Be Mine escrita por EloiseFeh


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Olá!! O dia de postagem está aqui e espero que esteja tudo bem com vocês!
Primeiro gostaria de agradecer a recomendação feita pela Filha de Atena ♥ Eu quase chorei, foi a primeira recomendação que recebi e isso me deixou nas nuvens! Obrigada, de verdade!
Sem mais delongas, vamos ao capítulo ♥



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Hux ajustou mais uma vez a gola rolê de seu suéter em frente ao espelho, conferiu a barba recém aparada e sorriu, convencido de si próprio. O jovem parecia particularmente preocupado com sua aparência naquela noite, arrumando-se de forma cuidadosa, fazendo caras e poses em frente ao espelho para garantir que estava bem em todos os ângulos possíveis. Parecia que estava tentando dizer a si mesmo que era a melhor pessoa que poderia conhecer.

 

— Você parece estúpido - disse Phasma, sentada no outro lado do cômodo, observando o amigo de braços e pernas cruzados.

 

— Eu perguntei, Christie? - respondeu o ruivo, chamando-a pelo nome, sabendo do seu desgosto pelo mesmo.

 

Phasma revirou os olhos e olhou para Ben, que sentava-se na cama de Hux como se fosse a sua. O moreno tinha os olhos fixos em um livro de bolso, os fios pretos caíam sobre sua testa e ele não fazia a mínima questão de arrumar. A loira suspirou e inclinou seu corpo para perto do amigo.

 

— Você está aqui? Alô… - disse Phasma, estalando os dedos próximo da cabeça de Ben, que despertou da leitura com um susto. - Não acha que o Hux parece idiota hoje?

 

— Ele parece idiota todo dia - respondeu Ben, sorrindo ironicamente de canto.

 

— Tudo isso pra garota… como que é o nome dela mesmo? - provocou a loira, com um sorriso malicioso. - A monitora de robótica?

 

— Rose - disse Ben, com os olhos voltando para o livro.

 

— Ah… Rose - a loira cantou. - Tudo isso pra garota que revira os olhos toda vez que ele passa.

 

Um vulto laranja passou rapidamente pelos seus pés antes de subir na cama, Millicent se pôs a rodear Ben, que tentava continuar sua leitura enquanto a gata se esfregava e ronronava ao redor dele. O rapaz tentou um carinho em sua cabeça, mas foi recebido com um pequeno sibilo antes que a gata permitisse o toque.

 

— Vocês podem parar com isso? - começou Hux, em resposta às provocações dos amigos. - Eu não me visto pra ninguém. Eu tenho uma imagem e um nome a manter e, diferente de certas pessoas, eu zelo por isso. Millie…

 

O ruivo tirou a gata, que havia começado a rasgar os lençóis, de cima da cama. Novamente deu outro suspiro ao perceber que seu suéter escuro agora estava repleto de pelos. Por outro lado, Ben ignorou a indireta do amigo.

 

— Não entendo porque vocês, garotos, insistem em ir atrás de alguém que já deixou bem claro que odeia vocês - comentou Phasma, alternando o olhar entre Ben e Hux.

 

— Acontece, algumas vezes… - respondeu Ben, evitando o olhar da loira enquanto seus pensamentos inevitavelmente iam para a mecânica que vivia em um trailer.

 

— E ela não me odeia - defendeu-se Hux, as bochechas assumindo um tom levemente corado. - A gente só não tá… se entendendo muito bem nos últimos meses.

 

Phasma riu em ironia, enquanto o ruivo terminava de se arrumar e tirar os pelos que restavam em sua roupa. A loira se pôs de pé, a jaqueta de couro e as calças justas se mostrando um traje perfeito para o corpo atlético da garota, enquanto os saltos destacavam ainda mais sua altura e aumentavam seu ego por deixá-la ainda mais alta do que os outros dois rapazes ali.

 

— Isso é injusto - concluiu Hux, olhando de cima a baixo a amiga e se sentindo estranhamente pequeno. - Você realmente precisa usar saltos?

