Eu Sou Jane escrita por danielaeditacoisas


Capítulo 2
Capítulo 2




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                                            Capítulo dois
                                            "O que isso significa?"

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“Eu sei que o amor é uma coisa, mas a confiança é outra.
Você ainda pode amar seu sangue e mentir para seu irmão.

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Patterson, três horas antes...

As mãos da agente Patterson agarraram o volante enquanto uma lágrima escorreu pelo seu rosto.


"Não pode terminar assim", ela murmurou para si mesma. Não parecia justo. Jane estava pagando o preço pelos crimes que, sem saber, cometeu. Crimes que foram cometidos tentando salvar as pessoas que ela amava.


Ela confiara na pessoa errada e agora tinha que apodrecer na cadeia?


A mulher não sabia de nada... literalmente. Quem ela foi, ou o que fez não importava, ela não era mais essa pessoa. Como você pode ser uma pessoa que nem reconhecia? Ela viveu como Jane apenas alguns meses, mas nunca soube mais nada.


Não tinha sido o mesmo depois que tudo se revelou. Sim, havia uma inegável raiva, a equipe estava em choque pelo que ela havia feito, mas não durou muito. Patterson começou a entender o escopo das coisas com o passar do tempo. Sentiu um enorme vazio, e sabia que todos os outros também.


Ela lembrou do interrogatório e de como o agente Weller ficou rígido, atrás do vidro com ela.


Borden havia saído da sala apenas alguns minutos antes, a pedido de Weller. Ele não o queria lá, não naquele momento, olhando-o enquanto julgava a situação.


Os olhos do agente Weller olhavam tão intensamente através do vidro que Patterson pensou que iria quebrá-lo. Jane ocasionalmente olhava triste para o vidro, e só então ele desviava o olhar.


Quando Jane explicou a ameaça à vida dele e o que ela fez para salvá-lo, a postura rígida de Weller finalmente se rompeu. Enquanto a confissão prosseguia, ele afundou ainda mais no chão.


Patterson sabia que Weller se sentia culpado pelo que havia acontecido. Mas ele tentou disfarçar, especialmente na frente dela. Mas ela reconhecia seu jeito de deixar os sentimentos velados porque já trabalhavam há muito tempo juntos. Ela enxergava através da máscara dele.


Quando a confissão terminou, e a sentença foi proferida, Weller ficou sentado em uma cadeira, com as mãos cobrindo o rosto, escondendo a dor que sentia por dentro. Patterson sabia que a traição de Jane estava rasgando seu interior. Sabia que ele ainda se importava com ela, mesmo não sendo Taylor, mesmo após a morte de Mayfair e até depois de Oscar. Jane estava com ele, um sentimento que nunca admitiria e provavelmente ainda não entendia completamente. Isso fez tudo doer ainda mais para ele. O amor é uma palavra forte, mas confiança era ainda mais.


Quando os agentes Zapata e Reade entraram na sala, Weller se levantou. "Sinto muito pelo que aconteceu. Sinto muito por não ter visto a tempo." Disse num suspiro com toda sua alma.


"Não é sua culpa, nenhum de nós percebeu.", afirmou Reade.


"Bem", começou Zapata, "antes que isso tudo piore, precisamos lhe contar uma coisa."


Weller olhou em volta para os rostos de sua equipe cheios de preocupação. Ele sabia que algo não estava certo. Então, olhou cuidadosamente para todos os outros agentes na sala.


"Todo mundo fora", disse com firmeza. Ele então apontou para um agente: "Você, leve Jane Doe de volta à espera". Ele olhou para Jane através do vidro enquanto o agente escoltava seu corpo machucado para fora da sala. Jane estava mancando quando ele a pegou pela mão. Weller respirou fundo enquanto esperava o resto da sala esvaziar.


"O que é isso?" Weller questionou: "O que está acontecendo?".


Patterson falou: "Bem... Mayfair nos deixou um pen drive. A unidade contém informações sobre Orion, Daylight e alguma organização chamada M7G667".
"Mayfair me contou secretamente sobre o Daylight, mas não sei sobre as outras duas", disse Weller.


"Mayfair te disse exatamente o que?" Reade questinou, surpreso.


Weller olhou para Patterson enquanto continuava: "Examinei o caso que você apontou, Patterson. Uma tatuagem de Jane indicava o número de arquivo de um caso do FBI. Mayfair me disse que o arquivo cheio de informações censuradas era um caso em que ela trabalhara como um desdobramento do Daylight. Simplificando, Mayfair cruzou muitas linhas éticas há vários anos atrás."


"Bem, existem mais do que apenas os arquivos de casos que encontramos... Jane não foi a única que foi ameaçada", disse Zapata enquanto olhava para Reade .


Reade respirou fundo e depois falou: "Mayfair secretamente me fez examinar o desaparecimento de Carter. Quando cheguei perto de descobrir quem o matou... o que aparentemente era Oscar... eles ameaçaram a vida de sua irmã e a de Sawyer."


"Eles o que?" Weller disse furioso. "Por que você não me contou?"


"Mayfair me proibiu de contar. Ela pensou que a melhor maneira de mantê-los seguros era que o menor número possível de pessoas soubesse. Um segurança à paisana os vigiou e protegeu. Eu os queria seguros tanto quanto você. Foi por isso que eu terminei com Sarah", Reade explicou os olhos cheios de tristeza.


