Você Me Perdoa? escrita por Gaio


Capítulo 8
Rota de Fuga


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amigos!!!

Como vão todos? Espero que estejam bem e protegidos. Eu sei que demorei muito, mas agora eu venho com um capítulo bem caprichado, cheio de reviravoltas e mistérios. Eu estava planejando esse capitulo desde o inicio, mas mesmo assim ele me deu muito trabalho, e foi um dos maiores capitulo, e talvez continue sendo. Espero que eu tenha conseguido suprir as expectativas de vocês.

infelizmente não posso cumprir o prazo de postar um capitulo por semana, mas estou me esforçando para trazer o mais rápido possível para vocês. Por favor, não me abandonem!!

As imagens da capa foram tiradas do Pinterest, mas a edição foi de minha autoria.

Tenham uma boa leitura!! ;)



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Por Gaio





~•••~





— Mansão Donquixote 

Mesmo que tivesse sido uma semana de calor e muito sol, o sábado amanheceu com nuvens cinzentas cobrindo quase todo o céu. Um ambiente frio se arrastava aos poucos pela cidade e um vento forte soprava da direção do mar, como se mandasse uma mensagem: de que sobre suas águas, coisas ruins se aproximavam.

A mansão estava agitada hoje. O salão principal nunca esteve tão cintilante. As peças de louças mais caras, cada uma feita e pintada a mão, foram limpas para serem usadas na festa. Cada cantinho de metal e ouro fora devidamente polido até que fosse possível enxergar seu próprio reflexo neles. As cozinheiras trabalhavam desde cedo, escolhendo as frutas mais saborosas, os legumes mais frescos, as carnes mais nobres.

Tudo precisava estar impecável para esta noite. Se qualquer falha fosse encontrada, as empregadas sentiriam a fúria de Jora através de castigos dolorosos.

Castigos que lhe lembravam muito os de seu pai.

Teresa era a terceira no comando das empregadas. Ficava atrás apenas de Jora e Baby 5. Ela conseguiu esse posto com muito esforço e muito trabalho, que lhe custou não apenas muitas noites de sonos, a saúde de suas mãos e joelhos, mas também a amizade de todas as mulheres que trabalhavam na mansão do Rei da Cidade do Leste. Ela estava sempre sozinha desde que Law saíra da casa, e pegava uma ou outra empregada cochichando coisas maldosas sobre ela.

Mas isso não importava, Tere conseguiu a confiança de alto escalão e isso lhe dava vantagens sobre informações que ninguém mais tinha. Graças as dicas que Buffalo sempre lhe deu, ela pode conquistar esse cargo. Ela não era mais castigada, e fazia de tudo para que as empregadas também não fossem mesmo que isso não lhe desse nenhum crédito com elas.

Observando as meninas trabalharem na cozinha, Tere conseguiu colocar alguns alimentos do bolso do avental sem que ninguém percebesse, ela deu uma ultima ordem à chefe de cozinha escrita numa folhinha de papel e saiu para ver Rosinante.

Ele ainda estava acorrentado no artigo quarto de Law. Talvez Doflamingo ainda esperava que o loiro se rendesse e por isso não queria deixa-lo na prisão que ficava no subsolo da casa.

Quando o marinheiro a viu, deu um largo sorriso como se não estivesse nem um pouco afetado emocionalmente com a própria situação. Rosinante estava com um corte diagonal no rosto que ia do canto da testa até a bochecha direita e que já estava cicatrizando, mas deixaria uma marca para sempre. A camisa de mangas curtas deixava aparente todos os cortes que Diamante havia feito, querendo informações.

Cruel. Terrivelmente cruel.

— É sempre bom ver o seu rosto, Tere! – Ele sussurou quando ela lhe deu um abraço, excluindo qualquer mínimo espaço entre eles, trazendo o rosto do homem para o seu colo num forte aperto.

A mulher fitou a face infantil dele afastando os cabelos da testa num gesto gentil e delicado, sorrindo amigavelmente. Ao mesmo tempo em que se padecia por todo sofrimento que passou sendo torturado, Tere sentia-se aliviada por vê-lo depois de anos.

Ela queria sentar e conversar. Perguntar como tem passado, como estava sendo fazer parte do Serviço Secreto, quais missões tem realizado, e qual era a sensação de ser livre. Mas não havia tempo, rapidamente se atentou aos braços de Rosinante onde as algemas começavam a machucar os pulsos dele, tanto que ela via o cuidado com que o ele os mexia. Por sorte, a mulher já tinha percebido isso na sua ultima visita e trouxe ataduras para colocar no local.

Ataduras que a própria Baby-5 havia lhe dado – “Se eu for até Cora-san, Jora pode desconfiar de algo, então vá e cuide dele como puder.... por favor. ”

— Baby mandou isso – disse ela colocando as ataduras no colo dele – E eu também trouxe um pouco de comida. Não é muito, mas é mais do que estão lhe dando.

Foi Rosinante, enquanto ainda era um agente infiltrado na mansão, que lhe ensinou a como se comunicar pela linguagem de sinais. Ele a acolheu e cuidou dela, ensinando-lhe sobre algo que ela nunca tinha ouvido antes, assim como todas as crianças da casa... Amor!

Era inaceitável que deixassem que isso acontecesse a ele.

— Não deveria se arriscar tanto por minha causa, Tere. Eu estou bem.

— Deixe-me ver seus pulsos. – disse ela.

Teresa apanhou um lenço e molhou com água para limpar os ferimentos e fazia isso sem olhar diretamente para o marinheiro. Os cortes sangravam um pouco, mas não era algo tão grave, e em seguida começou a enfaixa-los sem muito cuidado. Rosinante percebia certos traços de raiva involuntária.