 

— Achou ruim? Compre os seus - respondeu a garota, desfilando em direção às escadas.

 

Phasma encarava tudo na sua vida como uma competição e, ao se arrumar, aquilo não era diferente. Ben não sabia se aquilo era um traço que gostava ou não, mas resolvia apenas aceitar a índole da garota, inevitavelmente dando um sorriso de aprovação pela forma apática que tratava Hux quando o ruivo reclamava de algo.

 

Ao mesmo tempo, enquanto seguia os amigos escada acima, perguntou-se o que Rey estaria usando naquela noite, se é que estaria presente.

 

Ao sair do porão e adentrar na residência Hux propriamente dita, Ben não deixou de notar a tensão que se formou nos ombros do amigo. Armitage Hux abaixou sua cabeça de forma quase inconsciente, andando na própria casa como se fosse um estranho e dirigindo-se a saída o mais rápido que podia. Os outros dois se limitaram a acompanhar o ritmo, sem dizer nenhuma palavra.

 

— Armitage - a voz soou da sala, assim que os três estavam passando por lá.

 

Ben não conseguiu ver o rosto de Brendoll Hux, que estava confortavelmente sentado de costas para eles, em sua poltrona confortável enquanto o noticiário local era transmitido. Não havia nenhum carinho em sua voz ao chamar pelo filho, que era tratado como um estranho.

 

Phasma abaixou os olhos para o amigo, Hux apenas limpou a garganta.

 

— Sim, senhor? - respondeu o mais novo.

 

— Esqueceu-se do que conversamos mais cedo? - a voz do mais velho ressoou novamente.

 

— Não, senhor.

 

— Ótimo.

 

O mais velho dispensou-o com um aceno de mão e Ben conseguiu ver o copo de whisky que ele segurava. Os três jovens saíram e entraram no carro, o clima de certa forma brincalhão de antes sendo substituído pela tensão crescente.

 

Hux continuou parado no banco, segurando firmemente como se de repente tivesse se esquecido como se dirigia. Os olhos fixos contemplavam o vazio. Ben tomou a iniciativa e o tocou no ombro, o ruivo se contorceu levemente em susto e em dor. O moreno entendeu imediatamente a cautela e apreensão de Hux ao andar pela própria casa.

 

— Pronto pra ir? - perguntou o rapaz.

 

Como que despertado de um sonho, Hux ergueu a cabeça. Mas não respondeu. Sua expressão se endureceu e ele engatou a marcha, saindo dali o mais rápido que podia.

 

{...}

 

As conversas, o leve cheiro de álcool e comida pedida às pressas e a música um pouco acima do volume ambiente faziam com que a casa parecesse mais lotada do que realmente estava.

 

Grupos de conversas se reuniam sentados na escada, divididos na sala entre o sofá e a leve fila que assistia outros jogando videogame, esperando sua vez, entre as pessoas que estabeleciam-se na cozinha e as que dividiam o gramado do quintal.

 

Rey tomou um lugar na ilha da cozinha, com os amigos ao se redor. Paige Tico já havia dado um pequeno discurso impecável sobre como sentiria falta de momentos como aquele. Agora a mais velha se dedicava a prestar o seu papel de anfitriã perfeitamente. Quando passou pelo grupo reunido, deu um beijo na bochecha de Rose, que a abraçou.

 

— Rey, eu espero que esteja gostando - disse Paige.

 

— Tô adorando! - respondeu Rey, com um sorriso largo, erguendo a sua garrafa em um cumprimento.

 

Page despediu-se do grupo e foi de encontro aos alunos mais velhos. Rey voltou-se para os amigos.

 

— Mesmo que eu não soubesse que viria tanta gente... - completou a garota, sentindo-se sufocada pelo número de pessoas presentes.

 

— A Paige é… meio popular - justificou Rose, dando de ombros.

 

Rey respondeu com uma leve risada, pegando um pedaço de pizza ao mesmo tempo em que Poe chegava, com Finn ao seu lado. Ela exibiu um sorriso largo ao olhar para os dois. Poe, aproximando-se com entusiasmo, trazia um volume incomum escondido em seu casaco.

