Dinastia 1: O Sonho Real escrita por Isabelle Soares


Capítulo 42
A princesa em treinamento


Notas iniciais do capítulo

No capítulo de hoje temos Bella se preparando para a sua nova vida e para o seu casamento que está cada vez mais próximo!

Meus agradecimentos a lelinhacullen, Érica, Cupcakeimperfeito, Talita Martins e
Clarinha Camela pelos comentários! Espero que gostem do que vão ler agora ;)

Boa Leitura!



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Os dias foram passando em pavorosa. A minha rotina e a de Edward eram cercados de compromissos e agora, para a minha felicidade, Esme e Carlisle perceberam a necessidade de eu ter o meu noivo mais próximo de mim e abriram espaço na agenda dele para que ele me acompanhasse nos compromissos oficiais.

Nas ruas podíamos sentir o calor humano das pessoas. Elas gritavam, sorriam e choravam ao nos ver. Eu já sabia o quanto éramos populares pelo número de notícias diárias que saiam na mídia que eram consumidos como água pelos habitantes de Belgonia, mas nada comparado quando estávamos próximos deles e apertávamos as suas mãos, a emoção e a alegria que eles demonstravam era inexplicável. Acho que eu nunca me acostumaria com isso.

Quando estávamos em Frogmore ou no palácio, Edward e eu éramos envolvidos com todos os preparativos do casamento. Eram tantas coisas que tínhamos que escolher que nem sempre eu conseguia acompanhar tudo, graças a Deus que tínhamos Alice, que nunca parecia perder a paciência ou a energia para organizar todos os detalhes. Mas tudo parecia ficar mais divertido quando Edward estava ao meu lado. Não parávamos de rir, por exemplo, quando estávamos fazendo a lista de convidados. Qualquer coisa era motivo de piada até pelos motivos mais bobos, como o nome dos convidados ou onde iríamos colocar aqueles que menos gostávamos nas mesas da recepção.

Havia um protocolo extremamente rigoroso enquanto aos convidados. Não podíamos, de forma alguma, deixar de convidar chefes de estado, políticos e outras séries de pessoas. O que já dava para imaginar o quanto a Abadia ficaria lotada no dia da cerimônia. No mínimo eram esperados 600 convidados para um casamento real, o que para mim era um exagero! Edward também concordava e resolvemos que em o nosso casamento iriam ser convidados 400 pessoas, boa parte delas nós dois nem conhecíamos, principalmente eu, e para a recepção iriam só os mais íntimos. Não queríamos tanta pompa e transformaríamos, na maneira como podíamos, um casamento a nossa cara. Ainda bem que os pais de Edward não se opuseram quanto a esse detalhe.

 Na maior parte das vezes, eu deixava tudo a cargo de Alice e Esme. Não queria romper tantas tradições. Mas algumas eu sentia necessidade de transformar e atualizar sempre quando eu estava participando ativamente da organização. Porém, eu mudava apenas as coisas mais simples, como as daminhas que me acompanhariam no altar, por exemplo, eu não queria um trem de crianças, queria apenas duas que representassem as nossas famílias.

— Tem certeza disso Bella? Isso não é muito tradicional. Geralmente as crianças escolhidas são filhas de nobres e políticos daqui. Escolhe-las é uma maneira de agradá-los.

— Tenho total certeza disso. Duas crianças é o suficiente.

— Então, eu vou chamar a Michelle, ela é filha de uma prima nossa, um pouco distante, mas é a única criança mais próxima da nossa família. As irmãs dela já estão grandinhas, mas ela está na idade certa. Também já tem certa experiência por que participou antes do casamento de Emmett e Rosalie.

— Bom, eu também não tenho nenhuma criança na minha família... Resolvi chamar a Claire, uma menina tão doce que está sendo criada pela Sue, a namorada do meu pai. Ela já é quase como se fosse da família.

— Ela é aquela garotinha de Seraf que ficou órfã na tragédia? – perguntou Alice e eu assenti. – Ótimo! Ela representa todo aquele povo. Vai dar uma boa média para você.

