A Magia do Submundo escrita por Lorde Vallex


Capítulo 3
Explicações


Notas iniciais do capítulo

Hello!
Desta vez não demorei dez dias pra postar kkkkkkk. Bem, este capítulo aqui vai dar continuidade aos eventos anteriores. Ele é bastante focado no diálogo e vai dar um resumo superficial sobre alguns assuntos que serão melhor explicados futuramente.
Boa leitura ^^



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Ele via tudo em completa escuridão.
Jason acordou lentamente. Assim que seus sentidos começaram a voltar, bem como as lembranças dos acontecimentos de anteriormente, ele se levantou de um sobressalto.
Quando olhou ao redor, percebeu que estava em um quarto simples — o problema era que não conhecia aquele quarto de lugar nenhum. Além da cama e de um balcão do lado oposto, não havia nada no quarto.
Jason sentou-se na cama, ainda pensando nas lembranças dos cães, de seu tio e da floresta. Quando olhou para seu tornozelo, viu a marca da mordida da criatura. “Então eu não imaginei tudo isso… Mas onde eu estou?”
Antes que começasse a se levantar, a porta se abriu. Por ela entrou uma garota. Esta garota possuía cabelos negros e curtos, com uma franja que cobria seu olho direito. Ela vestia uma camiseta branca e uma calça preta, com uma jaqueta de couro aberta. Quando olhou para Jason com seus olhos verdes como um par de esmeraldas, revirou os olhos.

— Finalmente acordou. Eu já estava ficando cansada de esperar — reclamou ela. — É um prazer, meu nome é Luna Silverstone.

Jason ficou olhando para ela, em silêncio, o que irritou a garota.

— É nesse momento que você se apresenta e diz que também está feliz em me conhecer, me elogia e começa a fazer as perguntas.

— Onde eu estou?

— Sério? Vai pular todas as outras etapas? Tudo bem. Você está na minha casa. Minha e também do meu pai. Eu te salvei na floresta e te trouxe para cá.

— O que eram aquelas coisas? Por que estavam atrás de mim?

— Aquelas coisas eram cães infernais, demônios que constituem a sétima classe — informou Luna. — E eu não faço ideia do porquê eles estavam atrás de você, mas talvez meu pai saiba, Sujeito Anônimo.

Jason corou.

— Jason Godren — apresentou-se. — E… bem… obrigado por me salvar. Mas… como você matou aquelas coisas? Eram vários.

— Tsc! Aquilo? Eu poderia acabar com dez vezes aquele número — disse Luna, convencida. — Certo, fique aqui. Mordida de demônio não é algo bom para a saúde.

— E o que você quer dizer com demônios?

— Eu é que não vou te explicar isso, garoto. Vou chamar o meu pai, e ele te explicará tudo.

Luna então deixou a sala, e deixou Jason sozinho com seus pensamentos. Demônios? O que aquilo significava? Bem, Jason esperava descobrir a resposta em breve.
Passados dois minutos, Luna voltou acompanhada de um homem alto, que aparentava uma idade avantajada — seus cabelos grisalhos e rugas faziam-no parecer ter sessenta ou setenta anos —, vestia um terno preto e uma gravata, como se estivesse esperando um evento de luxo e relevância. Quando viu Jason, sorriu gentilmente, ao contrário da filha.

— Jason Godren, que bom que acordou — disse o homem. — Sou Niel Silverstone, e fico feliz que esteja conosco novamente.

— É um prazer — cumprimentou Jason, hesitante. — Senhor… como me achou na floresta? Por que me trouxeram para cá?

— Nós te achamos? Não, os cães infernais te acharam. Minha filha achou eles. — Niel adotou uma face mais séria, com seus olhos verdes e opacos fixando-se em Jason. — Mas todos nós percebemos quando seu sangue finalmente despertou.

— Meu sangue… despertou?

— Você obviamente não sabe. Sua mãe e Duncan decidiram que não era bom você saber.

— Conhece minha mãe e meu tio?

— Conheço seu tio há muito tempo, e conheço sua mãe, mas ela não me conhece — contou Niel. — De toda forma, você deve ter vivido sua vida normalmente até agora, pois a sua… herança especial… não estava ativa.

— O… O que quer dizer com isso?

— Que você é um maldito bruxo, igual sua mãe — bufou Luna, impaciente. — Odeio essas pessoas que demoram para entender as coisas.