 

— Preparados? Bum! - o rapaz tirou uma garrafa de vidro de, aproximadamente, um litro de dentro da roupa. Todos observaram o líquido amarronzado dentro da garrafa. - O melhor licor que vocês poderiam tomar.

 

Zorii ergueu uma sobrancelha, duvidosa.

 

— Você devia parar de trazer essas coisas, tem gente de menor aqui. - Riu a garota.

 

— Ah, sim, claro. Porque 90% do pessoal que tá aqui nunca saiu escondido, aos 16 anos, de madrugada pra beber num estacionamento - respondeu Poe, a voz carregada de sarcasmo. Sua cabeça se voltou em direção a Rose. - A Paige tava lá.

 

— Eu lembro… - disse Rose, dando um gole em sua bebida.

 

— Então, ótimo! Provem, é sério!

 

Todos serviram-se de uma dose. Rey pegou seu copo duvidosa, mas imitou os amigos ao virar a bebida de uma voz. Surpreendentemente, o sabor doce de chocolate compensou a sensação de queimação do álcool, que com certeza era bem concentrado. Os amigos exibiram um sorriso ao provar, Finn foi o primeiro a repetir a dose.

 

— À Paige - brindou Poe, os outros repetiram o gesto. - E à um dia mais próximo de sair daquele inferno.

 

O grupo soltou uma risada e, juntos, viraram mais uma dose.

 

— Falando em inferno… - começou Zorii. - Rey, você ainda tá com aquele trabalho, sei lá, que te obriga a formar dupla com Ben Solo?

 

— Até você, Zorii? - reclamou Rey. - Você nem vai pra nossa escola.

 

— O cara tem uma reputação, ué - respondeu a moça. - Mas e aí por quanto tempo mais vai ter que aguentar?

 

Rey revirou os olhos.

 

— Não temos ainda muito o que entregar, então… acho que logo.

 

— Isso é motivo de brinde - brincou Finn, levando outra dose à boca.

 

— Escutem, se conhecessem o Ben um pouco mais, eu tenho certeza que se dariam bem - justificou Rey.

 

— Ela chama ele de Ben agora - brincou Poe, a mistura de sarcasmo e malícia na voz. - Tá ficando sério...

 

Rey revirou os olhos.

 

— Você é incrivelmente chato, sabia? - disse ela em resposta.

 

— Eu sei que você me ama - o rapaz novamente brincou, encostando a cabeça no ombro da amiga ao passar por ela para ir em direção ao banheiro.

 

Rey tomou mais uma dose, sentindo os efeitos do álcool no seu corpo. Finn também havia saído, Zorii estava em um canto flertando com um rapaz qualquer, Rose deixou seu lugar para conversar com alguns dos convidados. Com um aceno, ela confirmou a todos que estava bem conforme cada um deixava seu lugar, um atrás do outro.

 

Restava apenas ela sentada, os braços cruzados em volta de si como em forma de proteção, agora que estava sozinha. Deixou seu olhar percorrer o ambiente, dando olhas sutis para a entrada, como se procurasse algo. Embora não soubesse muito bem o quê.

 

Até que, no segundo de distração em que não olhou para a porta, seus olhos encontraram o rapaz que andava deslocado no meio da multidão.

 

O trio não poderia ser menos chamativo. Hux vestido de forma impecável, Phasma chegando a ter 2 metros de altura em cima dos saltos e Ben Solo no meio deles. Andando como se fosse o dono do lugar, mas o olhar nervoso ainda demonstrava a ansiedade de estar ali. Rey tomou mais uma dose, como que para tomar coragem e se levantou em direção ao rapaz, abrindo caminho entre os outros jovens que a rodeavam.

 

Ben não soube muito bem como se sentiu ao chegar ali. Talvez um pouco estranho por estar na casa de alguém com quem mal falava. Ele se contentou a arrumar a postura e erguer o olhar, já estava ali de qualquer jeito.

