Believe In Magic: Um novo começo. escrita por Gab Murphy


Capítulo 4
Capítulo 03




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O jantar no Salão Principal àquela noite não foi uma experiência agradável. A notícia sobre a discussão de Amélia com Hermione se espalhara com excepcional velocidade, mesmo para os padrões de Hogwarts. Belmont ouvia cochichos a toda volta enquanto comia sentada entre Benjamin e Lisa. Apesar de muito mais pessoas cochicharem a respeito do torneio de gritos de Potter com a Umbridge e não pareciam se importar que ele ouvisse o que diziam a seu respeito. Muito ao contrário, pareciam esperar que ele se zangasse e recomeçasse a gritar, para poderem ouvir a história em primeira mão.

Esse era apenas mais um dos motivos para Amélia não conversar com ele, apesar de ser completamente inapropriado já que também estava sendo alvo de críticas e fofocas.

— Srta. Belmont.

Amélia olhou para cima para poder ver quem a chamava e deu de cara com sua professora menos favorita. 

— Sim?

— Poderia me acompanhar, por favor? - ela falou com a voz falsamente meiga, Amélia concordou com um gesto de cabeça e ela saiu andando na frente. Antes de ir, fingiu vomitar para seus amigos que riram.

Foi seguindo a professora pelo Salão Principal enquanto todos a olhavam, viu Luna Lovegood, entretida, comendo um pedaço do pudim, e deu um pequeno sorriso. Viu Malfoy rindo com Goyle e Crabbe enquanto olhava para ela. Viu Dino e Simas fazendo cara de assustados e rindo logo depois, fazendo a garota ter que se segurar para não rir. Então viu o trio de ouro, Granger a olhava confusa, Weasley segurava um pedaço da coxa da galinha na frente da sua boca e Potter a fitava do mesmo jeito que fez no almoço.

Sinceramente, ela estava adorando ser o centro das atenções, apesar de saber que assim que passasse pelas grandes portas, eles se virariam uns para os outros e fofocariam, se perguntado o porquê dela estar seguindo a Profa. Umbridge.

Assim que passou pela porta do escritório da professora, sentiu uma imensa vontade de vomitar. Pense num quarto pintado de rosa, agora em objetos de quarto rosa, agora junte os dois e multiplique por mil, pronto? Não vai chegar nem na metade do que era aquele lugar.

As superfícies tinham sido protegidas por capas de rendas e tecidos. Havia vários vasos de flores secas, cada um sobre um paninho, e, em uma parede, havia uma coleção de pratos decorativos, estampados com enormes gatos em tecnicolor, cada um com um laço diferente ao pescoço. Eram tão hediondos que Amélia ficou mirando-os até a Profa. Umbridge tornar a falar.

— Você tem algo contra mim, querida?

Além do fato de você ser incrivelmente falsa, querer acabar com tudo de bom que Defesa Contra as Artes das Trevas tem, a irritar profundamente e ter a terrível mania de se vestir completamente de rosa? Não, acho não. Mas isso foi só o que Amélia queria falar, na verdade, o que ela falou foi algo como:

— Não conheço a senhora direito, como posso ter algo contra?

— Ah, querida. Alguns alunos vieram ao meu encontro para contar algo que eles ouviram você dizer, tem certeza que você não tentaria formar um grupo contra o Ministério?

— Sim, senhora, Profa. Umbridge - falou fazendo sua melhor cara de inocente.

— Tem certeza?

— Sim.

Umbridge a olhou por um instante como se tentasse desvendar a garota e, por algum motivo, Amélia lembrou de como Potter a encarou. Então a professora desviou o olhar para uma xícara que estava em cima da sua mesa.

— Gostaria de uma xícara de chá, Srta. Belmont?

— Desculpe professora, mas vou ter que recusar, estou bastante cansada e tenho que terminar alguns deveres incompletos - levantou e caminhou até a porta. - Tenha uma boa noite.

Amélia voltou para o Sala Comunal e foi direto para o dormitório, dormindo assim que se jogou na cama. Esse foi o primeiro dia em Hogwarts mais longo e devagar da história.

O dia seguinte amanheceu tão escuro e chuvoso quanto o anterior. Amélia acordou mais cedo que o normal, precisava ir ao Corujal, mandar a carta para Olívio antes do café da manhã ou era provável que esquecesse novamente.

— Onde você estava? - Caleb perguntou quando encontrou Amélia em um dos muitos corredores que levam até o Salão Principal. - Não me diga que já pegou uma detenção com a Profa. Umbridge ontem à noite.

— Você tem uma imagem muito ruim minha - disse enquanto o olhava, ele riu. - E eu estava no Corujal.

