Believe In Magic: Um novo começo. escrita por Gab Murphy


Capítulo 2
Capítulo 01




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1991

Se havia algo que Amélia Belmont queria, ela conseguia, seja por magia ou persuasão. Não importava se tivesse 4 anos e quisesse voar. Ou 8 anos e quisesse que seus cabelos, recém cortados, crescessem logo. Ou 11 anos e quisesse que seu primo a deixasse ir com ele na cabine do Expresso de Hogwarts.

— Vamos Alexandre, por favor! - a menina, de braços cruzados e um olhar de cachorrinho que caiu da mudança,  praticamente implorou ao primo.

— Já disse que não, Lia! - Alexandre bufou, irritado com a prima.

— Você sabe que eu não vou desistir.

— É, mas vou continuar negando.

— E eu insistindo.

Houve uma troca de olhar quase que mortal entre os dois. Quem olhasse a cena de longe poderia jurar que eles iriam pular um no outro a qualquer momento, mas a verdade é que aquilo era uma coisa antiga entre eles, o jogo do sério.

— Você é um saco! Podemos ir juntos.

E apesar de tentar, Alexandre sempre perdia para a mais nova. Não sabia o motivo de ainda continuar com aquilo.

— Obrigadaaaaa!

E então ela abraçou o primo com toda força que tinha.

Se havia uma certeza na vida de Amélia Belmont, era que amava o primo como se eles fossem irmãos, o que não estava tão longe assim. Alexandre Rosier morava naquela casa antes mesmo da garota nascer, seus pais, Evan e Emma Rosier, haviam se conhecido em Hogwarts e engatado num romance avassalador, mas assim que tiveram a oportunidade se uniram aos Comensais da Morte, o exército particular de Você-Sabe-Quem. Entretanto Emma ficou grávida e decidiu que aquele caminho não era o que ela queria para seu filho, o que fez com que deixasse seu bebê na porta da cunhada e ir embora. Alexandre nunca mais soube da mãe, mas seu pai estava morto, um auror conhecido foi responsável por isso.

Por ser dois anos mais velho que Amélia, Alex já estava em seu terceiro ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, na Lufa-Lufa, logo já havia amigos, por isso, com os olhos marejados e a voz arrastada, Lia havia argumentado que ele não poderia simplesmente abandonar sua prima favorita a própria sorte.

— E então, o que vocês decidiram? - Adam perguntou, entrando na sala carregando dois sacos gigantes de salgadinho.

— Como se eu tivesse alguma chance de escolher algo.

Amélia estirou a língua para o primo e começou a distribuir as cartas. Era o segundo sábado do mês, noite de jogos da família Belmont, tradição que acompanhou Adam por toda a vida e que ele insistia em continuar.

— Verifiquem os bolsos do Alex, esse ladrãozinho!! - Celina apareceu na porta da sala, carregava uma bandeja com os copos e a jarra de suco.

O mais novo lhe estirou a língua, enquanto todos riram. E assim seguiu a noite última noite antes das crianças irem para Hogwarts. Antes de Amélia conhecer um mundo completamente novo.

No dia seguinte, aquele que seria um grande marco na vida Amélia, a casa dos Belmont acordou barulhenta, com os mais velhos batendo panelas na porta do quarto da pequena bruxo. Um pouco mais de uma hora depois e uma checagem rápida na lista de material que a escola havia mandado, dois enormes e pesados malões foram colocados no porta-malas do carro e duas corujas foram colocadas ao lado dos mais novos, no banco de trás, enquanto os mais velhos ocupavam a parte da frente.

Chegaram na plataforma um pouco antes da 10:30 e sem querer perder tempo, Amélia praticamente os empurrou em direção a plataforma nove e meia, saltitando de felicidade por aquele ano não está indo simplesmente para se despedir de Alex.

Adam e Celina os ajudaram a colocar as malas no trem e, depois de uma exagerada despedida, os primos foram em direção a cabine onde ficariam. Amélia logo reparou que seria a única garota naquele lugar e apesar de não ter achado os amigos do primo de todo ruim, eles não se esforçaram para incluir a menina na conversa. Ela até pareceu interessada em tentar nos primeiros vinte minutos de viagem, mas depois simplesmente resolveu ir andar um pouco pelo trem.

Depois de observar algumas pessoas, encontrou uma cabine vazia, ou foi o que ela achava, já que apenas alguns minutos depois de se acomodar uma garota entrou apressada.

— Meu Merlin! De onde você surgiu? - a garota desconhecida levou a mão ao coração, claramente assustada.