— Filha, ele não conhece nada sobre o mundo sobrenatural. Seja paciente, por favor — pediu Niel para a filha, voltando-se para o confuso Jason. — A sua mãe é uma bruxa, uma humana que nasceu conectada com a Natureza. Normalmente apenas a linhagem feminina desperta esse poder, deve ser por isso que sua mãe nunca te falou. Ela pensou que você nunca descobriria a magia.
“Mas um homem se tornar um bruxo é raro, não impossível. Selena também tinha motivos para crer que você não podia usar magia, mas essa teoria se provou incorreta. Você é um bruxo, assim como sua mãe, e a mãe dela antes dela.”
Quando Jason ouviu isso, ficou espantado. Os acontecimentos que vivenciou foram sua garantia de que tudo o que eles falavam era verdade. Aquilo também explicava todos os acontecimentos estranhos, e também o motivo de sua mãe nunca lhe falar sobre sua profissão.

— Então eu sou um… bruxo? Não me sinto especial.

— Você não pode achar que nascer com a magia te faz um super humano destruidor de cidades — ralhou Luna. — Vai ter que aprender logo a usar isso, porque eu é que não vou ficar te protegendo.

— Na verdade, você vai sim — interrompeu Niel.

Jason e Luna olharam para ele.

— Quê? Isso é sério? Eu vou ter que ficar cuidando desse garoto que não sabe nada sobre o nosso mundo?

— Prometi ao pai dele — afirmou Niel, calmamente. À menção de seu pai, Jason arregalou os olhos.

— Conheceu meu pai?!

— Sim. Seu pai foi um dos mais poderosos bruxos que eu já conheci. Ele morreu heroicamente em uma luta contra um dos Príncipes Demoníacos.

— Você está falando que demônios existem e que meu pai era um bruxo que morreu lutando com um Príncipe Demônio… o que essas coisas significam? Como esses cães infernais me acharam?

— Você sentiu uma sensação ruim? — perguntou Luna, rudemente.

— S-sim… — concordou Jason, e Luna não esperou ele terminar.

— Isso foi um Príncipe Demoníaco usando magia proibida para te achar. Esse Príncipe deve ter mandado os demônios.

— Mas por que esse tal Príncipe estaria atrás de mim?

Niel suspirou.

— Ouça atentamente, pois é um assunto complicado. — Jason assim o fez. — Há muitos anos, Lúcifer, Príncipe Demoníaco do Orgulho, uniu os Príncipes Demoníacos e os Arcanjos contra Satanás. Lúcifer então foi coroado Rei do Inferno, e, ao contrário do que todos imaginavam, buscou sinceramente a paz com os anjos e humanos. A maioria dos Príncipes não concordou, então Mamon, Belzebu e Leviatã foram convencidos por Asmodeus a trair Lúcifer.
“Com a morte de Lúcifer, os demônios começaram a buscar mais e mais guerra. Seu pai foi um dos bruxos que auxiliou Lúcifer no mundo humano, então ele era um dos possíveis pilares para a paz entre humanos e demônios. Foi por isso que os Príncipes tomaram seu pai como alvo.
O que eles não sabiam era que seu pai tinha um filho, você. Assim que um dos Príncipes descobriu, deve ter te monitorado até que sua magia despertasse e você se revelasse uma ameaça.”

— Mas por que não me matar de qualquer jeito?

— Selena é uma das mais poderosas bruxas da Irmandade da Bruxaria, e causar sua ira apenas por uma possibilidade não era algo que os Príncipes iriam querer.

— Então demônios existem — recaptulou Jason —, e eu sou um bruxo, como minha mãe e meu pai, e os Príncipes Demoníacos que mataram meu pai agora querem me matar porque posso ser como meu pai?

— Exatamente. A questão é saber qual Príncipe te descobriu.

— Que diferença faz?

— Os Príncipes — disse Luna — são egoístas. Querem a glória para eles. Seja quem te descobriu Mamon ou Asmodeus, duvido que vá contar para o outro. E, se fosse para escolher, eu não iria querer ir ter com Asmodeus, ainda mais depois da rebelião no inferno…

— Vocês tinham mencionado mais príncipes — comentou Jason, estranhando o fato de Luna só citar dois.

— Existiam sete príncipes, incluindo Lúcifer — informou Niel. — O Leviatã provavelmente não está pensando em você. Belzebu foi morto por Lúcifer na batalha pela coroa, e Azazel e Belphegor permaneceram leais a Lúcifer, indo ao mundo humano para impedir o avanço dos planos de Mamon e Asmodeus.

