Michigan escrita por ashirogi


Capítulo 5
Volta, revolta e decência


Notas iniciais do capítulo

Bom, esse capítulo, na verdade, é a junção de dois capítulos.
Sim, já foram dois capítulos, mas eu os uni porque não havia necessidade de ter dois capítulos que retratavam praticamente a mesma coisa, o mesmo acontecimento.
Não que isso seja ruim, na verdade está até melhor que os dois antigos.

Boa leitura!



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- Aldeia dos Cantos – Julho de 1015 -

"Meu nome é Yujiro, tenho 16 anos, e sou o... O SALVADOR DA PÁTRIA! Bem, pelo menos é um sonho. Meu reino foi destruído por motivos injustos, e já que ninguém está disposto a reconstruí-lo eu sou o único que posso fazê-lo. Há certa falta de confiança por parte da população, ela não acredita que nós, aprendizes, podemos mudar o curso dessa história. Quando falo isso aos outros... eles riem de mim. Parece que a única pessoa que confia em mim de verdade é meu mestre, Shinta. Ele é mais que alguém especial... ele é como um pai. Mas bem, essa tristeza vai acabar. Ninguém mais vai rir, agora que já tenho uma das pedras... eu posso fazer coisas que ninguém nunca imaginou. E eu serei... O SALVADOR DA PÁTRIA!"

 

Que dia mais comum, era sempre a mesma coisa. Apesar do ponto de vista dos outros, Yujiro gostava de levar nas costas aquela vida de aprendiz, mesmo que fosse entediante.

Agora ele andava pelas ruas de sua aldeia, quando de longe conseguia ouvir o soar de um grito a chamar por seu nome.

- EI! YUJIRO!

O jovem se virou e olhou um homem correndo em sua direção... Espera! Era como um espelho, Yujiro via agora seu próprio reflexo correndo em sua direção. E havia mais uma figura atrás, era alguém mais alto, vestido de preto e cobrindo o rosto. Afinal, o que estava acontecendo? Aquele mesmo garoto chegou mais perto, parou e descansou. Dava longas respiradas antes de olhar para Yujiro e finalmente lhe dizia:

- Ainda parece mais feio que eu... porra, porque você tinha que morar tão longe?

- Mi... Mis... souri? – Yujiro perguntou, gaguejando.

- Mi-mi-mi-mi-mi-mi! É, sou eu! Puxa, você não mudou nada, continua mais baixo, mais feio e mais com cara de pirralho.

- Seu merda! Eu sou extremamente igual a você! – Yujiro replicou.

- É! Só que EU SOU MAIS BONITO! HÁ, HÁ, HÁ! – Missouri riu alto.

- ...hum, por falar nisso... o que está fazendo aqui?

- Vim te ver irmãozinho. Não ta feliz?

- É claro que não! O que pode te levar a voltar depois de quatro anos?... – deu uma pausa e continuou – Vá embora Missouri. Você não é mais bem vindo aqui.

- Calma, calma, eu vou embora sim... – também deu uma pausa e continuou – MAS SÓ DEPOIS DE TRÊS DIAS! – agora tentava esconder o sorriso.

- Finalmente te encontrei – disse aquele homem que vinha atrás de Missouri.

- Hã? E quem é você? – Yujiro perguntou.

- Hum! Eu sou aquele que... - o mercenário ia dizendo, quando Missouri pôs a mão sobre sua boca.

- Ei, não fala nada sobre o acordo, quer dizer, não fala nada sobre você! Se o Yujiro souber de alguma coisa, ele vai surtar! - Missouri sussurou no ouvido do mercenário.

- Ah tá, desculpe! - para um mercenário, até que ele era educado, não?

- Caham! - Yujiro deu uma tosse forçada - Eu ainda tô aqui! O que vocês estão escondendo?

- O que? Não, nada! Ahá, há, há! - Missouri riu forçadamente - Yujiro, esse aqui é... hum... o nosso tio Xaruto!