— Está querendo me ajudar? Porque não parece. – Rosinante perguntou em tom de brincadeira, mas Teresa parecia realmente zangada – Pare, pare com isso. Diga o que está acontecendo. – Insistiu.

O que está acontecendo? — Ajoelhada no chão a sua frente, a jovem lhe lançou um olhar frustrante e um pouco marejado enquanto gesticulava com raiva – Deveria ter fugido com Law quando ele esteve aqui. Sabe o que vai acontecer essa noite? Sabe quem virá para o baile?

Teresa se afastou e colocou as mãos no rosto evitando que Rosinante visse seu desespero. Ela segurou suas emoções por muito tempo e parecia que logo agora, quando precisava manter a calma, iria desmoronar completamente.

Rosinante segurou a jovem pelos ombros trazendo-a para perto e afagando seus cabelos. Ele achava engraçado como em momentos contrariantes, as crianças da casa se pareciam tanto. Tere, Baby, Buffalo, Law... eles cresceram demais, mas ainda tinham muito o que amadurecer.

Doía pensar que ele precisou abandona-los para os libertar.

— Ele disse que voltaria, não é? – Rosinante ergueu o rosto de Tere – Vamos confiar nele. Alias, fugir sem nenhum plano seria completamente inapropriado. Vamos conseguir tirar todos daqui, tenho certeza.

A jovem balançou a cabeça positivamente, um pouco envergonhada com a própria aflição que a impedia de pensar direito. Foram muitos anos sem ter Rosinante por perto para que ele lhe fosse tirado novamente.


O que está fazendo aqui?


Teresa abriu seus olhos em surpresa, ainda sem se virar para o dono da voz. Afinal, ela a reconheceria aquele timbre calmo e poderoso em qualquer lugar. Ela viu como Rosinante lançou um olhar de asco para ele, mas não poderia se abalar assim, se não, quem sofreria as consequências seria o marinheiro.

Enxugou rapidamente as pequenas gotinhas de água dos olhos antes de se virar com o rosto em terna complacência. A luz do corredor sombreava o rosto por de trás dos óculos e do casaco rosado de Doflamingo.

— Você... não deveria estar lá embaixo? – Continuou Doflamingo. Para continuar com a compostura ela não poderia olhar diretamente nos olhos dele. – Não tem permissão para entrar aqui.

— Vim me certificar de que está tudo bem com Rosinante-sama. – Ela gesticulou calmamente.

Teresa viu os pés do loiro se aproximarem dela. Seu corpo estremeceu.

— Seu trabalho é cuidar das empregadas, não dos prisioneiros. – Ele lhe lembrou em tom de ordem.

Mas ele ainda é um Donquixote, não é? — Os olhos azuis do rei do Leste se acenderam – Minha função também é cuidar de todos os membros da nossa família.

Teresa engoliu seco quando Doflamingo lhe segurou pelo queixo, obrigando-a a encarar seu sorriso extremamente mordaz, o azul dos orbes atravessava as lentes e lhe penetravam até o ínfimo de sua alma, suas pernas vacilaram e seus labios tremularam levemente. Ela foi pega e sabia que agora teria mais olhos que o normal sobre si dentro da mansão.

O plano corria risco.

Deixa-a em paz!

Rosnou Rosinante, com autoridade o suficiente para que fizesse Doflamingo mudar seu semblante debochado.

— Muito bem... – disse ele soltando-a por fim – Me deixe sozinho com meu irmão. Tenho assuntos a tratar com ele.

Teresa assentiu minimamente com a cabeça, os olhos presos ao chão. Ela deu um passo para frente antes que fosse impedida pelo loiro, que colocou uma das mãos em seu ombro segurando-a com firmeza, ela não conseguiria dar um passo sequer, mesmo se quisesse.

Você nunca me deu motivos para duvidar de você, Teresa. É uma ótima servente.

A jovem não esboçou reação e saiu calmamente do quarto lançando um ultimo olhar para Rosinante antes de fechar a porta.

Qual era o real significado por trás daquelas palavras? Ela não sabia dizer.




~•••~




Alojamento dos Revolucionários 

Um Pouco Mais de 1h Para o Baile 

Mais cedo, Sabo havia repassado o plano com todas as equipes por precaução. A ultima coisa que fizeram fora entrar em contato com Killer para checar o movimento dos portos. O revolucionário sabia que era arriscado uma ligação vinda diretamente do alojamento, mas ele precisava ter certeza de que todos os detalhes do plano corriam de acordo. Faltavam poucas horas para que eles começassem a agir, e isso estava afetando as emoções do loiro, e não era nem mesmo preciso observa-lo por muito tempo para perceber.

Eles não atacariam para criar uma guerra, o objetivo era apenas cercar o inimigo sem que nenhuma vida precisasse correr riscos, algo que, aos olhos do cirurgião, era um pensamento demasiadamente irracional.

Não era nenhuma surpresa que eles não compartilhavam dos mesmos ideais, mas a cresça resoluta dos Revolucionários de que poderiam bater de frente com Doflamingo sem que sacrifícios acontecessem... o quanto de confiança se precisava ter para acreditar piamente de que isso era possível? Ou quem será que estará na linha de frente se algo der errado e eles precisassem desistir de algo?

Não que Law estivesse preocupado com o futuro do Exercito Revolucionário, longe disso, mas haviam pessoas que ele precisava proteger envolvidas nisso. Ele não poderia hesitar diante da luxuria dos outros.

E era melhor que o líder revolucionário estivesse ciente disso.