— Ai meu Merlin, desculpa! Eu achei que tava vazia.

A menina riu, negando com a cabeça, já mais calma, e estendeu a mão.

— Eu sou Lisa Oliver, prazer!

— Amélia Belmont - ela sorriu, feliz por estar enfim conhecendo alguém.

— Você é novata?

— Está tão na cara assim?

— Não é isso - Oliver soltou um risinho tímido -, é só porque eu nunca tinha te visto antes..

Nessa hora ela foi interrompida pela porta que foi aberta brutalmente por uma garoto loiro, parecido com ela, mas que tinha cara de apavorado.

— Você não vai acreditar no que eu acabei de descobrir, Lis.

— Você é um fofoqueiro, Ben.

— Cala a boca, Oliver.

— Não me chame assim, Benjamin.

— Ou o que?

Amélia pigarreou, já que estava se sentindo meio desconfortável com aquela cena e foi só então que o garoto pareceu notar a presença do terceiro indivíduo, seu rosto emburrado se transformou em um sorriso.

— Quem é a moça bonita?

— Cai fora, Ben, ela não é pro seu bico. Agora você vai contar ou não o que descobriu?

— Quem é fofoqueira, hum? - ela lhe lançou um olhar feio e ele fez uma careta. – Tá, tá. Você sabia que Harry Potter está nesse trem?

Era óbvio que toda criança com conhecimento sobre o mundo bruxo sabia quem era Harry Potter e da sua história, mas Belmont não entendia o porquê daquele entusiasmo todo, duvidava que o garoto se lembrasse de algo daquela noite, e, claro, tinha o detalhe de que ele havia perdido os pais.

Amélia, diferente de quase que todas as crianças bruxas, enquanto crescia não se interessava em ouvir sobre como o garoto milagrosamente havia sobrevivido a uma maldição imperdoável enquanto os pais morriam bem na sua frente. Era macabro demais na opinião dela, definitivamente preferia ouvir histórias que existiam apenas no mundo trouxa, como algo do mundo das princesas.

Percebendo o desinteresse da terceira passageira, perguntaram ao mesmo tempo:

— Nascida trouxa?

— Não, sangue puro, eu só não acho essa história divertida.

— Você se importa se eu for lá, dá uma espiadela? - Lisa perguntou, a mão já na maçaneta.

— Não, mas aposto que ele sim - mas ela não a escutou e saiu.

Lisa voltou alguns minutos depois acompanhada por Benjamim e por mais um garoto.

— Oi... de novo - disse o tal Benjamin se jogando no banco da frente sem qualquer cerimônia.

— Oi?! - respondeu Amélia.

— Então Mel esse é Caleb, meu namorado, o Ben você já conhece, né?

— Oi, prazer.

E a partir daí engataram em uma conversa que fluiu tão a vontade que só perceberam que estavam chegando quando uma voz feminina disse que faltavam apenas cinco minutos, trocaram as roupas trouxa pelo uniforme de Hogwarts, Amélia percebeu, pelas cores das vestes, que os três eram da Grifinória e, mentalmente, rezou para ficar na mesma casa que os três novos amigos.

Benjamin e Lisa, Belmont descobriu, eram irmãos, sendo a garota a mais velha. Caleb e Lis se conheceram quando entraram na escola, mas só começaram a namorar no segundo ano deles, ou seja, no ano anterior. Logo Ben estava indo para o seu segundo, e ele se dedicou a explicar tudo do primeiro ano e até mesmo como Hogwarts funcionava com um brilho diferente nos olhos, como se seu lar fosse aquele castelo.

Quando chegaram a plataforma tiveram que se separar, os mais velho iriam de carruagem e os primeiranistas iriam em um barquinho acompanhados de um homem gigante.

Aos escorregões e tropeços, o grupo seguiu o gigante por um caminho de aparência íngreme, estreita. Estava tão escuro em volta que Amélia achou que escorregaria a qualquer momento. Ninguém falou muito, apenas um menino fungou umas duas vezes.

— Vocês vão ter a primeira visão de Hogwarts em um segundo - o homem gritou por cima do ombro-, logo depois dessa curva.

Ouviu-se um "Aooooooh" muito alto. O caminho estreito se abrira de repente até a margem de um grande lago escuro. Encarapitado no alto de um penhasco na margem oposta, as janelas cintilando no céu estrelado, havia um imenso castelo com muitas torres e torrinhas.

