gigantes e Amélia sentou ao lado de Hermione.

Estavam todos tentando prestar atenção na aula, quando Amélia viu uma sombra branca passar voando e logo depois ouviu um barulho numa das janelas próxima. Olhou, curiosa, e Edwiges, a coruja de Harry, estava lá. A garota prontamente chamou Hermione e mostrou a coruja, com o intuito dela falar ao Harry, e Amélia agradeceu mentalmente pela amiga ser tão inteligente, podia apostar que se fosse o Rony, teria que explicar duas vezes e no fim ela mesma iria ter que chamar o Potter.

— Ah, eu sempre adorei essa coruja, é tão linda - ouviu uma das garotas suspirar para uma outra.

O Prof. Binns, que continuava a ler suas anotações serenamente inconsciente de que a atenção da turma estava ainda menos concentrada nele do que o normal. Quando Amélia voltou seu olhar a Harry, ele já tinha saído da carteira e percorria a fila até a janela, onde soltou o trinco, e a abriu muito devagarinho. No instante em que a janela abriu o suficiente, Edwiges pulou para dentro, piando triste. O garoto fechou a janela lançando um olhar ansioso ao Prof. Binns, tornou a se abaixar e a voltar correndo para sua carteira, com Edwiges ao ombro. Sentou-se de novo, transferiu a coruja para o colo e fez menção de remover a carta amarrada à sua perna.

— Ela está ferida! - sussurrou Harry, curvando-se para a ave. Amélia, Rony e Hermione se inclinaram para mais perto; Hermione chegou até mesmo a descansar a pena. - Olhem... tem alguma coisa errada com a asa dela…

Edwiges estava tremendo; quando Harry fez menção de tocar sua asa, ela se assustou, eriçando as penas como se estivesse se enchendo de ar, e deu ao dono um olhar de censura.

— Prof. Binns - chamou Harry em voz alta, e todos na classe se viraram para olhá-lo. - Não estou me sentindo bem.

O professor ergueu os olhos de seus papéis, parecendo espantado, como sempre, de ver diante dele uma sala cheia de gente.

— Não está se sentindo bem? - repetiu nebulosamente.

— Nada bem - disse Harry com firmeza, levantando-se com Edwiges escondida às costas. - Acho que preciso ir à ala hospitalar.

— Sei - disse o professor, nitidamente muito constrangido. - Sei... sei, ala hospitalar... bem, vá então, Perkins…

Quando a aula enfim acabou, Amélia, Hermione e Rony foram atrás do amigo e quando o acharam, ele estava no pátio. Pararam em um canto abrigado, suas golas das capas viradas para cima para proteger do vento.

— Edwiges está bem? - Amélia perguntou ansiosa, assim que a distância permitiu que ele a ouvisse.

— Aonde foi que você a levou? — perguntou Rony.

— Para a Grubbly-Plank. Encontrei a McGonagall... escutem…

Quando ele começou a contar Amélia se afastou, pois, de um modo estranho, se sentiu uma intrusa, ela não sabia os segredos deles, afinal, porque deveria? Até algum tempo atrás nem mesmo gostava deles. E ela descobriu, ainda assustada, que não gostava do que estava sentido. Correu para o banheiro feminino do segundo andar, onde a Murta-Que-Geme vivia, precisa de um tempo sozinha só com seus pensamentos.

Amélia não apareceu nas aulas seguintes, nem no almoço, nem nas aulas depois do almoço e nem no jantar. E enquanto todos estavam ocupados comendo, correu para o seu quarto.


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