Abusivo: A história que ninguém conta escrita por Pauliny Nunes


Capítulo 10
Capítulo 9




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O Jean se foi e achei que teria um pouco mais de sossego, ledo engano. Mal deitei em minha cama e minha porta começou a ser esmurrada, além de gritos com o meu nome que invadiam o meu quarto. Não tinha como escapar e muito menos ignorar os apelos, o jeito foi me arrastar até a porta e encontrar aqueles cinco pares de olhos curiosos que foram se intrometendo em meu quarto.

— Conte-nos tudo e não esconda nada - ordena Tiemi deitando em minha cama.

— Não há nada para contar - respondo sentando ao lado dela.

—Como não? Nós todas vimos o jean saindo do seu quarto - revela Cláudia, empolgada.

—Pois é, garota - confirma Jennifer batendo no meu braço — E aí, ele é bom?

— Todo mundo fala que o jean é O cara  - afirma Alissa sentando no chão.

— Ou não. - rebate Betina na porta me encarando — SE bem que não acho que eles tenham feito algo…

— Só quem pode sanar as nossas dúvidas é a senhorita aqui - alega Cláudia — Então? Rolou?

—Rolou? Do que estamos falando? - pergunta me fazendo de desentendida.

— Não se faça de inocente, mocinha - responde Tiemi tocando na ponta do meu nariz — Você e o Jean de porta trancada… aqui no quarto…

— O que elas querem saber é se vocês transaram -revela Betina, irritada.

— Todas nós - corrige Jennifer fuzilando a Beti — Rolou?

— Não rolou nada - respondo sem jeito.

— Como assim? - questiona Tiemi, surpresa. — Nada… Nadinha.

—  Nada, nadinha, nadão. - respondo ajeitando meus cabelos atrás da orelha.

— Por que não? - questiona Cláudia sem entender.

— Por que eu deveria? - retruco com uma pergunta.

— Oras, Cat. - começa Jennifer se ajeitando — É  muito óbvio… Vocês estão juntos há algum tempo… e depois de um pedido de namoro daqueles, nada mais justo que uma comemoração daquelas…

— Na verdade não temos muito tempo … juntos. Não tem nem 24 horas que sou namorada dele…

— Você não  gosta dele? - questiona  Cláudia.

—  Gosto .

—  Bom, então se você gosta dele… Só se você não sente tesão por ele - conclui Tiemi encolhendo os ombros — Você não sente tesão pelo Jean?

—  Sinto, claro que sinto!

— Tem medo da hora H? - questiona Betina com pouco caso.

— Ah… Que? - pergunto sem entender. — Não!

—  Certo… Se você gosta dele, sente tesão por ele, vocês dois namoram… - pontua Alissa , pensativa — Por que você não transou com ele ainda?

—  Porque não, oras. - respondo , nervosa — Porque não acho que seja o momento.

—  Já sei - grita Alissa ignorando minha resposta. Ela aponta seu dedo em minha direção — Você é daquelas garotas que escolheram esperar até a noite de núpcias. 

—  Você tem pinta mesmo - concorda Jennifer  sendo apoiada por todas — Não julgo, acho até romântico… Piegas, mas romântico.

Eu nunca me vi como aquelas meninas que resolveram esperar até o casamento, mas também nunca fui muito de pensar a respeito desse tipo de assunto. Aliás, o tipo de assunto que era proibido entre eu e minha mãe, mesmo ela não admitindo. Agora, chego até concordar com as meninas, naturalmente, me tornei uma menina que resolveu esperar.

—  Mas Catarina, você precisa se livrar das amarras impostas pela sociedade patriarcal na qual fomos inseridas - diz Tiemi me segurando pelos ombros — Estamos em pleno século 21 e você não precisa mais esperar até o casamento… para conhecer o melhor vício da sua vida.

—  Exato - apoia Claudia — Sem contar que se você ficar esperando demais, com certeza o Jean irá se cansar.

—  Tipo… não tem problema você se fazer um pouco de difícil - explica Jennifer — Até porque assim você garante que é uma boa moça… direita.

—  Mas só que em algum momento, a conta chega… Os homens têm necessidades - começa Alissa.

