A Carta escrita por La Rue


Capítulo 1
A Carta


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos, tudo bem com vocês? Passando para apresentar uma fic bem antiga que estava encostada no pc e resolvi reformular.

Ela seria como um prequel de uma fic mais longa que pretendo postar algum dia ?“ dependendo do retorno de vocês, obvio! - é simples, mas espero que gostem. É minha primeira fic de RE, nunca escrevi fics nesse estilo, mas vamos lá!

OBS: Para quem não está acostumado com as minhas fics as partes em itálico são referentes a momentos do passado.

Boa leitura!



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"Já era de madrugada, teria de trabalhar no dia seguinte, mesmo assim não conseguia dormir e duvidava muito que o faria em algum momento. Tentava não transparecer algum tipo de preocupação nos últimos dias, na verdade ela deveria estar feliz, mas algo em específico lhe incomodava.

 

Tentou focar sua atenção no rosto sereno da mulher que dormia ao seu lado. Quinn ficará acordada até pouco tempo, mas o dia seguinte exigiria que estivesse bem descansada. Aconchegou-se melhor no corpo da loira e lhe acariciou o rosto, sentiria sua falta.

 

—Amor… O que você tem? - a voz da loira saiu rouca e pegou sua companheira de surpresa. - você está muito inquieta.

 

Quinn lhe abraçou e depositou um beijo na testa, suas pálpebras se abriram mesmo que o peso contra elas fosse algo difícil de conter, os olhos que transitava entre o verde e o tom avelã focaram os seus.

 

—Vou sentir sua falta. - confessou se encolhendo um pouco, envergonhada por se mostrar daquela forma. Dificilmente ela demonstrava fragilidade.

 

A Fabray lhe sorriu daquela forma charmosa que lhe fazia prender o ar desde que eram adolescentes.

 

—Rach. - lhe chamou a atenção pelo apelido carinhoso. - vai ser por pouco tempo, é importante para a minha carreira… Não se preocupe tanto.

 

A policial tentou rebater como sempre gostava de fazer, mas Quinn lhe beijou o pescoço empregando um pouco mais de pressão com os lábios. Rachel gemeu baixo sentindo o corpo da loira contra o seu novamente.

 

—Você não precisa descansar? - perguntou a morena de forma irônica, deslizando os dedos entre os fios loiros enquanto relaxava com o carinho distribuído em seu pescoço e colo. 

 

—Prefiro aproveitar cada segundo de uma forma muito melhor. - retrucou beijando-lhe os lábios bonitos e macios com intensidade.

 

~***~

 

—Olá, terra chamando Berry?! - a voz masculina e amigável alertava a judia em um tom levemente cansado. - tem alguém aí?

Rachel provavelmente adormecera no banco do carona ao lado do seu parceiro de trabalho, Finn Hudson. Eles estavam concluindo mais uma de suas rondas, passaram pelos comércios de Downtown e o St. Michael Clock Tower, o maior ponto turístico da cidade, o trabalho havia dobrado nas últimas semanas bem como sua preocupação com a noiva.

—Desculpe… Aconteceu alguma coisa? Tivemos algum chamado? - perguntou ainda levemente aérea enquanto ajeitava sua postura no banco do veículo.

Finn lhe deu aquele sorriso torto de sempre e negou com a cabeça, seguiu também com leves batidinhas em sua perna. Sabia que sua parceira estava preocupada, mas tentava lhe tranquilizar sempre que possível. Ele, Quinn e Rachel estudaram juntos por um longo período e bem sabia como era difícil manter as duas amigas separadas.

—Está entregue Srta. Berry e muito em breve Berry-Fabray ou seria Faberry. - brincou ele ao estacionar em frente à residência que a amiga compartilhava com os seus pais desde a infância.

—Obrigada, Hudson. - agradeceu com um sorriso aberto, o ex-quarterback poderia ser um adulto agora, mas nunca deixara de ser o bobo brincalhão de sempre. - nos vemos amanhã.

Finn confirmou com a cabeça e deu um leve toque na buzina da viatura antes de seguir seu destino para o departamento. 

O ano era 1998, era mais um daqueles intensos verões de Raccoon City, a pequena cidade rural passara por diversas mudanças nos últimos anos e vinha se tornando um polo em ascensão graças aos acordos do governador Michael Warren e a poderosa UMBRELLA Corp. A maioria dos habitantes já havia esquecido o incidente ocorrido na mansão Spencer e os ataques no Victory Park de um suposto grupo de “canibais”, mesmo assim a cidade ainda continuava em estado de alerta, os toques de recolhida eram realizados todos os dias e vários grupos de policiais do RPD, como Rachel e Finn, faziam rondas pelos principais pontos da cidade, bem como pelos arredores menos povoados. 

