OMNITRANIL (Ben 10 - Força Alienígena) escrita por TarryLoesinne


Capítulo 44
Caça




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O último pedaço da cúpula de cristal esfarelou no chão e Max levantou voo, seguindo rumo ao local da queda de Albedo. Sobrevoou o terreno árido consumido pela explosão, alcançou a floresta de pinheiros e continuou por mais alguns metros até notar um caminho de galhos quebrados que terminava em um buraco por entre as árvores.

Com cuidado, diminuiu sua altura, atento ao visor, às suas câmeras adicionais e aos sensores de perigo. Aterrissou na região de mata fechada, com o vento ecoando uma sinfonia de folhas balançantes.

Aproximou-se de onde Albedo forçosamente pousou. Um buraco de cerca de dez metros de diâmetro marcava o local, mas sem sinal do alienígena.

Será que ele fugiu? ― pensou.

Pior do que um perigo evidente é a incerteza de sua presença. O Magistrado pressionou um botão em seu braço e ativou o scanner em seu visor. Olhou para a floresta ao seu redor, mas não encontrou sinais de calor. Ergueu a cabeça em direção às copas das árvores, mas nenhum sinal de vida foi detectado. Focou na cratera à sua frente, em busca de material genético, traços de odores ou qualquer outra coisa que pudesse indicar para onde o alienígena possa ter fugido.

Um pequeno sinal apitou em sua tela. Automaticamente um zoom focalizou o motivo: um pequeno pedaço de matéria orgânica. Uma unha talvez?

Max deslizou pelas laterais de terra fofa do buraco e agachou-se para pegar a amostra orgânica.

Uma bola de fogo envolveu Max, preencheu a abertura e cresceu rumo aos céus, queimando os galhos das árvores ao redor da cratera.

Os propulsores da armadura o impulsionaram para fora das chamas para uma distância segura. Alertas apitavam freneticamente no visor. Max apoiou os pés no solo e imediatamente tombou com um joelho no chão. Encarou a coluna de fumaça escura que subia de dentro da cratera.

Uma mão enorme surgiu e tocou a borda do buraco. A cabeça com chifres veio em seguida, com olhos brilhantes como fogo e uma respiração pesada e ruidosa. O corpo enorme do vaxasauriano evoluído ergueu-se por completo de dentro da terra.

Max sentia sua visão ficar turva, talvez fosse a perda de sangue excessiva, não sabia bem dizer. Fato é que precisava reagir de alguma forma, fugir dali. O olhar da criatura deixava claro seu propósito.

◇───────◇───────◇

Ben envolveu os pescoços de Gwen e Kevin num mesmo abraço. Estava realmente feliz de vê-los ali.

― Espere um pouco, Ben ― disse Gwen, ― o que você está fazendo aqui?

Ele se afastou do abraço e disse:

― Vim ajudar vocês, ué! O Azmuth me disse que estavam enfrentando o Albedo então imaginei que precisavam de ajuda. ― Ben, que sempre foi ruim de detalhes, finalmente notou as marcas violetas no rosto e nos cabelos de sua prima ― Gwen, o que foi isso?

― História longa, Tennyson ― disse Kevin, ― Agora… gostaria de explicar pra gente o que é isso aí? ― ele apontava para o símbolo do Omnitrix no peito de Ben.

Ben abaixou o olhar para o símbolo e esboçou uma expressão confusa. Virou-se para Azmuth e perguntou:

― Eu virei um alien agora?

― Você sabe que definir alguém como alien depende do referencial, certo? ― disse Azmuth ― Você pode sim ser definido como um alien por mim.

― Você me entendeu!

― Feche os olhos por um momento.

Ben obedeceu.

― Agora foque sua atenção em seu braço direito e tente imaginar seu membro como se fosse o braço de um Pyronita.

― De quem? ― disse Ben, erguendo a sobrancelha mas sem abrir os olhos.

― O Chama, cabeçudo ― disse Kevin. ― Sério, como é que pode um um cabeça oca como esse, que mal sabe o nome da própria espécie, ser responsável por um relógio que- mas que droga é essa!?

Ben abriu os olhos e viu que seu braço direito se encontrava revestido até o cotovelo de rochas magmáticas, com um pequeno rio de lava caminhando entre elas. Seus dedos da mão eram como pedras incandescentes. Não era uma visão tão incomum para Ben, no entanto, ao notar que seu outro braço era tão simples quanto ao de um humano, finalmente compreendeu.

― Isso é muito legal! ― disse Ben.

― Lembre-se, evite fazer grandes transformações pois se não o anestésico será consumido numa velocidade muito maior do que o esperado ― disse Azmuth. ― O controle mestre está ativado, mas foque em alienígenas que você já conhece. Não estamos em condições de ficar experimentando novas espécies.

― Mas, Ben… ― disse Gwen. ― E o problema do Omnitrix? Não está mais doendo quando se transforma? O que era que estava causando o problema? O que garante que não vai voltar e-

― Gwen… ― Ben segurou a prima pelos braços e olhou no fundo de seus olhos. ― Eu estou bem.

A respiração da garota foi se acalmando.