Antes que Weller pudesse interpor, Zapata falou: "Eu também fui chantageada". Zapata ajeitou os ombros enquanto se preparava para expor todos os segredos que mantinha da equipe. "Eu sou viciada em jogos de apostas e, há alguns meses, acumulei uma grande dívida para pagar. Carter me ofereceu dinheiro em troca de informações sobre Jane. Ele foi longe demais, no entanto... Carter queria que eu colocasse uma escuta na casa dela. Disse que não faria isso, mas ele continuava insistindo. Tentei sair do FBI para pôr um fim nisso... foi antes dele morrer. Então pensei que estava livre, mas Weitz apareceu e também começou a me chantagear. Ele me fez procurar informações sobre Mayfair. Disse que ela tinha se corrompido e eu comecei a acreditar nele. Agora acho que ele estava certo em algumas coisas."


"Vou fingir que não ouvi nada disso", disse Weller, estupefato e incapaz de processar como tudo isso aconteceu nas suas costas. "Alguém mais tem segredos cruciais sobre esse caso para compartilhar comigo?"


"Encontramos informações sobre Jane", afirmou Patterson enquanto pegava seu tablet. Ela mostrou a ele uma foto antiga de Jane. Seu cabelo era mais longo, mas ainda escuro. Estava vestida com uma camiseta branca, semelhante às que ela usava normalmente.


"Ela era chamada de Maggie, mas seu nome verdadeiro é Samantha", disse Patterson, enquanto continuava mostrando mais fotos a Weller e explicando suas descobertas. Quando Patterson terminou, olhou para Weller e implorou: "Deve haver algo que possamos fazer. A vida dela não pode terminar assim, largada na cela da prisão para sempre".


"Ela cavou sua própria cova, mesmo que sua vida tenha sido muito difícil, suas ações e segredos plantaram o que está colhendo", afirmou Weller.


"Mas, Weller", começou Patterson.


Weller levantou a mão e fez sinal para ela parar enquanto continuava.
"Não há mais segredos entre nós, ok?" Weller olhou em volta para receber aprovação e depois continuou. – “Não há mais segredos entre nós. Mas ninguém fora desta sala pode saber nada sobre o que falamos. Jane pode saber as informações sobre seu passado, mas apenas isso. Não estamos mais no caso 'Jane Doe'. Se tudo isso vier a público, todos nós podemos ser suspensos... ou demitidos. Se quisermos sair ilesos, temos que trabalhar juntos. Ainda analisaremos o caso, de forma discreta, só entre nós.”


A agente Patterson foi trazida de volta à sua realidade atual. Ela tocou a buzina para carro à sua frente. Por isso veio falar com Jane... Eles precisavam que ela aceitasse o advogado. Queria desesperadamente explicar em detalhes por que precisava contratar o advogado, mas Jane só estava interessada em protegê-los.


O telefone de Patterson tocou; tirou a mão direita do volante para atender e pigarreou antes de falar.


"Patterson", ela começou, apenas para parar quando o homem do outro lado da linha a atualizou sobre os acontecimentos.


"Como assim ela se foi? O que aconteceu com a sua segurança? Como você pode não saber onde ela está?" O coração de Patterson bateu forte e cheio de medo. Ela desligou o telefone e discou para o agente Weller.


"Pronto", respondeu Kurt.


"Weller, Jane está desaparecida", respondeu Patterson


Jane, tempo presente ...


... rasg ... rasg ... rasg


O som de Jane rasgando a calça encheu o pequeno barracão. Ela olhou mais de perto o ferimento de bala. Sugava todo o ar que podia, enquanto rezava para poder sobreviver à situação difícil em que se encontrava.


Observando o ferimento, viu que estava sangrando continuamente. O sangue cobriu suas mãos, calças e lentamente começou a manchar o chão. Pensamentos correram por sua mente. Talvez fosse isso. Ninguém sabia onde ela estava. Ela morreria ali ou seria encontrada pelas pessoas erradas; de uma forma ou de outra, acabaria morta.


"Respira, Jane ..." ela disse, lutando contra os pensamentos de seu destino iminente. “Só fica acordada... Você consegue fazer isso."


Ela olhou ao redor do galpão enquanto pressionava as mãos firmemente na artéria ao lado do osso púbico para tentar parar o sangramento. Começou a arrancar a parte restante da perna da calça com uma mão enquanto continuava mantendo a pressão com a outra.


Quando a perna da calça se soltou, ela amarrou um torniquete na parte superior da perna para interromper toda a circulação. Foi impossível conter alguns gemidos de dor enquanto puxava o nó o mais firme possível.


Seus olhos sondaram o redor da sala enquanto sua visão focava e desfocava por conta da dor imensa. Sua visão periférica lhe mostrou uma pequena, vermelha e enferrujada caixa de ferramentas.


"Ok, Jane, nós apenas temos que passar para o outro lado do galpão", falou consigo mesma. Seus olhos focaram na caixa, para impedir que a tontura a atingisse.


Ela se levantou em uma perna e lentamente colocou a perna machucada na posição. Então pulou atravessando a sala; sem apoiar a perna ferida no chão para não exercer maior pressão no ferimento o que aumentaria o sangramento.


Atravessar a sala era difícil. A dor irradiava através de seu corpo, e ela precisou recuperar o fôlego em alguns momentos.


