Eu Sou Jane escrita por danielaeditacoisas


Capítulo 7
Capítulo 7




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                                            Capítulo Sete
                                                   "Eu sou Jane."

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“A confiança é demonstrada com ação, mas nunca com palavras.
A confiança é sempre vista, mas nunca ouvida."

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Um mês depois…


Foi surreal quando ela entrou no prédio do FBI. Foi um longo mês de reabilitação, mas finalmente estava de volta onde começou sua jornada. Ciente de suas falhas, ela só desejava poder corrigi-las. Weller tinha telefonado na noite anterior e perguntado se poderia ir até lá para falar com ele pessoalmente. Ela não o vira pessoalmente há várias semanas. Ele até foi ao hospital diariamente durante sua primeira semana de recuperação, mas depois disso só o viu foi na televisão. Estava ocupado viajando pelo país para coletivas de imprensa e reuniões com funcionários do governo. O resto da equipe foi visitá-la. As conversas entre eles ainda pareciam forçadas, precisavam de tempo para consertar seus relacionamentos quebrados. Todos foram gentis, mas ela podia sentir que não era como antes.


Ela sorriu enquanto entrava na sala onde seus ex-colegas estavam debruçados sobre um dos monitores de Patterson. A loura falou rapidamente enquanto explicava suas descobertas, parando apenas para respirar. Weller estava ao lado dela, apontando para a tela enquanto discutia o caso. Ele puxou a gravata, fazendo Jane rir de longe. Ele poderia ser o diretor assistente, mas ela sabia que usar gravata nunca seria algo que lhe agradava. Toda vez que usava uma, sentia-se sufocado.


Jane lembrou do momento em que acordou no hospital.


Sem saber o que tinha acontecido e onde estava, Jane acordou. A última coisa da qual se lembrava era a expressão preocupada de Weller quando ela lhe disse onde estava o chip com as informações que precisava. Imediatamente tocou sua nuca, o que a fez estremecer de dor. Um curativo cobria a parte de trás de seu pescoço. Ela sorriu aliviada enquanto abaixava a mão de volta à cama.


Eles acreditaram nela e recuperaram a informação. Então focou os olhos turvos enquanto dissipar a sedação a qual estava submetida. Olhou ao redor do quarto do hospital. Ninguém estava lá, mas havia um paletó pendurado sobre uma cadeira vazia ao lado dela. A televisão fixada na parede estava ligada mostrando um apresentador loiro falando. Jane começou a ouvir o Jornal da Mulher, quando viu imagens da prisão demolida ao fundo.


"Já se completaram 28 horas desde que a Prisão de Segurança Máxima Jefferson foi atacada pela prisioneira fugitiva 'Jane Doe'. A mulher atravessou as barreiras à prova de balas da prisão com um veículo oficial. Lá dentro, atirou em Pellington, diretor do FBI. Kurt Weller, também do FBI, forneceu provas aos que estavam no poder, expondo o diretor como corrupto. O diretor Pellington foi considerado responsável pelas mortes da diretora assistente Bethany Mayfair, do FBI, e do vice-diretor Thomas Carter, da CIA. Por deter Pellington, Jane Doe agora foi aclamada como patriota e heroína. As acusações contra ela foram retiradas hoje mais cedo pelo próprio Presidente Wheeler. Todos somos gratos por seu serviço. Rezamos para que ela se recupere completamente."


Jane olhou para o monitor da televisão. Seus olhos se arregalaram e a boca abriu. Ela pensou que seria uma prisioneira para sempre... mas agora era uma mulher livre. Nunca havia se sentido livre antes. O sentimento a dominou e ela não foi mais capaz de conter o choro.


Ao ouvir passos vindos em direção à porta, ela enxugou as bochechas enquanto esperava. Era o Dr. Borden. Ele sorriu para ela quando entrou na sala, com uma xícara de chá na mão direita.