No fim, três equipes foram divididas: Kid e seus homens ficaram responsáveis pelos dois portos do litoral. Sachi, Penguin e alguns soldados revolucionários tomariam o galpão localizado no extremo Norte, e por fim, a equipe que estaria presente no baile da Corte, que se resumia em Law, Nami, Sabo, Ivankov, Inazuma e Koala.

Tudo parecia perfeitamente alinhado. Para o cirurgião, perfeito até demais.

Se Doflamingo não se deu o trabalho de procura-los até agora, significava que iria atacar de uma vez. Eles precisariam estar preparados para tudo e qualquer coisa que viesse. No fundo, ele já tinha um leve pressentimento do que o rei do Leste poderia estar planejando, mas só teria certeza quando estivesse frente a frente com ele, algo do qual achava que nunca mais precisaria fazer.

Law já estava pronto para sair e se dirigia ao estacionamento no ultimo andar. Os cabelos negros ainda estavam molhados do banho, ele vestia um terno de gala completamente preto. A espada Nodachi estava amarrada as costas, porque obviamente ele não iria desarmado, e enquanto andava dando um nó na gravata, acabou por esbarra em Nami no meio do caminho.

Ela murmurou um tímido “desculpe” sem parecer prestar muita atenção em quem estava a sua frente. Foi assim por todo o trajeto até o estacionamento, ela até mesmo entrou no carro sem responder ou reagir ao elogio caloroso de Koala. A jovem revolucionaria demonstrou um pouco de preocupação e tristeza, mas eles precisavam se apressar para sair.

A equipe se dividiu, e Law e Nami foram sozinhos o caminho inteiro até a mansão para encontrar os outros.

Nami estava extremamente estonteante essa noite, era difícil controlar seus desejos quando estava perto dela, principalmente quando seu perfume impregnava em cada centímetro do automóvel, tentando-o ao máximo. A simples tarefa de manter os olhos na estrada era praticamente impossível.

Ela vestia um kimono chinês vinho de manga curta que parecia ter sido feito milimetricamente para ela, cada linha se encaixava nos lugares certos com muita precisão e combinava estranhamente com os adereços esverdeados, ela com certeza seria uma grande atração essa noite. A gola ia até o pescoço, fechada por dois botões dourados. Duas fendas nas laterais deixavam as pernas sinuosas a mostra, e o salto agulha carmesim lhe dava ainda mais elegância e imponência. O batom vermelho vivo deixavam seus lábios irresistivelmente convidativos, unidos aos olhos delineados e os cílios avantajados que ele via atrás do seu reflexo na janela. A echape amarela que rodeava o corpo esguio fechava o look com primor.

A ruiva tinha uma beleza assustadora, era impressionante como ela conseguia esmagar seu orgulho com tão pouco, apenas sendo quem era. Se não fosse a prepotência que lhe corria nas veias, ele diria que sentia penosamente a falta dela. Que estar perto, mas ainda sim distante, lhe despontava uma dor que vinha de dentro para fora, e ele não era o único.

Nami também sentia a agonia alfinetar a boca do estômago quando passava ao lado do cirurgião pelos corredores do alojamento. Eles nunca tinham ficado tanto tempo zangados um com o outro dessa forma, mas ela já tinha decidido que não cederia mesmo se ele se desculpasse pelas coisas cruéis que lhe disse. Ela já fazia parte disso, ele querendo ou não. E mesmo que ainda insistisse naquela ideia tosca de faze-la ir embora da cidade, ela ainda tinha mais alguém que acreditava nela, e a apoiaria no que fosse preciso.

Todavia, era obvio que aquela pequena chama que ainda estava acesa lhe despertava uma esperança, mesmo que nos últimos dias tenha sido camuflada por outros sentimentos que lhe tiravam o sossego.

 Mas Nami estava enganada no seu julgamento. Law não desacreditava dela, por mais que não deixasse isso claro. Todas as discussões só alentavam o que ele já sabia, que revirar seu passado apenas a machucaria mais. Nami não precisava conhecer os temores do seu passado, eles não eram mais condizentes com aquilo que ele almejava para si mesmo, nunca foram.

Ainda sim, eles eram muito vaidosos para assumirem seus sentimentos um para o outro. Claro, a vaidade era um problema, e esse maldito e incomodo silencio que perdurava o caminho todo também era.

Isso já estava deixando o cirurgião agoniado.

Ela não diria nada? Nem mesmo uma frase soberba e convencida para ele? Será que estava quieta porque ainda estava com raiva por não dizer nada a ela sobre sua relação com Doflamingo? Não, mesmo que esse fosse o caso, ela não reagiria assim. Nami com toda certeza lhe atacaria com aquela típica arrogância que estava escondida por baixo da pele da qual ele sentia tanta sede. Se não era isso, então...

O cirurgião a olhou de soslaio quando a ruiva suspirou involuntariamente, e suas duvidas foram respondidas ao ver que ela massageava as mãos. Law conhecia esse gesto, ele sempre vinha acompanhado de uma leve mordida nos lábios – que fora confirmado com sucesso.

Ela estava muito nervosa.

Por isso parecia tão avoada. Nem mesmo sua forte convicção de enfrentar o rei do da cidade do Leste, sem importar as circunstancias, conseguia impedir que aversões a acometessem. Os ombros encolhidos deixavam isso bem nítido.

Eles ainda levariam um tempo para chegar à mansão, talvez não fizesse mal tentar deixa-la um pouco mais confortável com a situação.

— Você se lembra... da primeira vez que nos vimos? – Começou.

Law não retribuiu o olhar de Nami para ele quando esta despertou repentinamente do próprio transe. Talvez nem tivesse percebido que agia dessa forma desde que saíram do alojamento. A ruiva encolheu as sobrancelhas olhando com um ar de confusão para o cirurgião.