—  E se não for com você… Ele acabará se satisfazendo com outra - completa Jenni com um tom quase ameaçador.

— Beti? - pergunto olhando pra Betina que se mantém em silêncio.

— Eu concordo em partes com a Tiemi - admite Betina — Mas isso não significa que você tem que fazer por ele. Faça por você mesma.

— Siga esse conselho e fique sem namorado - rebate Jennifer revirando os olhos — Eu sei que você está com medo da sua primeira vez, é normal. Todas nós já sentimos medo, não é mesmo? 

— Não sei se é medo… - começo me ajeitando na cama — De qualquer maneira, vai demorar um pouco pra gente tocar nesse assunto. Eu disse pra ele  que preciso conhecer a família dele, ele tem de conhecer minha mãe, criar laços…

— E ele? - pergunta Tiemi, curiosa.

— Bom, ele concordou. Inclusive , eu irei conhecer os pais do Jean no fim do mês,quando voltarem de viagem.

—Uau, está nervosa? - pergunta Cláudia.

— Um pouco… Tipo, eles são ricos sabe. E o Jean andou antecipando que eles vão levar em conta muito a minha aparência, minhas roupas…

— É amiga, de fato , nesse quesito, você está em desvantagem - afirma Alissa olhando para as minhas roupas —Porém, nós estamos aqui para lhe ajudar. Deixaremos você a altura.

— Obrigada meninas. - agradeço — Com a ajuda de vocês eu sem dúvida me tornarei uma nova Catarina.

****

Devo admitir que não esperava que as coisas fossem mudar em um final de semana, até me deparar com o buquê de margaridas nas mãos de Jean, dando as boas vindas naquela bela segunda - feira . E não só isso, Sérgio, sentado no banco de trás!

— Flores para o meu leãozinho - diz Jean antes de tocar os meus lábios com os seus,  delicadamente.

— São lindas. - agradeço segurando o buquê , encantada.

— Não mais que você -elogia Jean abrindo a porta do passageiro para mim — Madame.

— Obrigada - sento em meu lugar enquanto espero ele entrar no lado do motorista, sorrindo. Não resisto e acabo comentando - Vejo que está de bom humor. E que o Sérgio está no banco de trás..— Aconteceu alguma coisa? 

—  Kitty Cat, agora você é a primeira dama, o trono é seu. - brinca Sérgio.

— E eu estou de ótimo humor. Ainda mais depois das das notícias que recebi - comenta Jean saindo com o carro.

— Que notícias?

— A primeira é que eu passei na prova de residência da USP! Você está olhando para o mais novo residente de Cardiologia pediátrica. - revela Jean, animado.

— Nossa, que maravilha! - digo feliz pela notícia enquanto o abraço.

— É , se bem que não foi bem assim né, parceiro - fala Sérgio do banco de trás , recebendo um olhar fuzilante do meu namorado.

— A segunda é que conversei com os meus pais e eles aceitaram conhecer você - continua Jean com um belo sorriso — Eles farão um jantar íntimo para nós…

—Espera, você está querendo me dizer que falou com os seus pais e eles aceitaram tranquilamente? - questiono , assustada. 

— Sim,  eu não tenho a menor ideia do motivo pelo qual aceitaram tão bem. - responde despreocupado— Em todo caso, vamos a terceira notícia: Eu consegui uma personal stylist para você! Foi difícil a princípio que alguém falasse comigo em pleno final de semana e ainda mais que aceitasse transformar você em um mês, mas eu consegui. Ela encontrará conosco no após a aula, então nada de ficar de papinho. Estarei esperando você na frente do bloco.

— Uma personal Stylist? - pergunto , confusa.

— Sim. - responde Jean que observa a ruga de dúvida que surgiu em minha testa. Ele sorriu sacudindo a cabeça — Desculpe-me, esqueci totalmente que você não entende dessas coisas. Um personal Stylist  o profissional que presta serviços como a indicação da melhor maneira que uma pessoa deve se vestir e se apresentar na sociedade, de acordo com seu estilo pessoal...