— Minha intenção não é essa Alice.

— Eu sei, mas também esse detalhe é importante. Agora você também tem que ter um pensamento político e pensar sempre nas melhores estratégias para agradar a todos.

É claro que esse comentário me incomodava. Porém, eu compreendia. Cada membro da família real, principalmente as pessoas que trabalhavam para eles, projetavam cada gesto seu pensando em algum significado positivo para a sobrevivência da monarquia. Eu tinha que me acostumar com isso também. Eu não queria ser considerada uma “rebelde real”, e o plano era seguir a regra a risca, sem desagradar ninguém.

Aliais todo o meu dia era dedicado a me tornar compatível aos desejos e protocolos para uma futura esposa do príncipe herdeiro. Eu tinha compromissos oficiais durante meio período e no outro tinha aulas de etiqueta, aulas de História e Geografia de Belgonia, iniciação a administração pública, protocolos e leis. Era muita coisa de uma sóvez, mas eu estava me esforçando de verdade para aprender tudo. Na parede do meu quarto tinha um quadro enorme com toda a minha agenda e horários para os meus estudos.

Algumas coisas não iam muito bem, mesmo com todo o meu esforço. O sueco era um bom exemplo disso. Eu passava horas, lendo gramáticas, livros de estudo, escutando áudios e vendo vídeos, mas essa língua simplesmente não entrava. Stephanie, a minha professora de sueco, até que tinha paciência comigo.

— Bella, você precisa se concentrar. – pediu Stephanie. – Repita comigo.

— Ok.

— God morgon alla Har

— Good morgon Allá rar

— Não. Não é good e sim god. E também o som do H é aspirado. Vamos tentar novamente.

— God morgon Alla Har.

— God morgon Allá rar.

Ela deu um sorriso e voltamos a tentar.

— Vamos com algo mais fácil. Talvez com pequenas palavras.

— Jag ar.

— jaguar.

Stephanie sorriu mais uma vez e calmamente pediu para que eu prestasse atenção novamente, mas não deu outra, continuei errando. Levantei os braços e sentei frustrada. Eu nunca ia conseguir.

— É tão difícil! – bufei.

Ela veio até mim e sentou-se ao meu lado.

— Você vai conseguir sim. Basta ouvir com o coração e com atenção.

— Eu vou fazer muito feio quando tiver que falar alguma coisa em sueco.

— Quando precisar, vamos ensaiar bastante e com mais afinco. Mas o importante é que você saiba pelo menos o básico.

Assenti e continuamos tentando. Porém, enquanto algumas coisas não davam muito certo, outras até iam caminhando direitinho. Posso dizer que as aulas de etiqueta e protocolos estavam dando resultado. Quantas horas passei fazendo anotações e treinando em eventos. Edward até brincava que tinha perdido a noiva para a monarquia, mas aquilo era necessário, não é? Então, eu faria o possível para me sair super bem.

A única coisa que me incomodava era a minha instrutora, que era a tal Catherine, a especialista em legislação monárquica e protocolos que tinha me irritado na reunião que eu tinha tido com ela, Edward e Esme meses atrás. Desde aquela vez, eu não simpatizei com ela e o mesmo parecia se aplicar no caso dela. Preferia que Esme, Alice ou Rosalie me ajudasse com essas aulas, mas as três seguiam ocupadas e me ajudavam sempre que podiam, então só me restava suportar aquela mulher com cara de bruxa me repreendendo pelos mínimos detalhes e sem ter um pingo de paciência comigo. Eu preferia não reagir toda vez que ela abaixava os óculos e me olhava torto, eu não queria conflitos e não ia dar esse gostinho de ela sair dizendo o quanto eu era difícil. Eu preferia seguir fingindo que ela não me incomodava e permanecendo neutra.

Quanto às regras, eu nem me surpreendia mais, quanto mais eu as conhecia, mas coisa bizarra surgia. Eu já sabia que podia esperar qualquer coisa.