A estratégia de andar saltitando sobre uma só perna para aliviar a dor não foi muito eficaz, mas ela insistiu em seu objetivo. Quando alcançou a pequena caixa de ferramentas, lançou-se sobre ela e soltou um suspiro. Colocando a caixa no colo, a abriu e passou os olhos pelo seu conteúdo.


Havia apenas algumas ferramentas. O caixa parecia ser utilizado principalmente para a tortura e não para reparos. As ferramentas estavam muito gastas. Tirando-as para fora da caixa, examinou-as cuidadosamente. Havia duas chaves de fenda, um martelo, uma chave inglesa e um alicate.


Ela pegou o alicate e olhou para ele. Não sabia se sua próxima ação a ajudaria ou selaria seu destino. Respirou fundo ao inserir o alicate na ferida para puxar o projétil ainda alojado na sua carne.


"Aaargh!" ela gritou quando puxou a bala coberta de sangue de sua perna.
Os olhos de Jane recuaram quando ela largou o alicate ao seu lado, fazendo um baque oco ao atingir o chão. Ela foi puxada de volta para outra memória.
Ela estava num quarto mal iluminado; a única fonte de luz vinha da lua cheia brilhando através de uma janela suja. Estava sentada numa mesa de madeira, vestida com uma túnica de seda branca, seus longos cabelos negros caindo sobre o ombro direito.


Jane bateu as unhas na mesa de madeira enquanto olhava para a cama ao lado dela. Oscar estava dormindo; o cobertor cobria a metade inferior do corpo. Ela olhou para as mãos, suas palmas manchada com grafite do lápis. A mesa estava cheia de desenhos do padrão hexagonal detalhado que logo seria tatuado na mão direita. Pelos esboços, haviam livros e documentos rotulados como 'Zeta Interacting Protein'. A pesquisa foi delineada em marcador amarelo e consistia em anotações detalhadas escritas nas laterais dos papéis.
Ela massageou suas mãos, estava dolorida com todos os desenhos. Pegou o lápis e começou a escrever em uma folha limpa de papel enquanto olhava rapidamente para Oscar, ainda dormindo na cama.


Jane rabiscou as palavras o mais rápido que pôde...


“Se eu planejei isso direito, e você consegue se lembrar desse momento, preste muita atenção. Há um código criptografado que agora está tatuado na sua mão direita. Ninguém, exceto você sabe disso. É para uma emergência. É possível desbloquear o código seguindo várias etapas e uma frase-chave. Foi feito apenas para você e por você. Lembre-se, não confie em ninguém.”


"Maggie, o que você está fazendo? São quatro da manhã", disse Oscar, sentando-se na cama e esfregando os olhos cansados.


"Fique aí. Eu simplesmente não consegui dormir", Jane disse, enquanto secretamente rasgava a carta para si mesma em pedaços pequenos que enfiou no bolso do roupão.


"Você pode recuar se quiser. Podemos encontrar outra pessoa", Oscar disse sinceramente. Ela sabia que ele odiava a ideia. Ela estava muito envolvida neste caso para sentir-se confortável. A situação o machucou.


"Você sabe que não é isso que eu faço, Oscar", Jane suspirou. Ela rapidamente reuniu os papéis espalhados ao redor da mesa e os jogou em um grande livro.
"Por que você tem que ser tão teimosa?" Oscar fez uma careta ao se levantar da cama e caminhar até Jane.


"Minha principal preocupação é concluir essa missão, Oscar. Nosso governo é corrupto. Essa é a única maneira de fazer a diferença. Minha vida... uma vida... geralmente não é tão importante no grande esquema das coisas. Mas, se for dada a uma causa maior ... Isso é tudo o que eu poderia desejar ", explicou Jane.


“Mas por que tem que ser você?" Oscar perguntou enquanto colocava os cabelos de Jane atrás da orelha. O brinco de diamante de Jane brilhava com a luz da lâmpada.


"Por que não eu? Eu tenho treinado por esse momento a vida toda." Ela olhou para ele, incapaz de manter contato visual por muito tempo, ao ver a dor nos olhos dele.


"Maggie... se eu te perder... não terei nada", disse ele, inclinando-se, tentando lhe dar um beijo, mas ela virou a cabeça.


"Não ter nada não é a pior coisa do mundo, Oscar. E você ainda estará lá comigo. Conversei com Shepherd, e ele vai deixar você ser meu manipulador", assegurou ela.


"Não será o mesmo. Você não se lembrará de nada disso. Você não se lembrará de nós." Oscar disse, tentando ardentemente convencê-la a ceder. Virando-a para encará-lo, ele colocou a mão no ombro dela.


"Eu tenho pensado muito sobre o nosso relacionamento. Acredito que o melhor é não avançarmos com nada no momento. Depois que a missão terminar, podemos começar de novo", disse Jane, enquanto tentava sair do seu abraço. Tirou o dedo e devolveu a Oscar.


"Não faça isso", ele implorou, piscando as lágrimas que nublavam seus olhos.
"É necessário." Jane disse e olhou para baixo, agarrou um de seus desenhos acabados, e entregou a Oscar. "Dê isso a Shepherd. Esta é a tatuagem que eu quero na minha mão direita", ela insistiu.


"O que isso significa?" Oscar disse enquanto olhava para o design.