— Eu sei o que é um Personal Stylist - interrompo a explicação de Jean, nervosa -— O que eu quero saber é por que você contratou uma personal Stylist? Achei que nós só fôssemos comprar uma roupa para o jantar. E no dia eu ia arrumar meu cabelo, fazer uma maquiagem, até combinei com as meninas que elas iam fazer meu cabelo e maquiagem...

— VOCÊ ENLOUQUECEU? -  grita Jean, parando o carro abruptamente— Você acha mesmo que só comprar uma roupa para o jantar e ensebar o seu cabelo... Você acha mesmo que meus pais aceitarão essas coisas medíocres?

— Coisas medíocres? - questiono, ofendida — Desculpe-me, Jean, mas é isso que eu posso oferecer aos seus pais. Eu te disse que não era rica e não posso bancar nem ao menos uma roupa, faça ideia uma personal Stylist…

—Eu não estou pedindo para você bancar nada, droga - rebate Jean, nervoso — Sou eu quem pagaria por isso, por tudo isso. - finaliza jogando seu cartão de crédito no meu colo.

— Eu não posso aceitar , Jean- recuso, sem jeito — Isso é muito pra mim… Isso tudo é fora da minha realidade.

—Exatamente por isso. Catarina, você precisa de uma motivação para sair dessa realidade medíocre, conformista e eu estou querendo fazer isso por você. - argumenta Jean passando a mão no rosto — Eu quero que as pessoas vejam a mulher maravilhosa que você é.Eu quero que os meus pais vejam isso também.

—  Só que como eles verão essa pessoa maravilhosa que você diz ver, se pretende me mudar dos pés a cabeça? - questiono, irritada.

— Quer saber mesmo? - questiona Jean, sério me encarando — Você está disposta a ouvir o que realmente sua imagem transmite?

— Sim, estou. Eu quero saber por que você quer tanto me mudar ?- respondo, sincera.

— Quando eu te conheci, você me pareceu uma bela mulher, decidida, focada, inteligente… - começa Jean — Porém, quando você mostrou esse seu outro lado, esse o qual defende tanto… você me mostrou uma Catarina desleixada, conformada, derrotada… Uma pobre coitada que não tem onde cair morta. Uma mulher que me desperta apenas o sentimento de pena… - para por alguns instantes respirando fundo. Claramente está segurando o choro -—Eu não quero sentir pena da mulher que eu amo. E eu amo você Catarina,muito. Eu quero sentir orgulho de merecer uma mulher como você ao meu lado. Porém, como eu posso dizer isso, se a todo momento você está com essa imagem de pessoa inferior, minoria, vítima… Como eu posso explicar para os meus pais que a mulher que eu amo e acho incrível, se esconde embaixo dessa camada de uma pessoa que só está de passagem? Sabe, é duro ter sempre que defender que você é mais do que essa pessoa simples. Porém eu não vou desistir. Eu quero que as pessoas vejam essa linda mulher que eu conheci na Valley Tai e engulam todo os preconceitos que tem a seu respeito. Porém -ele limpa o rosto — Eu só posso fazer isso se você quiser. Entendeu?

— Entendi. Mas Jean - começo a me defender .

—  Você não tem ideia do quanto foi trabalhoso conseguir um horário com uma Personal  Stylist. Uma não, a melhor da cidade… E a única coisa em que consegui pensar é o quanto você precisaria de ajuda, já que o nosso tempo se reduziu. Eu imaginei que ficaria feliz porque eu pensei em você. Eu realmente pensei que estava fazendo o certo. Mas pelo visto, eu falhei novamente com você…

— Você não falhou - nego tocando no rosto de Jean que está desolado.

— Falhei sim. Aliás, eu sinto como se tivesse sempre falhando com você. Como se nada do que eu faço…

— Jean…

— Catarina, eu só quero o melhor pra gente. Eu estou me esforçando ao máximo para que tudo dê certo e meus pais não criem caso com você. Tudo o que estou pedindo é que você me ajude… Por favor…

— Eu preciso pensar - respondo , sincera.

— Você precisa pensar se quer ficar linda ou não? - questiona Jean, incrédulo. Ele respira fundo e seu rosto se fecha enquanto volta a dirigir  — Quer saber, tudo bem. Como você quiser.

