Be Mine escrita por EloiseFeh


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente, como estão? Eu quase esqueci de postar, mas aqui estou eu novamente. Espero que estejam apreciando a leitura até agora, beijos ♥



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Rey. Foi o nome que Ben Solo ouviu em uma lista de chamada. Pelo menos 2 de suas aulas na semana eram na companhia dela. E ela, depois de confrontá-lo no corredor, ignorava completamente sua existência. Exceto quando ele passava ao seu lado e ela trancava o rosto. Isso já fazia mais de uma semana. A garota realmente não sabia esconder seu desgosto.

 

Na verdade, ela não sabia esconder emoção nenhuma. Ben percebia isso ao ver sua expressão mudar quando conversava com Finn, ou quando entrava em pequenas discussões com Poe. Ela sorria, gargalhava e conversava descontraidamente. Era interessante como, mesmo em tão pouco tempo, ela parecia ter uma amizade forte com os dois. Ele invejava isso, de certo modo. O que fazia com que sua atitude para com ela fosse ainda menos amigável.

 

— Espera, ela foi falar com você? Tipo, do nada? - Hux perguntou, segurando o aparador com firmeza para quem Ben socasse.

 

O espaço amplo onde o clube de boxe se reunia estava relativamente vazio, apenas os alunos que treinavam até mais tarde estavam ali. A luz alaranjada do pôr-do-sol passava pelas janelas e batia no rosto dos dois. Descalços no tatame, ambos suavam com o exercício.

 

— Eu não te disse? - questionou Ben, colocando mais força nos golpes. - Não foi do nada, na verdade. Um desses otários estava espalhando algumas coisas, eu falei com ele e ela resolveu se intrometer.

 

— Olha só… - Hux soltou uma risada. - A primeira garota daqui com você fala e ela já te odeia.

 

Ben socou mais forte e um murmúrio abafado de dor soltado por Hux foi o suficiente para que ele parasse, satisfeito. Não seria surpresa se ela o odiasse, ele mesmo não conseguia ser gentil consigo mesmo. Mais uma pessoa na lista não faria a mínima diferença.

 

{...}

 

— Eu não o suporto! - disse Rey, jogando uma batata de volta para o prato. - A ideia de eu ter que ver ele todos os dias é o suficiente para que eu queira me jogar do último andar.

 

— De quem estão falando? - Finn perguntou, sentando-se ao lado de Rey.

 

— Ben Solo - Poe respondeu, pegando uma das batatas. - O garoto é uma pessoa complicada. Sempre foi.

 

— Conhece ele há muito tempo? - perguntou Rey.

 

— Há alguns anos… Meus pais trabalharam um tempo com a mãe dele, ela sempre foi muito legal comigo. Adoro ela - confessou Poe. - Nos víamos bastante quando éramos mais novos. Acho que éramos amigos.

 

Rey processou aquela informação. Não conseguia imaginar Poe, com toda sua simpatia e ironia, ser próximo de alguém tão frio e antipático. Na verdade, ela não conseguia imaginar Ben Solo sendo próximo de ninguém. Até mesmo com Hux e Phasma, que eram basicamente as únicas pessoas com quem interagia, ele parecia deslocado.

 

A verdade era que, por mais que ela tivesse apenas tido uma conversa com ele, Ben Solo a lembrava da maioria dos seus antigos colegas de classe. Eram bullies, em sua maioria, que se achavam melhores por terem roupas mais legais, uma cama quente e um par de músculos. E por mais que Ben Solo fosse do tipo mais calado, o fato de ele ser conivente com as ações dos seus dois amigos o fazia tão culpado quanto. Enfrentá-lo era só uma questão de tempo, para ela.

 

— Pelo menos, eu não preciso suportá-lo sozinho - murmurou Rey, mesmo sabendo que aquilo só era verdade em suas aulas de Estudos Sociais.

 

Restavam as aulas de Robótica, que lhe davam créditos extras, mas também o desprazer de sentar próximo ao rapaz de cabelos negros. Ela não se dava ao luxo de se importar muito, tinha mais com o que se preocupar.

 

Ao fim do dia, todos os dias da semana, Rey apenas prendia sua bicicleta ao chegar no lugar que chamava de casa, jogava sua bolsa dentro do trailer e ia trabalhar. O fato de o trailer ficar em um beco largo atrás da oficina, fazia com que ela não fizesse muita questão de trocar de roupa. Era recebida com olhares nada amigáveis e frequentemente ela revirava os olhos para alguns dos homens que a rodeavam, não valiam o esforço de uma briga.