"É apenas algo que eu fiz para me lembrar desta noite" , respondeu Jane.


O barulho de um carro barulhento tirou Jane de seu subconsciente. Ela silenciosamente aproximou seu corpo da porta a alguns centímetros dela. Olhou através das ripas de madeira quando viu vários carros estacionando no galpão.


“Devem ser homens de Shepherd. Eles precisam ter certeza de que Cade me matou.”


Ela procurou uma rota de fuga. Havia apenas uma porta. Jane abriu a arma para ver quantas balas ainda tinha. Só encontrou uma. Revirou os olhos em pânico quando percebeu que não podia derrubar todos os homens. A porta não era uma boa opção.


Jane olhou para o outro lado do galpão. Viu duas ripas de madeira soltas perto do fundo, no chão. Pegou uma chave e enfiou-a no gancho da porta para manter a porta trancada por tempo suficiente para ela escapar. Pegou o martelo e a arma enquanto mancava através da sala. Com a ponta do martelo, começou a puxar os pregos das tábuas de madeira, enquanto o som de passos se aproximava. Os primeiros pregos eram fáceis de arrancar, apenas emitindo pequenos rangidos. Mas o último não se mexia. A porta tremeu quando o homem do outro lado tentou abrí-la.


"Abra a porta, Cade!" o homem gritou em um tom ríspido, continuando a bater na porta do outro lado.


"Vamos lá", Jane sussurrou, puxando com mais força o prego.


Batidas violentas na porta
"Vamos lá", ela insistiu.


Batidas violentas na porta.


Jane tirou o último prego da madeira. "Sim!" ela sussurrou de alegria e começou a escapar pela pequena abertura. Usando toda a força da parte superior do corpo, Jane se empurrou para o exterior. Ela ouviu a porta se abrir, enquanto se escondia ao lado do buraco no galpão.


"Ela o matou!" um homem gritou.


"Onde ela está?" outro homem questionou.


"Olhe a abertura logo ali", ela ouviu o primeiro homem dizer enquanto ouvia o barulho alto dentro do galpão. Ela podia ouvi-los chutar a caixa de ferramentas com raiva.


Jane olhou em volta freneticamente. Ela estava em algum tipo de floresta. O sol estava se pondo, mas havia luz suficiente para ver alguns arbustos onde podia se esconder. Usando toda sua força e adrenalina, ela se levantou com as duas pernas e se moveu o mais rápido que pôde para ficar atrás dos arbustos.

Kurt, presente...

Ela se foi. Não havia vestígios dela. Desapareceu tão repentinamente quanto apareceu na Times Square um ano atrás. Dessa vez, porém, ele não tinha ideia do que procurar. Talvez ela tivesse feito isso de propósito. Já o traiu antes, poderia fazer isso de novo.


Depois do que Patterson disse, ele veio o mais rápido que pôde. Sirenes ligadas, ele foi para a prisão. Ele tinha que ver pessoalmente. Tinha que ter certeza de que ela se foi.


Com determinação, ele entrou na prisão. Queria encontrar a verdade e saber o que aconteceu. Exibindo seu distintivo, passou pela segurança. Ele sabia que era uma prisão de segurança máxima, mas aquele lugar era diferente de qualquer outra prisão que já havia visto antes.


A cadeia tinha três divisórias de portas de vidro que cobriam a entrada e a saída. Cada seção só podia ser aberta com a impressão digital de um segurança. Depois de atravessar as barreiras de vidro, passou por um processo de triagem. O processo consistiu em detectores de metal, raios-x do corpo todo, tapinhas e uma checagem de malas. Depois disso, mais três barreiras como as anteriores.


Depois de atravessar as divisórias, entrou em um longo corredor. O salão continha três portas principais, um banheiro e um armário de zeladoria. A porta da esquerda dava acesso para a sede da prisão, a porta no final do corredor era a entrada dos prisioneiros e a porta da direita levava à sala de vigilância. Um guarda de segurança protegia cada uma das três portas principais.


Ele reconheceu Patterson dentro da sala de segurança. Ela já havia assumido o controle das câmeras de vigilância, enquanto um guarda se posicionava rigidamente atrás dela.


"Você descobriu alguma coisa?" ele perguntou enquanto entrava na sala.
"Eu tenho uma teoria". Patterson sorriu enquanto retrocedia a filmagem. "Então, eu peguei as imagens de Jane entrando na sala de visitas onde conversamos hoje cedo."


Kurt olhou as imagens de Jane entrando na sala, as mãos algemadas sendo escoltadas à força por um segurança. A mão do guarda agarrou com violência o braço dela quando a puxou para a porta. O guarda olhou para Jane enquanto o visor escaneava seu dedo para abrir a porta.


Fazia muito tempo desde o interrogatório após sua prisão. Ela parecia diferente, estava mais magra e suas feridas quase curadas. A diferença mais significativa que Kurt notou foram os olhos dela. Olhos cheios de determinação... Agora pareciam estar perdidos.


Ele ouviu a conversa enquanto Patterson rodava o vídeo para ele.


"Olá Jane."


"Em que posso ajudá-lo, Patterson? Que perguntas você precisa responder?"


"Eu não estou aqui para perguntas. Ninguém sabe que eu vim aqui para conversar com você hoje. Você precisa procurar um advogado."


