OMNITRANIL (Ben 10 - Força Alienígena) escrita por TarryLoesinne


Capítulo 40
O que vem de cima...




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Aproximando-se das coordenadas 2.5.14-10, destino: Terra ― disse o computador da espaçonave ― Sairemos da velocidade de dobra em sessenta segundos.

― Ótimo! ― disse Vô Max ― Mais alguma informação sobre a explosão, Eunice?

― Ainda não, Magistrado ― Eunice se encontrava junto a um painel com múltiplas telas à direita da ponte de comando ― Estou tentando obter mais dados, mas a comunicação com o quartel dos Encanadores de Bellwood ainda está perdida.

― Isso não é um bom sinal ― disse Azmuth, o cientista mantinha-se em seu espaço improvisado, trabalhando em seus minérios.

― Não, isso é um péssimo sinal ― disse Max.

Max, por sua vez, se encontrava sentado em sua cadeira de piloto, uma tela holográfica projetava-se à sua frente, com um mapa de Bellwood e um círculo amarelo que ocupava 10% do território, envolvendo principalmente a floresta da cidade. Apoiado no braço da cadeira, seu distintivo de Encanador oscilava a luz como numa chamada telefônica aguardando ser atendido.

― Aconteceu mais uma explosão! ― disse Eunice assustada.

― O quê!? Mas tão rápido! ― Max levantou-se de sua cadeira e posicionou-se ao lado de Eunice.

― Infelizmente, sim. ― Eunice movia os dedos pelas telas, puxando janelas de informações de um lado para o outro ― Mas de alguma forma, a área da explosão não está se expandindo...

O distintivo de Encanador de Max Tennyson emitiu um som alto e agudo que se propagou por todo o recinto. Uma sensação desconfortável envolveu todos ao mesmo tempo, Azmuth e Eunice pararam por um instante o que estavam fazendo em ambos encararam o Magistrado.

― Essa não... ― disse Max, avançando em direção ao seu distintivo.

― O que foi, Max?

― É a Gwen!

― Ela está ligando para o senhor? ― perguntou Eunice.

― Não, ela está na iminência de perder o controle de seus poderes ― Max sentou-se na cadeira e disse ― Computador, quanto tempo ainda falta para chegarmos!?

― Mas assim do nada?

― Não, Eunice ― disse Azmuth ― verifique seus dados, você vai entender.

Eunice virou-se para as telas e notou que as informações sobre a segunda explosão mostravam um aumento exponencial do nível de energia, mas mantinha-se relativamente constante em área de impacto.

― E-ela está segurando a explosão!?

Max não respondeu, ao invés disso gritou ainda mais alto:

― Computador!

Saindo da velocidade de dobra. Chegamos às coordenadas estabelecidas: Terra.

Um estalido oco acompanhado de uma vibração súbita percorreu a espaçonave encanadora e então Max, Eunice e Azmuth viram a enorme imagem do planeta Terra preencher o visor frontal.

― Agora deixe comigo, computador, mudar para direção manual.

Sim, Magistrado, piloto automático desativado.

― Eunice ― disse Max ― preciso que você reúna todas as pedras com energia que você possa encontrar.

― O que você está planejando, Max? ― disse Azmuth.

Max observou um feixe de luz subir de um ponto na superfície terrestre, afastando centrifugamente as nuvens da atmosfera daquela região.

― Tenho certeza de que Gwen conseguirá segurar a explosão, mas se depois não conseguirmos segurá-la, teremos dois problemas ao invés de um.

― E o Albedo? ― perguntou Eunice.

O rosto de Max contorceu-se numa expressão dura.

◇───────◇───────◇

Albedo gargalhava deliciosamente. Seu corpo de crystalsapien supremo reluzia cheio de energia, emitindo feixes brilhantes por entre a fumaça que se dissipava.

― Isso! ― disse ele ― É disso que eu precisava!

A insígnia do Superomnitrix em seu peito disse numa voz robotizada:

― Bateria interna cem por cento recarregada.

― Excelente ― respondeu Albedo. ― E quanto ao núcleo de autoalimentação?

― Partículas carregadas e vibrando em frequência adequada. Aguardando gatilho energético para iniciar processo de fissio-fusão contínua.

Albedo ergueu a cabeça e encarou sua criação com orgulho. O cristal de tadenita de outrora localizada no topo da máquina agora consistia numa massa plasmática sem forma definida dentro de seu recipiente. Agitava-se freneticamente como se desejasse escapar dali.

Ele abriu os braços, preparando-se para emitir um poderoso feixe de energia no composto disforme e finalmente concluir o processo de fissão; quando de repente ouviu um som agudo cortar o céu. Virou-se e notou que três espaçonaves encanadoras vinham em sua direção.

― Já não lhes ensinaram que é indelicado chegar atrasado na festa dos outros? ― disse o alienígena.

A espaçonave do meio abriu um compartimento abaixo de sua asa esquerda e lançou um míssil em direção à máquina de fissão. Albedo apontou para um ponto no solo, fazendo uma ponta de cristal projetar-se ali; ergueu o braço em direção ao míssil e a ponta de cristal cresceu como uma enorme e fina pilastra violeta, atingindo o projétil muito antes dele atingir seu objetivo.

As espaçonaves desviaram da coluna e começaram a disparar feixes de lasers contra Albedo. Os tiros acertavam a terra como uma chuva brilhante e verde, levantando poeira e detritos no ar. O alienígena posicionou-se entre as naves e a máquina e fez crescer uma barreira de cristal de cerca de cinco metros de largura por seis de altura. Os lasers que acertavam a proteção eram convertidos num brilho arco-íris e desciam pela superfície cristalina até o solo.