— Ok.

— Só não esqueça que você é o que enxergam. Espero que tenha reparado bem na sua aparência hoje.- comenta Jean

O silêncio domina o carro, mas não a minha mente que fervilha com as palavras do Jean, enquanto observo meu reflexo na janela. De fato não estou em meus melhores dias: as olheiras permanecem em meu rosto, meu cabelo está solto e desgrenhado, minhas roupas possuem remendos, feitos pelos anos. Essa sou eu… É assim que sou desde sempre e as pessoas , quando me viam, me enxergavam assim. 

Viro em direção ao meu namorado que agora está estacionando em frente ao meu bloco. Ele sai do carro e caminha até a minha porta, abrindo para que eu saia, o que faço rapidamente.

Fiquei me perguntando quantas vezes as pessoas se admiravam ao me conhecer melhor… Muitas vezes. A frase “ Você é bem diferente do que eu imaginei” foi repetida tantas vezes que se eu a trocasse por notas de um real , estaria rica e pagando uma personal Stylist. Encaro o cartão de crédito que está em minhas mãos e chego a conclusão de que o Jean estava certo, eu preciso mudar, mostrar quem de fato sou eu.

****

Achei que com o fim de semana as pessoas fossem esquecer  do que aconteceu na Calourada, mas assim que desci do carro de Jean, foi totalmente diferente: Fotos, perguntas, sorrisos, toques em minha mão como se ela fosse sagrada, olhares animados, algumas pessoas com inveja, como se eu fosse uma celebridade. Aliás, eu estava começando a me sentir assim… e  já não me incomodava essa possibilidade.Ou melhor, eu estava gostando daquelas pessoas me vendo como alguém importante. 

Após toda sua vida escolar ser de solidão e invisibilidade,como não gostar de ver aquelas pessoas admirando você  querendo saber tudo a seu respeito? Pessoas inflando seu ego?

Aquela euforia se estendeu até minha sala, onde meus colegas também me cercaram agindo como fãs, sendo interrompida com a chegada da professora de Prática de Ensino.

Só durante a aula que pude notar que apenas duas pessoas não se manifestaram a respeito do  pedido de namoro: Patrick e Letícia. 

A Letícia ficou me observando de longe triste, com um certo ar de frustração, não muito diferente do que eu imaginei que teria, só me dando a certeza de que não esqueceu o Jean. 

A atitude do Patrick me surpreendeu mais que a dela, pois ele passou por mim sério , nem ao menos me cumprimentou , logo em seguida sentou no seu lugar, e muito menos conversou comigo durante toda a aula. Cheguei a conclusão que deve estar acontecendo algo na vida dele que o está deixando preocupado.Então decidi não insistir até o fim da aula, quando me vi correndo atrás dele pelo corredor.

— Patrick! Patrick! - grito enquanto corro atrás dele que para, me deixando alcançá-lo. Seguro em seu braço o fazendo virar -— Oi.

— Oi - responde Patrick com um leve sorriso -— Tudo bem?

— Eu quem pergunto - respondo  ajeitando meu cabelo com a outra mão— O que foi com você? 

—Comigo nada - diz Patrick sacudindo os ombros. 

— Então por que  você está me evitando?

— Eu não estou evitando você…Mas sim seus fãs.  - responde Patrick. Ele aponta para meu anel de compromisso — Aliás, parabéns.

— Obrigada - agradeço, sem graça me controlando para não esconder a aliança.

—  Que bom que vocês se acertaram e tudo ficou esclarecido entre vocês - comenta Patrick — Pelo menos dessa vez , ele deixou que você continuasse com seu cabelo natural.

—  Por pouco tempo - ressalto mordendo os lábios. — Na verdade hoje é o último dia dos meus cachos, então é melhor se despedir deles...

—  Por quê? - pergunta Patrick, surpreso.

—  Bom, combinamos de que eu preciso cuidar da melhor da minha aparência. Entre as coisas que concordamos , estão a mudança do meu cabelo.

