Lightsabers Out escrita por Lady Liv


Capítulo 5
The Good Cop, The Bad Cop, and Finn.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/789258/chapter/5

Rose Tico sempre soube que casos grandes eram estressantes, falar com pessoas que não estavam dispostas a conversar, buscar caminhos antes que eles se esfriassem, correr atrás dos resultados; ela passou por tudo isso em sua primeira e concluída com sucesso grande investigação, e foi assim mesmo passando por todo o stress que conseguiu um lugar no Departamento de Polícia de Coruscant e ser reconhecida... pelo menos, ser reconhecida por um curto período de tempo.

Portanto, desde o primeiro momento que conheceu Armitage Hux, ela sabia que teria dor de cabeças.

Só não esperava que elas viessem tão rápido.

— O que estamos esperando? – Kylo Ren continuava a ironizar, os olhos atentos a porta, por onde Rey havia passado. — Aliás, foi impressão minha ou o seu amiguinho estava me vigiando? Ele não é muito bom nisso.

— Ficou incomodado?

— Em não ter privacidade dentro da minha própria casa? Acredite, já estou acostumado.

— Sério? Tente adivinhar de quem isso é culpa.

— Dameron?

Rose resistiu a vontade de rolar os olhos. — Tente outra vez.

— Não faço ideia do que esteja falando, Tico.

Hux deu um passo à frente e Rose suspirou, sentindo o cansaço forte em seus ombros. Definitivamente, não estava preparada para o que estava por vir. Céus, seria um total desastre.

De um lado, Kylo Ren, um monstro sugador de energia com uma grande capacidade de causar tumultos.

De outro, Armitage Hux, e ele era... menos pior, ela pensava, mas ainda assim, totalmente sem filtro quanto a suas respostas.

— Antes de tudo, eu gostaria de elogiá-lo.

E só um pouquinho mais surpreendente.

— O que?

— Eu andei falando com a família a tarde toda e não pude deixar de notar a forma que o seu avô achou de ajuda-los, – Hux disse, se apoiando em sua bengala. — Claro que, indiretamente, interferindo no sucesso de cada um. Leia com o escritório, Luke com os projetos sociais... até mesmo a Holdo, não é? Entregando a ela o seu bem mais precioso: a Editora. E todos aceitaram essa ajuda.

Rose arqueou a sobrancelha, observando o ruivo atentamente.

— Todos menos você.

— Alguns chamam de ingratidão, Detetive.

— Oh sim, vi aqui que sim. – Hux gesticulou, e apontou para si mesmo: — Mas eu não, eu fiquei... admirado.

— Não me diga.

— Tantas possibilidades ao seu alcance, e se afastou de todas elas. Decidiu construir uma carreira musical sozinho, sem querer desmerecer os seus colegas, mas o que seria daquela banda sem o seu uso maestro do violino?! O que fez... é tudo... bastante...

— Admirável? – Rose ofereceu, e Hux sorriu.

— Exatamente! Como sabia?

— Porque você acabou de dizer.

— Oh.

Voltando-se para Kylo Ren, Hux inclinou-se, quase o reverenciando.

— Enfim, minha sincera admiração.

Assim como Rose, o rosto de Ren carregava incredulidade.

— Certo... Tico?

— Ah, claro. – ela piscou, puxando o bloco de notas, céus, isso foi desconfortável de assistir. — Sr. Ren, não mora na cidade, não é?

— Não, mas eu tenho uma casa aqui.

— Certo, esteve na reunião familiar?

— Sim.

— E foi embora antes que acabasse?

— Sim.

— Por que?

— Essas reuniões de família são tão... chatas, e o álcool que estavam servindo era de péssima qualidade, mas também, foi a Mara quem organizou tudo então eu não me surpreendo.

Rose assentiu, esperando que ele continuasse. Quando nenhuma resposta veio, ela ergueu a cabeça confusa, o encontrando com o olhar distraído.

— Ren?

— Sim?

— Por que foi embora?

Ren franziu as sobrancelhas. — Desculpe, achei que tivesse ficado muito claro que eu não queria estar ali.

— Por causa da bebida?!

— Não, porque eu odeio essa família.

— Ah.

— Não fique tão surpresa. Além do que, quase nunca estou na cidade, achei que pudesse tirar mais proveito do bar que tenho em casa.

Ela assentiu, conferindo brevemente seu bloco de notas.

— OK, mas e quanto a discussão?

— Que discussão?

— A que você teve com o seu avô.

— Qual delas?

— Qual delas?!

— Seja mais específica, Tico.

— A discussão que te fez ir embora!

Ren fez uma cara pensativa.

— Não, não me recordo.

Que filho da mãe! Rose apertou os olhos, sentindo o cansaço começar a se tornar irritação.

— Ah não? Quer dizer então que todos resolveram inventar uma discussão no escritório por volta das nove e meia?

— Escuta, Tico-

— Não, é melhor você começar a escutar e cooperar, porque isso não é brincadeira! Anakin pode ter sido assassinado, tem ideia do que isso significa? Todos são suspeitos, incluindo você!