Patterson parou a filmagem e apontou para a tela, dizendo: "Veja bem aqui, eles têm uma mudança de padrão".


"Com que frequência ocorre a troca de turno dos guardas?" Kurt perguntou, virando-se para o guarda.


"A cada oito horas, senhor", respondeu o guarda, olhando para Kurt.


"Por todas as instalações ou apenas pela sala de visitação?" Kurt perguntou.


"A instalação completa, senhor", respondeu o guarda.


"Isso significa que teriam uma pequena janela de oportunidade para se esgueirar pelas câmeras de segurança?" Kurt se perguntou.


"Todo mundo fica em seus postos até serem dispensados... a menos que tenhamos um código vermelho", explicou o guarda.


"Código vermelho? Lembro-me que aconteceu algo antes de tirarem Jane da sala", disse Patterson enquanto levantava o olhar para o guarda.


"Sim. Tivemos um tumulto na prisão. Ainda mantivemos todos os guardas nas três entradas e três postos de saída", explicou o guarda.


"Então, como alguém conseguiu entrar e sequestrar um dos seus prisioneiros?", Perguntou Kurt.


"É aqui que entra minha teoria", disse Patterson, enquanto ela puxava as imagens. "O guarda não teve que se infiltrar. Ele entrou como zelador." Ela apontou para o zelador barbudo empurrando um carrinho de limpeza enquanto ele passava pela segurança. "Este zelador tem a mesma cicatriz que o guarda que levou Jane para fora da sala."


"O mesmo cara", concluiu Kurt.


"Então, o zelador segue o procedimento de segurança, mas ninguém verifica a lata de lixo no carrinho. Ninguém suspeita que o lixo precise ser verificado. Depois que passa pela segurança, ele desce o corredor até o armário da zeladoria. Mas isso levaria quase trinta minutos até ele poder sair". Patterson afirmou com palavras cheias de emoção.


"Ele passou pelos respiradouros", determinou Kurt.


"Exatamente. O zelador se veste como guarda e passa pelo sistema de ventilação. Ele sai do banheiro, que legalmente não pode ser monitorado. O guarda sai do banheiro bem a tempo da troca de guarda. Ele desliza pelas portas sem impressão digital quando o guarda se move para deixá-lo entrar” - explicou Patterson, sorrindo porque acabara de descobrir o mistério.


"É quando o alarme dispara, afastando todos os guardas do corredor. Então, quando Jane sai da sala, ele pode levá-la embora. A porta é novamente aberta para ele quando a leva para fora da sala", disse Kurt descrevendo a história contada pelos monitores de segurança.


"As câmeras de segurança ficam desativadas por trinta segundos quando ele e Jane saem da sala. Isso lhe dá tempo suficiente para levar Jane para o armário de zeladoria, onde ele veste de volta suas roupas de zelador e coloca Jane na lata de lixo. Então deixa o prédio com Jane pela saída. A lata de lixo não foi revistada da mesma forma que na entrada", disse Patterson.


"Se encontrarmos a van, podemos encontrar Jane. Patterson, liga para Reade e Zapata para ver se eles conseguem encontrar algumas das imagens das câmeras de trânsito para que possamos rastrear a van", ordenou Weller.


"O que diabos você está fazendo aqui?" O diretor Pellington exclamou ao entrar na sala. Sua testa franziu e seus lábios cerraram quando ele olhou para o agente Weller. "Quantas vezes tenho que lhe dizer que você não está mais com o caso 'Jane Doe'?"


"Desculpe, senhor, eu tive que ver por mim mesmo", Kurt se desculpou. No entanto, ele não estava arrependido e sabia que o diretor Pellington também sabia disso.


"Eu não quero desculpas... Diretor Assistente. Eu quero obediência!" O diretor Pellington declarou, com o rosto vermelho de fúria.


"Bem, não há sinal. Não posso ligar para Reade ou Zapata", disse Patterson, mostrando-lhe o telefone. Weller e o diretor Pellington rapidamente puxaram seus telefones também para dar uma olhada. Nenhum sinal também.


"O que está acontecendo?" Assim que as palavras saíram da boca de Pellington, as sirenes da prisão dispararam, as portas se fecharam automaticamente e as luzes se apagaram.


"Estamos trancados aqui dentro", disse Weller.


Jane, tempo presente...


Os sons dos homens que a procuravam desapareceram quando ela lentamente adentrou na floresta. Precisou se apoiar em uma árvore enquanto tentava fazer a tontura parar. Ela sabia que tinha pouco tempo antes que mais homens de Shepherd chegassem para encontrá-la. Ela desejou poder se lembrar do homem ou mulher que era seu líder anterior.


Ela sabia que não confiava em ninguém antes. Então, por que ela confiaria em alguém encarregado de apagar sua existência anterior? Sua nova memória dizia que ela não confiava em ninguém. Nem mesmo Oscar. Mas com tudo o que ela passou, seria difícil confiar em alguém.


Ela olhou para a mão direita. Que tipo de mensagem ela enviou para si mesma? Ela nunca tinha descoberto um quebra-cabeça antes. Quebra-cabeças geralmente era coisa para Patterson, lutar contra bandidos era a parte que cabia a ela. "Patterson, preciso de você para isso", Jane murmurou.


