Believe In Magic: Um novo começo. escrita por Gab Murphy


Capítulo 5
Capítulo 04




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A quinta-feira transcorreu em um atordoamento de cansaço, Amélia voltou até mesmo a ter  os pesadelos do verão, mas -para a felicidade da nação- Olívio respondeu sua carta, disse que deveria contar a ele quando fosse o próximo passeio por Hogsmeade, pois tentaria passar para visitá-la e tentaria levar Chad consigo, mas que a garota não deveria esperar muito daquele garoto, ele andava treinando tanto que mal comia ou dormia.

Mas a sua felicidade durou até ver Umbridge andando livremente pelos corredores do castelo. Jamais considerou antes a possibilidade de que poderia haver um professor pior no mundo que odiasse mais do que odiou Gilderoy, mas enquanto ia para a Torre da Grifinória teve que admitir que encontrou um ser mais desprezível do que o professor do segundo ano.

A sexta-feira amanheceu sombria e encharcada como o resto da semana. Apesar de adorar Hogwarts e magia, Amélia agradeceu mil vezes a Merlin por já ser sexta, nunca teve uma primeira semana tão ruim na escola.

Não foi para o Salão Principal naquela noite, voltou para a Torre da Grifinória, mesmo sabendo que depois teria que escutar Lisa com seus sermões sobre a importância de uma boa alimentação, mas tinha que colocar seus estudos em dia, não podia se dar ao luxo de ficar desorganizada e tirar péssimos N.O.M.s.

Amélia sabia que naquele dia teria o teste para o time de Quadribol, Angelina havia lhe comunicado, mas a garota não pretendia participar de nenhum grupo extracurricular, mesmo tendo feito muito sucesso no ano anterior -o único que participou. Mas foi uma surpresa enorme quando alguns garotos com cabeças baixas entraram e logo depois garotos pulando, e, para fechar a 'fila', três garotos ruivos entraram comemorando.

Começaram uma gritaria sem tamanho, então a garota decidiu subir e descansar um pouco, pois ela sabia que logo seus amigos iriam passar pelo retrato da Mulher Gorda e não estava com saco para ouvi-los conversando. Ou implicando com ela. 

Fez sua higiene e foi se deitar, dormiu assim que encostou a cabeça no travesseiro.

Seu sonho começou confuso, como tantos outros, havia esferas de vidro ocupando estantes que iam do chão até o teto numa sala que parecia ter o tamanho de uma catedral. Havia vultos e gritos, podia ouvir também feitiços sendo lançados. A adrenalina corria pelas veias de Amélia, podia sentir toda a agitação do lugar.

Amélia foi a primeira a acorda do seu dormitório na manhã seguinte. Continuou deitada até o coração voltar a bater em seu ritmo normal e ter certeza que não iria voltar a dormir aquele sonho. A primeira semana do trimestre parecia ter se arrastado numa eternidade, como uma gigantesca aula de História da Magia.

A julgar pelo silêncio preguiçoso e o frescor do raio do sol, devia ter acabado de amanhecer, Amélia ficou se questionando o porquê daquele sonho e o que ele significava até sua velha amiga, ou, se preferir, a fome, veio lhe visitar e ela finalmente decidiu levantar.

Trocou de roupa, fez sua higiene matinal e desceu para o Salão Comunal, encontrando lá Harry.

— Bom dia! - cumprimentou e ele olhou na sua direção com o cenho franzido.

— Bom dia!

Ele olhou para o pergaminho que segurava e depois voltou a olhar para a garota. 

— Eu sei que você não gosta de mim, mas poderia me fazer um favor?

Amélia até pensou em negar, não era que não gostasse dele, ela apenas não entendia toda essa obsessão que todos pareciam ter pelo garoto e não estava disposta a ouvir mais fofoca ao seu respeito, mas cometeu o erro de olhar em seus olhos, aqueles olhos puros que davam para ver o tão inocente e ao mesmo tempo perigoso aquele ato poderia ser.  Simplesmente concordou com a cabeça e foi até ele que entregou uma carta. A garota leu com as sobrancelhas unidas e os olhos em listras, quase que sumindo, não entendendo nada.

— Era pra fazer algum sentido para mim? - perguntou.

— Então você não entendeu nada?

— Não sei se isso é bom, mas não, não entendi absolutamente nada.

