As Volturi: Throne of Blood escrita por Noxy, MyClaire


Capítulo 7
Lascialo Bruciare


Notas iniciais do capítulo

*Deixe queimar*



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Havia nada a ser feito. Por mais que as vezes eu me alimentava de sangue humano, o desprezo de machucar ou matar era demasiado. O doce aroma escorrendo quente sobre minhas presas, não… não posso pensar sobre sangue ou minha fome enorme, ou minha gengiva pulsava e logo em seguidas gritos ecoavam nos meus ouvidos. 

Mais uma vítima, e eu não fiz nada para salvá-la. O mesmo terror se repetiu, seu rosto entortava enquanto sua alma deixava seu corpo devagar. De novo mas diferente. Não foi pelo o monstro que tanto odeio, foi por desvio do que chamam de amor. Frio, tão frio quase fez meu ódio mudar de alvo. 

Freya, minha Freya morta sem razao. Por Jack. Por alguém que ela tanto amava. Lágrimas não seriam o suficiente para liberar toda a angústia de meu peito. Freya morreu e eu vivi, sem ter ajudado. Eu tinha poder suficiente para acabar com Jack em segundos mas não foi o suficiente. 

Normalmente algemas seriam a última coisa a me segurar. Desde daquele hórrido dia, minha força aumentou mil vezes, coisas impossíveis se tornaram possíveis. Ficar sem me alimentar propriamente desequilibrava minhas novas habilidades me tornando fraca quase voltando ao meu antigo normal. Quase. Por alguma razão isso me deixa inquieta. As tentativas de quebrar as algemas não adiantava, quanto mais tentava a possibilidade de alertar alguém com o barulho aumenta. 

“Ah, você acordou.”A voz rouca vinha do lado de fora. Pela primeira vez aquietei. As paredes que me cercam tinha o odor forte de suor, e os tijolos amarronzados e descuidados com o passar do tempo. Não havia ninguém ao meu redor exceto uma cama onde eu deitava e um vaso sujo de alumínio. A silhueta estranha continuava do lado de fora me observando de longe esperando respostas. Nenhuma resposta ele teria. Pela amor, estamos em 1950, como esse tipo de algema ainda existia? Elas cobriam meus pulsos, e conectava com a parede através de uma corrente. “Eles são para sua raça.”

Continuei calada. Sua raça. Minha raça. O pensamento de ser chamada assim quase me fez ri seco. Nesses quatro anos sendo um monstro eu nunca foi chamada pelo o que era. Ninguém teve a chance de me chamar de nomes, sempre fui rápida demais antes de qualquer um perceber o que estava acontecendo. Minhas presas tinha algum tipo de analgestico, as vitimias se calavam logo quando minhas presas perfuravam suas peles e veias. 

“Eles descobriram suas outras vítimas.”

Outras vítimas? Meu estômago revirou. Então Freya não foi a única a ser morta em sangue frio. Minha única e amiga nesse mundo cruel. De novo, meu interior roncou e dobrou. Eu não queria pensar nos outros ou de como eles foram enganados e mortos. 

“Vocês pegaram a pessoa errada.” Encarei o homem tentando não mostrar qualquer emoção. 

“Seus olhos. Olhos de monstro.”

Por anos evito os espelhos ou coisas que refletiam com medo de ver minha nova realidade, e ver o porque da cara de horror quando me veem. Eu mudei tanto a ponto de ser chamada de monstro antes de agir? 

“Diga adeus ou sei lá o que vocês fazem antes de morrer.” 

“Boa sorte em me matar.” 

Ele me deixou sem respostas e com o medo de que isso seja possível. Ontem Jack conseguiu perfurar minha pele com apenas uma faca e me chutar até perder a consciência, não duvidaria que eles teriam a mesma capacidade.  

Horas se passaram e ninguém veio nem mesmo a pessoa de antes. Eles estão esperando por qualquer sangue secar ou até parecer fraca o suficiente para não revidar. O pensamento de tal coisa acontecer contia humor a ponto das minhas gargalhadas ecoarem a prisão fajuta. Se eu não fosse tola de seguir uma nova dieta não estaria nessa posição. Culpa dos humanos estupidos. Qualquer compaixão drenava de meu corpo tão rápido, mas a imagem de Freya rindo coberta de farinha impedia esse sentimentos de sair.

Dias depois homens apareceram. Seus corações batiam rápido demais comparando o normal. Eles tinham medo, de mim. Lentamente a porta abriu e fui carregada para fora. Ser banhada por luz do sol depois de dias ou anos realmente era gratificante. Os que me puxavam pelas correntes deixaram sair gritinhos assim como a roda de pessoas ao meu redor. Minha pele iluminava poucas cores do meu arco íris. Nenhuma lágrima sairia de meus olhos, eu nunca daria isso a eles, nunca. 

As correntes foram amarradas na forca. Em meus pés havia palha e gasolina. Eles iriam me queimar apagando minha existência de uma vez por todas. Todos gritavam e xingavam nomes horrorosos. Jack também gritava no meio das pessoas. Aos poucos fui quebrando e a resistência acabou. Não ouvia nada que gritavam. O fogo foi espalhando dos meus pes para meu corpo.

“Adeus, Freya.” Fechei meus olhos e esperei o pior passar. 

Senti maos me levantarem e gritos de terror, varios. Nao atrevi abri meus olhos com medo. 

“Abra seus olhos.” Meu corpo bateu contra o chão e pude ver a multidão empilhada um em cima do outro. “Humanos são a pior raça nessa terra, e nunca se esqueça disso Marie.”

“Por que?”

“Eles nao merecem.”

Jack ficou no topo, onde ficava seu coração havia um buraco sangrento e seus olhos vazios sem vida como da Freya aquele dia. Toda a tristeza transformou em raiva. 

“Vamos para casa.” Ele sorriu aprovando minha atitude. 

Nunca me esquecerei, Aro.  


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Notas finais do capítulo

Eu não sou boa em comunicados mas eu to alegre hoje. A Netflix finalmente colocou Avatar!



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