A perna de Jane cedeu quando ela caiu no chão; sua mão direita raspou a árvore enquanto ela tentava agarrá-la para se equilibrar. Então levantou a mão ralada e parcialmente ensanguentada para olhar o desenho tatuado quando veio outra memória.


Sua pele estava livre das tatuagens e seus cabelos longos em um coque bagunçado. Ela estava sentada em frente a uma mesa grossa de madeira, torcendo um de seus brincos de diamante. Atrás da mesa havia grandes estantes cheias de livros sobre neurociência. Em cima da mesa desarrumada havia uma pequena placa que dizia "Dr. Lee Johnson".


A porta se abriu quando um homem baixo, corpulento e careca entrou na sala. Ele estava vestindo um jaleco branco com o nome bordado no bolso da frente. Os cabelos restantes no topo da cabeça estavam penteados para o lado. O médico se levantou e sorriu para Jane. Ela sorriu de volta quando se levantou para apertar a mão dele.


"Susan, ouvi dizer que você queria saber mais sobre o ZIP? Você sofre de TEPT?" O médico perguntou quando os dois se sentaram.


"Sim", Jane mentiu. Ela chegou até lá secretamente para obter respostas; dando um nome falso para que não houvesse nenhum rastro que a identificasse.


"Sim, eu servi no serviço militar... e vi coisas", continuou Jane. "Eu tinha uma amiga que recebeu o tratamento ZIP, mas ela era muito instável. Quando seu médico lhe deu as costas para pegar algo, ela injetou o frasco inteiro no braço. Esqueceu tudo."


"Isso é muito trágico", respondeu o médico.


"Sim", ela continuou com sua mentira, "mas com o passar do tempo, ela começou a recuperar algumas das memórias que foram apagadas. É possível recuperar memórias específicas depois de receber uma grande dose de ZIP?."


"Acho que sua pergunta é hipotética. Você não planeja seguir os passos de sua amiga, não é?" o médico questionou, olhando nos olhos verdes de Jane enquanto tentava sentir se ela estava bem mentalmente.


"Claro que não", ela respondeu.


"Ok então", disse o médico. Ele olhou para Jane, desconfiado, antes de continuar. "Seu cérebro produz uma forma específica de proteína, a proteína quinase C chamada PKMzeta. Esta substância ajuda a regular a potenciação a longo prazo no cérebro. A potenciação a longo prazo ou LTP é um processo de alterações físicas em seu cérebro, que altera a estrutura do nervo disperso. As células são mais sensíveis aos outros. Portanto, quando um acende, os outros podem seguir. Este processo de mudanças físicas é o que guarda nossa memória a longo prazo.


“A memória de longo prazo consiste em memórias que parecem ficar com você. Isso ocorre porque eles são usados continuamente ou as conexões sinápticas são reforçadas repetidamente. Quando seu cérebro sabe que uma memória específica é usada continuamente, ela a armazena como uma memória de longo prazo no hipocampo. Esse lugar é quase como uma instalação de armazenamento. Mas o cérebro precisa dar às informações uma identidade única para fortalecer a memória. Por isso, identifica fortes sentimentos ou laços emocionais. Dessa forma experiências traumáticas ou seus momentos mais felizes parecem permanecer com você.”


"Você está emocionalmente ligado a eles", ela confirmou.


"Exatamente! A Zeta Interactive Protein ou ZIP fica no meio dessas memórias. Inibe a fase tardia da potenciação de longo prazo, impedindo que seu cérebro acesse essas memórias. Isso basicamente apaga sua memória. Deixe-me mostrar uma imagem de a estrutura química. É fascinante!"


O médico tirou um livro de suas prateleiras. Ele lambeu o dedo antes de virar as páginas. "Aqui está. Veja sua estrutura de carbono única .” Ele apontou para a foto. A estrutura era de forma hexagonal, com linhas saindo dos pontos. As mesmas formas que agora no momento cobriam sua mão direita.


"Mas, como você estava dizendo, sua amiga se lembrou de algumas coisas?", Perguntou o médico.


"Sim", ela disse.


"Estou supondo que, se as memórias forem apagadas inteiramente como as de sua amiga, algumas lembranças podem voltar por causa desses laços emocionais profundos. Existem algumas coisas que seu cérebro não pode esquecer."


"As memórias de longo prazo podem estar ligadas?"


O médico começou a responder à pergunta, mas seu cérebro abafou a resposta dele quando ela começou a ser puxada de volta ao seu estado atual. Jane tentou fechar os olhos com mais força para resgatar a resposta dele, mas a lembrança se foi.


Jane ficou sentada por um segundo, pensando na memória que acabara de ter. Enquanto os pensamentos se formavam em sua cabeça, ela falou em voz alta: "Eu teria que tornar isso fácil de entender".


Ela olhou em volta e encontrou um pequeno graveto e começou a atrair a sujeira; seus golpes no chão formando o padrão ZIP hexagonal que ela viu em sua memória.


"Existem dez linhas do mesmo padrão. Cada linha tem um número diferente de estruturas ZIP." Ela observou. Ela continuou contando cada linha individualmente e as escreveu na terra.


"0,2,3,7,6,5,5,5,4,5", ela leu em voz alta enquanto terminava de gravar a lista de números na terra. "Dez números... É um número de telefone!" Ela exclamou emocionada. Sua excitação então se transformou em um estupor de pensamento. "Espere, não pode ser tão fácil." Ela pensou na carta que escreveu para si mesma em sua outra memória.