— Ótimo! - ele suspirou e lhe deu um pequeno sorriso antes de se levantar. - Tenho que despachar a Edwiges para Sir... Snuffler

Amélia tentou não rir do garoto se atrapalhando, mesmo que aquela situação ainda fosse muito confusa para ela, mas quando viu já estava dando risada e Potter a acompanhando. Quando pareceu perceber o que estavam fazendo os dois estavam ofegantes por causa de uma crise de risos. Podia não ser uma fã dele, Amélia se pegou pensando, mas que ele tem um certo charme ela não podia negar.

— Tudo bem.

— Você vai ficar aí? - perguntou ele.

— Sim, meus amigos vão demorar a acordar e eu não estou com sono.

Suspirou e olhou a lareira, ainda apagada, se questionando seus próprios pensamentos e o que estava acontecendo.

— Porque não vem comigo? Depois podemos ir tomar café da manhã - ele perguntou, brincando com a borda do pergaminho. A garota o olhou com a sobrancelha levantada. Demorou alguns segundos antes de responder:

— Pode ser.

Levantou ainda pensando nos prós e contras da sua escolha, mas assim que passaram pelo quadro da Mulher Gorda, Harry começou um assunto qualquer e ela tinha que confessar que até que ele não era de todo ruim, fazendo com que esquecesse que provavelmente seria o centro dos boatos daquele dia.

O sol já ia alto quando entraram no Corujal, e a falta de vidros nas janelas ofuscou a visão de Amélia; grossos raios prateados de sol cortavam em todos os sentidos o recinto circular, em que centenas de corujas se aninhavam nas traves, um tanto incomodadas com a luz matinal, algumas visivelmente recém-chegadas da caça. O chão coberto de palha produzia um ruído de trituração enquanto Harry caminhava sobre pequenos ossos de animais, à procura de sua coruja.

— Ah, aí está você - exclamou ao localizá-la perto do teto abobadado. - Desça, tenho uma carta para você.

Com um pio suave, ela abriu as grandes asas brancas e voou para o ombro dele. Ela era muito bonita com suas penas branca feito neve, Amélia concluiu. Ele cochichou algo para a coruja enquanto amarrava a carta em sua pata. A coruja piscou os olhos cor de âmbar uma vez.

— Faça um voo seguro, então - desejou-lhe Harry, e levou-a até uma das janelas; fazendo uma pressão momentânea em seu braço, a coruja levantou voo para o céu excepcionalmente claro. Observaram a ave até ela se transformar num pontinho negro e desaparecer, mas Amélia continuou olhando para o céu azul. As copas das árvores da Floresta Proibida balançavam a brisa suave, saboreando o ar fresco que batia em seu rosto, pensou em como sua família deveria estar e em Olívio.

A porta do Corujal se abriu às suas costas. Ela pulou assustado e viraram depressa, Cho Chang estava segurando uma carta e um embrulho nas mãos.

— Oi - disse Harry automaticamente.

— Ah... oi - respondeu ela ofegante. - Não achei que houvesse alguém aqui em cima tão cedo... Só me lembrei há cinco minutos que é aniversário da minha mãe.

Ela mostrou o embrulho.

— Certo - Amélia comentou, nunca gostou dela. Para Belmont, Cho era metida e sem graça, mas com o acontecimento do ano anterior, haviam conversado um pouco, e mesmo que isso só tivesse confirmado suas suspeitas sobre ela, seu desgosto por ela diminuiu um pouco. Mas bem pouquinho mesmo.

— Dia bonito - disse Harry, fazendo um gesto abrangendo as janelas. E, como se uma bigorna tivesse caído em sua frente, Amélia soube que ele gostava de Cho.

— É - concordou Cho, procurando uma coruja adequada. - Boas condições para o Quadribol. Não saí a semana toda, e vocês?

— Também não - disse Harry, enquanto Amélia negava com a cabeça, desconfortável.

Cho escolheu uma das corujas-de-igreja. Induziu-a a descer e pousar em seu braço, onde a ave esticou a perna de boa vontade para ela poder prender o embrulho.

— Ah, Grifinória já tem um novo goleiro?

— Tem. É o meu amigo Rony Weasley, você o conhece?

— Aquele que odeia torcedores dos Tornados? - perguntou Cho, sem se alterar. - Ele é bom?

— É, acho que é. Mas não vi o teste dele, estava cumprindo uma detenção.

Cho ergueu a cabeça, ainda sem terminar de prender o embrulho à perna da coruja.