— Só quatro em cada barco! - ouviu o grande homem gritar, apontando para uma flotilha de barquinhos parados na água junto à margem. Amélia dividiu com três garotos, Dino Thomas, Simas Finnigan e outro que não falou nada o caminho todo.

— Todos acomodados? - gritou o mais velho, que tinha um barco só para si. - Então... VAMOS!

E a flotilha de barquinhos largou toda ao mesmo tempo, deslizando pelo lago que era liso como um vidro. Todos estavam silenciosos, os olhos fixos no grande castelo no alto. A construção se agigantava à medida que se aproximavam do penhasco em que estava situado.

— Abaixem as cabeças! - berrou quando os primeiros barcos chegaram ao penhasco; todos abaixaram as cabeças e os barquinhos atravessaram uma cortina de hera que ocultava uma larga abertura na face do penhasco. Foram impelidos por um túnel escuro, que parecia levá-los para debaixo do castelo, até uma espécie de cais subterrâneo, onde desembarcaram subindo e pisando em pedras e seixos.

— Ei, você aí! É o seu sapo? - perguntou o gigante, que verificava os barcos à medida que as pessoas desembarcavam.

— Trevo! - gritou o menino que estava fungando no caminho, feliz, estendendo as mãos.

Então eles subiram por uma passagem aberta na rocha, acompanhando a lanterna do homem, e desembocaram finalmente em um gramado fofo e úmido à sombra do castelo. Galgaram uma escada de pedra e se aglomeraram em torno da enorme porta de carvalho.

— Estão todos aqui? Você aí, ainda está com o seu sapo?

Ele ergueu um punho gigantesco e bateu três vezes na porta do castelo. Quem abriu as enormes portas do castelo foi uma bruxa alta de cabelos negros e vestes verde esmeralda. Tinha o rosto muito severo e o primeiro sentimento que Amélia teve foi de um pouco de medo.

— Alunos do primeiro ano, Profa. Minerva McGonagall - informou.

— Obrigada, Hagrid. Eu cuido deles daqui em diante.

Ela escancarou a porta. O saguão era tão gigantesco, as paredes de pedra estavam iluminadas com archotes flamejantes como os de Gringotes, o famoso banco bruxo, o teto era alto demais para se ver, e uma imponente escada de mármore em frente levava aos andares superiores. 

Seguiram para uma sala ao lado do que parecia ser o Salão Principal onde ela explicou sobre as casas, mas Amélia, por já saber como eram, se deu ao luxo de olhar com atenção as crianças ao seu redor. Dois garotos tinham chamado sua atenção, estavam juntos, algumas vezes falando aos sussurros, o ruivo parecia muitíssimo assustado enquanto o moreno tinha uma expressão de medo, confusão e admiração, e em uma de suas muitas olhadas, Amélia viu sua cicatriz.

Ao que parecia, Potter estava mesmo aqui. Apenas alguns centímetros de distância.

— Agora façam uma fila e me sigam - disse a Profa. Minerva aparecendo do nada. Ela havia saído?

As penas de Amélia ficaram bambas de repente e ela pensou que fosse desmaiar ali mesmo, mas entrou na fila na frente de Simas Finnigan. Saíram da sala, tornando a atravessar o saguão e as portas duplas que levavam ao Grande Salão. Era iluminado por milhares de velas que flutuavam no ar sobre quatro mesas compridas, onde os demais estudantes já se encontravam sentados.

Amélia pode ver seus três novos amigos na mesa deles e Lisa acenou pra ela, que apenas sorriu em resposta, procurou pelo primo, mas não conseguiu achá-lo.

As mesas estavam postas com pratos e taças douradas. No outro extremo do salão havia mais uma mesa comprida em que se sentavam os professores. A Profa. Minerva os levou até ali de modo que parassem enfileirados diante dos outros, tendo os professores as suas costas. As centenas de rostos que os contemplavam pareciam lanternas fracas à luz trêmula das velas. Misturados aqui e ali aos estudantes, os fantasmas brilhavam como prata envolta em névoa. Principalmente para evitar os olhares fixos em si, Amélia olhou para cima e viu um teto aveludado e negro salpicado de estrelas. Notou que muitos também observavam o céu e escutou uma garota sussurrar:

— É enfeitiçado para parecer o céu lá fora, li em Hogwarts, Uma História.

A Profa. Minerva colocou silenciosamente um banquinho de quatro pernas diante do grupo de primeiranistas. Em cima do banquinho ela pôs um chapéu pontudo de bruxo. O chapéu era remendado, esfiapado e sujíssimo.