— O segredo de tudo é agir com maior naturalidade possível. Não demonstre nervosismo enquanto estiver em público, se comporte como se tudo fosse absolutamente normal.

— Ok.

— Tenha graciosidade em seus movimentos. Acene devagar e nem levante muito os braços. Sorria sempre e pareça estar sempre de bom humor. – Como um robô programado, pensei.

Catherine acenava para o nada e eu acompanhava tentando não rir.

— Se concentre Isabella! Você não está espantando galinhas!

Acenei mais uma vez tentando ser graciosa, mas que para mim não seria tão fácil já que graciosidade não veio incluída no meu DNA. Mas eu ia conseguir por que eu não tinha nascido amarrada. Sorri com esse pensamento e fiquei treinando acenos várias vezes até pegar o jeito.

— Ao sentar, preste atenção se não estar mostrando algo que não deve.

Catherine sentou-se devagar e eu a observei.

— Não cruze as pernas. Apenas junte os joelhos e os incline levemente.

Fui até a cadeira ao lado da dela e sentei o mais devagar possível, tentando ajustar o meu vestido e em seguida juntando os joelhos e inclinando as pernas como Catherine havia feito. Consegui de primeira e ela deu um breve sorriso me observando. Porém, não consegui me sustentar por muito tempo assim, pois as minhas pernas doíam.

— Se esforce! Não quer que algum paparazzi tire a foto de sua calcinha!

Me levantei e comecei tudo novamente. Dessa vez não inclinando tanto as pernas e colocando as minhas mãos sobre o vestido e ficou mais confortável dessa forma.

— Assim está bom?

— Assim está ok. Mas nunca relaxe e preste sempre atenção em sua postura. Não queremos ver uma dama desleixada. Faça valer o seu sobrenome.

Outra coisa que tive que aprender foi a descer e a entrar num carro. Claro que isso poderia parecer bastante simples para a maioria das pessoas, mas que para a realeza tudo era mais complexo. Porém, eu sabia que essa regra era válida, pois quantas mulheres famosas ou não mostraram demais ao descer de algum veículo?

— Sempre que for entrar em um carro, basta se sentar na ponta do assento e, em seguida, mover as pernas para o interior do veículo. Quando sair, primeiro deve colocar os pés no chão e depois sair do carro.

— Acho que consigo.

— Acho não. Você deve conseguir.

É claro que não foi fácil, várias vezes eu acabava me desengonçando e errando. Mas eu pacientemente começava de novo até aprender uma técnica mais acessível para mim que era sentar de lado e depois puxar as pernas que estavam do lado de fora. Também eu tomaria mais cuidado quando fosse escolher as minhas roupas, preferindo vestidos mais longos para não ter muitos problemas.

— O protocolo exige que a hierarquia seja obedecida, ou seja, quanto maior o título da pessoa mais prioridade ela terá. O rei e a rainha sempre vêm em primeiro, em seguida do príncipe herdeiro, os outros príncipes e princesas, e por fim os duques e duquesas.

— Ok, eles sempre vem em primeiro. – anotei essa informação na mente, ao mesmo tempo que a achava confusa demais.

— Isso em qualquer situação, seja na hora de chegar em eventos, na hora das refeições, ao caminhar ou comer, sempre faça tudo isso depois que as pessoas superiores na ordem hierárquica tenham feito antes.

— Menos nos casos de casamentos ou outros eventos de mesma importância, não é? Aplicamos ai à ordem inversa.

— Exatamente! Você agora deve andar sempre quatro passos atrás do príncipe Edward e nunca ao lado ou na frente dele.

— Por quê? Ele não vai ser o meu marido?

— Por que hierarquicamente ele é superior a você. E não só ele, mas todos da família real com exceção da duquesa de Clarence.

Assenti e sorri amarelo, me sentindo na Idade Média e não no século XXI. Mas eu sabia que essa não era a única regra absurda e arcaica, também havia outras, como por exemplo, eu só poderia falar se recebesse autorização do meu adorado esposo ou de algum outro membro da família real “superior” em título do que eu e se estivessem no mesmo evento. Essas regras iam longe e demonstravam quanto haviam diferenças entre o mundo real e o monárquico.