 

Ela se esgueirou para debaixo de um carro, com as costas apoiadas na esteira. Suas mãos pequenas verificavam a máquina com cuidado, anotando mentalmente tudo que precisava ser feito ao mesmo tempo em que realizava alguns consertos possíveis. Deitada ali ela se sentia totalmente confortável, até mesmo escondida, e poderia passar horas sem ninguém a incomodasse. Se ela fizesse algo errado, era problema dela. A sua sorte é que quase nunca isso acontecia.

 

Voltou para o trailer já tarde, as roupas sujas, quase esgotada. O beco e a rua estavam vazios, assim como a oficina. Todos já haviam ido. Com uma xícara de chá na mão, ela sentou-se nos degraus da pequena porta do trailer e olhou para cima, fitando o céu estrelado. Ela achava beleza mesmo nos dias mais cansativos, talvez fosse isso que a fizesse suportar a maioria das coisas que aconteciam. A arrogância de Unkar, a indiferença de seus colegas de trabalho, a apatia de Ben Solo e seus amigos. Tudo isso parecia leve quando ela apenas parava, no fim do dia, para olhar o céu.

 

{...}

 

Se a didática de Luke não fosse tão boa, Rey já teria dormido nos primeiros 10 minutos de aula. Quando Unkar se irritava e decidia que ela não trabalhava o suficiente, a alocava com os clientes mais difíceis e no trabalhos mais pesados. Muitas vezes, sozinha. E, para seu azar, ele havia passado a semana irritado.

 

Ela não havia lido nenhum capítulo ou feito um único exercício para aquela aula, estava cansada demais para isso. Nem mesmo a presença do jovem Solo, marcada por olhares desdenhosos, parecia afetá-la. Ela cochilava algumas vezes durante aula, Finn a cutucava sempre que Luke parecia dirigir um olhar zangado em sua direção. O Skywalker o assustava, mas para Rey a fala firme e mansa de Luke faziam com que, mesmo cansada, sua atenção se prendesse por tempo suficiente.

 

— Temos avançado bastante e, como é esperado, gostaria que desenvolvessem o que aprenderam aqui assim como sua habilidade de trabalhar em conjunto - disse o Mestre.

 

Ele levou uma folha, contendo uma lista de nomes e a fixou em um quadro de avisos. Alguns alunos sussurravam uns para os outros, suas dúvidas e conversas sendo sanadas assim que Luke se virou para falar.

 

— Devem me entregar um trabalho de 20 páginas, no mínimo - continuou ele, a sala de aula explodindo e sussurros e burburinhos. - O assunto deverá conter tudo o que vimos, mais alguns tópicos que irei informar posteriormente assim como o prazo de entrega. Deverão fazer em duplas… - Diversos alunos se estenderam para falar com seus colegas de turma, seus sorrisos logo se desfazendo quando Luke continuou: - que já foram montadas, utilizando um sistema aleatório.

 

A sala se encheu de olhares indignados e surpresos, talvez até mesmo receosos de imaginar com quem que seriam obrigados a interagir. Quando o sinal para anunciar a próxima aula tocou, cada aluno verificou sua dupla, demonstrando surpresa ou indignação dependendo do nome que liam na folha.

 

— Quem você tirou? - perguntou Rey para Finn, esperando que sua sorte estivesse grande para ficar com o amigo.

 

— Com o Ez ali. - Ele apontou para um garoto qualquer na sala. - E você?

 

Ela se dirigiu até a lista, procurando seu nome.. Seus olhos procuraram confusos ao ver que seu nome não estava no R, mas sim no começo da lista, do lado de um dos alunos com B. Ela prendeu a respiração por um momento, sua expressão mudou no mesmo segundo e ela se perguntava quais eram as chances e o que ela tinha feito para merecer aquilo. Tudo isso enquanto lia o nome de Ben Solo escrito junto ao seu.

 

— Que sorte - a voz grave do rapaz soou atrás dela. - Quais são as chances?

 

Finn tomou uma pose defensiva. Ela se virou e ele estava estranhamente perto, quase do lado do seu rosto, abaixando-se para ler a lista com clareza.

 

— Pelo visto, Luke gosta mesmo de fazer minha vida um inferno - disse ele, a voz saindo com um leve sarcasmo.

 

Ele saiu da sala, sem dizer mais nada. Finn voltou para o lado de Rey, relaxando próximo dela. Ela olhou para o amigo, um olhar quase desamparado.

 

— Eu devia ser uma pessoa terrível na outra vida… - reclamou ela, contando com uma leve risada e um abraço de ombro do seu amigo enquanto deixavam a sala.

 


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Notas finais do capítulo

Já aproveitando para perguntar como vocês acham que será essa interação daqui pra frente. Eu sei que pode parecer ter sido apressado, mas a fic não será tão grande eu pretendo abordar outras coisa. Então, bom fim de semana pra vocês e até a próxima ♥



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