Drania escrita por Capitain


Capítulo 13
Flechas


Notas iniciais do capítulo

mil perdões pelo gigantesco atraso e capítulo curto!
( eplicações nas notas finais)
boa leitura!



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Quando eu acordei, estávamos fugindo. Era noite, e Goroth corria a uma velocidade impressionante, carregando Aurora em seus braços. E, mesmo fraca e debilitada do jeito que estava, Aurora estava carregando a mim.

— O que aconteceu? - eu perguntei, quase gritando.

— Nós estamos sendo perseguidos! - Aurora gritou de volta, interrompendo o feitiço que me carregava.

Ainda bastante confusa, eu comecei a segui-los, flutuando o mais depressa que podia.

— O culto nos encontrou? - eu perguntei - quanto tempo eu fiquei apagada?

— Você dormiu por dois dias - eu podia sentir a raiva na voz de Goroth - eu insisti para deixa-la, mas Aurora te carregou o tempo todo.

Droga. Depois daquela nuvem vermelha brilhante, eu havia dormido por dois dias, agora todos estavam em perigo, e provavelmente a culpa era minha. Eu ouvi um zunido alto, e uma flecha imensa cravou-se numa árvore próxima, logo que nós passamos. Era bem maior do que as flechas dos assassinos, e parecia incrivelmente pesada. Ao colidir com a árvore, lascas de madeira voaram em todas as direções.

— Isso confirma - Aurora disse a Goroth - são eles.

Goroth começou a correr ainda mais rápido.

— Estamos bem perto da caverna, mas temos que despistá-los antes de chegar lá - ele olhou para mim por sobre o ombro - e você tem que sair de perto da gente.

— O quê? - eu não entendi - porque?

— Você brilha, idiota! - Goroth gritou - estão atirando em você!

Opa.

— Voe em uma direção qualquer por um tempo, atraia eles - Aurora disse - eu vou te dar um sinal quando já estivermos seguros.

Até aurora estava me mandando embora.

— E se eles tiverem, um mago? - eu voei para o lado, tentando me distanciar o máximo possível - eu não posso...

— Não vai ter mago! - Goroth berrou - não é o Culto! Agora vai!

Com aquelas rudes últimas palavras, o orc deu um grande salto e desapareceu do meu campo de visão, sumindo entre as árvores. Eu mal pude ouvir seus passos pesados se afastando, e em pouco mais de um par de segundos, eu estava completamente sozinha na escuridão da floresta, com alguém atirando flechas em mim.

Eu decidi não mudar de direção abruptamente, e ao invés disso, continuei flutuando mis ou menos na mesma direção por um tempo. Pelo que eu podia ouvir e ver, mais ou menos a cada minuto, uma flecha atingia algum lugar nos meus arredores. Primeiro, elas chegavam praticamente na horizontal, mas logo elas começaram a cair em ângulo.

Eu parei por alguns instantes e esperei. Uma flecha veio voando em uma parábola, de uns trezentos metros de distância. Eu pensei um pouco. Goroth disse que não era o culto, e mesmo aurora não parecia tão preocupada comigo dessa vez. Então quem quer que estivesse atirando flechas em minha direção provavelmente não conseguiria me machucar.

Então eu decidi atacar.

Eu flutuei mais e mais alto, saído do meio das árvores e procurando a origem dos ataques. Em pouco mais de dois minutos, eu encontrei. Havia uma silhueta sobre uma grande rocha, carregando um arco que parecia desproporcionalmente pequeno para seu tamanho. Foi só quando eu cheguei mais perto que eu entendi. Não era o arco que era pequeno. O arco devia ter uns dois metros de comprimento e cada flecha devia pesar quase meio quilo.

O atirador era um imenso orc.

Mesmo imenso era uma palavra pouco descritiva desse colosso. Ele devia ter quase o triplo do tamanho de Goroth, e ao contrário dele, estava vestido de acordo, com uma armadura feita de tecidos e peles de animais, e uma pele de lobo gigante sobre a cabeça. então era isso que aurora queria dizer com “eles”. A caverna ficava em território orc. Mas então, porque Goroth estava fugindo do próprio povo?

