—Vá, rápido! -falava, a medida em que tentava aumentar a velocidade de seu cavalo. Logo após ser atingindo e ficar preso em meio ao temporal, ele resolverá que o melhor a fazer era se deixar ser guiado por Broncs, seu cavalo, tendo em vista de que, os instintos do mesmo, quando se tratava de sobrevivência, nunca haviam falhado, e ele rezava para que não fosse daquela vez que falhasse.

O som das folhas e galhos balançando, ao ritmo ditado pela ventania, somado as gotas da chuva, que caiam em perfeita harmonia com o cenário que ali se formara, só o impossibilitava ainda mais de conseguir distinguir algum ponto de referência, no intuito de saber aonde se encontrava.

Quando, após horas de viagem extensiva, o senhor de curtos cabelos ruivos que já estava começando a sentir sua visão ficar ainda mais embaçada, acaba por se surpreender com o que entra no campo de sua visão, esta que se encontrava cansada.

Muros altos, estes que centralizavam um portão de grades, este que se encontrava fechado. Porém, Broncs parece não ter notado esse detalhe, tendo em vista que, na medida em que os raios iam se intensificando, ele tratava de acelerar o passo, em direção ao portão.

—Pare! -grita, puxando as rédeas com o resto de forças que ainda o restara, porém, seu esforço é em vão. Broncs continua a avançar.

Eles iriam bater, ele já havia fechado os olhos e, na medida do possível, tentando se preparar para o impacto que estava por vir, quando...

Nada foi ouvido. Nada foi sentindo. A único som que ali se dava por presente, juntamente a melodia da natureza, era o som do trote de seu cavalo.

A tempestade passara... no exato momento em que Broncs acabara de as grades atravessar. Levando seu olhar para trás, ele se surpreender ao se deparar com o portão se fechando.  Como? Quem? -estas eram as perguntas que rondavam por sua cabeça.

Entretanto, não houvera tempo de reação. O som do que havia de ser uma trovada ecoará, fazendo com que seu cavalo ficasse sob duas patas, visivelmente assustado, levando o senhor ao chão.

E a única coisa que ele é capaz de guardar em sua memória, fora o vislumbre de uma silhueta se formando a sua frente, juntamente ao som de um tilintar, antes de se deixar levar pela inconsciência.