— Me deixe adivinhar, Olívio?

Amélia simplesmente corou e concordou com a cabeça, tentando esconder seu rosto, mas ele acabou vendo e riu novamente.

Entraram no Salão Principal e Caleb ainda ria da amiga. Lisa e Ben estavam sentados no lugar mais afastado possível. Assim que se reuniram - Caleb ao lado de Lis e Amélia, de Benjamin - eles perguntaram por que da risada.

— Olívio!

Então os três estavam rindo e fazendo piada da amiga que fingia um bocejo e se servia com um pouco de suco de abóbora. Não falou mais com eles o resto do café, mas isso não os impediu de continuar rindo dela até irem para suas aulas.

Aos dois tempos de Feitiços, seguiram-se outros dois de Transfiguração. O Prof. Flitwick e a Profa. McGonagall passaram os primeiros quinze minutos de suas aulas falando à turma sobre a importância dos N.O.M.s.

— O que vocês precisam lembrar - disse o pequeno Prof. Flitwick, com sua voz de ratinho, encarapitado como sempre em uma pilha de livros para poder ver por cima do tampo da mesa - é que esses exames podem influenciar o seu futuro durante muitos anos! Se vocês ainda não pensaram seriamente em suas carreiras, agora é o momento de o fazerem. Entrementes, receio que iremos trabalhar com mais afinco que nunca, para garantir que vocês possam provar o que valem!

Depois dessa introdução, ele passou mais de uma hora recordando os Feitiços Convocatórios, que, segundo o Prof. Flitwick, cairiam com certeza nos exames, e ele arrematou a aula passando a maior quantidade de deveres de Feitiços que Amélia já havia recebido.

Em Transfiguração, foi igual, senão pior.

— Vocês não podem passar nos exames - disse a Profª McGonagall muito séria - sem se aplicarem seriamente ao estudo e à prática. Não vejo razão alguma para alguém nesta classe deixar de passar no N.O.M. de Transfiguração, se trabalhar como deve. - Neville fez um muxoxinho de descrença. - E você também, Longbottom. Não há nenhum problema com o seu trabalho a não ser sua falta de confiança. Então... hoje vamos começar a estudar os Feitiços de Desaparição. São mais fáceis do que os Conjuratórios, que normalmente vocês não experimentariam até os N.I.E.M.s, mas estão incluídos entre as mágicas mais difíceis que serão exigidas nos N.O.M.s.

McGonagall tinha razão; Amélia achou os Feitiços de Desaparição difíceis, mas não impossível. No final do segundo tempo de aula, havia conseguido, um pouco depois de Hermione, fazer a sua lesma desaparecer com êxito, na terceira tentativa, ganhando da professora dez pontos para Grifinória. Foram as únicas pessoas que não receberam dever de casa; todos os outros receberam ordem de praticar o feitiço e se preparar para uma nova tentativa com as lesmas na tarde seguinte.

O dia se tornara frio e ventoso, e quando descia o gramado em direção a cabana de Hagrid, depois do almoço para a aula de Trato das Criaturas Mágicas, na orla da floresta proibida, Amélia sentia os pingos de chuva no rosto. A Profa. Grubbly-Plank aguardava a turma a uns dez metros da porta de entrada da casa de Hagrid, em pé diante de uma longa mesa de cavalete cheio de... Tronquilhos?

Amélia foi acordada dos seus pensamentos por grandes gargalhadas; ao se virar, viu Malfoy, que ia em sua direção, cercado pela gangue de sempre de colegas da Sonserina. Obviamente disse algo muitíssimo  engraçado, porque Crabbe, Goyle, Parkinson e os demais continuaram a rir gostosamente ao se reunirem em torno da mesa, e como grande sortuda que é, ele ficou bem ao seu lado. Belmont não precisava seguir seu olhar para saber para quem olhava, afinal, o que seria de Malfoy sem o Potter para sofrer?

— Todos presentes? - perguntou em tom seco a Profa. Grubbly-Plank, quando os alunos da Sonserina e Grifinória finalmente chegaram. 0 Vamos começar logo, então. Quem é capaz de me dizer o nome dessas coisas?

A professora indicou o montinho de Tronquilhos sobre a mesa e a mão da Granger se ergueu quase que instantaneamente. Ao lado de Amélia, Malfoy fez uma imitação dentuça dela dando pulinhos de ansiedade para responder as perguntas. Pansy teve um acesso de riso que se transformou quase num grito, quando os Tronquilhos sobre a mesa saltaram no ar e revelaram se parecer com minúsculos diabretes de madeira, cada um com nodosos braços e pernas marrom, dois dedos de graveto na ponta das mãos e uma cara gaiata e achatada que lembravam cortiça, em que brilhavam dois olhinhos de besouro.