As naves dividiram sua formação: duas para a esquerda e uma para a direita, circundando a área da máquina. Albedo ergueu seu braço direito e lançou feixes de energia em direção as espaçonaves. Não acertou nenhum. As espaçonaves desviavam fazendo piruetas pelo ar.

Albedo fechou a mão direita e impediu que o ataque saísse. O brilho de sua mão percorreu pelo seu braço, desceu pelo seu corpo e afundou no solo através de seus pés.

Uma das naves fez um giro e posicionou-se de frente à máquina, abriu o compartimento inferior da asa direita para lançar um míssil quando um enorme feixe de energia a atingiu por trás e pulverizou metade da espaçonave em pleno ar. Os pedaços que restavam caíram numa chuva de destroços.

O piloto encanador da nave à direita virou-se em direção a origem do feixe e viu a cerca de duzentos metros dali, antes envolta pela fumaça, uma estrutura de cristal que brilhava em sua ponta. O piloto percorreu com olhar todo o seu campo de visão e contou mais seis estruturas pontiagudas que emergiam do solo como garras.

― Cuidado com as torres periféricas ― disse o piloto em seu comunicador. ― O último disparo veio daquela a sudeste. Há pelo menos sete delas.

― Sim, senhor.

Albedo ouviu novos sons cortarem o ar. Um míssil atingiu a barreira de cristal às suas costas e o fez chocar-se contra sua máquina. Ele ergueu-se apoiando a mão no equipamento e acariciou-o verificando se alguma coisa havia sido danificada.

Albedo virou levemente a cabeça e olhou atrás de si outras cinco naves encanadoras preenchendo o ar em formação.

Um novo disparo das torres de Albedo acertou a nave mais a direita, forçando-as a quebrarem a formação. Os disparos das espaçonaves começaram a se intensificar, todo laser lançado contra a máquina era barrado por uma proteção de cristal ou por alguma parte do corpo do alienígena.

Albedo disparava feixes energéticos com sua mão direita e com a esquerda fazia brotar colunas de cristal. Duas naves caíram ao terem suas asas perfuradas pelas pilastras. Um míssil quase atingiu a máquina, mas foi acertado por um raio de energia em pleno ar. Dois disparos das torres externas cruzaram-se num xis e pulverizaram duas espaçonaves. Restavam ainda três.

O alienígena lançou vários disparos contra uma espaçonave, fazendo-a reduzir sua altitude cada vez mais até que finalmente cinco colunas de cristal brotaram de uma só vez da terra e perfuraram a nave, transformando-a numa bola de fogo.

Dois mísseis vieram em sua direção, um deles, no entanto, começou a desviar o caminho em pleno voo rumo ao aparato de fissão. Albedo que se preparava para destruir ambos os mísseis ao mesmo tempo, se viu sem alcance de atingir os dois ao mesmo tempo. Deu as costas ao projétil que vinha em sua direção e disparou contra o segundo míssil fazendo-o explodir no ar.

No entanto, o primeiro projétil o atingiu, arremessando-o para longe de sua máquina, de barriga para baixo.

As duas naves restantes começaram a atirar lasers contra a máquina, fazendo pedaços dela se soltarem. O material amorfo dentro do recipiente começava a perder seu brilho.

Albedo ergueu-se irado. Encheu seu peito de energia e deixou-a descer pelo seu corpo até o solo. As sete torres dispararam ao mesmo tempo, emitindo um forte brilho ao se cruzarem no céu.

Assim que o brilho se dissipou, notou que não restava mais resquícios dos encanadores nem de suas naves.

― Insetos inúteis ― Albedo praguejou. Caminhou até sua máquina, ainda estava funcionando.

Ele precisaria de alguns bons minutos para lançar a quantidade de energia necessária para finalizar a fissão da tadenita, mas com a chegada constante de Encanadores seu objetivo poderia falhar. Teve uma ideia.

Albedo ergueu os braços em direção a duas das torres periféricas de cristal. Começou a girar o corpo em sentido horário. Todas as sete torres começaram a se inclinar para a direita e a crescer de tamanho. Ele continuou seu movimento metódico, ondas de energia brilhavam de seu peito e desciam pelo seu corpo. As pontas das colunas começaram a se aproximar das bases uma das outras e continuaram crescendo, subindo uma sobre as outras. Aos poucos, as torres foram se transformando em uma cúpula espiralizada. A luminosidade ali ia sendo reduzida cada vez mais, resumindo-se à uma abertura no topo que também estava se fechando.

Albedo ouviu sons de explosão atingindo o lado esquerdo da cúpula e sorriu.

“Precisará de mais do que isso para destruírem meus cristais” ― pensou ele.

De repente um poderoso impacto surgiu atrás de Albedo, fazendo o chão vibrar e uma enorme nuvem de poeira e fogo surgir. Algo caiu do céu e atingiu sua máquina em cheio. Pedaços do aparato passaram voando pelo seu rosto. Olhou para o chão aos seus pés e um líquido esverdeado brilhante começava a ser absorvido pela terra. Ergueu a cabeça e visualizou a silhueta que se formava de dentro da fumaça.

― Quem é você seu desgraçado! ― disse Albedo. ― Você sabe o que você fez!?

A figura deu um passo a frente e Albedo pode ver a armadura mecamorfo galvaniana brilhar sob a luz da claraboia.

― Não pode ser... ― Albedo recuou um passo.

O capacete da armadura se abriu revelando o rosto frio de Max Tennyson.

― Ah, é só você, velho maldito... ― disse Albedo ― Pensei ter te matado antes, mas tudo bem, depois do que você acabou de fazer, farei questão de garantir que permaneça morto.


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