 

Quando viu a garota, seu coração falhou uma batida. Ele não tentou negar. Ela estava maravilhosa. O cabelo solto realmente realçava seu rosto, com as maçãs proeminentes e levemente salpicada de sardas sendo marcadas pela leve maquiagem.

 

Dessa vez de forma consciente, pois já havia reparado e ignorado o pensamento várias vezes antes, ele percebeu o quanto ela tinha um corpo bonito. Os shorts curtos e blusa leve, caída no ombro, ficavam tão bem nela que o rapaz se perguntou porque ela não se vestia mais vezes assim. Ela ficava bonita e, acima de tudo, Ben podia ver o brilho em seu olhar por estar daquela maneira. Ele não tinha dúvida de que ela era a garota mais bonita dali.

 

Hux colocou um copo em sua mão antes de sair do vista, o rapaz olhou o líquido transparente e, ao perceber que a garota vinha em sua direção, tomou um generoso gole. Um sorriso brotou nos lábios dela enquanto se aproximava.

 

— Você mudou o cabelo - disse Ben, fazendo um gesto com o dedo em seu próprio cabelo, no momento em que ela parou a sua frente.

 

— E você está usando a mesma jaqueta - respondeu Rey.

 

Os dois trocaram uma risada.

 

— Eu não pensei que você viesse - confessou ela, abaixando o olhar levemente. - Não pensei que falasse com a Paige.

 

— Eu não falo - respondeu o rapaz, sem jeito. - Hux foi o que foi chamado, por causa da Rose.

 

— Eles estão…?

 

— Se eu soubesse, te diria. - Riu ele.

 

Um pequeno silêncio se fez por um momento, enquanto pessoas passavam esbarrando em seus ombros e os fazendo perceber o quanto estavam rodeados. Se Rey estava se sentindo sufocada, para o jovem Solo aquilo era quase insuportável.

 

— A gente pode ir pra… - começou Ben, já visivelmente desconfortável.

 

— um lugar menos lotado? - completou ela. - Concordo.

 

Ben deixou que Rey o guiasse, fazendo um gesto com a mão para que ela seguisse na frente. Rey prendeu a respiração por um momento ao perceber uma das mãos do rapaz em suas costas, a acompanhando enquanto ela procurava um local mais tranquilo para conversarem. Por debaixo do tecido da blusa, Rey pôde sentir que ele sempre ficava um pouco distante, nunca a tocando. Seus dedos se retraíam toda vez que ela parava bruscamente e a sensação do toque das pontas dos dedos do rapaz em sua pele a fez se arrepiar um pouco.

 

O local tranquilo foi achado no quintal, sentado nos degraus que davam acesso à entrada dos fundos. Não havia realmente muitas pessoas ali, apenas pequenos grupos e um ou dois casais que também apreciavam um lugar mais silencioso. Ben apoiou as mãos atrás de si e olhou para cima, para o céu estrelado e pacifico, Rey imitou sua pose, fazendo com que seus joelhos se encostassem.

 

— Como está se sentindo hoje? - perguntou ela.

 

— Bem, por quê? - Ele deu de ombros.

— Bom, da última vez que a gente se falou, você foi no meu trailer quase chorando.

 

— Eu não tava chorando! - defendeu-se o rapaz, Rey soltou uma risada.

 

— Quer falar sobre isso?

 

Ben negou com a cabeça.

 

— Agora não - respondeu ele, se esticando um pouco mais.

 

Rey assentiu e ficaram calados por mais um tempo. Ben foi quem quebrou o silêncio dessa vez.

 

— Eu fiquei pensando, no que você disse - comentou o rapaz, olhando nos olhos dela. - Sobre ter crescido de um jeito que todos poderiam te fazer mal. Não consegui parar de pensar nisso.

 

— Uma vida totalmente diferente, né? - respondeu Rey, forçando-se a exibir um sorriso descontraído.

 

— Quer falar sobre isso? Eu ainda não sei muito de você, de qualquer jeito… Não tanto quanto gostaria.

