Dinastia 1: O Sonho Real escrita por Isabelle Soares


Capítulo 14
A Grande Tragédia


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Mais um capítulo novinho para vocês! Mais uma vez os meus agradecimentos se estendem ADesconhecidaNut, Cupcakeimperfeito, Super Batatinha, Jo G Cullen e lelinhacullen pelos comentários que me deixam tão contentes!

Eu realmente espero que gostem do capítulo de hoje. Boa leitura!



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Nada de mais horrível que eu pudesse ter visto antes se comparava ao que eu estava vendo agora. Parecia que eu estava num filme distópico aterrorizante. Pessoas choravam desesperadas sem saber o que fazer e tudo em volta destruído.

Edward e eu tentamos chegar mais perto de Seraf, mas o máximo que conseguimos foi ficar na fronteira com Orland, pois tudo estava isolado com risco de alagamento. Quando Jake me contou que a barreira do rio Oder tinha rompido e alagado toda a cidade, eu não conseguia acreditar. Tão inacreditável que eu tinha que vir ver de perto. Era simplesmente surreal! Meu coração se afundou diante de tanta tristeza!

No caminho, Edward me contara que nunca tinha acontecido isso antes. Que as barragens que protegiam os rios das cidades agricultoras do sul eram constantemente inspecionadas. Nem ele conseguia entender o que tinha acontecido.

As pessoas ao verem Edward correram para abraçá-lo como se de alguma forma pudessem ter um pouco de conforto ao lado dele. Ele as abraçava e perguntava o que tinha acontecido. Essa hora eu comecei a entender de verdade o valor que a monarquia tinha diante desse povo. Eles só conseguiam chorar e eu compreendia a dor delas. De uma hora para outra tinham perdido tudo!

Pensei em Jacob e como ele poderia estar agora. No telefone, ele tinha apenas me dito que boa parte do sítio havia sido destruído. Eu queria encontrá-lo e abraçá-lo, mas no meio daquela confusão eu não sabia como. Fui até um policial e perguntei onde as pessoas estavam sendo abrigadas e descobri que estavam em escolas de Northfolk.

— Edward, precisamos levar essas pessoas aos abrigos. Daqui a pouco chove novamente e elas podem ficar doentes.

— Tem razão.

Edward foi até os policiais e pediu que alguns deles ajudassem levar as pessoas até os abrigos. Eles prontamente atenderem e nós levamos conosco no carro uma pequena família desabrigada. Enquanto seguimos para Northfolk, eles nos contavam tudo que tinha acontecido. Diziam que chovera bastante na noite anterior e que logo cedo de manhã foram surpreendidos com um avalanche de água destruindo tudo. Era impossível não se emocionar com o relato deles.

Quando chegamos à cidade, seguimos logo para a maior escola de lá, onde provavelmente as pessoas estavam abrigadas e estávamos certos. No interior do prédio, estavam diversas pessoas espalhadas por todos os lugares. Olhei para todos os lados em busca de Jake e o vi ajudando a abrigar algumas pessoas que chegavam. Corri até ele e sua expressão ficou emocionada ao me ver. Eu o abracei fortemente passando-lhe todo o meu pesar.

— Bella, foi tudo tão horrível!

— Eu imagino meu amigo. Quando cheguei a Seraf, eu mal podia acreditar que aquela cidade tão linda onde passei tantos verões felizes estava completamente destruída.

— Papai está morto, Bella.

Jacob chorava copiosamente no meu ombro. Lembrei-me de Billy da época de minha infância. Ele era tão cheio de vida! Adorava pescar com o meu pai e sempre contava boas histórias para todos nós. Seraf era a vida dele. Acho que não existia ninguém que amasse mais aquela cidade do que ele e todos o amavam também.

— Como aconteceu Jake?

Eu sabia que o sítio dos Blacks ficava perto do rio e imaginei que o estrago deveria ter sido grande.

— Foi logo de manhã... Ouvimos um estrondo enorme e corri juntos com os homens que trabalhavam na fazenda quando vimos um rompante de água em todos os lugares... Eu não consegui salvar o papai. – a voz de Jake ia se perdendo até não poder sair mais. Com certeza, ele devia estar se sentindo bastante culpado agora.

— Eu sinto muito Jake! Foi realmente uma grande tragédia, mas não foi sua culpa.

— Bella, eu devia ter corrido para salvá-lo logo que pude, mas era tanta água que eu fiquei assustado....

— Claro que ficaria. Seu pai não o culparia.

Ele colocou as mãos na cabeça e sentou-se.

— Eu perdi tudo Bella! Eu não sei mais o que fazer.

— Jake, eu quero que você saiba que não está sozinho nessa. Vou levá-lo para Belgravia e você ficará conosco na casa do papai.

— Eu agradeço Bella, mas não posso sair daqui sem achar o corpo do papai.