"Se eu planejei isso direito, e você é capaz de se lembrar desse momento, preste muita atenção. Há um código criptografado que está agora tatuado na sua mão direita. Ninguém, exceto você sabe disso. É para uma emergência. Você pode desbloquear o código em várias etapas e uma frase-chave. Foi feita apenas para você e por você, por precaução. Lembre-se, não confie em ninguém."


"Frase-chave? Que frase-chave?" ela se perguntou. "Lembre-se, não confie em ninguém? Não confie em ninguém... Não confie em ninguém. É isso!”, disse enquanto escrevia a frase na terra.


'Trust No One' tem dez letras. Se a mensagem for um número de telefone, essa frase deve ter os dez dígitos do telefone. Cada letra vai de zero a nove. Se os números correspondem às letras do telefone, isso muda para 877-666-6686 ”, concluiu.


Ela pegou o telefone do bolso. Ainda sem sinal. Ela olhou para a árvore alta em que estava sentada. "Talvez o sinal seja mais forte lá em cima." Ela se levantou, favorecendo a perna direita. Ao olhar para a árvore, ela sabia que a escalar seria doloroso. Com toda sua força mental, ela avançou. Uma perna após a outra, até o topo da árvore.


Com o telefone na mão, esticou o braço o mais alto que pôde para tentar obter um sinal. Sua perna esquerda estava enrolada no galho da árvore para manter o equilíbrio. Houve um sinal fraco que apareceu tão rápido quanto saiu. Jane sabia que a única maneira possível de entrar em contato com o número de telefone que acabara de resolver seria enviá-lo como uma mensagem para sua equipe.


Ela digitou os números de telefone das pessoas de sua equipe de memória e adicionou a menor mensagem que pôde para ser enviada com o sinal fraco.
"SOS MG 877-666-6686", escreveu ela. Ela levantou a mão o mais alto que pôde. No momento em que o sinal chegou, ela apertou o botão enviar.

Tasha e Reade, presente...

Fazia algumas horas desde que Weller os deixara sozinhos na sede do FBI, com muito pouca explicação do que estava acontecendo. Estavam sentados no escritório de Weller, trabalhando para finalizar o último caso quando ele recebeu a ligação de Patterson. Eles só podiam ouvir um lado da conversa telefônica enquanto ele falava.


"Weller", ele respondeu e fez uma pausa enquanto ouvia o outro lado. "O que? Terminarei em alguns minutos. Encontro você na sala de vigilância."


"O que está acontecendo?" Reade perguntou quando Weller se levantou de sua mesa e vestiu o casaco. Os olhos dele estavam vidrados de preocupação.
"Jane simplesmente desapareceu", respondeu Weller. Ele não podia acreditar, mesmo quando as palavras saíram de sua boca.


"Ela escapou?" Zapata questionou, enquanto uma expressão de descrença cobria seu rosto. "Jane realmente escaparia?"


"Eu não sei. Veja o que você pode descobrir", disse Weller. Ele procurou as chaves no bolso e começou a caminhar até a porta. Então virou-se brevemente enquanto encarava seus agentes. "Não vai demorar muito para que o diretor Pellington descubra o que aconteceu com Jane. Cuidado para não deixá-lo saber de nada", alertou.


"Vamos recuperá-la, Weller", assegurou Reade. Weller apenas olhou para ele quando saiu da sala, correndo pelo corredor e entrando no elevador.
Depois de serem retirados do caso "Jane Doe", e Weller ser promovido a Diretor Assistente do FBI, ficaram apenas os dois por um tempo em campo ... Agente Reade e Agente Zapata. Sim, Patterson ajudou, mas a maior parte do tempo dela era dedicada ao seu secreto projeto “Jane Doe”.

Ninguém falou sobre a conversa que eles tiveram após a confissão de Jane. Eles sabiam que não podiam confiar em ninguém. Nem mesmo no FBI. Sabiam que poderia haver informantes em qualquer lugar.


Agora, duas horas depois, seus olhos estavam focados em uma única tela de computador, enquanto procuravam informações que poderiam ajudá-los a encontrar Jane. Eles não conseguiram nada. A frustração tomou conta deles, e as paredes do pequeno escritório pareciam se fechar sobre eles.


Reade esfregou os olhos, esperando que eles pudessem encontrar algo que pudesse levá-los a Jane.


"Precisamos de Patterson", disse Zapata. Ela pegou o telefone e digitou o número. Foi direto para o correio de voz. "Isso é estranho", disse ela, erguendo as sobrancelhas.


"Deixe-me tentar ligar para Weller", disse Reade. Foi para o correio de voz também. "Algo não está certo", disse ele, desligando o telefone.


Pouco antes de dar o próximo passo, ambos os celulares tocaram simultaneamente. Eles abriram seus telefones para ler. "SOS MG 877-666-6686."


“SOS MG?” Reade perguntou enquanto comparavam os textos em seus telefones. Os dois se entreolharam confusos, tentando entender a mensagem na frente deles. Ficaram vagando por apenas alguns segundos. Zapata sorriu ao receber um momento de clareza.


“MG... Maggie! A mensagem é de Jane. Ela está pedindo ajuda!” - ela exclamou quando começou a sentir o peso do mundo momentaneamente levantar de seus ombros.