Por alguns segundos fez-se um silêncio total. Então o chapéu se mexeu. Um rasgo junto à aba se abriu como uma boca – e o chapéu começou a cantar.

Ah, vocês podem me achar pouco atraente,
mas não me julguem pela aparência
Engulo a mim mesmo se puderem encontrar
Um chapéu mais inteligente do que o papai aqui.
Podem guardar seus chapéus-coco bem pretos,
suas cartolas altas de cetim brilhoso
porque eu sou o Chapéu Seletor de Hogwarts
E dou de dez a zero em qualquer outro chapéu.
Não há nada escondido em sua cabeça
que o Chapéu Seletor não consiga ver,
por isso é só me porem na cabeça que vou dizer
em que casa de Hogwarts deverão ficar.
Quem sabe sua morada é a Grifinória,
casa onde habitam os corações indômitos.
Ousadia e sangue frio e nobreza
destacam os alunos da Grifinória dos demais;
Quem sabe é na Lufa-Lufa que você vai morar,
onde seus moradores são justos e leais
pacientes, sinceros, sem medo da dor;
ou será a velha e sábia Corvinal,
A casa dos que tem a mente sempre alerta,
onde os homens de grande espírito e saber
sempre encontrarão companheiros seus iguais;
ou quem sabe a Sonserina será a sua casa
E ali fará seus verdadeiros amigos,
homens de astúcia que usam quaisquer meios
para atingir os fins que antes colimaram.
Vamos, me experimentem! Não deverão temer!
Nem se atrapalhar! Estarão em boas mãos!
(Mesmo que os chapéus não tenham pés nem mãos)
porque sou o único, sou um Chapéu Pensador!

O salão inteiro rompeu em aplausos quando o chapéu acabou de cantar. Ele fez uma reverência para cada uma das mesas e em seguida ficou muito quieto outra vez.

— Então só precisamos experimentar o chapéu! - Amélia ouviu o ruivo cochichar para Potter, notando que estava perto demais deles. - Vou matar o Fred, ele não parou de falar numa luta contra um trasgo.

A garota viu Harry Potter dar um sorriso sem graça. Aparentemente experimentar um chapéu falante com todo mundo olhando não deixava só a ela nervosa. Amélia Belmont não se sentia corajosa, nem inteligente, nem quaisquer outras coisas naquele instante além de apavorada e envergonhada.

A Profa. Minerva então se adiantou, segurando um longo rolo de pergaminho.

— Quando eu chamar seus nomes, vocês porão o chapéu e se sentarão no banquinho para a seleção. Ana Abbott!

Uma garotinha de rosto rosado e marias-chiquinhas louras saiu aos tropeços da fila, pôs o chapéu na cabeça que lhe afundou até os olhos e se sentou. Uma pausa momentânea…

Lufa-Lufa! – anunciou o chapéu.

A mesa à direita deu viva e bateu palmas quando Ana foi se sentar à mesa da Lufa-Lufa.

— Amélia Belmont!

E a última coisa que viu antes do chapéu cobrir seus olhos foi um par de olhos verdes a encarando curiosamente alguns passos a frente.

— Realmente difícil. Você tem uma mente fantástica, garota. Você é determinada e sabe o que quer e como quer, luta pelos seus direitos e tem uma coragem invejável, além de um futuro brilhante. Você ficará em ótimas mãos na Grifinória!

Ouviu o chapéu anunciar a última palavra em voz alta para todos do salão ouvir e a mesa da extrema esquerda explodiu em vivas e aplausos. Lisa e Benjamin gritavam seu nome, pareciam genuinamente feliz por tê-la por perto.

— Susana Bones!

Lufa-Lufa! – anunciou o chapéu outra vez, e Susana saiu depressa e foi se sentar ao lado de Ana.

— Terêncio Boot!

Cornival!

Desta vez foi a segunda mesa à esquerda que aplaudiu; vários alunos da Cornival se levantaram para aperta a mão de Terêncio quando o menino se reuniu a eles.

Mádi Brocklehurst foi para a Cornival também, mas Lilá Brown foi escolhida para Grifinória e a Amélia acompanhou, envolvida numa bolha de felicidade, a mesa explodir em vivas. Mila Bulstrode se tornou uma Sonserina. Justino Finch-Fletchley foi para a Lufa-Lufa. Simas Finnigan passou sentado no banquinho quase um minuto, antes do chapéu anunciar que iria para a Grifinória.

— Hermione Granger!