— Nós vamos achá-lo, mas eu quero que fique bem.

Edward veio até nós e estendeu a mão a Jacob em sinal de pêsames.

— Jacob, sinto muito pelo que lhe aconteceu. É uma pena termos nos encontrado novamente numa situação tão difícil.

— Obrigado alteza. – respondeu Jake apertando a mão dele.

— Sem formalidades por favor Jacob. Você é amigo.

Jacob assentiu tristemente. Eu me sentia imponente diante de tanta tristeza. Eu queria fazer tudo para que o meu amigo não sofresse.

— Edward, o pai de Jake, Billy, faleceu na tragédia e o corpo dele está desaparecido na região do sítio.

— Meus sentimentos Jacob, lamento muito o que aconteceu. Pode ficar certo que eu farei de tudo para encontrar o seu pai.

— Obrigado Edward. É tudo que eu lhe peço agora.

— Jake, vamos para casa do meu pai. Você precisa descansar um pouco.

Sem argumentar, ele se levantou e nos acompanhou até o carro. Uma onda de tristeza e desilusão me bateu naquele momento. Tentei imaginar o que aquelas pessoas estavam passando. O clima era de total desespero e falta de perspectivas, pois o futuro agora era incerto para elas. Tudo era tão cinza!

— Edward, temos que pensar em alguma coisa para ajudá-los. Não podemos deixar eles assim nesse estado.

— Eles não vão ficar assim Bella. Também me pesa o coração deixá-los nesse sofrimento.

— Eu pensei em começar uma campanha para arrecadar alimentos e roupas, mas com ajuda de vocês, acho que a arrecadação será ainda maior.

— Faremos tudo que for necessário. Não se preocupe não vamos deixá-los passando necessidades.

Olhei para Jake pelo retrovisor e vi sua dor através do seu silêncio. Ele observava a paisagem passando rapidamente pela janela do carro. Eu imaginava que ele estava agora relembrando toda sua vida. Lembrei de quanto ele se esforçava para fazer aquela fazenda prosperar, quantos planos ele tinha e agora tudo estava acabado. Devia ser terrível.

Quando chegamos à casa de papai, ele nos recebeu com pesar. Nem precisava dizer que o pior tinha acontecido. Ao ver Jacob, papai o abraçou e transmitiu a ele todo o sentimento de apoio. Eu sabia o quanto ele devia estar se segurando para não chorar também. Eu sabia o quanto papai gostava de Billy. Acho que os dois se tratavam como irmãos e durante anos um foi o apoio do outro nos momentos ruins e bons. Eu sabia que meu pai cuidaria de Jacob como se fosse seu filho também em memória de seu melhor amigo perdido.

Mais tarde, Edward veio novamente com umas roupas para Jacob e nos aliviou o coração com a notícia que amanhã pela manhã começariam as buscas por Billy e por todos os outros desaparecidos. Também que o pai dele estava reunido com o primeiro ministro para encontrar soluções para enfrentar e sanar o problema. Agradeci-o com um olhar. Eu sabia que Edward levaria o caso como uma causa pessoal. Isso me deixava mais aliviada.

Jacob não saia do meu antigo quarto. Fui até ele para conversarmos um pouco e o encontrei trancado em seu sofrimento. O abracei e ele chorou novamente.

— Edward veio aqui e me disse que as buscas pelos desaparecidos começarão amanhã pela manhã. Tenho certeza que ele pedirá para começarem pelo seu sítio. Nós vamos encontrá-lo.

— Sabe, o que mais me dói Bella... É saber que o meu pai ainda tinha tanta vida pela frente. A gente tinha tantos planos para o futuro!

— Eu sei meu amigo.

— Agora eu penso no futuro e não vejo nada. Por que eu perdi tudo e não é pelo lado material, mas pelo meu pai. Ele era a única coisa que me mantinha firme.

— Jake, eu sei que tudo foi horrível, mas agora você tem que ter força para continuar. Sua vida não acabou. Eu e papai estamos aqui e vamos lutar juntos com você.

— Obrigado Bella, mas não é a mesma coisa.

— Eu sei que não é. A dor está grande agora, mas vai passar com o tempo e você precisa levantar a cabeça e construir um novo futuro. Eu tenho certeza que era isso que o seu pai queria para você.

— Não vai ser fácil. Eu nem consigo pensar agora!

— Eu vou estar aqui como uma bússola para você, meu amigo e irmão.

Ele me abraçou forte e eu fiquei ali o acalentando. Eu faria de tudo para que diminuir a dor dele e eu encontraria um sentido para a nossa vida, nem que isso fosse complicado demais. Eu não deixaria a dor consumi-lo.


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Notas finais do capítulo

Já estou aqui pulando de ansiedade para saber o que vocês acharam do capítulo, o que vocês imaginam que vai acontecer daqui pra frente e muito mais. Comentem bastante e até a próxima! ;)