Presente de Grego escrita por Firefox


Capítulo 1
· Presente de Grego, único ·


Notas iniciais do capítulo

Hey hey, essa historieta é um presente hiper-mega-ultra-blaster atrasado - como tudo que eu faço nessa vida - para @SerenityElián, minha melhor amiga ever. Um presente para (tentar me redimir todas as vezes que eu fui uma babaca com você, mesmo que isso não seja de grande serventia) mostrar o quanto tu é importante pra mim.

Sery, espero que goste :)



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Presente de Grego

— por Firefox

Kanon acordou com a sensação de que era um dia importante, mas fazia algum tempo que o geminiano havia tendo esses lapsos de memória - segundo ele. Esquecia onde colocava as chaves de casa, esquecia e levar os filhos à escola, e Serenity atribuía ao fato do marido estar levando uma intensa rotina de trabalhos, ela não julgava muito menos condenava, ela sabia que a vida de advogado criminalista era assim, tanto que ela preferiu a área empresarial, trabalhava tanto quanto o esposo, mas ainda sim tinha suas folgas, diferente de Kanon que às vezes parecia morar no fórum de Londres. 

Ela não mentia quando dizia que havia perdoado todos os "lapsos", até aquele fatídico dia, afinal ela era acostumada a acordar com Kanon a parabenizando naquele dia, e em 10 anos de casamento ele jamais esqueceu o aniversário dela. Um pouco decepcionada por isso, deixou o marido encarregado de cuidar das crianças, já que faria home office naquele dia e Tessa e Argos não iriam para escola. 

A menininha idêntica ao pai, desde os cabelos loiros brilhantes aos olhos verdes, cruzou os braços enquanto Kanon estava no sofá lendo os detalhes do processo no notebook, Argos que estava na mesa terminando as tarefas escolares deu uma risadinha sabendo que Tessa faria seu pai remoer a culpa até se redimir decentemente com Serenity. 

Escorpianos são vingativos, ele lembrou, e Tessa apesar de ser mais apegada ao pai, detestava ver a mãe triste. 

—Papá? - ela chamou a atenção dele. 

—Sim Tess? - Kanon disse sem prestar muita atenção. 

—Você sabe que dia é hoje?

—Quinta-feira não é? - arrumou os óculos sobre o nariz, não entendendo aquele diálogo da caçula. 

—Sim papá, mas que dia exatamente?

Kanon olhou no calendário do notebook para responder a filha.

—05 de fevereiro, Tess. Por quê?

—Você não sabe mesmo papá? - a voz da menina ficou mais brava conforme ela falava. 

—Huh? - ele finalmente olhou a filha confuso. 

—Hoje é aniversário da mamãe, papá. E você esqueceu. — os olhos verdes de Tessa eram acusadores. Kanon por um instante perdeu o compasso da respiração, em quinze anos de relacionamento ele nunca esqueceu o aniversário de Serenity. 

—Mas que-...

—Sem palavrões papá! - Tessa o repreendeu e Argos riu olhando a cena.

—Ela falou algo? - ele fechou o notebook, tirando os óculos, passando a mão no rosto completamente frustrado. 

—Ela nunca fala, esqueceu?

Kanon olhou para Tessa, a loirinha o julgava com os olhos verdes do mesmo jeito que ele fazia e bem, não estava gostando daquilo. 

—Vamos sair, vistam seus casacos - ele levantou para vestir uma camisa.

—Você um dia vai matar o papai, Tess - Argos disse entregando o casaco rosa a ela. 

—Ele merece, papai anda muito rel-... - a menina não sabia pronunciar a palavra, tirando risos do mais velho. 

—Relapso?

—Isso. 

Kanon apareceu já agasalhado. 

—Pai eu tenho que ir também?

—Lógico. Vai abandonar seu pai nessa missão importante e de desculpar com sua mãe?

—Deveria - Argos falou saindo de casa - afinal eu lembrei o aniversário dela. 

Kanon arregalou os olhos, o que estava acontecendo com seus filhos?

—Vocês são terríveis. 

—Você aguenta, papá. - Tessa sorriu seguindo o irmão.

* * *

—Papá, - Tessa chamou-o enquanto eles olhavam as joias da joalheria - sabe que a mamãe não liga pra isso né?

Kanon olhou a menina, meio desesperado, meio arrependido de ter levado os filhos, Tessa e Argos pareciam gostar de vê-lo culpado. Escorpião e Sagitário são signos cruéis, ele deveria lembrar.

—O que você sugere então, sabe-tudo?

—Flores? Jantar? Velas? Comida japonesa? - ela falava com obviedade - Argos e eu podemos ficar na casa do tio Saga… e escolha aquele colar ali - ela apontou para o que tinha a pedra azul clara, é então deixou o pai para se juntar à Argos que jogava no celular do lado externo da loja. 

Kanon encarou a vendedora e suspirou resignado.

—Que pedra é essa? - ele indagou abre o colar que Tessa sugeriu. 