― Eu não sei os detalhes de tudo que vocês fizeram por mim, mas eu sei que eu não estaria aqui se não fosse pela ajuda sua, ― Ben olhou para o amigo ― do Kevin, ― e continuou direcionando o olhar para os demais presentes no recinto ― da Eunice e da Encantriz. Encantriz!? ― E deu um passo para trás.

― Bu! ― ela disse ironicamente.

― O que ela está fazendo aqui!?

― Acredite ou não, ela também te ajudou… ― disse Gwen.

― Como é!?

― E agora ela vai nos ajudar a vencer o Albedo.

― Será que precisa? ― disse Encantriz ― O velho de vocês já não tinha conseguido derrotar ele?

― Do que ela está falando? ― Questionou Azmuth.

Eunice passou por entre Gwen e Kevin e dirigindo-se para próximo do cientista, disse:

― Vimos o corpo de um crystalsapien evoluído arremessado pelos céus e caindo no meio da floresta. Acreditamos que o Magistrado possa ter derrotado Albedo.

― Eu duvido muito! ― disse Azmuth. ― Enquanto o Superomnitrix não for retirado de seu braço, ele ainda será uma ameaça. Precisamos ir até ele imediatamente!

― Sim, senhor Azmuth ― Eunice sentou-se na cadeira do piloto e começou a iniciar os processos de partida da nave.

A espaçonave encanadora começou a erguer-se do chão, levantando poeira e folhas. O som dos motores propagava-se por entre as árvores e o céu azul sem nuvens ficava cada vez mais visível na janela principal da ponte de comando. Uma vez que a nave ultrapassou a altura das árvores, uma explosão foi vista na paisagem ao leste, erguendo uma coluna de fumaça escura.

― O miserável ainda não morreu!? ― gritou Kevin.

A nave avançou em direção à coluna de fumaça. Até chegar nas proximidades, mais três outras explosões foram observadas na região. Duas árvores tombaram com a terceira explosão, abrindo uma área que permitia visualizar o solo a partir dos céus.

Os tripulantes da espaçonave se aproximaram em conjunto da janela, curiosos para ver o que se passava ali. A visão lhes reviraram o estômago…

― Vovô! ― Ben bateu com ambas as mãos abertas na janela.

― Que horror! ― Eunice cobriu a boca horrorizada.

Os cabelos de Gwen começaram a erguer e seus olhos começaram a brilhar violeta.

― Eu vou matar esse desgraçado! ― Kevin gritou.

Ben virou-se de costas para a janela e disparou em direção à saída. Gwen e Kevin seguiram logo atrás. Eunice correu até sua bolsa e gritou:

― Kevin, espere!

Ele parou subitamente e virou-se para ela. Eunice segurou o braço esquerdo dele e colocou algo em sua mão.

― Aqui, eu não consegui entregar antes ― disse a garota.

Kevin olhou para os dez anéis colocados em sua mão. Pegou um mais grosso de cor preta e brilhante e ficou observando os detalhes.

― São anéis feitos de rochas do mercado de Calcùnete. Infelizmente não vou conseguir explicar cada um deles agora, mas pelo menos desse eu preciso falar ― Eunice pegou um anel amarelo e mostrou a Kevin ― O minério principal está dentro desse revestimento amarelo. Ele não pode ficar exposto ao ar, então tome cuidado.

― O que acontece? ― Kevin perguntou.

― Ele explode. ― Eunice entregou um papel dobrado a ele ― Eu escrevi aqui o minério de cada um dos anéis. Se tiver tempo, tente ler.

― Entendi. ― Kevin começou a colocar um anel em cada dedo e colocou o papel em seu bolso traseiro ― Agora preciso ir. Valeu, loira!

Ben e Gwen já estavam junto à porta que dava acesso à rampa de embarque. Assim que a rampa começou a descer, o vento invadiu a espaçonave.

― Vocês não querem que a gente pouse primeiro? ― gritou Eunice por cima do vento.

― Não precisa ― gritou Kevin, que correndo, passou pelos amigos e saltou porta afora.

Gwen e Ben saltaram logo atrás.

Kevin obviamente foi o primeiro a chegar ao solo. O impacto de seu pouso abriu uma pequena cratera. Seu corpo estava revestido de uma rocha preta e brilhante que lembrava obsidiana negra.

Gwen descia em alta velocidade. Faltando poucos metros para atingir o solo, desacelerou, flutuando delicadamente até tocar o chão. As mechas violetas de seus cabelos brilhavam e as máculas de sua pele reluziam intensamente.

Com suas quatro asas azuis e negras, Ben planava desenhando uma espiral descendente no ar. Uma névoa fria se formava com sua aproximação. Deu um leve rebote para cima e deixou-se cair, firmando ambos os pés no chão, dobrando os joelhos e o corpo. Por costume, as asas se dobraram sobre si, cobrindo-o numa sinistra capa. Debaixo do capuz, seus olhos verdes refulgiam de dentro da sombra que cobria seu rosto.

Albedo trazia em seu rosto um sorriso maníaco cheio de dentes. Mantinha seu braço erguido, segurando no ar o corpo desfalecido do Vô Max pela cabeça, exibindo orgulhosamente o fruto de sua caçada. A armadura galvaniana soltava pedaços com o simples balançar do vento florestal. Abaixo de Max, uma poça de sangue se formava a partir de onde deveria haver seu braço direito.


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