"Você sabe o que eu te permito saber, assim como você vê o que eu quero que você veja. Minhas dores, segredos e frustrações, se fossem á público, acabariam com a minha imagem, caráter e dinheiro. Minha agressividade emocional já me causou muita dor, dor alheia também, mas não me importo. A felicidade é regida por amor próprio, conquistas, prazeres, amizades, família e controle emocional."

Escrevi isso em um papel, até pensei em deixar um pouco dramático ou detalhista, mas enjoei. Amassei o papel e joguei fora.

Eram 19h46, de um sábado, normalmente estaria em algum evento, peça ou curtindo com meus amigos, mas algo em mim queria se isolar e ficar em pleno silêncio. Acendi uma vela e um incenso, coloquei Sad Girl da Lana Del Rey e fui tomar banho, apaguei a luz e senti a água quente escorrendo pelo meu corpo, automaticamente me surgiu uma sensação de nostalgia, vários pensamentos vieram à tona, terminei meu banho e fui para o quarto aonde deixei o incenso queimando, nem me vesti, peguei meu note e comecei a escrever uma espécie de biografia da minha vida, e fase a fase que eu escrevia, pude refletir o quanto eu havia amadurecido.

Aliás, me chamo Amanda, tenho 32 anos e tenho uma empresa de eventos e atuo organizando-os, sou professora de psicomotricidade e teatro em uma colégio particular. Sou solteira, sem filhos, moro sozinha, tenho muitos amigos, uma relação boa com meus familiares, tento curtir ao máximo a minha vida, e quando o assunto é amor, minha vida é uma merda requentada.

Não quero ser uma péssima influência pra ninguém, mas minha história não é exemplo pra ninguém, talvez em alguns pontos, depende da perspectiva de cada um. Mas logo digo que a tudo isso é culpa da minha vênus em câncer.