Porém, nesses últimos meses que iam passando, não haviam só compromissos e aulas, também haviam coisas divertidas, como no dia em que Esme e eu formos ao cofre no Banco Central escolher a tiara e as joias que eu usaria no casamento. Era bastante clara a ansiedade que Esme estava para me mostrar tudo. Durante o percurso, ela vinha me contando de quando ela foi escolher a sua tiara para o casamento junto com a sua sogra, a Rainha Eliszabeth, e como quase sempre acontecia em histórias onde ela e a rainha anterior estavam envolvidas, as coisas não tinham se saído muito bem.

— É uma tradição Bella de que todas as noivas reais usem uma tiara no dia da cerimônia de casamento. Isso vem desde a Rainha Mary que primeiro resolveu quebrar o costume de usar flores de laranjeira nos cabelos e colocar uma tiara no lugar.

— Deve ser um privilégio enorme usar uma das tiaras da coleção da realeza.

— Se é, minha querida, a tiara de alguma forma a deixa mais especial. Mais bonita!

— Qual tiara você escolheu?

— Eu escolhi a mesma tiara que a rainha Mary usou. É uma simplesmente maravilhosa! Toda de prata e repleta de diamantes. Foi um presente de casamento do então príncipe Vicencio para ela.

— Que romântico! Fico imaginando o que a sua sogra pensou a respeito. Essa tiara deve ter um significado especial.

— Tem e muito. Ela claramente queria que escolhesse a tiara mais simples, mas eu estava disposta e escolhi a tiara da Rainha Mary. Por que Bella, além de ela ser uma inspiração, eu não era uma noiva comum, eu vim da plebe, do povo e tinha que ser uma tiara revolucionária e significativa, entende?

— Completamente. Acho que você fez certo.

— Eu sempre tive um sonho de que quando eu me tornasse rainha e tivesse todas essas joias a minha disposição, eu compartilharia com a minha filha e noras. Diferente da minha sogra, eu não sou uma pessoa gananciosa.

— Eu sei que não é.

Toquei a mão dele e ela sorriu. Quando chegamos ao Banco Central de Belgravia, formos acompanhadas por quatro seguranças e pelo funcionário responsável pelo cofre. Era necessário o máximo de cuidado e proteção, afinal todas as joias da coroa estavam ali. Chegamos à porta do cofre e Esme digitou a senha. Pensei que era um espaço pequeno, mas não, era um quarto enorme todo protegido com vidro blindado. Entramos apenas ela, eu e o funcionário, deixando os seguranças vigiando na porta.

Quando vi o ambiente por inteiro fiquei chocada quando vi todas aquelas joias, coroas e tiaras expostas e guardadas por trás das vitrines de vidros. Eram tão brilhantes que pareciam luzes fluorescentes. Nunca pensei que houvesse tanta coisa luxuosa em um lugar só!

— Mágico, não? – perguntou Esme ao perceber o meu espanto.

— Sim. – falei quase sem fala.

— Uma coisa boa em fazer parte da realeza é que todas essas joias estão a sua disposição.

Com certeza era. Se de uma coisa eu estava certa era que dinheiro não me faria falta futuramente. Sai andando pelas vitrines, sem saber qual joia eu escolheria. Todas eram perfeitas demais.

— Posso escolher qualquer uma?

— Qualquer uma menos as coroas ou as tiaras da Alice e da Carmen, essas pertencem exclusivamente a elas.

— Qual dessas a Rosalie escolheu?

Esme pegou a minha mão e me levou para outro lado onde estava guardado uma tiara muito bonita de ouro e rubi. Rosalie tinha mesmo um bom gosto.

— Essa tiara era nova na coleção quando Rosalie se casou. Ela é conhecida como a tiara da princesa Lola que foi a sua única dona até o seu falecimento em 2005. Rosie ficou encantada quando a viu e é que nem combinava com o vestido dela que tinha um broche de prata com diamantes.