— Entendi… Bem, e agora? Vocês me disseram tudo isso, mas eu ainda tenho muitas perguntas.

— Terá tempo para elas no futuro — garantiu Niel. — Você deverá voltar aqui muitas outras vezes.

— Por quê?

— Porque você provavelmente será convocado pela Irmandade, mas eles não têm ciência de tudo o que está acontecendo. Eu vou te ajudar a entender melhor o que está acontecendo, e vou te proteger… o que não consegui fazer com seu pai.
“Se seu tio perguntar, diga-lhe que estava comigo. Duncan e eu prometemos cuidar de você.”

Niel então olhou para Luna.

— Filha… quando eu não puder, quero que seja você a ensiná-lo o que ele precisa saber.

A garota olhou para o pai, incomodada. Por fim, apenas suspirou.

— Tudo bem, eu ensino o bruxo como matar demônios, se é isso que você quer. Mas já aviso: você sabe que aprender magia demora, e talvez ele não consiga…

— Ele vai conseguir — garantiu Niel. — Agora é o momento de você ir para casa, garoto. Sua mãe deve estar preocupada, e eu não quero uma bruxa chamando muita atenção para esta cidade… mais atenção do que esta cidade já chama. Filha, pode levá-lo para casa?

Luna olhou criticamente para Jason, então apenas desviou o olhar e assentiu para o pai. Em seguida, virou-se para Jason.

— Vamos lá, Sujeito Anônimo. Já é noite, e não quero ter que me explicar para sua mãe.

Jason apenas assentiu, absorto demais em seus pensamentos para dar muita atenção. Agora que não estavam lhe contando mais nada, ele estava processando tudo o que ouvira. Se tivessem dito isso a ele antes, provavelmente ele teria rido da brincadeira e elogiado a criatividade para uma pegadinha. Essa reação foi afastada depois de ser atacado por uma matilha de cães infernais.
“Quando eu voltar aqui, vou poder perguntar sobre meu pai”, percebera Jason, subitamente. Seu pai fora um poderoso bruxo, e sua mãe também era.
O assunto dos Príncipes Demoníacos parecia para Jason uma ameaça perigosa, porém distante. Esperava poder conhecer mais do mundo sobrenatural antes que precisasse lutar por sua vida — de novo.
As coisas estavam acontecendo tão rápido. Ainda naquela manhã ele era normal. Entretanto, embora assustado e confuso, não podia negar que sempre fantasiara ser um grande e poderoso herói, como qualquer criança comum. A ideia de ter essa chance era assustadora, mas fascinante.
Parou de pensar nisso quando saíram da casa de Luna e depararam-se com uma van branca. Luna pôs a mão no bolso e tirou uma chave, abrindo a van e entrando.

— Anda logo, não vou esperar a noite toda — resmungou ela.

— Você pode dirigir?!

— Ficou com inveja? — provocou ela, sarcástica. — Posso sim. Afinal, não é como se alguém pudesse me impedir. Agora sobe logo ou eu te deixo aqui. A não ser que você queira ficar, em vez de encarar uma mãe preocupada e possivelmente irritada…

Quando ela disse isso, Jason pensou em sua mãe disparando relâmpagos e bolas de fogo para todos os lados, mas foi o chinelo que o acertou…
O garoto entrou e se sentou ao lado de Luna. De súbito, sentiu-se um pouco desconfortável.
Luna deu partida e saiu da casa. Enquanto Luna dirigia até a casa de Jason, o recém-descoberto bruxo achou o silêncio incômodo. Mas também não fazia ideia de como quebrá-lo.

— E então… Hã… Você é uma bruxa também? — perguntou Jason, corando.

— Não. — Ela permaneceu em silêncio por um tempo, antes de prosseguir. — Eu sou uma mestiça.

— Mestiça?

— Sim. De humana e de demônio.

Jason arregalou os olhos. Decidiu, no entanto, não tirar nenhuma conclusão precipitada. Era novo naquele mundo, e não conhecia nada.

— Você e o Senhor Niel são diferentes dos que eu vi, por quê? E… como…?

— Os demônios existem em várias formas, classes e diferenças, mas sempre nascem com uma natureza maligna — contou Luna. — Por ser uma mestiça, eu nasci livre dessa natureza. Meu pai… ele já cometeu erros. Foi com dificuldade que ele abandonou sua natureza sombria. Foi graças à minha mãe.