Do que diabos ele estava falando numa hora como essa?

— Você ficou completamente desconfiada sobre mim, ainda sim, aceitou meu numero quando eu te dei. – O cirurgião continuou

— Por que está falando sobre isso? – Nami indagou ainda tentando entender quais as intenções do médico.

— Porque você nunca me disse por qual motivo nunca me ligou.

A ruiva ergueu uma sobrancelha.

— Você fala como se tivesse certeza de que eu me interessei por você. Certamente estava muito mal-acostumado com mulheres que caiam facilmente nas suas cantadas meia boca.

Nami retornou seu olhar entediado para a janela para proferir sua ultima frase com o tom mais indiferente que podia. O que ele achava? Que ela tinha a obrigação de responder aos seus fetiches? E por que ela estava se importando com isso?

—Nami-ya, por favor... – Law disse depois de soltar uma risada cortada expressando sua indubitável falta de crença nas palavras da ruiva – Você pode fazer melhor do que isso.

Como é?

Pela segunda vez, Nami se virou para o cirurgião, desta vez estampando uma carranca no rosto que se desvinculava de toda aquela visão harmoniosa que tivera dela minutos atrás. Law não revelou isso a ruiva, mas estava adorando ver as reações dela. Era muito fácil irrita-la, principalmente quando seu mau-humor era claramente visível.

Por um momento, ele teve se segurar a vontade de rir.

— Aquele papo de “estar acostumada a olhar os detalhes”... você já estava a espreita, admita... – Law fez uma pausa e mirou Nami pelo canto dos olhos enquanto afrouxava levemente gravata num movimento sedutor, curvando os lábios de maneira mordazmente charmosa – Você nunca conseguiu resistir a mim mesmo que tentasse resistir ao máximo.

A ruiva então revirou seus olhos, rindo de maneira grotesca enquanto uma gota de suor escorria pela testa. Porque esse desgraçado tinha quer ser miseravelmente bonito?

— Que você tem algum problema nunca me foi novidade, mas está se superando. Eu não preciso lembrar quem ficava no meu pé, trombando em mim “acidentalmente” nos lugares como cachorro no cio – as palavras dela lhe atingiram como um se tivesse recebido um soco no estomago, quando se tratava de massacrar a autoestima de alguém, Nami era a campeã – Céus, só agora me dei conta de que me casei com um perseguidor.

— Certo, você pode até ter um pouco de razão – o medico admitiu – Mas ainda sim concordou em sair comigo. Se disser que foi por pena, te jogo do carro agora mesmo.

Law apenas deu uma risada abafada, mesmo sabendo que as chances de Nami ter aceito seu convite para um encontro apenas por piedade eram excepcionalmente enormes. Aos poucos ambos se viram entretidos na própria conversa.

— Eu jamais recusaria um jantar no restaurante mais caro da cidade, e ainda por cima de graça.

 A ruiva deu uma pequena pausa olhando para a estrada, enquanto um tímido sorriso se formava nos lábios escarlates.

— Bom... você sabe... na época eu tinha acabado de participar de uma investigação que prendeu o famoso golpista Kuro, eu precisava estar atenta a todas as pessoas que se aproximavam de mim, e... quando fiz minhas pesquisas, não encontrei nada sobre você. Isso me deixou intrigada, principalmente porque você tinha ligações com o Luffy.

Nami transparecia nostalgia nos olhos castanhos, desde a primeira vez que se viram já parecia ter se passado muito, muito tempo.

— E você chama a mim de stalker. – Law comentou de maneira pacata.

NÃO ESTAVA TE SEGUINDO, SÃO COISAS BEM DIFERENTES, DEIXE DE SER CONVENCIDO.

A resposta histérica e malcriada da jornalista o fez rir. Nami havia se distraído tanto com a conversa absurda de Law, que quando menos percebeu, eles já haviam chegado no seu destino.

Novamente, a jornalista passou a entrar nos próprios pensamentos assim que a Mansão Donquixote entrou no seu campo de visão.

Quando estivesse frente a frente com Doflamingo, o que ela diria? Como agiria? E se ele tentasse algo contra ela para chantagear seus amigos? Ela não poderia estrar com a sua arma para se defender. E se tentasse algo contra seus amigos? Eles teriam alguma chance contra a grande quantidade de homens que o rei do Leste tinha lá dentro?

Nami sentia que em breve não conseguiria mais respirar quando o cirurgião envolveu suas mãos nas dele.

— Estou com medo, Law. – Ela admitiu com um sussurro constrangido, respondendo ao carinho segurando as mãos do cirurgião com firmeza.

— Olhe para mim... – ele pediu, afastado gentilmente as madeixas ruivas para trás da orelha.

O que a ruiva encontrou foram olhos herméticos, cintilantes como o brilho de uma lâmina, mas que lhe passava uma confiança estimada que acalorou seu coração na mesma hora.

— Você não disse que conseguia fazer isso? Não hesite, todos que estão arriscando suas vidas esta noite fazem isso porque confiam em você.

Law não desviava seu olhar dos orbes castanhos que rutilavam encantados.

— Certamente não vamos poder ir com você, então escute o ele tiver a dizer. Se algo der errado, venha imediatamente ao meu encontro.... Eu definitivamente não vou deixar que nada aconteça a você. É uma promessa.

Sim, é verdade. Ela não estava sozinha. Ela nunca mais estaria sozinha, haviam pessoas contando com ela. Automaticamente Nojiko lhe veio à cabeça, pois não era apenas o seu destino que estava em jogo, mas o das pessoas que amava também.