A policial Berry esperou que o amigo desaparecesse de sua vista para enfim recolher-se em sua residência, mas como se tornara de praxe faria uma breve checagem na caixa de correio - mesmo que ainda não tivesse obtido a resposta que desejava, continuava a repetir o "ritual" religiosamente, todos os dias.

Sua noiva havia se mudado para o novo centro de pesquisas da UMBRELLA Corp. que ficava no sul da cidade há quase duas semanas, desde então todos os dias ela esperava por uma carta, uma ligação, um sinal de fumaça, qualquer maldito lampejo que lhe acalmasse o coração - mesmo que todos achassem que ela estava exagerando.

A judia lembrava-se bem de como fora o dia da despedida, apesar de estar bastante apreensiva com a onda de assassinatos bizarros que teve na cidade, não poderia deixar que a Fabray perdesse a grande oportunidade da sua vida. Elas eram jovens, tinham apenas 20 anos, Rachel estava a menos de um ano trabalhando no RPD - Departamento de Polícia de Raccoon, já Quinn teve um grande destaque na universidade da cidade e iria ocupar um importante cargo como auxiliar do chefe de pesquisas bioquímicas.

"Quinn sorriu ao sentir o abraço da sua amada, Rachel era baixinha, tinha o olhar bondoso e o sorriso belo, mas sempre possuiu uma força nada comum para alguém do seu tamanho. Recordou-se de quando eram um pouco mais novas e de quando tinha de fugir para não apanhar da menina quando de propósito ela implicava com a morena.

 

—Vou ficar bem Rach, confie em mim. - tentou mais uma vez confortá-la, abraçou a menor com a mesma intensidade antes de beijar seus lábios demoradamente.

 

—Por favor, se cuida. - disse tentando conter as lágrimas, mas não adiantava, era uma boba chorona quando se tratava da Fabray. - sei o quanto você se torna relapsa quando fica imersa no trabalho.

 

Quinn deu um sorriso de canto e confirmou brevemente com a cabeça, não poderia contestar, a jovem Berry estava certa, normalmente ela sempre estava certa.

 

—Não fique triste, em breve vamos nos casar, já está pensando em desistir? - brincou a loira enquanto secava os resquícios de algumas lágrimas.

 

—Boba… Você não vai se livrar de mim tão facilmente. - beijou-a novamente antes que ela levasse a pouca bagagem que havia separado para o veículo de luxo.

 

Quinn lhe sorriu daquela forma charmosa e bonita antes de partir… Elas se veriam em breve".

Um sorriso surgiu nos lábios bonitos da morena, algum consolo em meio aquela loucura que estavam vivendo, para sua felicidade havia uma única correspondência, mas não fora entregue de forma convencional. Não continha selo ou remetente, o pacote estava levemente avariado - mas não foi violado - a única coisa que havia de identificação era o nome da policial. Tinha certeza que era de Quinn, reconheceria aquela caligrafia delicada em qualquer lugar.

Cruzou a porta de entrada ansiosa, seus pais provavelmente ainda estariam trabalhando, mas se estivessem em casa ela sequer notaria. Deixou-se cair no sofá de forma pesada e logo em seguida rompeu o lacre do pacote. Havia dinheiro - uma quantia relativamente considerável - sabia que Quinn ganharia muito bem, mas aquilo lhe parecia muito suspeito; também constavam documentos em anexo com notas a punho, Rachel estava cansada para poder analisá-los com a real atenção que deveria, suas mãos tremeram levemente enquanto passava pelas páginas, ela sabia muito bem do que se tratava, eram arquivos sigilosos relacionados à corporação que praticamente dominara a cidade.

Mas não era tudo, também havia uma carta cuidadosamente dobrada. Deixou as outras coisas de lado, nada daquilo era mais importante do que viria a seguir. Respirou fundo enquanto desfazia as dobras e se concentrava nas palavras escritas a punho, a caligrafia impecável de início como era de se esperar da loira, mas desleixada em sua conclusão, como se estivesse com pressa.

“Para minha amada Rachel...