A garota saiu quase correndo até o banquinho e enfiou o chapéu, ansiosa.

Grifinória! - anunciou o chapéu.

Draco Malfoy se adiantou, gingando quando chamaram seu nome e o chapéu mal tocara sua cabeça quando anunciou:

Sonserina!

Faltava pouca gente agora.

Moon..., Nott…

— Harry Potter!

Quando ele se adiantou, correu um burburinho por todo o salão como um fogo de rastilho.

Potter, foi o que ela disse?

O Harry Potter?

Alguns segundos depois o chapéu anunciou:

Grifinória!

Tirou o chapéu da cabeça e se encaminhou trêmulo para a mesa da Grifinória. Um garoto ruivo se levantou e apertou sua mão, enquanto dois gêmeos também ruivos gritavam "Ganhamos Potter! Ganhamos Potter!". Harry sentou-se defronte do fantasma com gola de rufos.

Lisa Turpin virou uma Cornival e depois foi a vez de Ronald Weasley, o garoto ruivo, e o chapéu anunciou que ele ia para a Grifinória. Ronald se largou numa cadeira ao lado de Harry.

— Muito bem, Rony, excelente - disse um dos ruivos, que devia ser seu parente, pomposamente por cima de Harry, na mesma hora em que Blásio Zabini era mandado para a Sonserina.

A Profa. Minerva enrolou o pergaminho e recolheu o Chapéu Seletor. Dumbledore se levantou. Sorria radiante para os alunos, os braços bem abertos, como se nada no mundo pudesse ter-lhe agradado mais do que ver todos reunidos ali.

— Sejam bem-vindos! - disse. - Sejam bem-vindos para um novo ano em Hogwarts! Antes de começarmos nosso banquete, eu gostaria de dizer umas palavrinhas: Pateta! Chorão! Destocado! Beliscão! Obrigado.

E sentou-se. Todos bateram palmas e deram vivas. Amélia olhou para Benjamin e tinha certeza que estava com a mesma duvida que ele: Rir ou não?

Quando o banquete foi finalizado, Dumbledore tornou a se levantar.

— E agora, antes de irmos para a cama, vamos cantar o hino da escola! - exclamou. Os professores, Amélia reparou, agora tinham um sorriso amarelo estampado no rosto.

Dumbledore fez um pequeno aceno com a varinha como se estivesse tentando espantar uma mosca na ponta e surgiu no ar uma longa fita dourada, que esvoaçou para o alto das mesas e se enroscou como uma serpente formando palavras.

— Cada um escolha sua música preferida - convidou Dumbledore -, e lá vamos nós!

E a escola entoou em altos brados:
Hogwarts, Hogwarts, Hoggy Warty Hogwarts,
Ensina-nos algo, por favor,
Quer sejamos velhos e calvos
Quer moços de pernas raladas,
Temos as cabeças precisadas
De ideias interessantes
Pois estão ocas e cheias de ar,
Moscas mortas e fios de cotão,
Nos ensine o que vale a pena,
Faça lembrar o que já esquecemos
Faça o melhor, faremos o resto,
Estudaremos até o cérebro se desmanchar.

Todos terminaram a música em tempos diferentes. E por fim só restaram os gêmeos ruivos cantando sozinhos, ao som de uma lenta marcha fúnebre. Dumbledore regeu os últimos versos com sua varinha e, quando eles terminaram, foi um dos que aplaudiram mais alto.

— Ah, a música - disse secando os olhos. - Uma mágica que transcende todas que fazemos aqui! E agora, hora de dormir. Andando! 

Os primeiranistas tinha que seguir o monitor, que acabou sendo um dos muitos ruivos presentes na Grifinória, mas esse em especial se chamava Percy, e por entre os grupos que conversavam, saíram do Salão Principal.

Subiram as escadarias de mármore, cansados demais para olhar os detalhes daqueles castelos. Subiram outras tantas escadas, bocejando e arrastando os pés, Amélia já estava começando a se perguntar quando chegariam ao dormitório quando subitamente param de andar. Tinham chegado ao fim de um corredor onde havia um quadro de uma mulher muito gorda vestida de rosa.

— Senha? - indagou ela.

— Cabeça de Dragão - disse Percy e o retrato se inclinou para frente revelando um buraco redondo para onde dava para uma sala com aparência de ser confortável, mas como Amélia estava muito cansada, subiu a escada até o dormitório que Percy havia indicado e, sem ver muita coisa, achou sua cama, colocou o pijama e dormiu.


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