Sem demora, eles foram ao encontro dos outros membros da equipe, que aguardavam por eles. Juntos, subiram a grande escadaria até o portão principal. Ninguém impediu a entrada do grupo, como se todos naquele lugar tivessem noção do que aconteceria hoje, pois os olhares se direcionaram para eles assim que entrara no salão principal.

A mansão estava iluminada e tinha mais pessoas do que Nami poderia imaginar. Nobres, soldados do governo local e saltimbancos que entretinham os convidados com números fantásticos. Todos trajavam roupa de gala e combinavam muito bem com o ambiente opulento.

Do lado direito, uma mesa farta da melhor comida estava posta para quem quisesse saborear. A ruiva ficou extasiada, ela nunca tinha visto tanto ouro na sua vida, tudo o que seus olhos avistavam deveria valer mais do que seu apartamento que ela barganhou tanto para comprar.

— O que é aquilo? – Perguntou Koala, se referindo a um luxuoso sofá branco no meio do salão rodeado por seguranças que não deixava ninguém se aproximar.

O que Doflamingo estava guardando para esta noite?

— Senhorita Nami – Monet, que vestia um vestido preto longe, se aproximou da ruiva com seu sorriso robótico – Nosso mestre a aguarda.

A esverdeada apontou para o topo da escadaria que dava entrada para o segundo andar.

E lá estava ele, parado atrás do balaústre com as mãos escondidas nas costas, o rosto erguido para cima, olhando diretamente para ela. Vestindo um terno vinho e com o típico casaco de plumas rosas sobre os ombros. De longe, ela viu as lentes dos óculos cintilarem assim que Doflamingo bruniu o sorriso malicioso e exagerado.

Ninguém se moveu quando Nami caminhou em direção a ele, sem desviar os olhos nem por um instante. O olhar imperial da ruiva e a pose aristocrática fazia com que todos a admirassem enquanto caminhava com calma e galhardia, Nami quase parecia flutuar sobre o piso.

 – É bom revê-lo, Law. – Monet alfinetou.

— Não posso dizer o mesmo. – O cirurgião respondeu rispidamente.

Quanto mais próximo a ruiva estava de Doflamingo, mas o sangue do cirurgião fervia. Ele pagaria por isso, pagaria por tocar nas mãos dela quando a cumprimentou, por deixa-lo nesse estado tão deplorável onde ele não podia fazer nada, a não ser assistir.

Antes que desaparecessem da vista de todos, o loiro lhe lançou um olhar afiado por cima do ombro, um olhar que lhe enviava uma mensagem.

Law olhou ao redor. Onde estava Teresa? Ele não a viu em nenhum lugar.

— Fiquem à vontade enquanto isso. – Disse Monet se afastando do grupo. – O show vai começar daqui a pouco.

Sabo deu um sinal para Koala e Inazuma, e automaticamente eles se dispersaram. Era hora de verificar a ação das equipes nos portos, enquanto isso, eles precisavam apenas impedir que nada atrapalhasse o acordo. Mesmo que ao longe, Trevor e Pika os encarasse com o ódio estampado no rosto, lançando sinais rápidos para seus soldados.

Eles estavam por toda parte, cercando-os aos poucos.

— Sabe que mesmo o acordo sendo firmado, não vamos sair daqui sem lutar. – Law disse ao revolucionário enquanto segurava com firmeza sua Nodachi.


 – Se eu dar a eles o que eles querem, talvez alguém possa sair daqui com vida.


Após tal afirmação Sabo e o cirurgião se afrontaram por alguns instantes, como que quisessem travar uma batalha pelo olhar. Atrás do loiro, três pessoas se aproximavam.

Diamante, Pink e Trebol.

— Law-boy, o que quer dizer com isso? – Perguntou Ivankov.



...



Nami fora levada até o escritório pessoal de Doflamingo. Enquanto andava a frente dele, guiada até o final do corredor, ela tentou ao máximo não deixa-lo ver suas mãos tremulas. A ruiva respirava lentamente tentando se acalmar, mas não podia negar que estava com medo. A presença dele era esmagadora, como se pudesse controlar a gravidade e mudar a densidade do ar que pesava em seus pulmões.

Ele abriu a porta gentilmente para ela e a fez sentar na poltrona a frente de sua escrivaninha. Tudo em completo silencio, sem apagar aquele sorriso medonho dos lábios. Nami também não preferiu uma palavra enquanto era conduzida, e quando ele se virou para fechar a porta atrás dela, aproveitou para olhar tudo o que pode a sua volta.

Era uma sala grande e rustica cuja grande parte era feito de uma madeira escura, a maciez do carpete que cobria o chão não a fazia duvidar do seu alto preço, e o mesmo podia se dizer do lustre no meio do teto, que mesmo na penumbra reluzia as milhares cores de cada cristal. A sua frente, uma estante ia até o teto, repleta de livros. Nami observava e aos poucos ia traçando um limiar sobre a conduta e as características do homem atrás de si. Ainda que fosse um malfeitor, Doflamingo fazia parte da nobreza, escancarando seu poder para todos aqueles que duvidassem do que ele podia e era capaz.

Era difícil enxergar o conteúdo dos papeis que tinha a sua frente, sobre a escrivaninha, pois as duas grandes janelas a sua direita era a única coisa que deixava a luz entrar. E iluminava principalmente algo que Nami não tinha percebido antes. Uma outra mesa, um pouco menor, mas com algo sobre a madeira que ela reconhecia muito bem.

Um mapa.

Se ela ao menos tivesse uma visão melhor...

O rei do Leste se aproximou novamente, e antes de se sentar, serviu duas taças de vinho tinto.