 

Sei que você deve estar preocupada e espero que me desculpe, mas o trabalho no laboratório é muito puxado e somente agora tive tempo para escrever-lhe algo. Tomei um tempo para poder relatar sobre os meus dias de forma resumida na minha nova "residência" e espero que leia com muita atenção tudo o que vem acontecendo desde a minha chegada.

 

A nova sede é incrivelmente bela e completamente diferente de qualquer outra instalação que meus olhos já tenham visto. Tudo muito bem planejado com todo conforto e segurança possível para os funcionários, meus companheiros de trabalho também são pessoas relativamente amigáveis, mas alguns me parecem ser consideravelmente desconfiados, não sei dizer bem o porquê, mas deve ser o trabalho puxado; estou realmente muito empenhada e estou muito feliz, mas não se preocupe, tomarei todos os cuidados possíveis como bem me aconselhou. 

 

Estou juntamente com outros pesquisadores trabalhando nesse novo projeto da corporação, estamos desenvolvendo uma vacina muito importante, mas não sei dizer bem qual a doença que a mesma deve combater ainda, é um trabalho muito sigiloso - até mesmo para alguns funcionários - a única coisa que tenho certeza é de que estou com muita saudade dos seus lindos olhos cor de chocolate e do som da sua doce gargalhada".

 

Rachel sorriu minimamente, mesmo que as suas preocupações não tivessem sido ofuscadas, pensar na loira, no seu sorriso, no tom da sua voz e nos seus olhos cor de avelã era algo que lhe dava sempre um pouco de conforto.

 

"Acho que se passou quase uma semana até algo começar a ficar diferente de fato, um dos meus colegas parece estar doente, teve febre alta e apresentava alguns hematomas pelo corpo, não sei se foi apenas por isso, mas comecei a notar o clima mais tenso entre todos.

 

A segurança foi redobrada e os funcionários pareciam menos amigáveis do que antes – seus olhares eram sempre preocupados ou amistosos - eu também tive um pouco de febre no decorrer dos dias, mas não posso parar com as pesquisas; o meu chefe, o Dr. William Binker disse que eu devia descansar um pouco, pois estava trabalhando demais, mas eu neguei e virei à noite em minhas análises, mesmo que sozinha.

 

Nesse mesmo dia um homem chamado Trent entrou no laboratório e me deu alguns documentos - disse que quando eu concluísse desse uma olhada, pois talvez me interessasse, depois sumiu sem dizer mais nada. A febre estava aumentando então resolvi voltar para o meu quarto, meu corpo estava com algumas manchas, pareciam às mesmas que havia no corpo do meu amigo... Acho que aquele sacana passou a doença dele pra mim, mas tudo bem, visitaria a enfermaria no dia seguinte. Sentei na cama e comecei a olhar os papéis que o tal do Trent havia me confiado, eram sobre os incidentes que se sucederam na mansão e sobre os assassinatos em Victory Park, tudo culpa da UMBRELLA.

 

Um alarme soou, demorei um pouco para identificar, mas consegui acessar o sistema pelo computador que possuía, algo estava errado na enfermaria, todos os pesquisadores tinham que comparecer, mas eu estava muito mal para poder seguir. Ao acessar as câmeras pude ver o que estava acontecendo, era o meu colega de quarto Artie, alguns dos outros pesquisadores o seguravam e outro aplicava o que poderia ser uma base do reagente viral, não tenho certeza, por alguns instantes ele parou de se debater, mas não demorou muito para que segundos depois ele violentamente se jogasse contra o pescoço de um dos ajudantes mais próximos e parecia que estava lhe devorando.

 

Dei um pouco de zoom para ver melhor o que estava acontecendo e aquilo era simplesmente terrível, sua face estava coberta pelo sangue do outro, Artie havia perdido bastante peso em pouquíssimo tempo e os seus olhos eram vazios como os de um morto; os outros tentaram sair, mas o alarme deve ter travado a porta como medida de segurança, até que algo fosse feito, porém era tarde demais… Um a um aqueles com quem convivi por tão pouco tempo se transformaram naquelas coisas sem traço algum de humanidade, tornaram-se verdadeiros zumbis.

 

Eu comecei a chorar, estava presa naquele inferno e sabia o que me aguardava muito em breve, estava tão perdida que não notei novamente a presença de Trent, agora no meu dormitório. Se você está tendo a oportunidade de ler essas linhas foi graças a ele, pedi para que o mesmo lhe entregasse esta carta, pois assim como os outros eu provavelmente me tornarei um monstro.