— Aquela tal Umbridge não presta - disse, baixando a voz. - Lhe dar uma detenção só porque você disse a verdade sobre... sobre a morte dele. Todo o mundo soube, a escola inteira comentou. Você foi realmente corajoso ao enfrentá-la daquele jeito.

Amélia achou ter conseguido ouvir o coração de Harry de onde estava, mas ficou em dúvida já que estava do lado de fora do Corujal e ouvia a conversa em um tom mais baixo do que antes. Decidiu que era melhor sair antes que a situação ficasse mais constrangedora para ela, e era uma ótima oportunidade para fugir do garoto para não ter que arrumar desculpa para não comer junto com ele e os amigos.

Viu Filch passar correndo para o Corujal quando já estava mais longe.

Harry chegou uns dez minutos depois de Amélia no Salão Principal e foi direto se sentar com seus amigos, assim que se sentou olhou para a garota e lhe lançou um sorriso de lado que foi prontamente e inconscientemente retribuído. Quando Amélia percebeu o que fez arregalou os olhos e ele riu.

— Porque você e o Potter trocaram sorrisos? - perguntou Benjamin no seu ouvido e ela pulou de susto.

— Ai meu Merlin, você não pode assustar as pessoas desse jeito, Oliver - falou enquanto os três amigos riam. - Vocês são incrivelmente chatos!

— Mas você nos ama do mesmo jeito - falou Ben, a abraçando de lado enquanto mordia sua bochecha, a garota soltou um gritinho que foi escondido pela chegada do correio.

Como sempre, o Profeta Diário voou na direção de Lisa no bico de uma coruja-das-torres, que pousou perigosamente próxima do suco de abóbora de Amélia, e estendeu a perna. Lis colocou um nuque na bolsinha de couro, apanhou o jornal e esquadrinhou a primeira página criticamente, enquanto a coruja levantava voo.

— Alguma coisa interessante? - Amélia perguntou. Benjamin riu, sabendo que ela estava interessada em impedir que voltasse a lhe perguntar sobre Potter.

— Não - suspirou ela -, só uma bobagem sobre o baixista da banda As Esquisitonas que vai casar.

Lisa abriu o jornal e desapareceu atrás de suas páginas. Benjamin concentrou-se em se servir de uma nova porção de ovos com bacon. Caleb examinava as janelas superiores do salão, parecendo ligeiramente preocupado, provavelmente com algum dever atrasado. E Amélia, por sua vez, continuou a comer seu delicioso café da manhã ao mesmo tempo em que pensava na manhã esquisita que estava tendo.

— Espere um instante - disse Lisa de repente. - Ah, não... Black!

— Que aconteceu? - Amélia disse, puxando o jornal da sua mão. Por algum motivo inexplicável, ou bem explicável, já que sonhou com ele durante todo o seu terceiro ano, Amélia acreditava que Black não era um traidor e assassino. Como sempre, acreditava no que Potter dizia, ela concluiu. - "O Ministério da Magia recebeu uma informação de fonte fidedigna que Sirius Black, notório assassino de massa... blablablá... está presentemente escondido em Londres!"— leu em um sussurro angustiado.

— Como assim em Londres? - perguntou Caleb, saindo do seu mundinho.

— Shiu! - disse Lisa que também era alguém que acreditava em Potter.

—"... o Ministério da Magia alerta a comunidade bruxa que Black é muito perigoso... matou treze pessoas... evadiu-se de Azkaban..." as bobagens de sempre - Amélia concluiu, pousando o jornal e olhando para os outros.

Benjamin foi o primeiro que fez algo, ele se levantou de cara fechada e saiu do Salão. Aquela era uma discussão que o grupo não tinha há algum tempo, já haviam esgotados suas energias discutindo, entre eles, a inocência de Black. Ben era um dos que não parecia disposto a acreditar tão facilmente no que Harry dizia. 

Enquanto Lisa ia atrás do irmão, Amélia e Caleb foram para a biblioteca. 

Ficaram em silêncio por algum tempo, fazendo os deveres, entretanto Amélia não estava conseguindo se concentrar, seu pensamento estava sempre indo para os belos olhos verdes de um dos garotos que ela menos gostava naquele colégio e não conseguia entender o que raios estava acontecendo. Como podia não estar nem aí para o garoto num dia e no seguinte não conseguir tirar aqueles olhos da cabeça?