— Primeiramente, fico feliz que tenha aceitado meu convite, e gostaria que fosse bem-vinda a minha casa – começou sem olha-la diretamente. A voz dele parecia vir de todo lugar, deixando-a em êxtase. Ela já tinha visto aquele tipo de intimidação antes – E que não precisa se conter, afinal, você é minha convidada de honra.

— É assim que eu deveria me sentir? Honrada? – Nami proferiu com calma, apoiando os cotovelos na mesa e cruzando as mãos. Tentando alcançar os olhos por de trás das lentes rosadas.

— Lisonjeada eu diria. Já que faz muito tempo que uma pessoa não consegue me impressionar. – O homem deu uma pausa para saborear o vinho que expelia um aroma agradável – Não vai beber? – Perguntou.

— Pensei que estivéssemos aqui para conversar, e não gostaria de perder mais tempo.

Aos poucos Doflamingo passou a se aproximar, também se apoiando sobre a escrivaninha, mas Nami não ousou recuar. Ficou perto o suficiente para que o aroma de lavanda que vinha dele a invadisse.

Ela era uma mulher de requinte. Diferentemente de todas as pessoas que já estivera sobre o efeito da sua presença, os orbes âmbar não demonstravam raiva ou angustia, nem medo ou hesitação. Não demonstravam nada, apáticos e entediados, quase lúgubres sobre a espessa camada de cílios curvilíneos. A postura soberana dela exalava por cada um dos seus poros, enlevado ainda mais pelos pequenos gestos do corpo escultural.

Linda! Intensamente linda!

Era claro o porque de Law se balançar por ela.

— As maiores vitórias são alcançadas com o tempo – ele disse depois de analisa-la com atenção – Como acha que conquistei essa cidade?

— Sinceramente, não quero pensar nos seus métodos.

Você gostaria se eu dissesse!

 Cada segundo parecia durar uma eternidade, lhe dava agonia não saber para onde ele estava olhando.

— Por que me chamou aqui?

Nami iniciou, mesmo que parecesse afrontosa, ela tomava o máximo de cuidado com as palavras. O loiro olhou de relance para a janela, como se tivesse percebido algo.

— Parece que nossa conversa vai durar menos do que eu gostaria – disse ele parecendo um pouco desapontado – Venha, quero que veja uma coisa.

O homem se ergueu e a levou até o mapa que vira antes, deixando-a que olhasse minuciosamente cada traço, mesmo que estivesse um pouco mal desenhado.

— Reconhece esse lugar? – Ele perguntou.

— É claro. Mas o que isso tem a ver com a nossa conversa?

Doflamingo lhe deu as costas permanecendo em silencio, se aproximando da janela.

— A verdade... é que estou deixando a Cidade do Leste em alguns meses – Nami alargou os olhos em surpresa – Essa ilha possui uma matéria prima muito rara produzida em larga escala, algo que eu preciso para os meus produtos.

Quando voltou-se novamente para a ruiva, o sorriso de Doflamingo, parecia que estava prestes a lhe engolir.

— Infelizmente, a dona dessas terras é uma pessoa difícil de lidar..... E é por isso que você irá convence-la a fazer negócios comigo.

Nami não se moveu. Ela precisava repetir as ultimas palavras do loiro para ter certeza do que acabara de ouvir. Só podia ser uma piada.

— Você não terá mais que se preocupar com meus negócios rondando sua preciosa cidade. Uma troca justa, você não acha?

Doflamingo se aproximou ficando do outro lado da mesa. Para ele, aquilo parecia mais do que o suficiente, ela não movia um musculo, os olhos abertos e estatizados e os membros rígidos, e as reações da ruiva condiziam com as suas expectativas. Mas tudo isso durou apenas um segundo.

Poxa... quer dizer que seus portos e galpões não significam nada para você? .... Que perda de tempo!

A ruiva resmungou de olhos fechados com uma postura completamente malcriada.

Desculpe!?

— Eu pensei que se tomássemos os portos no Sul da cidade, isso seria uma boa motivação para você nos devolver Rosinante. Mas parece que esse acordo não vai ser mais possível.

Sem que ela notasse, o homem se aproximou com uma rapidez inumada, apanhando-a pelo pulso. A face complacente havia desaparecido completamente de seu rosto, e como resposta, recebeu um olhar hostil da ruiva. Doflamingo não era chamado de rei à toa, era extremamente difícil dar um passo sem que ele não soubesse, mas seu maior erro era achar que seu posto intimidaria seus inimigos a ponto de os desencoraja-los em todos os níveis.

Ela tinha encontrado um ponto fraco, e a reação espontânea do rei do Leste apenas comprovava isso.

— Entendo... – ele disse enquanto liberava o pulso feminino, curvando os lábios levemente e voltando para sua poltrona.

— Nós só queremos Rosinante de volta.... Nada mais!

— Com “nós” você diz o Exercito Revolucionário?

— Espero que isso não seja um problema.

Doflamingo permaneceu em silêncio, segundos depois abriu uma gaveta, tirando de dentro uma pequena caixinha azul.

— Você... é realmente muito inteligente. Preciso admitir – disse ele, deslizando a pequena caixinha sobre a mesa na direção da ruiva – Muito bem.... Acatarei ao seu pedido, mas você também acatará ao meu, então lhe darei três dias para me dar uma resposta.

Já que ele deu sua palavra que não faria nada com ela, talvez valesse a pena arriscar um pouco mais.

Por que acha que farei o que você quer? E por que eu?

Mas sua única resposta foi aquele largo sorriso enfadonho.