Ren franziu o cenho, debochando despreocupado ao apontar para a porta: — Vem cá, isso também inclui a sua amiguinha enfermeira?

— Isso não é da sua conta.

— Você a fez chorar.

Havia algo no tom acusatório de Kylo Ren, algo que a deixava indignada, mesmo se sentindo péssima em ter pressionado Rey minutos atrás, como ele ousava critica-la?!

Parecendo sentir a tensão, Hux decidiu intervir:

— De qualquer forma, tenho certeza que há uma explicação para a perda de memória do sr. Ren, certo?

— Sim, eu-

— Pelo bem dele, é bom que tenha! – Rose diz, irritada. — De qualquer forma, eu vou lembra-lo, sr. Ren, que sou eu quem está fazendo as perguntas aqui.

— Eu só-

— Então é bom se comportar na minha presença.

— Uau! Tudo isso por causa de uma ressaca.

— O que?

— Foi o que eu quis dizer, Tico, – Ren fala, de modo inocente. — Eu não me recordo da discussão porque eu realmente bebi muito aquela noite.

— Em casa. – Rose repetiu, incrédula.

— É claro! Com a impressa à espreita pelo próximo escândalo Skywalker, acha mesmo que eu vou me arriscar ficando bêbado em público?! Conheço meu temperamento, meu empresário iria me torturar se eu estragasse minha imagem assim.

Droga, fazia sentindo.

— Hum.

Sentindo as bochechas queimarem, de irritação ou vergonha (ou quem sabe os dois), ela se encolheu, cruzando os braços.

— Sr. Ren, como era a relação entre você e o seu avô? – Hux continuou.

— Era boa.

— Imagino, afinal você morou aqui por um tempo, não foi? Sra. Kanata mencionou algumas histórias...

— Não posso dizer que morava, eu meramente passava as férias aqui quando voltava do internato, Han e Leia estavam sempre viajando.

— Han e Leia... seus pais?

— Nos dois éramos muito parecidos, gostávamos de receber atenção, seja boa ou ruim. – ele continuou a falar de Anakin, ignorando a pergunta. — Eu continuei a visita-lo quando fui pra faculdade, mas tive que parar por causa dos Cavaleiros de Ren.

— A banda.

— Isso.

— Entendo, muitos shows, não é? Não deve ter notado algo diferente no comportamento dele?

— Na verdade, notei. Ele estava mais estressado do que o normal.

Hux murmurou para si mesmo, perdido em pensamentos.

— E ele não haveria de ter nenhum inimigo? Alguém que não gostasse dele abertamente?

— Naaah, todos o rodeavam. Ele era Anakin Skywalker, não podia sair sem dar um autógrafo, sempre havia alguém lá. Fez muitos amigos assim.

— Ah quem diga que ele era sozinho. – Rose sussurrou, inocentemente.

Kylo Ren a escutou no entanto, e a encarou sério pela primeira vez. Por alguns segundos, Rose quase se sentiu vitoriosa, seja honesto, ela pensou, só por uma vez, vamos!

A expressão dela caiu quando ele riu, do mesmo modo irônico que todos odiavam.

— Ora por favor, quem andou dizendo isso?

— É uma informação confidencial que-

— Niima, eu aposto!

— Ela era amiga do Anakin, não? – Hux se aproximou, curioso.

— Não diria amiga, quer dizer, os pombos são amigos dos velhos que jogam migalhas nas praças?

Apertando as mãos em punho, Rose se segurou, lançando um olhar para Hux.

— Algum problema com a enfermeira?

— Só o de sempre, sabe, empregados, – Ren disse em desgosto, suspirando. — Você dá a mão e eles querem o pé. Não sabem quando parar, não sabem quando obedecer, não sabem quando ficar quietos... eles... eles não entendem. Mas pessoalmente, não tenho nada contra ela.

Nisso, Rose não se aguentou mais, explodindo:

— É mesmo? Porque pelo jeito que você a expulsou da sala-

— Rose-

— Eu não a expulsei-

— Comigo de testemunha, aliás-

— Tico-

— Ela está no direito de apresentar uma queixa, sabia?! A legislação-

— Pelo amor de Deus, Tico! Não cite as leis pra mim, já me basta a Leia! – Kylo Ren exclamou, frustração percorrendo seu rosto. Bom, Rose pensou irritada, agora eu sei que ele pode expressar alguma coisa! — Rey foi contratada como ajuda médica pro meu avô, apenas isso.

— Apenas isso?! Se seu avô visse você a tratando desse jeito-

— MEU AVÔ NÃO ESTÁ AQUI!

Rose parou, observando-o se retrair tão rápido como havia explodido, passando as mãos pelos cabelos nervosamente.

— É, ele não está, mas enquanto você vivia a glória da sua banda, longe de tudo e de todos-

— Igual ao resto dessa família? – ele desafiou, mas ela não se encolheu.