—  Vocês concordam ou foi uma ordem dele, Catarina? - questiona meu amigo, irritado — Porque eu duvido que isso tenha sido ideia sua.

—  Eu não vejo necessidade em mudar o meu cabelo…

—  Então não mude - interrompe Patrick tocando nos meus fios.

—  Mas devo admitir que esse tipo de cabelo não ajuda  a minha aparência, entende? - argumento , mas sem muita convicção.

— Catarina, você não tem noção do quanto fica bonita com o teu cabelo cacheado e solto desse jeito - comenta Patrick  me deixando vermelha de imediato. Ninguém nunca tinha me dito que eu ficava bonita de cabelo natural. Tudo o que eu recebi durante anos foram sugestões para domar o meu cabelo. — E outra - continua me chamando para a realidade — Não precisa mudar seu cabelo para que as pessoas gostem de você. Quem realmente gostar de você,  vai te querer do jeito que você é.

— Fácil falar quando se é bonito e as garotas caem aos seus pés. Você pode escolher a que quiser - zombo batendo no braço dele.

— Isso não é verdade - alega Patrick , entristecido — A garota que eu quero, não está MAIS  disponível.

— Ah é? E quem é a sortuda? - pergunto, curiosa. Era a primeira vez que Patrick abria o seu coração, precisava aproveitar a oportunidade.

— Você não tem certeza que não sabe? - questiona Patrick com uma ruga na testa.

— E eu deveria saber?

— Catarina…

Meu telefone então começa a tocar, tirando minha atenção do Patrick. No visor aparece o nome de Jean,estou atrasada. Atendo imediatamente:

— Você tem DOIS minutos para vir aqui fora, Catarina - avisa Jean desligando em seguida.

—  Droga - xingo. Levanto minha cabeça encarando Patrick — Desculpa, eu estou atrasada… O que você estava dizendo?

— É melhor você ir - responde Patrick se afastando, ele se vira e diz — Não esqueça que temos um trabalho para entregar em duas semanas, mocinha. Que tal começarmos sábado na biblioteca?

—  Perfeito. - digo correndo em direção oposta. 

Em menos de dois minutos já estou entrando no carro de Jean que sai acelerado:

— Eu disse para você não se atrasar - resmunga cortando os carros. 

— Desculpe-me, mas eu acabei me enrolando falando com Patrick. - respondo tentando colocar o meu cinto.

—Sobre ? - questiona Jean, sério.

— Sobre algumas coisas. - respondo sem especificar. Aperto os meus olhos, observando os carros pela janela — Ele discorda que eu tenha de mexer no meu cabelo. O Patrick  diz que as pessoas devem gostar de mim como eu sou.

— Ele só quer te comer - solta Jean, ríspido.

— Credo, Jean. É claro que não - reajo, ofendida.

— Catarina, eu sou homem e sei o que estou dizendo - rebate Jean estacionando o carro em frente a uma bela casa amarela. Ele desliga o carro e me encara — Quando um cara diz essas coisas, só existem duas opções: Ou  ele quer te comer… Ou é viado.

—  Então é isso que você de mim? Você só quer transar comigo? - questiono, séria com os braços cruzados.

— Sim. Era isso o que eu queria com todas as garotas e com você também - responde Jean, fazendo meu queixo cair, chocada. Ele pega suas mãos e segura o meu rosto, firme — Mas como eu disse...ERA, depois que eu te conheci, Catarina, a única coisa que eu desejo é estar com você, te proteger… Quero dar o meu melhor e quero mostrar o seu melhor. Você acha mesmo que eu faria você mudar seu cabelo por capricho? Para mostrar que eu mando, ou algo assim? Claro que não. Estamos fazendo isso por nós dois, Cat. Da mesma forma que você me mudou e me fez repensar minha forma de agir, quero fazer o mesmo por você. A gente se completa, amor. Eu sei que está com medo de mudar seu cabelo, mas eu garanto que depois do resultado , você fará questão de  esquecer esse leãozinho que é agora. Eu gostaria muito que você fizesse isso para mostrar que sou importante na sua vida e que faço parte dela. Porém, isso é você quem vai decidir. - finaliza abrindo a porta do carro.


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