Suspirou, derrotada, e levantou, ficar ali não ia melhorar em nada seu humor.

— Já vai?

— Vou caminhar um pouco, não estou conseguindo me concentrar direito.

Caleb concordou com a cabeça e voltou a fazer o que quer que ele estivesse fazendo antes. Era por isso que Amélia gostava tanto dele, tinha certeza, não precisava ficar dando explicações atrás de explicações, mas sabia que ele estava ali para ouvi-la sempre que ela precisasse.

Amélia saiu da biblioteca segurando suas coisas e correndo de forma atrapalhada na direção do Salão Comunal, foi direto para o seu dormitório, guardou o material e pegou sua vassoura. Não ia morrer por voar um pouco, certo?

Obviamente sentiu uma pontadinha de remorso ao pensar na pilha de deveres que lhe aguardavam, mas o céu estava claro, estimulantemente azul, e não montava na sua Firebolt havia tanto tempo…

Ao se aproximar do Campo de Quadribol, olhou para as árvores da Floresta Proibida que balançavam sombriamente. O céu estava vazio, exceto por umas poucas corujas distantes esvoaçando em torno da Torre do Corujal.

Assim que pisou no campo viu Ronald guardando as três altas balizas, Harry ocupando a posição de artilheiro e tentando fazer a goles passar pelo Weasley. Harry notou sua presença assim que Amélia deu um passo para trás e a chamou para ajudá-lo com seu amigo, a menina só aceitou porque queria muito voar, ou foi o que disse a si mesma. Depois de umas duas horas, voltaram ao castelo para o almoço - durante o qual Benjamin, de volta ao seu humor peculiar, não a deixou em paz, tentando saber onde ela esteve aquele tempo todo -, e em seguida voltou ao Campo de Quadribol para observar o treino da equipe. 

Amélia, porém, teve uma surpresa quando viu a equipe da Sonserina mais alguns desconhecidos na arquibancada, parecendo prontos para assistirem o treino também.

Quando os grifinórios saíram do vestiário para a claridade do campo, começou uma tempestade de vaias e assobios dos sonserinos agrupados no meio das arquibancadas vazias -exceto por Amélia; suas vozes ecoavam ruidosamente pelo estádio.

— Que é aquilo que o Weasley está montando? - berrou Malfoy, debochando com o seu jeito arrastado de falar. - Por que alguém lançaria um feitiço de voo num pedaço de pau velho e mofado como aquele?

Crabbe, Goyle e Pansy davam escandalosas gargalhadas. Rony montou sua vassoura, com as orelhas vermelhas, e deu impulso do chão, e Harry o seguiu.

O time se juntou no ar e conversaram por alguns segundos.

— Ei, Johnson, afinal que penteado é esse? - esganiçou-se Pansy da arquibancada. - Por que alguém iria querer parecer que tem minhocas saindo do crânio?

Angelina afastou suas longas tranças do rosto e continuou calmamente o que falava.

Harry deu meia-volta e se afastou dos outros em direção à extremidade do campo, se Amélia não estivesse lançando um olhar de reprovação para o grupo de sonserinos, veria que o garoto lhe lançou o olhar surpreso. Rony recuou para o gol oposto. Angelina ergueu a goles com uma das mãos e atirou-a com força para um dos gêmeos, que a passou para o outro, que passou para Harry, que passou a Rony, que a deixou cair.

Os garotos da Sonserina, liderados por Malfoy, urraram de tanto rir. Rony, que mergulhará em direção ao solo para apanhar a goles antes que ela tocasse o chão, saiu mal do mergulho e escorregou pelo lado da vassoura, em seguida voltou à altura normal de jogo, corando.

— Passe adiante, Rony - gritou Angelina, como se nada tivesse acontecido. Rony atirou a goles para Alicia, que a passou a Harry, que a passou ao gêmeo dois…

— Ei, Potter, como está sua cicatriz? - gritou Malfoy e Amélia revirou os olhos com tanta força que ficou com medo deles não voltarem mais para o lugar. - Tem certeza de que não precisa se deitar um pouco? Já deve fazer, o quê, uma semana que você esteve na ala hospitalar, isso é um recorde para você, não é, não?

O gêmeos dois passou a bola para Angelina; ela inverteu o passe para Harry, pegando-o desprevenido, mas ele apanhou a bola nas pontinhas dos dedos e emendou rapidamente o passe para Rony, que mergulhou para apanhar a bola, mas perdeu-a por pouco.