— Pegue a caixa, é um presente.... Cumprirei com o acordo, então aproveite a festa.

A jornalista pajeou, mas apanhou a caixa, e sem perguntar o que era, deixou o escritório batendo a porta atrás de si.

Pela primeira vez ela sentiu que poderia respirar normalmente. Eles realmente conseguiram? Isso era real? Seu plano tinha dado certo! Ela o desestabilizou, o Rei do Leste se abalou diante dela. Por mais que isso lhe trouxesse uma leve sensação de orgulho, isso traria serias consequências, com certeza.


Ela soube disso no momento que abriu a pequena caixa azul.


Nami sentiu as pernas estremecerem, mas não era apenas efeito do pavor que a acometeu por completo. O chão balançava e um estrondo extremamente alto veio da direção do salão principal.

Isso era.... Uma explosão?




~•••~




Alguns minutos antes

 Assim que recebeu o sinal do líder, Koala voltou para o lado de fora retirando um aparelho celular de dentro do vestido azul. Ela precisava dar o sinal para Sachi e Penguin avançarem para o galpão ao lado Norte. A essa hora, os portos já devem ter sido tomados por Killer e Kid. Faltava muito pouco para que eles pudessem estar à altura de Doflamingo

A jovem estava tão afoita que acabou esbarrando em alguém que vinha na direção contraria.

— Ah, me descul- – ela pediu, mas se assustou quando o cano de uma arma foi apontado para o seu rosto, tão próximo que ela podia até mesmo sentir o cheiro da pólvora.

Por um momento, Koala desacreditou do que via.

O que essa plebeia miserável acha que está fazendo encostando em mim?

O homem gritou completamente alterado, cuspindo as palavras com tanta repulsa que Koala só não fora atingida pela saliva por causa da proteção que ele usava.

Aquelas roupas... ela jamais esqueceria.

— Se acalme, senhor, por favor. – Pediu desesperadamente o segurança que o acompanhava, mas o homem continuava a ser agressivo com a revolucionária, que o fitava completamente estática.

Seu verme desgraçado... ajoelhe e implore pela sua vida agora mesmo!!

Pare com isso, Charloss...— Uma mulher vestida com as mesmas roupas se aproximava acalmando a situação – Não quero me preocupar com nada que possa atrapalhar meu senso de escolha. Quero ter certeza de que estou comprando as melhores peças e nem mesmo você vai atrapalhar isso.

— Mas mãe... aquela mulher asquerosa encostou em mim.

Juntos eles adentraram no salão ignorando-a completamente. Um pressentimento ruim percorreu o corpo da revolucionária. Ela achava que tinha superado todos os traumas, mas aquela gente claramente ainda mexia com ela.

Mas afinal... o que os Tenryuubitos faziam na cidade do Leste?

Um sentimento ruim ouriçou o corpo da revolucionária – “Sabo precisava saber disso, imediatamente” – pensou enquanto corria para dentro do salão novamente.

Aonde ele estava? Não estava aqui agora a pouco?

Ela percorreu o salão todo até encontrar o companheiro. Law estava ao seu lado, e três homens estavam na frente da dupla. Ela se aproximou, mas parou assim que o telefone na sua mão começou a vibrar.

 – Koala, onde está Sabo? Preciso falar com ele agora mesmo.— bradou a voz do outro lado da linha. Era Killer.

— Aconteceu alguma coisa?



...



— Ei, eu me lembro de você... – Diamante se dirigia ao líder revolucionário, curvando o corpo para que seus rostos ficassem próximos – Por sua causa nosso Coliseu se resumiu a um monte de destroços. Tem muita coragem de aparecer aqui esta noite.

Sabo sorriu com o canto dos lábios.

— Oh... isso é uma prestação de contas? – O loiro estendeu seu sorriso sarcástico – Não me impressiona que os cavalheiros não saibam o que significa uma luta justa. Doflamingo deve se envergonhar em ter um bando de arruaceiros que se chamam de soldados.

— A que nível você se rebaixou, heim, Law? – Disse o sr. Pink – Foi por causa disso que você deixou sua família? Para se juntar com pessoas desonrosas? Mas você nunca teve muita dignidade para preservar.

— Parem de chiar e vão direto ao assunto, não estou com paciência para conversar.

 O cirurgião dizia com desprezo. Ele não tinha encontrado Teresa até agora, o que significava que ela não deve ter conseguido realizar a tarefa que pediu a ela. Law receava sobre o que pudesse ter acontecido. Cada segundo que passava o salão parecia mais cheio. O que diabos Doflamingo estava planejando?

— Está nos desafiando? – Trebol perguntou dando um passo para frente, mas Diamante foi mais rápido, impedindo que o companheiro avançasse.

— Ei, ei ei... está tudo bem, meu amigo – disse ele caminhando em direção ao cirurgião – Não vamos esquecer que Law é da família, alias, eu também estaria de mal humor se estivesse sem a minha garota. Vamos aliviar por hoje, Ok?

Law apertou os olhos em ódio. Se isso não arruinasse o acordo, ele fatiaria o Chefe Executivo agora mesmo, não apenas por provoca-lo, mas também por torturar Rosinante.

Eles pagariam por isso... todos eles...

Sabo via o quanto que o cirurgião estava se segurando.

— Eu gostaria de continuar essa conversa agradável mais tarde – continuou Diamante – Mas vejo que meus convidados chegaram e preciso me apressa. Se nos dão licença...

Law apertou o punho ao lado do corpo quando os três homens lhe deram as costas. Se a voz de Koala não tivesse lhe invadido, seus instintos teriam sido mais fortes. Ela parecia tensa quando estendeu o telefone ao líder.


