Campistas contra Campistas escrita por Leitora voraz


Capítulo 16
Capítulo 16- Tentando seguir em frente


Notas iniciais do capítulo

Oie. Como vão vocês?
Esse capítulo vai mostrar um pouco de como a Luli tá se sentindo e como o acampamento ficou depois que elas foram embora.
Espero que gostem!



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POV Luli

Eu me sentia muito mal por ter feito eles saírem do acampamento comigo. Mas eles já tinham me dito várias vezes que iriam junto comigo quer eu quisesse ou não.E eu me sentia grata pela insistência deles. Na manhã seguinte conseguimos chegar bem cedo na estação. Pegamos o primeiro trem que tinha, e logo estávamos nos trilhos, indo pra casa. Eu passei a viagem toda vendo a janela e ouvindo música. Carol me deixou quieta, e conseguiu cuidar das crianças sozinha. Era a primeira vez delas em um trem. Além disso, ela avisou nossos pais do que tinha acontecido. Logo já estávamos parados na frente do portão de casa. Meu pai abriu a porta, e não pude mais me conter. Saí correndo e me joguei em seus braços. Um abraço acolhedor. Era tudo que eu precisava. Carol também correu em direção a sua mãe. Ficamos pouco mais de um mês longe deles, a saudade era grande. Já as crianças ficaram um pouco mais afastadas. Sam foi a primeira a se aproximar.

— Quem sãos esses?- perguntou meu pai.

— Desculpa, esqueci de apresentar vocês. Pai, tia, esses são Mateo, Hannah e Sam, amigos do acampamento. Crianças esses são o meu pai e a mãe da Carol.- respondi.

Meu pai nos recebeu em casa, que era ligada a da Carol por uma trilha no jardim. Fui pro meu quarto e depois de guardar minhas coisas ajudei eles a se instalarem. Mateo ficou na casa da Carol, já Sam e Hannah preferiram ficar comigo. Não ia fazer muita diferença, já que só nos separariamos pra dormir. Demos um resumo da situação no acampamento e eles nos deixaram descansar um pouco. Depois, tia Cíntia ( ela não era minha tia de verdade, mas sempre a considerei uma ) nos levou pra fazer um piquenique na praça do condomínio. Foi uma tarde agradável, sei que as crianças gostaram de ter uma família de novo. Por algumas horas pude simplesmente esquecer do que tinha acontecido e fingir que era uma garota normal. A noite, depois de um banho demorado, fui tentar dormir. Mas como acontecia sempre que tinha a cabeça cheia, não consegui. Então sentei na janela e fiquei olhando pras estrelas. É o tipo de coisa que me hipnotiza, além de ver ondas do mar batendo nas pedras. Minha mente vagava, indo desde memórias perdidas de infância até recentes acontecimentos. Uma lágrima silenciosa escorreu pelo meu rosto. Às vezes achava que as parcas tinham perdido a criatividade comigo, por que mais uma vez eu perdi alguém que eu amava por causa de um mal entendido, mais uma vez tive que sair de casa, mais uma vez eu sentia aquele enorme vazio no meu peito, mais uma vez me sentia no fundo do poço. Também mais uma vez meus amigos faziam de tudo pra me ajudar e mais uma vez suas tentativas eram frustradas. E mais uma vez eu estava acordada a noite olhando as estrelas pela janela tentando esquecer meus problemas. Mais uma vez… Me perguntei quantas vezes repetiria essa frase na minha vida. Se continuasse presa nesse looping que emoções e decepções, não sei se iria conseguir aguentar. Por mais estranho que parecesse, depois disso minha a mente ficou quieta, e senti que poderia dormir.

POV Adam

Entrei no chalé de Apolo. Tinha sido um dia longo. Ian juntava cada vez mais semideuses do seu lado, e ficava cada vez mais difícil de conter os campistas.O chalé estava silencioso. Poucas pessoas estavam lá, e as que estavam dormiam profundamente. Eu estava bem preocupado. Depois do nosso “pequeno problema” no refeitório, ninguém mais conseguiu achar nem a Carol ou a Luli. Depois de um tempo perceberam que Mateo, Hannah e Sam também tinham sumido, sem deixar rastros. Já tinham dois dias desde que eles tinham sumido. James estava desesperado por causa da Luli, e às vezes dizia coisas como “é tudo minha culpa”. Não entendia como a culpa podia ser dele, mas tinha coisas mais importantes pra me preocupar no momento. Sentei na minha cama com um suspiro profundo. Notei ao meu lado um papel dobrado. Curioso, abri-o para ler o que estava escrito. Era uma carta. Da Carol.

Querido Adam,

Credo, que começo mais clichê, mas como não consigo pensar em nada melhor no momento, vai assim mesmo. Bom, continuando. Se você está lendo essa carta significa que eu fui embora. Eu a escrevi para o caso da Luli não aguentar e tiver que voltar. Espero que entenda. Ela sempre cuidou de mim, se eu não fosse ficaria com o maior peso na conciência.

Se fugimos, provavelmente o Ian teve alguma coisa haver com isso. A história na realidade é grande demais pra por em uma carta, mas vou tentar mesmo assim. Bem, o Ian é o ex-namorado da Luli, que largou ela dois anos atrás porque descobriu que ela era uma semideusa. Foi bem tenso e ela demorou bastante pra superar. Ele sumiu e não tivemos notícias dele até o dia que ele apareceu no acampamento. Ele é muito imprevisível, não tem como saber o que ele pode fazer.