"877? Esse código de área é usado para números gratuitos. O que ela está tentando fazer... nos vender alguma coisa?" Reade brincou, ainda com alguma seriedade em sua voz. Ele nunca realmente entendeu o modo de pensar de Jane. Via nela uma espécie de curinga. Ele nunca foi capaz de identificar quais eram seus métodos exatos quando estavam em campo. Ela salvou o dia várias vezes e era um bom membro da equipe, mas às vezes atrapalhava. Intrigada, se perguntou se essa mensagem enviada a eles atingira seu objetivo direto ou era apenas a maneira singular de Jane fazer as coisas.


Zapata discou rapidamente o número e o colocou no viva-voz. Eles ficaram juntos, suas cabeças quase se tocando enquanto colocavam seus ouvidos ao lado do telefone. Após alguns toques, ouviram um bipe seguido de um longo ruído estático ao clicar. Confuso com o que acabara de acontecer, Zapata tentou rediscar o número. Assim como aconteceu antes, tocou, bipou e emitiu o ruído estático.


“Disque novamente. Acho que sei o que está acontecendo - disse Reade. Zapata fez como lhe foi dito. Reade pegou seu telefone para gravar a ligação.
“O que é isso?” Zapata perguntou com os olhos fixos em Reade, enquanto tentava descobrir o que ele estava fazendo.


"Shh." Ele disse, colocando o dedo no lábio enquanto gravava o som estático. Quando terminou a gravação, ele desconectou o alto-falante do computador e o conectou ao telefone. "Escute", ele disse enquanto aumentava o volume. "Não é estático... existem cliques específicos nele." Ele começou a explicar o que havia descoberto. Zapata não demorou muito para entender o que estava acontecendo.


"É o código Morse", ela concluiu. "Toque novamente." Ela pegou um caderno para gravar a mensagem. Reade tocou para ela novamente. Ouvindo atentamente, ela anotou os números e as letras que lhe foram dadas através da mensagem estática. Quando ela terminou, os dois olharam para a escrita.
"Isso é o que eu acho que é?" Reade perguntou.


Eles ficaram lendo a mensagem com espanto. "GPS 8402NCV3NP.”
"É um número de rastreamento GPS", disse Zapata, enquanto começava a digitar no computador, abrindo o Sistema de Posicionamento Global do FBI. Ela inseriu o número no sistema. Em alguns segundos, uma luz amarela piscou na tela.


"O sinal está vindo de dentro do Parque Estadual da Montanha Ramapo. Está a cerca de quarenta minutos de distância. Poderíamos chegar às vinte e cinco com sirenes", disse Zapata.


"Isso faria sentido. Jane não poderia ir muito longe em só algumas horas. Mas o que estamos rastreando? Um carro... um telefone?" Reade perguntou. Ele se inclinou para frente enquanto observava Zapata, seus dedos digitando com a velocidade da luz. Ele havia esquecido o quão boa ela era com computadores. Patterson geralmente tinha ofuscado todos com suas habilidades avançadas em computação, mas Zapata era realmente muito talentosa nisso também.
Com alguns cliques, Zapata conseguiu o registro. "O registro do GPS está sob uma Mae Amiggi", afirmou ela, enquanto continuava digitando no computador. Zapata engasgou enquanto puxava mais informações sobre o número de rastreamento do GPS.


"O que foi?" Reade perguntou.


"Não estamos rastreando um carro ou telefone", disse Zapata, respirando fundo novamente, com os olhos fixos na tela. "Estamos rastreando uma pessoa. O número de rastreamento é para um implante de microchip humano".


"Implante de microchip?" ele questionou. "Parece algo saído de um romance de ficção científica".


"Eles são reais. Vi um pequeno documentário sobre eles uma vez no noticiário. É um implante subdérmico com um transponder envolto em vidro. No vídeo, eles disseram que estavam trabalhando na fabricação do chip com monitoramento GPS, mas que ocorreram problemas éticos. Essa pessoa deve ter participado de um teste", explicou Zapata.


"Como podemos obter o sinal em uma floresta? No entanto, não haverá uma recepção muito boa por telefone", afirmou.


"Os sinais de GPS geralmente disparam de satélites ou sinais de rádio", respondeu ela.


"Então, quem é essa Mae Amiggi?" Reade perguntou enquanto se perguntava por que Jane precisaria deles para rastrear uma pessoa desconhecida numa floresta. Zapata puxou o mecanismo de busca do FBI e digitou "Mae Amiggi". Levou apenas alguns segundos para o mecanismo de busca ficar vazio.


"Não há nada em alguém chamado 'Mae Amiggi'" , disse ela com um suspiro de descrença, intrigada com o significado da mensagem de Jane.


"Espere!" Reade berrou. "Não é Mae Amiggi", disse ele, enquanto começava a escrever o nome no caderno de Zapata. “Se você decifrar o nome que recebe... 'I Am Maggie'.” Reade soltou uma pequena risada, feliz com sua descoberta. Com um floreio, ele sublinhou "Eu sou Maggie" várias vezes com a caneta. "O número de rastreamento é de Jane... mais especificamente, o número de rastreamento é a Jane", concluiu.


"Vamos encontrá-la", disse Zapata quando ela rapidamente desligou o computador e se dirigiu para a porta, Reade logo atrás dele, enquanto tentava ligar para Weller mais uma vez.


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