— Uhhhhh! - exclamaram Parvati e Lilá, irritando Amélia completamente. Parecia que nunca tinham colocado os olhos em um animal mágico.

— Por favor, falem baixo, meninas! - disse a Profª Grubbly-Plank energicamente, espalhando um punhado de algo parecido com arroz integral entre os bichos-gravetos, que imediatamente atacaram a comida. - Então... alguém sabe o nome desse bichos? Srta. Granger?

— Tronquilhos - respondeu Hermione. - São guardiões de árvores, em geral vivem em árvores próprias para varinhas.

— Cinco pontos para a Grifinória - disse a Profª Grubbly-Plank. - São tronquilhos, como disse corretamente a Srta. Granger, em geral vivem em árvores que fornecem material de qualidade para varinhas. Alguém sabe o que eles comem?

— Bichos-de-conta - respondeu prontamente Hermione. - E também ovos de fada, quando conseguem encontrá-los.

— Muito bem, garota. Fique com mais cinco pontos. Portanto, sempre que precisarem da madeira de uma árvore em há tronquilhos alojado, é bom levar um presente de bichos-de-contas á mão para distrair ou aplacar seu guardião. Eles podem não parecer perigosos, mas, se forem irritados, tentarão arrancar os olhos da pessoa com os dedos, que, como vocês veem, são muito afiados e nem um pouco desejáveis perto dos olhos. Então, se vocês querem se aproximar um pouco mais, apanhem uns bichos-de-contas e alguns tronquilhos. Tenho aqui o suficiente para dividi-los por grupos de três, vocês podem estudá-los com mais atenção. Quero que façam individualmente um esboço com todas as partes do corpo identificadas, até o final da aula.

Divididos em trios e Amélia fez de tudo para poder sentar longe de qualquer outro grupo, Simas e Dino, que eram da sua equipe, apenas concordaram. O restante da aula foi normal, ao menos para ela. 

Quando a sineta tocou, ecoando pelos terrenos da escola, Amélia enrolou seu lindo desenho, entregou a professora junto com Simas e Dino e seguiram para a aula de Herbologia. Foram conversando pelos canteiros de hortaliças, bem atrás do trio de ouro. O céu continuava incapaz de decidir se queria chover ou não chover.

A porta da estufa mais próxima se abriu e alguns alunos do quarto ano saíram, inclusive Gina Weasley, a única da família que Amélia conversava.

— Oi - disse ela, alegremente, ao passar. Alguns segundos depois, saiu Luna, atrás do resto da turma, o nariz sujo de terra e os cabelos loiros amarrados em um nó no alto da cabeça. Quando viu Potter, seus olhos salientes pareceram se arregalar de excitação, e ela traçou uma reta até ele. Algumas pessoas do quinto ano a olhavam com expressões curiosas. Luna inspirou profundamente e anunciou, sem sequer dar um alô preliminar: 

— Acredito que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado retornou, e acredito que você lutou com ele e conseguiu fugir.

— Hum... certo - disse Harry e Amélia achou que ele não deveria só falar aquilo, afinal, poucas pessoas realmente acreditavam nele, então devia se sentir realmente agradecido quando alguém confessava, para quem quisesse ouvir, que não achava ele um mentiroso sem tamanho.

Luna estava usando brincos que pareciam rabanetes cor de laranja, algo que Parvati e Lilá pareciam ter notado, porque davam risadinhas e apontavam para as orelhas dela. Amélia teve que morder a língua para não xingá-las de nomes feios. Então, para evitar uma briga, simplesmente entrou na estufa, sem deixar, é claro, de esbarrar nas duas idiotas.

Não foi surpresa para ninguém que a Profa Sprout começasse a aula fazendo uma preleção sobre a importância dos N.O.M.s. Parecia que todos os alunos haviam entrado em acordo sobre como gostariam que todos os professores parassem com aquilo; estavam começando a sentir ansiedade, uma sensação que piorou dramaticamente quando a Profa Sprout passou para os alunos mais um trabalho no final da aula. Cansados e exalando um forte cheiro de bosta de dragão, o adubo favorito da professora,os alunos da Grifinória marcharam de volta ao castelo, sem querer muita conversa; fora mais um longo dia. 

Como Amélia acabou não fazendo as atividades de Runas, Aritmancia ou Estudo dos Trouxas, tampouco o de Herbologia na noite anterior, dispensou o café da manhã no dia seguinte para poder terminar todos os trabalhos já que teria a primeira aula vaga. Benjamin fez companhia para garota apenas durante a aula vaga, pois ele não perderia seu maravilhoso café da manhã por causa de estudos.


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