— É mesmo divina!

Mas não mais do que a tiara que estava guardada vizinha a ela. Quando os meus olhos bateram na joia, fiquei hipnotizada e fui até ela para olhá-la mais perto. Era uma tiara de ouro branco ou prata, eu não sabia diferenciar, e nela haviam quatro safiras incrustadas que davam um destaque todo especial. Naquele momento, eu soube que a tiara que eu usaria seria aquela. Eu amava azul e seria uma boa representação minha dentro daquela celebração tão diferente de quem sou e como fui criada.

— Esme, eu quero usar essa aqui.

— Boa escolha! Essa tiara nunca foi usada desde a morte de sua dona, a princesa Juliet, em 2009. Ela ganhou de presente do irmão dela, meu sogro, o rei Pierino, em 1954. É tradição uma princesa real ganhar a sua primeira tiara quando se completa 15 anos e essa foi a dela.

— É tão linda! Eu adoro o azul dessas safiras.

— Quer experimentar?

Assenti ansiosa e Esme pediu que tirassem a tiara de dentro da vitrine protetora de vidro. Ela colocou umas luvas e a pegou, colocando em seguida na minha cabeça. Quando me vi no espelho nem acreditei. Parecia que a tiara tinha sido feita para mim.

— Você ficou tão linda com essa tiara, Bella! Vai ser uma noiva real incrível!

Quando vi a minha imagem refletida, eu tive uma visão diferente de mim mesma. Era outra Bella ali na minha frente. Muito diferente daquela que eu vi crescer, que era desengonçada, tímida e sem graça. A mulher ali tinha um olhar confiante e era muito bonita. Essa tiara na minha cabeça me deixava um passo mais próximo do meu futuro, da mulher que estava ganhando vida dentro de mim e isso era bastante importante. Eram duas personalidades dentro de mim mesma, eu só teria que aprender a conviver com ambas e nunca deixar que uma se sobressair a outra.

Esme nesse dia me olhava contente, mas esse mesmo olhar não se prolongaria por muito tempo. Quinze dias antes do meu casamento, fui ao palácio para fazer a última prova do meu vestido de noiva. Cheguei antes de todo mundo e esperava encontrar Esme em seu escritório no andar de cima para que ela me acompanhasse até onde Alice nos aguardava. Confesso que eu estava bastante ansiosa para ver o meu vestido. Na verdade, eu e toda Belgonia, não se falavam em outra coisa por ai. Mas hoje eu iria ver se Alice era mesmo talentosa. Pois em todas as provas anteriores que eu fiz, ela colocou uma venda nos meus olhos e eu não pude nem ter uma visualização do vestido mais especial de minha vida.

Porém, toda a minha ansiedade se foi ao escutar, mais uma vez sem querer, uma discussão entre Carlisle e Esme dentro do escritório dela.

— Esme que bilhetes são esses que estou recebendo há dias?

— Acha que eu sei, Carl? Eu também tenho os recebido. Tenho um monte deles guardado em minha gaveta.

— E o pior que são todos com ameaça e isso está me preocupando... Não sei por que essa história da abdicação veio à tona novamente? Foi há tantos anos! Não já resolvemos tudo?

— É, mas alguém está querendo ganhar com isso nos ameaçando. Não podemos deixar essa história vazar na mídia. Seria o nosso fim!

— Deus me livre! Essa história já causou o bastante. Eu vou entrar em uma investigação sigilosa para tentar descobrir quem está nos enviando esse bilhete. Acha que pode Emmett está envolvido nisso?

— Claro que não. Confio no nosso filho. Ele está muito dedicado a se curar, não tem nenhuma intenção de trazer de volta esses tempos conflituosos.

— Acho que é uma boa hora para nós esclarecemos tudo para a nossa família. Tenho por mim que por mais que essa história seja conhecida por todos nós, há muitos mal entendidos não explicados ainda.

— Não podemos fazer isso ás vésperas do casamento de Edward. Isso traria a tona coisas que não queremos. É melhor deixar para depois.