Adam, eu realmente quero que você nunca tenha que ler essa carta, pra eu poder dizer isso olhando pra você, mas caso não dê, eu quero que saiba: independentemente do que acontecer, eu te amo. Você me acalma como ninguém mais faz, e conseguiu penetrar as barreiras que eu ergui a minha volta ao redor dos anos. Eu sei que nunca te disse isso e que nunca fui a melhor namorada do mundo, mas é verdade. Muito provavelmente eu não vou voltar, então me prometa que vai seguir em frente. Não estou te pedindo pra me esquecer, tanto por que eu mesma não vou ser capaz de fazer isso, mas só siga em frente. Existem várias garotas por aí que iam amar te fazer feliz. Por favor não fique sonhando com o passado e se esqueça de viver.* Eu realmente espero que isso não seja um adeus, mas um até logo.

Saindo do momento filha de Afrodite com lágrimas nos olhos,

Carol

Fiquei atônito. Nunca achei que a Carol fosse ser o tipo de garota que escrevia cartas apaixonadas e lá estava eu lendo uma carta dela. Bem, pelo menos agora sabia onde elas estavam. Provavelmente tinham voltado pra NF e iam voltar pro Brasil o quanto antes. Uma preocupação a menos. Lembrei do que ela tinha escrito. Desculpa Carol, mas não vou conseguir seguir em frente. Vou voltar pra você prometo,pensei enquanto saia do chalé e ia me encontrar com o pessoal pra contar sobre as minhas descobertas.

POV Luli

Acordei com o sol batendo do meu rosto, mas não tinha sido com isso que eu tinha acordado. Não. O motivo do meu sono ir embora era um completamente diferente. Quatro criaturas pulavam animadamente em cima da minha cama, me acertando ocasionalmente. 

— Acordaaaaaaaaa!!!!!!!!!- gritavam todos ao mesmo tempo.

— Calma, calma, já acordei.- falei rindo enquanto me sentava na cama.- Muito bem, isso foi ideia de quem?

— Dela.- me disseram apontando pra Carol. A mesma só deu de ombros enquanto eu balançava a cabeça em negação. Eles saíram e fui me trocar antes de descer pra ir tomar café. Era uma manhã ensolarada, por volta das 10, o céu estava azul e sem nuvens. Já ia lavar a louça quando lembrei de um detalhe importante.

— Carol, você avisou o pessoal sobre o que aconteceu?- perguntei. Ela negou. Bom, assim que terminasse ia pegar o computador para uma ligação de emergência. 

— Pode deixar que eu lavo filha, vai ligar pros seus amigos.

— Valeu pai!- disse enquanto pegava o computador e sentava no sofá. Liguei pro Jacob. Em questão de segundos ele e o Bryan apareceram na tela.

— Oi gente. Temos muito o que conversar. Cadê a Isa?- perguntou Carol. Nesse momento, alguém bateu na porta.

— Eu atendo!- gritei, enquanto ia até a porta. Quando abri simplesmente não acreditei nos meus olhos. Ela estava do mesmo jeito que eu lembrava. Os mesmos cabelos loiros lisos soltos,mesmos olhos azuis alegres e a mesma pele branca que nem com anos embaixo do sol escurecia. Isa.- Isabela, o que você tá fazendo aqui?

— Oi pra você também.- ironizou.

— Pera, Isabela? Quem tá na porta?- perguntou Carol enquanto aparecia do meu lado.- Isa?! Me explica esse negócio a-go-ra, entra menina!

— Finalmente você chegou.— falou Jacob quando aparecemos de novo na tela do computador.

— Vocês sabiam? Ok o que que tá acontecendo aqui?- perguntei.

— Bem, eu e os meninos começamos a economizar um dinheiro pra vir visitar vocês assim que vocês saíram do Brasil, mas o seu pai ligou quando vocês chegaram aqui ontem, então decidimos usar o dinheiro que já tínhamos pra uma viagem de última hora. Como só tínhamos o bastante pra uma passagem, decidimos que eu viria.

— Decidimos nada. Ela ameaçou a gente.— reclamou Bryan.

— Enfim, podemos saber o motivo da vinda inesperada de vocês pra casa?- questionou a loira ignorando o comentário.

— Você conta ou eu conto?-perguntou Carol, olhando pra mim.

— Eu conto.- suspirei. Contei tudo, desde o começo. Da nossa chegada ao acampamento, da recepção, da minha reclamação, da missão das crianças, da nossa amizade com o pessoal, do meu namoro com o James e do da Carol com o Adam. E dos problemas. Da chegada do Ian, das tentativas dele de se aproximar, do nosso beijo, da minha briga com o James e do discurso dele no refeitório.- E foi isso.

Todos que não sabiam da história me olhavam chocados.

— Nossa.— falou Bryan.- É muita coisa.

— Por que Deus de todos os mortais existentes no planeta justo o Ian tinha que ser um semideus?- reclamou Jacob.

— Nossa sorte é incrível- disse sarcástica.- Mas coisas ruins a parte, por quanto tempo você vai ficar Isa?

— Acho que uma semana.- respondeu ela.

— Então vamos aproveitar enquanto dá.- exclamou Carol, já nos puxando pra fora da casa em direção ao jardim.


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Notas finais do capítulo

* frase adaptada de Harry Potter e a Pedra Filosofal.
Espero que estejam gostando. Só pra falar mesmo, acho que em uns oito capítulos a fic acaba.
Até



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