- Tio... Xaruto... sei... nós não temos nenhum tio Xaruto. - Yujiro disse.

- Não! Você não tem um tio Xaruto, mas eu tenho! - disse Missouri.

- Tio... Xaruto? - o mercenário perguntou.

- É! SEU NOME É XARUTO, ENTENDEU?? - disse Missouri.

"Idiota! O quê você realmente quer aqui? Missouri, o que está escondendo?" - pensou Yujiro

Enquanto a confusão acontecia, alguém chegou por perto e deu alguns sermões em Yujiro. Sim, este era aquele que podia ser reconhecido como o "mestre de aprendizes da aldeia local", Shinta... um bravo herói reconhecido pela grande participação na guerra sangrenta.

- Parem, não há motivo para essa discussão. Lembre-se bem Yujiro: o homem comum fala, o sábio escuta e o tolo discute. - Shinta olhou para Missouri - Isso serve para você também.

- Eu não obedeço mais as sua ordens errr... como é seu nome mesmo? Careca? - Shinta puxou a orelha de Missouri e este começou a gemer - Ai, ai, ai, ai, ai, espera aí mestre...

- Não ouse a se dirigir assim ao mestre desse modo novamente. - Yujiro disse.

- Hã? E você tem que me respeitar. - Missouri disse.

- Porque?

- Porque eu sou seu irmão mais velho!

- O QUE?? Mas nós somos gêmeos!

- Mas EU nasci primeiro.

- Mas você é inexperiente.

- E você é mais fraco.

- Mas eu tenho mais juízo!

- Que juízo? Só o seu nome é bastante pra te declarar como um retardado.

- Ah é? E o seu nome? Missouri até parece nome de menina!

- Grrrr... - rosnou - E você tem medo de escuro!

- E você nunca beijou uma garota!

Missouri ficou em silêncio e pensou mil coisas ao mesmo tempo.

"Mas... mas... como ele sabe disso??" - pensou Missouri.

"He, he, he... eu sabia!" - pensou Yujiro.

"É melhor eu sair daqui, essa familía é doente." - pensou 'Xaruto'.

"Missouri... que espécie de truque você quer testar agora? Porque está com esse mercenário aqui?" - Shinta sabia reconhecer mercenários - "Eu não preciso mais de você... Vá embora!" - pensou.

- Yujiro, pare de reclamar com seu irmão. Ele é tolo, não se iguale a ele. - disse Shinta.

Missouri observou bem a expressão do mestre e concluiu que este não estava muito feliz com a sua volta.

- Hum! Mestre Shinta... - Missouri se ajoelhou perante seu antigo mestre - perdoe minhas ofensas. Se me permitir... gostaria de ficar aqui por no mínimo quatro dias. Por favor... mestre.

- Missouri... - por um momento, Shinta pareceu orgulhoso, mas logo depois o sorriso de seu rosto desapareceu, dando lugar a uma expressão séria, que demonstrava decepção - somente quatro dias... e nada mais. - após a resposta, Shinta se retirou dali, deixando os três a sós. Missouri agora se sentia isolado, não era mais a mesma coisa, ele mudou de repente e agora percebera que estava sozinho. Sem ninguém para lhe apoiar... sem ninguém para lhe ouvir...

 

"Eu abri os olhos... percebi que aqueles que me rodeavam não eram mais meu mestre ou meu irmão... eles eram apenas pessoas comuns... aquelas das quais você não pode contar sempre... aquelas das quais você conhece só por conhecer, mas não tem uma relação mais próxima ou algo assim. As pessoas que eu amo... eu nunca conheci elas de verdade... agora estou sozinho... olhando pela janela do quarto da minha antiga casa... falando com a lua como se ela pudesse me ouvir... como se ela fosse a minha mãe... é a primeira vez que sinto a falta de alguém que eu nunca conheci... e isso é ruim, porque eu sei... que nada vai mudar... nada..."


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Notas finais do capítulo

Continua...

Salva este autor da infelicidade e envie um review de verdade!
Com estrelinha e tudo!



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