 

No envelope há dinheiro suficiente para você e seus pais se mudarem o mais rápido possível, por favor, não ignore os meus avisos, não faça o mesmo que fiz quando você começou a desconfiar que algo não estava certo na cidade... Os incidentes da mansão Spencer foram apenas o começo e temo que algo bem pior esteja por vir, eu devia ter escutado você, mas tudo que eu queria e pensava era no nosso futuro juntas.

 

No momento em que você ler esta carta provavelmente eu já não serei mais a mesma, não me lembrarei de nada... Dos nossos momentos, dos seus beijos, do seu sorriso, de tudo aquilo que mais amo e prezo; peço desculpas por tudo e principalmente por não cumprir minha promessa, mas eu quero que saiba que eu vou te amar até o último momento da minha vida, o único consolo que me restou é a última foto que tiramos juntas e a nossa aliança de noivado, mesmo virando um monstro terei a certeza de que nunca me esquecerei dos mais belos olhos que já vi em toda minha vida.

 

Não esqueça que eu te amo e vou te amar até mesmo depois do meu último suspiro.

 

Quinn Fabray”.

 

Antes mesmo de concluir as últimas linhas em uma caligrafia já confusa, Rachel conseguia sentir o gosto salgado de suas lágrimas. A dor no peito lhe consumia de uma forma que ela não sabia que era capaz, recusava-se a aceitar que a mulher que amava estava morta, que nunca mais a tocaria nem sentiria os lábios contra os seus.

 

~***~

 

Após a jovem oficial Rachel Berry perder a sua noiva ela fez exatamente o que lhe foi indicado. Avisou seu melhor amigo Finn - mesmo sabendo que aquilo seria um perigo - e fugiu com os seus pais para New York, seu velho sonho de adolescência. Apesar de tudo Hudson preferiu ficar em Raccoon City, poderia investigar de perto graças aos arquivos que a judia compartilhara com ele e com a promessa de que se cuidaria. Não demorou muito para que a cidade em ascensão fosse tomada pelo terror, mais de cem mil pessoas morreram, dentre habitantes, policiais e oficiais do exército que foram deslocados de outros lugares para conter os contaminados.

Desde que se estabelecera em New York Rachel possuía apenas uma missão, continuar a investigar a UMBRELLA e com isso conseguir algum alento. Mas as provas que possuía ficara com o oficial Finn Hudson e segundo ele o chefe de polícia de Raccoon City, Brian Irons, havia sido subornado pela Umbrella para ocultar provas dos experimentos da empresa nos arredores da cidade… Fora isso não restava nada além de nomes como o de William Binker e Trent, entretanto o Dr. Binker falecera a quase vinte anos no próprio acidente de Raccoon City e Trent, bem, ela poderia ser empenhada, mas não havia nada da corporação que conseguia ligar àquele nome em específico.

Quando recebeu uma ligação diretamente no seu celular ela a princípio manteve-se controlada, sabia que isso aconteceria de alguma forma, mas quando Rachel foi avisada do ocorrido não tinha exatamente como prever a sua reação. A atual capitã do NYDP deixou todo o seu trabalho investigativo de lado - que não era pouco - e se dirigiu o mais rápido possível para o NYC Health.

Rachel adentrou o hospital sem muita paciência e se deslocou até o local onde se encontrava a oficial Chase. A loira estava pelo corredor do andar indicado, andava de um lado para o outro, o uniforme sujo de sangue que não era seu.

—Como você está? - perguntou de forma quase que maternal. Annabeth era uma policial dedicada, seu desempenho era excelente e não duvidava que trilharia uma carreira notável.  - já foi examinada?

—Eu estou bem. - respondeu de forma cansada, desviando os olhos cinzentos. - não aconteceu nada comigo. - a mão ligeiramente trêmula esfregou os olhos novamente. - eu disse a ela… Mas ela não me escuta nunca. - o leve tom de irritação se fez presente em sua fala, mesmo que a preocupação fosse muito maior que a raiva.

—Eu sei… Eu sei… Onde ela está? - perguntou tentando não demonstrar ansiedade, queria manter-se calma para confortar a mais nova. Bem sabia como aquela situação era difícil para Chase, mesmo que fosse um assunto do qual ela não gostasse de compartilhar.

Annabeth Chase lhe guiara pelo corredor que levava até a ala seguinte, deixou que sua chefe entrasse sozinha, seria melhor assim, ela não facilitaria nada se estivesse no mesmo recinto com as duas.