Jason percebeu que ela não falaria mais sobre aquilo em específico. Não vira a mãe de Luna na casa, e pôde imaginar o que aquilo significava.
Chegaram à casa de Jason poucos minutos depois. Luna estacionou à frente da casa.

— Bem, eu não vou entrar com você. Deixo a parte da explicação com você — disse Luna. — Até amanhã, às sete da noite, Sujeito Anônimo.

Jason sorriu sem graça e se despediu, saindo da van e observando Luna partir. Após isso, finalmente notou como a noite estava fria, e rumou para a porta de entrada. Quando abriu a porta, pôde ouvir a voz alterada de sua mãe na cozinha.

— … DE GENTE DA SUA LAIA! — gritou Selena.

— Minha laia? — repetiu Duncan. — Errado. Eu já disse, ele deve estar seguro agora.

— Tem razão, tio Duncan. Estou seguro.

Duncan e Selena se viraram para Jason. Antes que o garoto pudesse dar um sorriso sem graça, Selena já estava abraçando o filho com força, enquanto lágrimas caíam de seus olhos.

— E-eu fiquei… t-t-tão preocupada — balbuciou ela, ofegante.

— Hehe, eu também fiquei bem preocupado comigo.

Selena então se afastou e pôs as mãos nos ombros de Jason, olhando diretamente em seus olhos.

— Onde você estava, Jason Godren? — perguntou ela, ameaçadoramente. — E que roupas são essas?

Devido a tudo, Jason nem havia percebido que suas roupas haviam sido trocadas. O garoto balançou a cabeça e ordenou os pensamentos.

— Fui atacado por uma matilha de cães infernais, daí fui salvo pelo tio Duncan e fugi pra floresta — relatou ele, rapidamente. — Mas surgiram cães lá também e eu apaguei, mas fui salvo por uma garota.

— Que garota?

— O nome dela é Luna. É filha do Senhor Niel, amigo do tio Duncan.

Nesse momento, Selena encarou Duncan.

— Quem é esse Niel?

— Um amigo confiável, que prestou o mesmo juramento que eu. Ele sim é da “minha laia”.

— Então ele é…?

— Um demônio — quem disse foi Jason. — Falando nisso, ele também me contou sobre você ser uma bruxa. Eu sou um bruxo também. Pelo menos, é o que ele disse.

Selena ficou muito mais séria quando ouviu isso. Ela ficou em silêncio, organizando os pensamentos, por quase um minuto. Por fim, tornou a falar.

— Então você já sabe. Isso… é bom, de certa forma. E o que mais ele te disse?

— Comentou sobre o meu pai — contou Jason. Nesta hora, Duncan e Selena ficaram apreensivos.

— O que ele te contou? — perguntou Duncan.

— Que meu pai foi um bruxo poderoso, que foi morto por um Príncipe Demoníaco.

Duncan assentiu, pensativo. Selena sentou-se em uma cadeira próxima.

— Eu não queria que você descobrisse assim — disse a bruxa. — Eu esperava te contar quando você despertasse, mas estava tão ocupada hoje que não parei para checar sua aura. Na verdade, eu pensei que nunca precisaria te contar. É muito raro haver um bruxo. Dizem que existe uma bruxa para cada um milhão de pessoas, e um bruxo para cada mil bruxas.

— Você descobriu tudo isso, mas você já fez algo, Jason? — perguntou Duncan.

— Não muito — admitiu o jovem. — Pensei ter feito coisas estranhas, mas nunca fiz nada efetivamente falando…

— Mas se os demônios te encontraram, então você já despertou — disse Selena. — Basta descobrir que tipo de bruxo você é, e então aprender a controlar esse poder. Quando um bruxo inexperiente fica estressado… Bem, pode fazer coisas perigosas e caóticas, e não queremos isso, não é?

Jason assentiu. Como um estalo em sua mente, lembrou de algo.

— Ah, mãe, o Senhor Niel quer que eu vá na casa dele amanhã às sete da noite. E acho que quer que eu vá várias vezes.

— Por quê?

— Porque “a Irmandade não sabe de tudo que está acontecendo”.

— Então ele poderia simplesmente contar pra Irmandade — reclamou Selena, irritada.