— Sim! Igual a todos os outros que o abandonaram nessa casa gigante, foi a Rey quem cuidou do Anakin, ela quem foi gentil com ele, então um pouco de respeito seria bem apreciado, se não for por ela como pessoa, talvez pelo profissionalismo dela.

— Profissionalismo?

Houve um momento.

Kylo Ren soltou o ar que segurava, quase sorrindo.

— Por acaso ter um... bom coração... faz dela uma boa enfermeira?

Rose tinha exatos onze xingamentos presos na ponta de sua língua, e naquele momento, ficou grata por Finn não estar ali. Ele com certeza teria o dobro e não saberia se controlar.

Contrariando o cansaço e a irritação, ela apenas o liberou:

— Acho que terminamos.

Sair do estúdio foi como respirar pela primeira vez.

Eles encontraram Finn Trooper na frente da mansão, próximo a van do buffet conversando animadamente com Poe Dameron, que direcionava alguns dos funcionários.

Eu devia saber, Rose rolou os olhos.

— Você está bem? – ao seu lado, Hux perguntou.

— Sim... só um pouco cansada.

— Siga meu conselho, querida. Beba um chá antes de dormir, vai te fazer relaxar.

Rose assentiu, os lábios subindo em um leve sorriso. Encolhendo-se em seu casaco, ela olhou para o céu que começava a escurecer rapidamente. Que dia foi aquele!

— Pode me contar o que está acontecendo?

— Eles vão fazer uma homenagem hoje à noite pro falecido Skywalker.

— Não isso, – Rose o segurou pelo queixo e virou sua cabeça em sua direção. — Lá dentro com o Ren, aquela história maluca de admiração.

— Ah, isso.

— Sim.

— Acredite ou não, eu fui totalmente sincero.

— Impossível.

— Não me julgue, Tico.

— Não estou! Mas você está aprontando alguma coisa, nem tente me enganar! Não retrucou nada que o Ren disse!

— Desculpe, eu deveria?

— Sim! Não é isso que você faz? Brincamos de “policial bom e policial mal” a tarde toda, o que aconteceu?

Os olhos verdes do ruivo brilharam em divertimento, e ele sorriu.

— Achei que gostaria de ser a policial má pelo menos uma vez.

Rose rolou os olhos.

— Querido, você ainda não me viu sendo má.

— Estou ansioso pra isso.

— Nos seus sonhos.

— Tenho sua permissão?

— É claro que tem.

— QUE NOJO!

Rose pulou, assustada, o grito de Finn trazendo a atenção de todos. Perto do pessoal do buffet, ele apontava para uma caixa que havia caído no chão.

— Essa carne está podre! POE, VEM VER ISSO AQUI!

Por alguma razão que ela não compreendia, alívio completo percorreu seu corpo, acalmando seu coração, as palavras trocadas com Hux finalmente alcançando a parte inteligente do seu cérebro. Céus, aquele homem! Rose não era inocente, ela entendia muito bem seus olhares, mas sempre houveram limites em todas as suas relações (certo, menos com Finn), principalmente naquelas envolvendo trabalho, só que-

Com o ruivo era diferente. Era surreal o modo que ele a afetava.

E um pouquinho assustador.

Diante disso, ela deu um passo para trás.

— O sr. Trooper pode até não ser da família, mas se importa mais com o bem-estar deles do que eles próprios. – Hux concluiu.

— Na verdade, só com o bem-estar do Poe, o resto é um bônus. – Rose comentou, consciente de que se fosse uma carne podre exclusiva para Zorii, Finn pensaria duas vezes antes de agir. Claro que, ele faria a coisa certa no final. Era Finn. — O que foi? – ela perguntou após um tempo, estranhando a quietude do Detetive.

— Só pensando. Amanhã vamos começar as investigações pela casa, e... quero que convença a srta. Niima a vir conosco.

— Por que?

— Tem algo acontecendo nessa história toda, Tico. Eu sinto, tenho certeza que você sente, e acho que ela também.

— Ela é incapaz de mentir, Hux.

— Eu sei, é a segunda razão pela qual a quero ao nosso lado. Pode fazer isso?

— É, eu... eu acho que sim.

De longe, Finn acenou para irem embora e os dois andaram lado a lado, o som de seus passos contra as pedrinhas do chão como fundo para seus pensamentos inquietos. O que ele estava pensando? Rose precisava saber.

Antes de abrir a porta da viatura, ela o encarou.

— Espera, você disse que, o fato dela não poder mentir é a segunda razão... qual é a razão? Por que quer a ajuda da Rey?

— Porque eu... como foi que o Ren disse? Ah sim! – Hux pensou, sorrindo de um modo estranho, como se tivesse ouvido uma piada engraçada. — Eu confio no... bom coração dela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Outro título para esse capítulo seria: "Rose Tico and the Terrible, Horrible, No Good, Very Bad Day", nosso nenê deve estar na TPM, coitada.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lightsabers Out" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.