—Turmalina brasileira, são bem requisitadas, é a última peça que temos à pronta entrega. 

Único., ele pensou e pediu esse mesmo. Esperava que Serenity não batesse nele com a vassoura. 

* * *

—Eu posso cuidar deles sim - Saga disse pegando a mochila de Tessa, Alanis vai adorar tê-los em casa.

—Fico te devendo uma. - falou ao irmão - Obedeçam o tio de vocês. Ouviu, Tessa Amélie Elián?

A menina fez careta mas assentiu, entrando no carro de Saga. 

—Boa sorte com Serenity. - e saiu. 

Kanon tinha duas horas para arrumar tudo, o restaurante favorito de Serenity garantiu que entregaria meia-hora antes dela chegar, o que Kanon confirmou que Serenity iria sair às 20h em ponto, chegando em casa mais ou menos 20h30. Daria tempo. Tomou um longo banho, arrumou a casa, procurou algum artista instrumental para fazer a trilha sonora da noite, pegou as velas aromáticas que ela gostava, garantindo que tirasse do ar o cheiro do desinfetante que ele usou para limpar o shoyu que derrubou no chão. 

Recebeu a mensagem do restaurante avisando que seu pedido havia chegado, arrumou a comida na mesa, colocando a garrafa de saquê ali também, sabia que a esposa detestava tomar outro tipo de bebida alcoólica quando a comida era japonesa. 

Olhou no relógio, 20h35, Serenity estacionava o carro na garagem, podia ouvir o som do portão automático e do motor sendo desligado. Pegou a faixa de cetim e desceu à garagem.

—Bem vinda de volta Sra Elián. - ele disse, queria fazer a linha do terno, mas preferiu usar jeans e camisa branca, como sabia que ela gostava. 

—Kanon? - ela pegou a bolsa, desconfiada. Não negava ainda estar triste pelo esquecimento dele, mas sabia que Kanon estava atarefado até o talo com o caso que assumiu, e deu crédito que ele jamais esqueceu seu aniversário, mas era chato, ela admitia. 

—Vem - ele a chamou, estendendo a mão. 

Respirando fundo, a morena agarrou a mão dele, e Kanon cobriu seus olhos com a venda. 

—Eu sei o que você está aprontando, ok? - ela disse, afinal era clichê.

—Eu sei, mas não deixa de ser surpresa. - ele falou a guiando para dentro de casa. 

Serenity reconheceu o cheiro das velas aromáticas e o som do piano. 

—Não sinto cheiro de comida, pediu pizza? - ela disse sentindo ele pegar sua bolsa. 

Kanon riu. 

—Não, isso eu fiz no dia dos namorados. Não vale repetir. 

Ele colocou um buquê de flores, Serenity sentiu o cheiro das frésias e ia tirar a venda. 

—Ainda não, apressada. 

Ambos caminharam um pouco mais ele a colocou sentada, ela não sabia dizer se estava na cozinha ou na sala de jantar. Mas a brisa fria a fez franzir o cenho em dúvida. 

—Posso tirar?

—Pode. 

Ela desfez o nó, olhando o local onde estavam, Kanon enfeitou a sacada, à vista perfeita do Tâmisa,  com luzes amarelas e velas longas, a mesa tinha variedades da culinária japonesa, mas a surpresa era o loiro ao seu lado, com duas caixinhas na mão. 

—Feliz aniversário amor. - ele sorriu culpado. 

—Você lembrou… - ela disse sorrindo amolecida. 

—Tess me lembrou - ele assumiu - mas a ideia é minha. 

Ela primeiramente ignorou os presentes, o abraçando, sabendo que estar ali dentro do abraço dele seria um dos seus três presentes favoritos, depois dos filhos e da vida que tinham. 

—Me desculpe por andar tão avoado ultimamente. - ele pediu. 

—Eu entendo amor… - afastou a mecha loura que impedia-a de ver o rosto dele por inteiro. 

—Esse primeiro - entregou a caixa mais comprida, ficando satisfeito ao ver a expressado agraciada da esposa, Serenity adorava prata e azul, e ali estava. 

—Kan… Eu amei - ela sorriu de bochechas quentes, lindamente mal iluminada pela luz da sacada. 

—Serenity Solo Elián, você deseja se casar comigo de novo, dessa vez em Las Vegas bêbada e ainda mais apaixonada por mim?

Ela gargalhou o beijando antes de olhar o anel, fino, simples e delicado, como ela gostava. 

—Depois de uma partida de poker no cassino?

Ele sorriu amplamente. 

—Pode apostar, morena.

—Eu não poderia recusar um pedido desses… - estendeu a mão para receber o anel, e então foi puxada por ele, num beijo sôfrego.  

Esqueceram a comida enquanto ele os levava para o quarto. 

—Kan as crian-...

—Estão com Saga. - ele disse tirando a camisa social dela. 

Pela noite a fora, Kanon garantiu que sua esposa recebesse o melhor presente de grego que ele pudesse dar, piadas à parte.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado

Amo tu, mate



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