"Você está acordada. Fico muito feliz em vê-la assim. O sangue que perdeu foi preocupante, os médicos ficaram surpresos por você ter chegado viva ao hospital. Eles disseram que suas ações rápidas ao fazer um torniquete e retirar o bala salvaram sua vida. Kurt e o Presidente Wheeler ligaram para os médicos enquanto você estava na cirurgia e lhes disseram que haviam informações armazenadas na cicatriz de sua nuca. Os médicos encontraram o micro USB, o removeram e o enviaram à equipe para análise. Ambas as cirurgias foram bem sucedidas, os médicos disseram que você deve se recuperar rapidamente", disse Borden, sentando-se e tomando um gole de sua caneca.


Jane olhou para o dr. Borden, posicionando-se cuidadosamente, para não precisar mexer o pescoço. "Eu tenho uma pergunta para você", disse Jane.
"Pode perguntar. O que é?"


Jane contou a ele sobre seu sequestro, fuga e as memórias que recuperou. Contou todos os detalhes do que aconteceu no apartamento com Oscar, sobre o consultório médico e seu primeiro encontro com Shepherd. Explicou os brincos, a mensagem escrita para si mesma, a mensagem codificada na mão e os arquivos que havia escondido no pescoço.


"Então, qual é a pergunta, Jane?" Dr. Borden questionou enquanto colocava sua caneca vazia no chão.


"Sei que, de alguma forma, fui capaz de unir essas memórias, mas não sei como consegui", disse Jane.


"Eu nunca vi nenhum caso como o seu, Jane, mas você sabe disso. Na psicologia, teoriza-se que as memórias geralmente são acionadas se estiverem conectadas de maneiras específicas. As memórias geralmente são codificadas com certos sentimentos e, às vezes, com objetos específicos. Tudo que você me contou, a frase 'não confie em ninguém', parece ser significativa. Essa frase exata foi tão vital que desbloqueou o código em sua mão. Acho interessante que o oposto do que essa mensagem diz precisou ocorrer", Dr. Borden comentou.


"O que?" Jane perguntou, confusa com o que Borden estava dizendo.


"Olha Jane, os códigos que você criou revelavam o número de seu GPS e sua localização. Você enviou isso para todos da sua equipe e a mensagem foi recebida pelos agentes Reade e Zapata. Era o seu SOS, seu pedido de socorro, endereçado para outra pessoa. Afinal, como a ativação do seu próprio GPS poderia ajudar a si mesma?Antes que sua memória fosse apagada, você literalmente implantou a esperança dentro de si. Você esperava que um dia tivesse alguém em quem pudesse confiar ... Alguém que estaria lá por você numa emergência.", disse o Dr. Borden.


"Então, pensar na minha equipe durante a minha fuga, ajudou a acionar uma memória?" Jane perguntou.


"Essa seria uma forma de explicar isso", disse Borden.


"Mas como as memórias estavam conectadas?"


A agente Patterson me mostrou os arquivos dentro do seu dispositivo GPS. Curiosamente, nunca vi uma mesa de madeira em nenhum dos dados. Não havia mesa de madeira no seu apartamento, mesa de madeira no consultório médico e mesa de madeira no escritório do diretor Pellington. “As mesas de madeira nunca existiram”.


"Então o que eu lembrei é uma mentira?" Jane perguntou.


"Não é necessariamente uma mentira, Jane. As memórias foram reimaginadas. Você sabia que tinha que conectar as memórias de alguma maneira. A mesa ficou como uma metáfora".


"Uma metáfora para quê?" Jane se perguntou.


"Você ... você é a mesa, Jane. As árvores são um simbolismo antigo de força duradoura. Elas são cortadas e remodeladas por um homem. Jane, você foi remodelada muitas vezes por pessoas diferentes e criada para o que queria. A mesa, no entanto, foi sua criação, fazendo de você um mestre do seu próprio destino. Porque não importa que você tenha feito coisas errada, você ainda pode se corrigir e ser algo útil ... como a madeira de uma árvore cortada e condenada à morte que se torna uma mesa de madeira", esclareceu Borden.