— Assim não dá, Rony - disse Angelina, aborrecida, quando ele tornou a mergulhar em direção ao solo atrás da goles. - Se liga!

Seria difícil dizer o que estava mais escarlate; se a goles ou a cara de Rony, quando ele mais uma vez recuperou a altura normal. Malfoy e o resto dos colegas da Sonserina uivaram de tanto rir.

Na terceira tentativa, Rony apanhou a goles; talvez por alívio, ele a passou com tanto entusiasmo para Katie que a bola vazou pelas mãos estendidas da jogadora e bateu com força em seu rosto. Rony precipitando-se para a frente para ver se a machucara.

— Volte à sua posição, ela está ótima - vociferou Angelina. - Mas, quando estiver passando a bola para uma companheira de equipe, tente não derrubá-la da vassoura, tá? Deixa isso para os balaços!

O nariz de Katie estava sangrando. Do outro lado das arquibancadas, os garotos da Sonserina batiam os pés e caçoavam. Os gêmeos correram para Katie e um deles entregou à jogadora alguma coisa pequena que tirara do bolso.

— Tudo bem - gritou Angelina. - Fred e Jorge, vão buscar seus bastões e um balaço. Rony vá para as balizas. Harry, solte o pomo quando eu mandar. Vamos visar o gol do Rony, é óbvio.

Harry disparou atrás dos gêmeos e quando eles voltaram ao ar, Angelina apitou, Harry soltou o pomo, e Fred e Jorge deixaram o balaço voar. Harry acelerou, descrevendo círculos, indo ao encontro dos artilheiros e se desviando deles, o ar cálido do outono fustigando seu rosto... mas, cedo demais, o toque do apito o fez parar.

— Para... para... PARA! - berrou Angelina. - Rony... você não está cobrindo a baliza do meio!

Amélia virou para olhar Rony, que estava planando diante do aro da esquerda, deixando os outros dois completamente descobertos.

— Ah... desculpe…

— Você não pode ficar parado, observando os artilheiros! - disse Angelina. - Ou fica na posição central até que precise se mexer para defender um aro, ou então fica circulando os aros, não sai vagando para o lado, foi assim que você deixou passar os últimos três gols!

— Desculpe... - repetiu Rony, seu rosto vermelho brilhando como um farol contra o azul-claro do céu.

— E Katie, será que você não pode dar um jeito no sangramento desse nariz?

— Está piorando! - disse a garota com a voz embargada, tentando estancar o sangue com a manga do uniforme.

Amélia olhou para o gêmeo que parecia ansioso, verificando os bolsos. Viu ele tirar uma coisa, examiná-la por um segundo e então procurar Katie com o olhar, evidentemente horrorizado.

— Bom, vamos experimentar outra vez. - disse Angelina.

O pessoal da Sonserina agora inventara uma cantilena de "Grifinória é freguês, Grifinória é freguês". Desta vez, a equipe não chegará a completar três minutos de voo quando o apito de Angelina tornou a soar.

Amélia viu Angelina e os gêmeos voando a toda velocidade em direção a Katie. Todos correram até ela, Belmont ficou em pé para ver melhor a situação, realmente tinha ficado preocupada. Era claro que Angelina parara o treino bem em tempo; Katie estava branco-gesso e coberta de sangue.

— Bem, não adianta continuar sem dois batedores e uma artilheira - anunciou Angelina, mal-humorada, quando os gêmeos dispararam para o castelo, amparando Katie. - Anda gente, vamos trocar de roupa.

A turma da Sonserina continuou a cantilena enquanto Amélia se dirigia ao castelo.

— Onde esteve? - Lisa perguntou, concentrada num livro, alguns minutos mais tarde quando Amélia sentou ao seu lado na cama.

— No Campo de Quadribol - respondeu.

— Fazendo o que? - perguntou ela erguendo os olhos.

— Vendo o treino - disse lentamente, estava morta de cansaço.

— O treino ou alguém?

— Na verdade, eu estava me lembrando dos anos anteriores, quando tudo era mais fácil - Amélia respondeu pensativa, encostando a cabeça no ombro da amiga que levantou as sobrancelhas.

— Pensei…

— Que eu estava de olho no Potter, eu sei.

— Não, é claro que não! Olhe, você diz que não gosta ele, não é? Eu acredito.

— Digo - respondeu, deitando. - Vou dormir aqui. Boa noite.


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