—Ótimo, já deram com os dentes?! - o tom de voz era irônico e irritado.

Rachel respirou fundo tentando ignorar o tom quase sempre utilizado pela outra, enquanto caminhava até uma mulher com metade da sua idade. A morena estava sentada na maca, o uniforme sujo com o sangue da oficial estava ao canto, pela cara de poucos amigos ela não parecia se importar com o curativo no ombro devido o ferimento à bala ou com o desconforto que viria de forma mais latente assim que a medicação perdesse o efeito.

—Como você está? - perguntou tocando o rosto da morena que tentou se desviar do carinho, porém sem muito sucesso. - o que você tem na cabeça Clarisse? Quantas vezes eu já lhe alertei sobre a sua imprudência?

—Eu não sou criança, capitã. - rebateu fazendo pouco caso da preocupação da judia e enfatizando a posição da judia. 

—Então pare de agir como uma. - a voz saiu entredentes. - você é minha filha, eu coloquei você com a Chase para tentar amenizar esse seu temperamento, mas você não está colaborando.

Clarisse respirou fundo e tentou ficar calada, não queria discutir com a sua mãe e superiora, estava com raiva, cansada e não suportava viver discutindo insistentemente sobre aquele assunto com a Berry mais velha.

Rachel não sabia onde estava com a cabeça quando permitiu que Clarisse se submetesse para os testes da Academia de Polícia, era a sua única filha e tinha completa noção de como funcionava o seu temperamento explosivo e impulsivo. Como Capitã cabia a Berry a responsabilidade por escolher os pares no departamento sob sua tutela, colocara a filha com a oficial Annabeth Chase, pois sabia que a loira lhe enfiaria na cabeça um pouco mais de disciplina e o que faltava em uma, sobrava na outra.

—Sinto muito… - Clarisse franziu ainda mais o cenho adotando sua habitual carranca de mau humor e comprimiu os lábios. - eu quis protegê-la e não consegui medir as consequências, foi rápido demais.

A capitã Berry deixou a dureza de lado e abraçou a mais nova com cuidado, Clarisse se deixou relaxar nos braços da mãe que lhe beijou o rosto demoradamente. Ela sabia que havia um pouco mais entre sua filha e sua parceira de trabalho, mesmo que nenhuma das duas admitisse.

—Eu amo você, minha querida… - segurou no rosto de Clarisse, olhando nos olhos que tanto lhe lembravam de sua amada Quinn. - Eu não posso te perder. Por favor, entenda isso.

Clarisse balançou a cabeça levemente, ela sabia o que aquelas palavras significavam e por mais que tivessem suas brigas e divergências, ela não gostava de ver sua mãe com aquele semblante. Rachel sempre foi uma mãe superprotetora, talvez pelo fato de que ela, Clarisse, fosse o único elo que existia entre a chefe de polícia e a sua falecida mãe.

—Vou te aguardar lá fora. - informou Rachel lhe fazendo um breve afago na coxa.

—Ela está bem? - perguntou desviando os olhos, sentindo-se embaraçada por aquela situação.

—Sim. - afirmou a judia com um sorriso brincando em seus lábios. - e está te esperando lá fora.

Clarisse bufou, sabia onde sua mãe queria chegar, resmungou alguma coisa enquanto escutava a porta do local ser fechada.  Infelizmente a oficial teria de esperar ainda alguns minutos até ser liberada, enquanto isso tratou de se entreter com alguma notícia aleatória que estava passando na TV. Era um pronunciamento exclusivo de algum diretor da TRICELL Inc., devido alguns trabalhos de sua mãe ela sabia que se tratava de três grandes departamentos… Comércio marítimo, pesquisa e desenvolvimento e indústria farmacêutica. Porém seus olhos estavam vidrados na figura loira, de cabelos curtos que se comunicava de forma séria, ela conhecia aquela mulher apesar da visível mudança na fisionomia.

Não sabia como aquilo era possível, com certeza a enfermeira exagerara na dosagem do medicamento, esse era o único motivo plausível para ela estar confundindo quem quer que fosse com a sua falecida mãe, Quinn Fabray.


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Notas finais do capítulo

E então meus queridos, o que vocês acharam?

Lembrando que dependendo de vocês eu posso elaborar uma fic curta ou mais longa, eu tenho as ideias principais do que quero, mas não seria algo para muito em breve.

Abraços e obrigada por lerem... Vejo vocês nos comentários.



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