— Desça daí e me enfrente, demônio! - a voz grossa reverberou pela floresta - você está invadindo território orc!

Eu quase ri. Demônio? Cogitei por um instante a hipótese de tentar intimidá-lo com isso. Mas não valia a pena. Era melhor distraí-lo com uma conversa, e quem sabe descobrir um pouco mais sobre os orcs. Aurora não havia dado o sinal ainda, então eles ainda estavam fugindo. Se eu conseguisse fazer esse orc achar que eu era a única aqui, ele não iria atrás deles.

— Eu não sou um demônio - eu me aproximei, flutuando logo fora do alcance do orc - sou um fantasma.

— Você será levada como escrava dos orcs - ele decidiu - ou morta.

— Quero ver você tentar - eu flutuei através dele, atravessando o orc e saído do outro lado - você não pode me tocar. E eu já morri.

O orc não pareceu muito assustado.

— Então você é um fantasma - ele disse - tanto faz. Vou chamar o xamã, e ele vai te prender.

Ele não parecia saber nada sobre aurora e Goroth. ótimo. Eu só precisava enrolar um pouco então.

— Xamã nenhum pode em prender - eu arrisquei - eu acabei de matar vinte homens e um mago. Absorvi as almas deles.

O orc continuou impassível.

— Mesmo assim, o xamã vai te prender.

— Eu posso absorver a sua alma também - Eu estiquei a mão - quer que eu tente?

Aquilo fez ele mudar um pouco de atitude.

— Não vou morrer de uma forma tão desonrosa - ele disse - e eu sei quem você é.

Congelei.

— Você Drania - ele continuou - e está viajando com uma bruxa e um traidor orc.

Ok, ele sabia sobre Aurora e Goroth. Espero que pelo menos ele não saiba para onde eles estão indo.

— Traidor orc? - eu tentei ganhar um pouco mais de tempo - o que quer dizer com isso?

— Você viaja com um orc que abandonou as tradições, e foi exilado do clã - o orc baixou o arco e, ainda impassível, retirou um objeto do bolso - Será uma honra prende-los, e entrega-los a Kraaz.

Mais um grupo de gente louca que segue a deusa do caos. O objeto na mão do orc era uma trombeta feita com um chifre. Ela era totalmente negra e tinha o mesmo símbolo do culto de Kraaz gravado em esmalte vermelho. Em um só movimento, o orc levou o chifre aos lábios, e tocou.

O som da concha era grave, e incrivelmente barulhento. Ele ecoou pela floresta e foi ouvido por pelo menos dez quilômetros em toda as direções. Ele terminou de tocar, e passaram-se alguns segundos de silêncio.

— O que é isso? - eu perguntei, já nem tentando esconder o medo em minha voz.

— Eu convoquei o clã - ele disse - todos os orcs desse lado do Grande rio vão caçar vocês.

Assim que ele terminou de falar, outra trombeta foi ouvida. E outra, logo após essa. Então mais uma. Em poucos minutos, haviam centenas de chamados, sacudindo o ar em todas as direções. Talvez eu tenha cometido um grande erro.

— Você trará Kraaz para nós - ele disse - você será nossa salvação!

Senti o sinal de aurora na minha mente. No espaço de um segundo, de alguma forma ela me mostrou onde estava e como chegar lá. eu voltei-me para o orc e sorri, enquanto formulava um plano para sair dali.

— Vocês terão que me pegar primeiro - eu disse.

E então eu desci rumo ao chão, desaparecendo completamente nas profundezas da terra.

 

 


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Notas finais do capítulo

então, dessa vez meu atraso é justificado ( mais ou menos)
eu voltei a trabalhar, e com a minha genialidade de sempre, consegui machucar meu ombro na primeira semana de trabalho, o que me deixou sem poder digitar direito por uns dias, e no fim ainda acabei com um baita bloqueio criativo.
mas tudo isso é passado! eu vou voltar a postar com mais frequência, agora que meu ombro voltou a seu tamanho normal, e tentar postar entre 2 e 3 caps por semana de novo.
mesmo se eu não conseguir, prometo que vai ter pelo menos um por semana.
enfim, vejo vocês no próximo ( se deus quiser, em maior e em breve)