 

Rey olhou para o rapaz, um pouco surpresa. Ele conseguia surpreendê-la cada vez mais, pelo visto. Ela não encontrou nenhum vestígio de maldade em suas palavras, não era uma curiosidade superficial. Ben Solo parecia realmente querer conhecê-la melhor. Parecia até mesmo preocupado. Ele não emitiu nenhum tom que a fizesse pensar que o rapaz queria se intrometer, ou ofender. Rey sabia que, se ela recusasse, ele simplesmente aceitaria e recuaria.

 

Rey ajeitou-se nos degraus, colocou seu joelhos na direção do rapaz e se apoiou com as mãos à sua frente, fazendo com que seus corpos ficassem mais próximos. Ela desviou o olhar.

 

— Meus pais… me deixaram quando eu era bem pequena. Eu não me lembro de muita coisa, não sei por que eles me deixaram num orfanato, mas… minha mãe costumava fazer os coques no meu cabelo e meu pai me fazia rir. - Ela deu um sorriso. - Eu gosto de acreditar que eles estavam tristes quando me deixaram.

 

O sorriso se desfez, ela comprimiu os lábios.

 

— Bom, lares adotivos foram um verdadeiro inferno. Me maltratavam, alguns me batiam. Só queriam mais um braço pra ajudar em casa. Eu fugi de todos eles, até dos que pareciam legais no começo - continuou ela -  Nisso eu fui parar na oficina do Unkar, ele viu que eu tinha jeito pra coisa e me deixou dormir na oficina. Quando o trailer apareceu, trabalhei muito tempo sem receber nada apenas para pagar e conseguir viver ali sem que ninguém mexesse comigo.

 

Ela parou por um momento e desviou o olhar para o lado. Era o tipo de história que evitava contar, por mais que tenha sido sucinta, para evitar os olhares de pena. Nem mesmo Finn e Poe sabiam de alguns detalhes e Ben Solo parecia arrancar dela tudo o que estava preso em seu peito. Mas Ben não a julgava. Pelo contrário, o rapaz se encontrava fascinado pela resiliência da garota, seus olhos não transmitiam nada além de compreensão e suas mãos inevitavelmente seguraram as dela. Passando um conforto caloroso para a garota.

 

— Teria de ser louco pra abandonar alguém como você - disse ele, não tomando cautela com o volume da sua voz. Sua garganta emitiu um leve engasgo ao tomar ciência de suas palavras.

 

A reação da garota foi quase imediata, com o susto que a fala lhe causou. Suas bochechas ficaram vermelhas, assim como as do rapaz. Ela apertou um pouco mais seus dedos nos dele, de repente dando-se conta da proximidade de seus corpos, tanta que podiam sentir os cheiros um do outro, do perfume e de seus hálitos. Não sabiam quando exatamente haviam ficado assim, mas nenhum deles se afastou. O coração de ambos batia em um ritmo rápido, como se fossem estourar em seu peito, ansiando pelo que viria a seguir.

 

Como se despertasse de um sonho, Rey sentiu um puxão em seu braço, afastando-a do rapaz.

 

— Eu preciso de você - disse Finn, totalmente alheio à situação, olhando um pouco alarmado para Rey.

 

— Finn, eu… - Seu olhar foi de Ben para o amigo, não sabendo como reagir. Suas bochechas queimavam.

 

— Solo - cumprimentou Finn, ainda um pouco apressado.

 

— Finn.

 

Ben Solo fechou o semblante, tomando um generoso gole da bebida em sua mão. Seu rosto se contorceu em uma careta.

 

— Eu tava meio ocupada e… - continuou ela.

 

— Tá tudo bem, sério - respondeu Ben.

 

Antes de esperar qualquer outra reação, Finn puxou Rey pelo braço, a guiando através da casa. Rey desviou o olhar para uma pequena agitação que se formava, mas ignorou devido a pressa do amigo. Quase correndo, subiram as escadas e o rapaz abriu caminho para entrar em um banheiro, não ligando para as pessoas que reclamavam quando se esbarravam em alguém.