— Não podemos adiar mais Esme. Não quero mais ver ninguém sofrendo por causa disso.

— Vamos primeiro descobrir quem está por trás desses bilhetes e depois a gente conversa com os nossos filhos.

Carlisle pareceu concordar, pois um silêncio pairou no escritório. Resolvi aproveitar a deixa e bater na porta. Esme demorou a atender e me olhou um pouco incomodada. Fingi que nada tinha acontecido e seguimos para o quarto de Alice. Ela permaneceu estranha e silenciosa até o momento que nos encontramos com sua filha, Sue e Rosalie. Tentei parecer animada e deixar nenhuma pista de que tinha ouvido algo que não deveria.

Alice estava numa animação só, aliais, todas as mulheres da sala estavam ansiosas para ver a obra de arte da princesa real que também era estilista. Ela nem deixou que eu cumprimentasse direito Sue e Rosalie e me arrastou para cima do púlpito e colocou a venda em mim.

— Pensei que hoje eu iria experimentá-lo sem a venda.

— Ainda não. Meninas, me ajudem a vesti-la.

Senti várias mãos me tocando e me ajudando a entrar no vestido até então desconhecido para a sua própria dona. Após alguns minutos de esforço, o vestido entrou perfeitamente em mim, sem ficar justo demais ou frouxo. Estava nas medidas perfeitas. Passei as minhas mãos nos contornos do vestido e fui sentindo que ele não havia muitos detalhes, exatamente como eu queria desde o começo.

— Pronta para vê-lo?

— Sim.

Alice veio até mim e tirou a minha venda e me vi pela primeira vez dentro do meu vestido de noiva. Eu nunca tinha me imaginado dentro de um antes por que eu não sonhava com um casamento no futuro, mas agora ali, diante do espelho, usando aquela beleza de vestido, eu compreendia quando diziam que era o dia mais especial na vida de uma mulher. Eu me sentia diferente e eu não conseguia explicar como. Eu só conseguia chorar.

O vestido era simples, mas ao mesmo tempo elegante. Trazia em seu estilo características dos anos 20, como eu tinha pedido, e até lembrava um pouco o vestido da Rainha Mary, tirando a cintura baixa, é claro. Haviam muitos botões ali e eu nem poderia dizer quantos, mas eles e o formato da renda traziam um tom clássico. Era um vestido diferente, tradicional, sedutor e nada comparado a outros vestidos que você poderia encontrar á venda por aí. Alice é mesmo um gênio!

— Oh querida! Você está tão linda! – Sue falou admirada.

— Obrigada Sue.

Toquei a mão dela e ela a beijou. Virei para Alice com lágrimas nos olhos e eu mal pude agradecê-la propriamente por que não parava de chorar. Ela me olhou contente.

— Obrigada Alice! É perfeito!

— Me sinto realizada em lhe ver assim Bella. Dever cumprido!

— Com certeza!

Olhei para o espelho novamente e fiquei dando voltas para ver todos os detalhes. Tinha uma renda atrás e as costas tinham um efeito que parecia que eu estava desnuda, mas era um tule transparente que dava uma ilusão de ótica e um ar moderno ao vestido. Eu me sentia uma verdadeira princesa!

Virei de costas novamente e olhei para Esme que estava distante de todas nós. Observava a gente com um olhar preocupado e que nunca descansava. O mesmo olhar que ela me deu no dia do meu casamento quando atravessei a nave com Edward ao meu lado. Passamos diante dela e de Carlisle e lhes fizermos uma reverencia, seguimos pelo longo corredor que se estendia até a porta de entrada da Igreja. Ali, olhando com mais calma para os convidados, eu pude sentir a pressão que emanava deles e o sentimento de que muita coisa viria pela frente.


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Notas finais do capítulo

Comentem se vocês têm interesse que eu poste no "Curiosidades - Dinastia" algumas curiosidades sobre os protocolos reais que a Bella cita na história, ok? Sinto que muitos de vocês têm um pouco de dúvida e acho que seria interessante, mas depende só de vocês. Então comentem bastante!