Aplausos tiraram Jane de seus pensamentos e trazendo-a de volta ao prédio do FBI. Ela olhou ao redor da sala. Os agentes se reuniram, estavam em pé e aplaudiam sem parar. Ela era a heroína deles. A mulher que salvou o FBI. Aquela que salvou seu país. Sentindo-se um pouco constrangida, Jane olhou para seus ex-colegas de equipe. Eles sorriram de volta para ela e começaram a bater palmas também.


Quando os aplausos cessaram e os agentes ao redor deles voltaram ao trabalho, Weller falou: "Jane, posso falar com você no meu escritório por um momento?" Sem saber o que esperar, Jane assentiu e virou-se para segui-lo.
Patterson deu-lhe um abraço rápido enquanto sussurrava em seu ouvido: "Não se preocupe, tudo vai ficar bem." Jane sorriu de volta para Patterson enquanto Zapata e Reade a cumprimentavam com suaves batidas nos ombros.


"Você vem, Jane?" Perguntou Weller. Jane assentiu novamente e o seguiu até seu escritório.


Entrando no escritório de Weller, Jane passou as mãos sobre a placa em sua mesa, o dedo traçando as palavras "Diretor Assistente Kurt Weller". Ela olhou para ele e se permitiu uma brincadeira: "Eu pensei que você já fosse o diretor agora."


Weller deu um sorriso falso enquanto se sentava na cadeira de couro preto do escritório. “Eles me ofereceram o cargo. Mas eu recusei.”


"Por quê?" Jane perguntou. "Você merece isso."


"Esse trabalho não é pra mim. Prefiro ficar onde sei que vou ser útil. Com você e a equipe", disse Kurt abrindo a gaveta de baixo de sua mesa. Ele pegou um envelope e expôs seu conteúdo. O distintivo e a arma de Jane.


"Com a equipe e comigo? Eu posso voltar?" Jane perguntou, surpresa.


"Estive em várias reuniões nas últimas duas semanas com representantes das agências nacionais de segurança. O governo achou fundamental para a segurança de nosso país reabrir o caso 'Jane Doe'. Ontem recebi a notícia de que eles estão criando uma equipe maior para nós, aqui no FBI para esse caso específico. Há muito mais crimes a serem resolvidos. Gostaria que você fizesse parte disso." Weller concluiu empurrando o distintivo e a arma na direção de Jane.


"Eu ainda não sei como você fez isso", comentou Jane.


"Fez o que?" Weller questionou.


"Como limpou meu nome tão rápido?"


"Vamos apenas dizer que o Presidente Wheeler e eu temos uma conexão especial. Mas não fomos nós que limpamos seu nome, Jane. Foram as informações que você nos deu", afirmou Weller.


Jane olhou para cima e sorriu para Weller. Ela sabia que ele estava escondendo alguma coisa, mas descobriria isso outro dia. "Então, estou de volta à equipe como um ativo do FBI?" Jane perguntou.


"Era sobre isso que eu queria falar com você. Conversei com o presidente e ele gostaria de lhe dar a oportunidade de atuar como agente do FBI", respondeu olhando para Jane, sem saber qual seria sua resposta. . "No momento, Jane, as feridas estão um pouco frescas, e a equipe ainda está se recuperando, mas voltaremos a ser a equipe que sempre fomos. É só dar tempo ao tempo", continuou enquanto se inclinava sobre a mesa, então parou por alguns segundos antes de perguntar: "Jane, você quer se juntar ao FBI? Você quer voltar a trabalhar conosco?"


"Sim", Jane respondeu alegremente.


Weller riu alegremente quando ela pegou o distintivo da mesa. Ficou atento à ela enquanto explicava: "Agora, quando criamos o novo crachá, fiquei pensando que nome você gostaria que eu colocasse nele. Você tem tantos nomes. Podemos chamá-la de Jane agora, mas é você quem decide."


Jane sorriu enquanto corria a mão pela mesa de madeira no escritório de Weller. Sua resposta foi sem hesitação. Era sua quinta verdade: sua verdade final.


"Eu sou Jane."


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