 

— Okay, Finn, quer me contar o que é tão urgente? - perguntou Rey, um pouco preocupada com a agitação do amigo.

 

— Ele me beijou - respondeu Finn, direto. - Poe, ele… há alguns minutos atrás, eu…

 

Rey arregalou os olhos, não escondendo o largo sorriso que surgiu em seus lábios.

 

— E o que você fez? - perguntou ela, curiosa, sentando-se na tampa do vaso sanitário.

 

— Eu surtei! E corri! Ele nem tava bêbado e, meu Deus… E eu nem… Ele nunca… Do que você tá rindo?

 

Finn olhou para Rey, que não segurou a risada diante do surto do amigo. Era divertido de se assistir e ela estava amando cada segundo.

 

— Você é tão lerdo que eu estou extremamente feliz do Poe finalmente ter feito alguma coisa - respondeu a garota.

 

— Você sabia? - perguntou Finn, incrédulo.

 

— Finn, todo mundo sabia! - riu ela, percebendo a expressão confusa no rosto do amigo. - Como você nunca percebeu?

 

— Eu não sei! Sempre fomos amigos, como eu ia saber que ele gostava de mim também?!

 

— Também? Ai, meu Deus, Finn! Vocês são incrivelmente idiotas! - respondeu Rey, ainda rindo. - Conversa com ele! Não acredito que me tirou do meu lugar só pra dizer isso.

 

— Você só tava falando com o Solo, com certeza não era importante - retrucou o rapaz, dando de ombros.

 

— Okay, surtou o suficiente? - perguntou ela e o amigo assentiu. - Ótimo. Vamos sair daqui antes que alguém pense algo de errado.

 

Finn fez uma careta e seguiu a amiga para fora do banheiro. O corredor meio vazio chamou sua atenção, um claro contraste com a pequena fila que se formava para entrar no banheiro. Os barulhos do andar de baixo, claramente de discussão, indicava que o clima não havia se tornando dos mais amistosos nos minutos que se passaram dentro do banheiro.

 

— Você é só um bastardo que morre de medo do papai. - A voz de Poe soou enquanto desciam as escadas. - Só isso! Não fale comigo como se fosse melhor, você não é!

 

Rose afastou Poe com a mão. Finn e Rey chegaram a tempo de ver o ruivo, já levemente alterado, acertar um soco no rosto de Poe. O rapaz ergueu as mãos e por um breve momento todos acharam que ele iria sair, imediatamente reagindo quando a resposta veio na forma de um golpe certeiro no rosto do ruivo. Phasma agarrou Hux por trás, segurando seus braços, para que não levasse a briga adiante, e mandando que parasse. Ben havia chegado a pouco tempo e tentava acalmar Hux juntamente com Phasma. Finn correu para o lado de Poe, segurando-o com a ajuda de Rey e Rose. Mas o rapaz já havia se dado por satisfeito.

 

— Chega! É isso, todos pra fora! - disse Paige, ouvindo algumas poucos reclamações baixas. - A casa é minha e eu não aceito isso aqui! Agora, todos vocês!

 

Sem questionar, apenas uma ou outra objeção perdida, todos saíram aos poucos. Paige olhava claramente desapontada para Poe, que estava sendo escoltado até a cozinha pelos outros.

 

Ben saía segurando Hux pelos braços com a ajuda de Phasma, claramente vendo que o amigo não estava bem. Deu uma última olhada em direção à cozinha, cruzando olhares com Rey, que também parecia buscá-lo em meio àquela recente confusão. Comprimiu os lábios e, sem olhar para trás dessa vez, saiu.


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Notas finais do capítulo

E aí, gente, contem o que acharam! Eu sei que sempre peço desculpa pela demora, mas eu prefiro mil vezes um capítulo que eu escrevi no meu ritmo do que um finalizado às pressas, até porque isso não é bom pra ninguém. Então, entre trabalho/faculdade as horas de escrita são as que mais me dão alivio e eu gosto que o processo seja ótimo pra mim, assim o capítulo pode ser excelente pra vocês!

Obrigada pela compreensão e até a próxima!



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