— Ele não pode — interveio Duncan. — Não dariam ouvidos a um demônio.

Selena teve que concordar.

— Mas o que ele quer com o meu filho, Duncan?

— Com toda certeza nada que possa lhe prejudicar.

— Confia tanto assim nesse Niel?

— Confiaria minha vida a ele — disse Duncan, sério.

— Ele também confiou — retrucou ela, acidamente.

Duncan achava a acusação injusta, mas entendia que Selena sofria por aquele acontecimento, então apenas aceitou. O homem então olhou para Jason.

— Acho que é bom ele visitar o Niel amanhã. Tenho certeza que o velho vai poder ensinar muito para ele. Mesmo assim — acrescentou ele, olhando para Selena —, você é a única bruxa que pode ensiná-lo corretamente os assuntos mais avançados da feitiçaria. Um demônio não poderia ensinar sobre isso.
“Mesmo assim, o Niel provavelmente pode ensinar muito para o Jay. Se quer saber a minha opinião, ele pode ensinar até mais do que eu e você.”

— Certo, certo — exclamou Selena. — Que seja. Pode ir falar com esse tal Niel amanhã. Mesmo assim, você não vai pro colégio amanhã. Eu vou ficar com você e vamos esconder sua presença até que você mesmo possa fazer isso.

— Sabe, nunca fiquei tão preocupado em faltar aula quanto neste momento — comentou ele, brincando. Duncan e Selena sorriram.

— Bem, eu vou preparar algo para suprimir sua magia até amanhã — informou Selena, saindo da cozinha e indo até o porão.

Quando os passos da bruxa sumiram, Duncan virou-se para Jason com uma seriedade que o garoto nunca havia visto no tio.

— Jay, me conte uma coisa muito importante.

— Claro — concordou Jason, meio preocupado.

— Essa Luna… ela era bonita?

— Seu maldito — rosnou Jason. — Pensei que ia perguntar alguma coisa super importante!

— O seu futuro como homem não é importante?! — exclamou Duncan, dramaticamente.

— Você não tem solução!

*

Em um prédio em construção, naquela mesma noite, havia uma figura no décimo andar. Tratava-se do mesmo mascarado que observava a luta de Duncan com os cães infernais havia algumas horas. O mascarado estava girando o dedo, brincando com magia.
Ele parou de fazer isso quando uma voz feminina se fez ouvir atrás dele.

— Relatório — ordenou ela.

— O alvo realmente liberou sua herança — informou o mascarado. — Também parece um alvo sem grande periculosidade.

— Então por que ele ainda está vivo?

— Porque eu consigo contar nos dedos de uma mão quantas bruxas podem me matar — disse o mascarado, sarcasticamente. — Nos dedos da outra, a quantidade de demônios que podem fazer o mesmo.

— E o que isso tem a ver com minha pergunta?

— A questão é que as duas pessoas mais próximas do meu alvo ocupam uma posição nos meus lindos dedos.

— Isso será um grande problema? — perguntou a mulher, irritada.

— Não. Posso lidar com isso, mas talvez demore um pouco. E vai custar o triplo do valor original.

— Que seja! — rosnou ela. — Vai querer que eu mande reforços também?!

— Tsc! Não vou precisar. Não é como se poder bruto resolvesse tudo.

— Às vezes — retrucou a voz, friamente —, um poder bruto superior basta para esmagar adversários inúteis.

— Pelo menos em algo nós concordamos, Lilith.

A presença da mulher sumiu. O mascarado ficou sozinho, e olhou para o horizonte, no qual era possível ver a iluminação que se estendia pela cidade. A capa do mercenário esvoaçava ao vento, enquanto ele próprio deixou escapar, acidentalmente, um traço de sua magia.
Após controlar-se novamente, o mascarado deu uma risada cínica.

— Quem diria que eu teria que lidar com alguém desse calibre tão cedo… Bem, não posso dizer que não estou animado em te encontrar de novo, Selena.

Ele caminhou até a beirada da construção e apontou para a direção onde estava a casa de Jason e Selena.

— Eu prometo que nosso reencontro vai parar o universo novamente. — E se jogou da beirada.

 


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Notas finais do capítulo

Jason é um bruxo - não que isso seja muito útil por enquanto kkkkkk -, a Selena é uma bruxa, o Duncan é alguma coisa aí e etc.
Esses primeiros capítulos serão mais para contextualizar a história. Logo logo haverá problemas...



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