ATENÇÃO, POR FAVOR!! ATENÇÃO, MEU CAROS!!


Diamante estava a frente do salão chamando a atenção de todos os convidados enquanto jogava a túnica vermelha para trás. A voz do Chefe Executivo se sobressaia sobre as outras sem muito esforço.

Sejam todos muito bem-vindos ao nosso humilde lar. A Família Donquixote os recebe com grande prazer, mas eu duvido muito que estejam aqui para me ouvir ser cordial.

O homem deu uma pausa, indo em direção a uma alavanca abaixo da escada.

Por isso... é com imensa felicidade que iniciaremos nosso honorável evento— como num filme de mistério, a parede no centro entre as escadas começou a se mover assim que a alavanca foi puxada.

Law ergueu o rosto piscando algumas vezes para ter certeza do que via. A parede rodou sobre o próprio eixo e ele finalmente entendeu o que realmente estava acontecendo.

No fundo, ele sabia que Doflamingo faria algo para atingir a todos ao mesmo tempo, mas aquilo era demais. Havia chegado ao seu ápice. Já tinha extrapolado todos os limites e repentinamente seu corpo passou a se mover por si só quando um calafrio o percorreu.

Diamante sentia o furor dos olhos prateados lhe atingir como balas – tudo de acordo com o plano. Sorrindo com o canto dos lábios, ele enlevou sua voz para finalizar sua frase cuspindo cada palavra com imenso prazer, pois tinha colocado o cirurgião no seu devido lugar.

Senhoras e senhores.... O leilão irá começar.

A visão que todos os convidados tinham naquele exato momento eram de duas pessoas algemadas pelas mãos e pelos pés no formato de cruz, ambas vestidas com o macacão laranja usado pelos servos dos Tenryuubitos...

Corazon e Teresa.

Fazer Rosinante passar por isso mais uma vez... Até que ponto Doflamingo poderia ir?

— É melhor não fazer isso. – Vergo se colocou a frente do médico impedindo sua passagem.

Saia da minha frente!

Law rugiu toda sua raiva, estava fora de si. Ele tinha a sensação de que mãos agarravam seu pescoço por dentro, impedindo-o de respirar. Num movimento automático, ele apanhou no cabo da Nodachi pronto para um confronto.

Mas ele não fez isso.

Não perca a racionalidade, Law, a senhorita Nami ainda está sobre nossos cuidados, e se tentar qualquer coisa enquanto os Dragões Celestiais estiverem aqui, teremos a presença desagradável dos Almirantes. Acho que ninguém quer que isso aconteça.

O cirurgião sentia o sangue borbulhar enquanto escutava ao fundo o som das vozes dando lances. Seu estomago embrulhava enquanto os olhos fixos no chão marmorizado luziam uma simbiose de raiva e frustação. Ele sabia o que poderiam lhe despedaçar desde que seus pés tocaram o piso daquele lugar amaldiçoado mais uma vez.

O que faria agora?

— Você ainda pode mudar a situação se fizer uma escolha... – Vergo se aproximou parando ao lado do cirurgião, que continuava com a cabeça baixa, escondendo seus olhos por uma sombra.

Law escutava ao mesmo tempo que recobrava a consciência, buscando por uma brecha. Aonde estava? Tinha que haver uma, qualquer uma.

Mate o líder revolucionário, e todos poderão passar desta noite como se nada tivesse acontecido. A decisão é sua, mas se quiser uma dica... – Vergo disse em baixo tom enquanto se afastava Você não tem muito tempo.

Law fitou o rosto machucado de Rosinante e Teresa.

 Estavam feridos demais. Iniciar uma luta e colocar suas vidas em jogo seria completamente arriscado. Estava encurralado. Ele tinha a encontrar uma escapatória a qualquer custo, mas como? Por que não conseguia pensar em nada que fosse o suficiente? Por que as ideias decidiram o abandonar no momento mais decisivo?

Então, ao mesmo tempo em que Sabo e Koala se aproximavam, uma luz surgiu.


!!!!!!!!!!!!!!!BBOOOOOOOOOOOOOMMMMMMMMMMMM!!!!!!!!!!!!!!!!


— Kyaaaah!!

— Mas o que está acontecendo!

Os convidados correram assustados quando a lateral esquerda da mansão explodiu repentinamente, pedaços de concreto voaram para todos os lados e a fumaça se espalhou até tocar o teto.

De repente, um grito:

UUUUOOOOOOOOOOOOOOOOOAAAAAAHHHH!!!!! DOFLAMINGOOOOO!!!!!

A voz rasgou o ar invadindo o lugar com grande pesar, surpreendendo a todos e causando terror. Aos poucos, as silhuetas surgiam em meio a fumaça, revelando os rostos de quem acabava de invadir a festa de gala da elite.

Diferentemente de todos, Law os mirou com alivio.

Lá estava ela.

Sua rota de fuga.


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Notas finais do capítulo

Eita, eita eita... muita coisa acontecendo ao mesmo tempo!!

Parece que Nami e Law estão começando a se acertar, será que isso vai durar até quando? (hehehehehe) ao contrario disso, parece que a tensão só aumenta entre o cirurgião e Sabo, e isso pode se intensificar ainda mais se nosso medico ficar uma escolha ousada.

Doffy ficou irritado com a Nami, hein, porque será? O que vocês acham que tinha caixa que ele deu pra ela? Será que a ruiva vai acatar o pedido dele?

E quem foi que chegou para comprar briga com o rei da cidade do Leste?

Muitas respostas para o próximo capitulo. Me contem o que vocês acham que vai acontecer a partir de agora!!

Um beijo no coração, e até o próximo capitulo.



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